Homilia na Primeira Sexta-Feira da Quaresma

Padre Gabriel Maciel

Queridos irmãos e irmãs, nesta primeira sexta-feira da Quaresma, a liturgia nos fala sobre a importância do jejum, um tema que deve nos acompanhar durante esses quarenta dias. É uma oportunidade para esclarecermos o que é o jejum eclesiástico, aquele que devemos praticar em nossa caminhada quaresmal. O jejum não é uma dieta ou regime. Muitos aproveitam este tempo para fazer dieta ou reeducação alimentar com o objetivo de perder peso para a Páscoa, mas isso não condiz com a espiritualidade do jejum.

O jejum tem uma razão antropológica, fortalecendo nossa vontade e nos ajudando a controlar nossos desejos, como abdicar de alimentos que gostamos ou passar por dores de cabeça ao cortar o café. Tais práticas nos tornam mais humanos, ajudando-nos a controlar nossos impulsos em várias áreas da vida, inclusive na oração e no entretenimento.

Os primeiros padres da Igreja associaram o jejum à superação dos pecados contra a castidade, destacando como a prática fortalece nossa vontade. No entanto, além das razões antropológicas, há uma finalidade sobrenatural no jejum. Durante a Quaresma, não buscamos apenas benefícios físicos, mas espirituais, conforme ensina a profecia de Isaías. O verdadeiro jejum agrada a Deus quando não é hipócrita e visa a uma transformação interior.

É crucial lembrar que qualquer penitência quaresmal, como cortar certos alimentos ou abster-se de carne às sextas-feiras, deve ser feita com o objetivo de nos aproximar de Deus e nos configurarmos a Cristo, que jejuou no deserto. Essa prática nos ajuda a viver uma Quaresma significativa, tornando nossas almas mais sensíveis à presença divina e ordenando nossa vontade de acordo com a vontade de Deus.

Que nesta primeira sexta-feira da Quaresma, lembremo-nos da verdadeira razão do jejum e busquemos colocar uma finalidade sobrenatural em todas as nossas obras, para chegarmos ao final deste tempo litúrgico mais próximos de Jesus Cristo, com o coração convertido e uma vida espiritual enriquecida.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.

Pe. Gabriel Maciel - Homilia na Primeira Sexta-Feira da Quaresma

Nós sabemos que nos tornamos filhos biológicos no momento em que ganhamos a vida, mas ganhamos a filiação divina quando morremos e, só então, nascemos como filhos de Deus. Esse acontecimento se dá mediante um rito bem específico: o batismo. Passamos por isso, e creio que todos aqui já participaram de uma cerimônia de batismo, nem que tenha sido apenas o nosso, que provavelmente não lembramos porque éramos muito crianças, talvez batizados nos primeiros dias de vida. Mas sabemos que é bastante simples, pois o grande acontecimento se dá em questão de segundos, quando o sacerdote derrama água na cabeça da pessoa e diz as palavras prescritas pelo sagrado rito. Acontece a grande graça, aquilo que é mais extraordinário. Embora valorizemos muito, talvez tenha isso um pouco na nossa cultura de discutir para ver quem vai acender a vela, quem segura a toalha, onde fica posicionado, mas o grande acontecimento é ali, naqueles segundos, não dura um minuto, onde o padre derrama água e diz aquelas palavras: "Eu te batizo em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo." Naquele momento, poderíamos nos ajoelhar tranquilamente, porque ali mais um sacrário da Santíssima Trindade se torna puro, limpo de todos os pecados, passa por esse processo de morte para entrar em uma vida nova, começa uma nova existência, é uma nova filiação naquele momento.

Pe. Gabriel Maciel - O rito do batismo, nossa Filiação Divina e a graça do Novo Nascimento

Queridos irmãos e irmãs, hoje, na liturgia da Igreja, celebramos o grande mistério da fé cristã: o amor infinito de Deus por nós. Deus nos ama de maneira tão profunda que enviou Seu único Filho para nos salvar. É esse amor que nos convoca, que nos reúne aqui nesta Eucaristia.

Jesus Cristo, o Filho de Deus, Se fez homem e habitou entre nós. Ele nos ensinou o caminho da verdade e da vida, mostrou-nos o caminho do amor, do serviço e da entrega. E, no ápice de Seu amor por nós, ofereceu Sua própria vida na cruz para que, morrendo, pudéssemos ter a vida eterna.

Mas, queridos irmãos e irmãs, o amor de Deus por nós não se encerra na cruz. Ele ressuscitou e está vivo entre nós, está aqui, neste momento, neste altar. Ele continua a Se oferecer por nós, a nos amar incondicionalmente.

Pe. Gabriel Maciel - O Amor Infinito de Deus: Salvação e Presença Viva

Meus queridos irmãos e irmãs, celebramos hoje o primeiro domingo da Quaresma, um tempo em que refletimos sobre as tentações de Jesus no deserto, conforme narrado pelo evangelho segundo São Marcos. Nosso Senhor, conduzido pelo Espírito, jejuou e orou por quarenta dias, enfrentando as tentações de Satanás. Este evento marca o início da vida pública de Cristo, destacando a presença do diabo e as tentações como parte essencial do ministério de Jesus.

Este grande mistério nos ensina que, mesmo sendo Deus e não necessitando passar por tentações, Jesus se submeteu a elas por nós. Santo Tomás, na Suma Teológica, nos lembra que Cristo enfrentou tentações para nos ensinar a não nos assustarmos quando, após o batismo, enfrentarmos nossas próprias tentações. São João Crisóstomo reforça que Jesus quis nos ensinar a combater o demônio, mostrando-nos que, se somos tentados, temos em Deus um exemplo de superação.

A presença do demônio tem a única intenção de fazer perder as almas, mas o exemplo de Cristo nos ensina que as tentações são lições para alcançarmos merecimentos e vencermos os desafios impostos pelo diabo em nossas vidas. Se padecemos, somos humilhados ou sofremos, temos em Deus um modelo de resiliência e injustiça superadas.

Não devemos nos assustar ou nos escandalizar com as tentações; ao contrário, devemos preocupar-nos se não as enfrentarmos, pois indicaria que algo em nossa vida espiritual precisa ser ajustado. As tentações são personalizadas, e não precisamos de grandes ofertas para trair Cristo; às vezes, pequenas ilusões mundanas são suficientes para nos desviar do caminho.

Os santos, enfrentando tentações severas, nos mostram que a resistência fortalece nossa fé e nos aproxima da santidade. Santo Antão, por exemplo, após intensa luta e tentações, teve a visão consoladora de Cristo, que estava com ele desde o início, observando sua luta.

As tentações não nos tornam semelhantes ao demônio; resistir a elas nos faz semelhantes aos santos. São oportunidades de purificação, de crescimento espiritual e de humildade. A humildade é essencial para vencer as tentações, como nos lembra Santiago, prometendo a coroa da vida aos que resistem.

Neste tempo da Quaresma, somos convidados à penitência, ao jejum, à caridade e à oração, estratégias que fortalecem nossa vontade contra as tentações. Devemos lembrar que Cristo venceu as tentações e nos apoia em nossa jornada. "Tudo posso naquele que me fortalece", como diz São Paulo. Assim, encorajados pelo exemplo de Cristo, enfrentemos as tentações com fé, sabendo que nossa recompensa será grande no reino dos céus.

Pe. Gabriel - Vencer as Tentações com Cristo: Lições da Quaresma

Caros irmãos em Cristo, a jornada espiritual da Quaresma nos convida a refletir sobre temas profundos e atemporais de nossa fé. Anualmente, somos conduzidos a contemplar o Evangelho que narra as tentações de Jesus no deserto, um momento crucial que precede o início de Seu ministério público. Esta passagem, independentemente do evangelista que a relata, destaca-se como uma das primeiras e mais significativas lições sobre a resistência às tentações e a importância da oração e do jejum.

Jesus, conduzido pelo Espírito Santo ao deserto, jejuou e orou por quarenta dias, enfrentando tentações diretas de Satanás. Esta experiência no deserto não é apenas um prelúdio ao Seu ministério, mas também uma demonstração poderosa de Sua humanidade e divindade. Através desta passagem, Jesus nos ensina sobre a resistência espiritual, a importância da fé em Deus e como podemos nos fortalecer contra as adversidades e tentações da vida.

A Quaresma, portanto, emerge como um tempo de introspecção, renovação e preparação espiritual. Refletindo sobre a experiência de Jesus, somos chamados a considerar nossas próprias vidas, nossas tentações e como buscamos a Deus em momentos de desafio. É um convite para aprofundarmos nossa relação com Deus, através da oração, do jejum e da caridade, princípios que transcendem o tempo e permanecem relevantes para todos nós, independentemente do momento em que vivemos.

Essa temporada litúrgica nos lembra que, assim como Jesus enfrentou tentações sem ceder, nós também somos capazes de superar nossas provações com fé e confiança em Deus. A Quaresma nos oferece a oportunidade de refletir sobre nossa jornada espiritual, reconhecendo nossas fraquezas e buscando a força que somente Deus pode fornecer.

Que este tempo de Quaresma seja um período de crescimento espiritual, reflexão e fortalecimento em nossa fé, inspirados pela jornada de Jesus no deserto. Que possamos emergir desta temporada renovados, mais próximos de Deus e fortalecidos em nossa caminhada cristã.

Pe. Gabriel Maciel - A Jornada de Jesus no Deserto e Suas Implicações para Nossa Fé

Neste podcast, mergulhamos na vida e no legado de São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei. Nascido em 1902, ele foi um sacerdote católico espanhol cuja visão revolucionária de santidade no cotidiano transformou a vida espiritual de muitos. Em 1928, Escrivá estabeleceu o Opus Dei, sublinhando que todos são chamados à santidade, não apenas nos momentos de oração, mas em cada ação do dia a dia, desde o trabalho até os afazeres domésticos. Este episódio explora como, através do Opus Dei, Escrivá promoveu a ideia de que a vida comum é um caminho para a santidade, inspirando homens e mulheres a viverem sua fé de maneira prática e a ajudarem outros a fazer o mesmo. Conheça as histórias e os ensinamentos de um homem que viu o divino no ordinário e transformou o trabalho e a dor em oferendas a Deus, tornando o extraordinário acessível a todos.

ADECT - MT

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