A dobra é um projeto artístico que surge em 2011 através de composições que, aos poucos, vão permitindo a visualização de uma tessitura. O longo processo criativo permitiu a construção de um repertório que sugere deslocamentos e vivências diversas. O ponto de encontro dessas vidas e temporalidades foi Serra Talhada. Caio Sotero, Marcio Abreu, Tony Apolinário, Paulo Bezerra e Alex Nicolas buscam no desdobramento, na abertura, no desvelamento, no labirinto sem saída da dobra a topologia do mundo como um processo que rejeita limites, fixidez, perenidade, encaixe, enclave. A dobra, em sua materialização musical, propõe a continuidade do profundo e do superficial, do verso e do reverso, da música como via de continuidade e de fragmentação. O que se faz aqui é música de ambiências etéreas que bebem nas formas rizomáticas e, por isso, ganham arranjos diversos. Neste instante, a dobra é mais do que tudo um projeto colaborativo, em que os amigos podem aprochegar-se para compor ou descompor. A dobra é “esse infinito labirinto”, o surgimento de uma singularidade dos encontros, o começo de um mundo de vida e de arte.
Por Paula Santana

A dOBRA