São João do Carneirinho
(Isabela Moraes)

Eu não sei
Quem deixou no varal todo céu
Pendurado no azul

Eu não sei 
Quantas formas tem Deus
Quantos véus
Quantos anjos são seus

Quantos andam nus?
Quantas luzes são?
Pra fazer São João do Carneirinho?

Tecem suas lãs 
Nascem seus natais
Brincam nos quintais os passarinhos

Dentro dos olhos teus
Dentro dos olhos meus
Dentro dos olhos teus
Dentro dos olhos...

Disco "almério" participação de Ceumar

Marconiel Rocha | Percussão
Zé Gago | Pratos
Thiago Hoover | Guitarra
Edson do Acordeon | Sanfona de 120
Lucky Luciano | Arranjos e Baixo
Fernando Bezerra | Arranjo de base
Almério | Voz e arranjo de base


São João do Carneirinho

Além-homem
(Almério)

Não vá pensar que eu corri com medo
Só porque te vi com outro amor

Silenciei, não por vontade
Mas porque o peito sufocou minha voz

Sumi e sumo e sumiria 
Porque te queria pro além-homem

O amor que tu me tinhas era pouco
E se acabou, e o meu, é o MAR!

Mas se tu me escrevesse uma carta me pedindo pra voltar
E-mail, sinal de fumaça, sonho, mensagem de celular
Dizendo que tu me queria e a vida, assim, sem Eu não vai prestar 
Amor da minha vida! eu iria e nunca mais ia te deixar

Participação de Isabela Moraes

Ficha técnica:

Lucky Luciano | Arranjos
Almério | Voz  e arranjo de base
Thiago Hoover | Guitarra
Eduardo Slap | Baixo
Marconiel Rocha | Percussão
Fernando Bezerra | Violão de 12
Marcos Daniel | Flauta trans.


Além-homem

Música: Balanço Geral

Intérprete: Almério

Álbum: Janduhy Finizola / Verso Verdade - 1

03 - Almério - Balanço Geral

A Busca
(Valdir Santos)


Venha a pé, de trem, de caminhão
de avião, de ultraleve ou disco voador
Pegue o metrô!

De táxi ou de lotação
Vem num balão, submarino 
Ou de elevador!

O importante é não ficar na estrada
O importante é não ficar de cara amarrada
O importante é não se amarrar a nada 
O importante é continuar a busca

Venha a pé, de trem, de caminhão
de avião, de ultraleve ou disco voador
Pegue o metrô!

De táxi ou de lotação
Vem num balão, submarino 
Ou de elevador!

O importante é seguir viagem
O importante é o que se leva na bagagem 
O importante é não se contentar à margem
O importante é continuar a busca

A Busca

Invólucro Caruaru
(Almério)

Não sou nenhum cascateiro
Invólucro Caruaru
Quem vê teu tecido solto
Que envolve esse povo
Envolve-se todo
Devolve esse encanto de novo

Transito no quinto dos bairros
Translado do lado de lá
No centro tem gente cadente
Que sente que se sente
Que se sente, que se sente 
Que se sente, que se sente...

Decente!

Na feira que é desse tamanho 
Sandália de couro pra andar
É um passa passa de gente
Quem vende? Quem mente?
Quem leva? Quem pega?
Quem sossega? Quem sossega?
Quem sossega? Quem sossega?

Quem?


Invólucro Caruaru

Uma Canção Para Ana Paula
(Almério)

Pouca vida minha
Inteira é

Sopro principal
Lá do meu melhor
Vi nascer com o teu “voz e violão”

Radiola retrô, radioso momento
Me embalando e tocando por dentro
Minha primeira canção

Pouca vida inteira
Meu lado mulher

Vento no varal
Pé de meu capim
Entoo passos de iluminar

Carreguei teu sorriso amigo comigo
Repelente da dor
E o perigo é: Eu longe de Você.


Uma Canção Para Ana Paula

Lampejo
(Almério / Valdir Santos)

Desde o brilho de uma lamparina
Fez-se a cor que conduziu o olhar

O que vem por trás dessas esquinas?
Mundo é bom se a gente quer andar
Amanhã ressalva teus bocejos
Que haverá tempo de descançar

Cumpade tudo tem compasso
Num passe tire o tempo pra dançar
Em todo canto tem sotaque
Teu canto pode universalizar

Se descalce ao sentir
Do batuque à canção
Essa terra é de mar
De céu, de chão

Estenda os braços pra ter 
Um abraço do sol
Teu sorriso é tua guia,
Teu anzol.


Lampejo

Não há muito o que fazer
(Almério)


Quando o roteiro perde a graça  
E a vida chata abre as cortinas
E escancara o que é real
Você procura em tudo 
E não acha em nada
E graça perde espaço 
Pra depreciação 

Quando a dor é profunda
E a saudade inunda
E as coisas tomam vida própria por você
Quando você tem medo
Do que reflete o espelho
E já não crê que está fugindo de você

Não há muito o que fazer
Não há muito o que fazer
Não há muito o que fazer

E na procura imediata de um alívio
Você inverte os papéis desse enredo 
E passa a ser de fato seu próprio inimigo
Reinventando um personagem com medo

Quando a dor atormenta
E a frequência aumenta 
Você adia, cega, foge 
Ao que se vê

Quando a bebida esgota
E a sobriedade volta
Sinceramente, 
Não há muito o que fazer

Não há muito o que fazer
Não há muito o que fazer
Não há muito o que fazer


Não Há Muito O Que Fazer

Como você imagina
(Lula Queiroga)

Eu não vou fugir do que eu sinto
Não tem jeito de voltar atrás
Mas não vou cair nos teus braços
Como você imagina

Tem que ser muito sutil
Embora nem eu me contenha 
Tente escutar meu coração
Dizendo,  venha!

Venha devagar
E depressa me abrace assim
Quero amanhecer no colo da tua mão

Raios pelo céu
Que a chuva lave o mundo
E leve embora nossa solidão


Como Você Imagina

Minha casa de você
(Almério)


Não quero mais ficar em casa
Álbuns, calendários, 
Escombros de lembranças
O medo, o mesmo, o amor!

Não quero mais ficar em casa
Temerário agouro 
Me derrubou da cama
Uma chama me chamou

Não quero mais ficar em casa
Árvores me esperam
Deslizo pra cima
Asa, azuis do céu

Não quero mais ficar em casa
Uma venda de esquina
Em Agrestina tem
Uma cajuína linda!

Não quero mais ficar em casa
Avio, vou baixar
Em outra freguesia
Azia mal estar

Não quero mais ficar em casa
A minha bicicleta
São dois mundos rodando
Me levando, me levando, me levando...

Se você for me visitar
Alguém vai dizer para você
Volte outro dia!

E quem passou me viu esperar
Você dobrando aquela esquina
O meu amor por você era de verdade
O meu amor por você nunca deixou de ser

Vou seguir
Me danar por aí
Foi maldade preencher
Minha casa de você
Depois ir embora

E eu tô correndo doido pelo agora
E eu tô correndo bicho pelo mundo afora
E eu tô vivendo solto pelo mundo agora  



Minha Casa de Você

Quantos homens tem o mesmo nome
(Almério)


Como eu vim para aqui?
A fé que eu tenho em Deus vale tudo isso?

Pedi perdão 
Até por coisas que eu não fiz
Pedi pra ir pro inferno

Vinte minutos esperando o engano
Vinte horas gritando
Vinte dias chorando
Como tudo muda em vinte anos!

Vodu de alguém-ninguém 
Peleja infeliz
Corpo-baú de pragas

Quantos homens tem o mesmo nome?
Quanto são parecidos?
Quem são meus irmão e meus amigos?
Sumiram minha história, somaram meus castigos

Me roubaram de viver
Deram fim a minha luz
Otário etéreo ser!


Quantos Homens Tem O Mesmo Nome

Seu Jofe
(Almério)

Seu Jofe acordou com o sol
Seu Jofe arrastou chinelo 
E foi passar o café

Não quis acordar ninguém
E o milho no ralo 
Amarelou manhãzinha

Já arrumou roçado
Pela cor do sol já sabe
Que hora é

Sapo cantou de tarde
Adivinhão de chuva
Calha aprumou
Pra encher tonel
Águas do céu

Jofe não tem água encanada
Mas pra ele não tem nada não
Tudo que tem lhe é sagrado
Foi mandado por nosso “sinhô”
Levanta as mão e agradece
Esse homem sempre esquece 
Que é santo também
Plantou de tudo nessa vida
Se brincar ele enraíza, se tocar no chão


Seu Jofe

Aparecida
(Almério / Dani Torres)


Bem que apareceu 
Com a voz da manhã
Ondas de todo vento bom
Como quando o sol entra pela comeeira

Aparecida trás 
Lenha pro “fogão de lenha”
Pra esquentar o café, o pão
Traços que é de sua natureza

Aparecida vai
Quando quer chover
Aparecida vem
Vasilhame encher
Aparecida vai
Olho d’água bom
Aparecida vem!
No barreiro tem, no barreiro tem

Bem que Aparecida 
Dá conta da casa e três filhos
E seu sorriso não nega
Que ela se dá inteira

Bem que ela já sabe
De quem já tem, cá se vem 
O seu bem se anuncia
Pelo quício da porteira

Aparecida vai
Vai tanger os boi
Aparecida vem
Vem mexer o arroz
Aparecida vai
Debulhar feijão
Aparecida vem 
No terreiro tem, no terreiro tem

Bem que é parecida 
Com essas estrelas perdidas
Por esses dias sozinha
Na constelação de uma feira

Desaparecida 
Cicio da tarde
Segredos dessa mulher
Como quando o sol 
Põe-se atrás da ribanceira 

Aparecida vem
Quando se encontrar
Desaparecida
Quando quer chorar
Aparecida tem
Pra cada tom um olhar
Desaparecida como Aparecida
Como é parecida


Aparecida

À que morreu
(Vertin Moura / Ícaro Tenório)

Quando ela morreu
Deu-se o óbvio:
Eu me tornei um viúvo e passei a amá-la 

Como uma folha em branco ama ser escrita
Como essa folha em branco ama ser
Como uma folha em branco ama ser escrita
Como essa folha, essa folha, essa folha

Hoje ela está enterrada num grande galpão
Hoje ela está enterrada num grande galpão
Vermelho, escuro, ensanguentado 
Junto com tudo que a gente viveu
Pelo resto da minha vida
Amando  a que morreu


À Que Morreu

Na velocidade
(Lucky Luciano)

O que é que você sente quando olha
E não vê nada ao redor?
É que o sentimento passa
Na velocidade por você

E quando você olha e não vê o que acredita
Nem acredita no que vê
Seu sorriso mergulha no silêncio

É você não chega à tempo
Nem perde a chance de ser normal
E é tão diferente da decoração do ambiente

Eu te olho e você percebe 
Alguma coisa estranha no meu olhar
Mas o sentimento passa
Na velocidade por você


Na Velocidade

Resolvi gravar minha passagem de som de uma das minhas apresentações e registrar algumas das minhas interpretações ao longo desses anos pelas noites de barzinho em Caruaru-Pe. Optei pelo formato "Voz e violão" que foi como eu iniciei e desenvolvi meu canto e meus trabalhos, desde 2003, e postar por aqui para quem gosta do meu som e para que essas interpretações não se percam no tempo, pois tenho um carinho imenso por esses instantes de criatividade espontânea. 




Contato Imediato (Almério | Ensaio) música de Arnaldo Antunes / Marisa Monte / Carlinhos Brown.

Resolvi gravar minha passagem de som de uma das minhas apresentações e registrar algumas das minhas interpretações ao longo desses anos pelas noites de barzinho em Caruaru-Pe. Optei pelo formato "Voz e violão" que foi como eu iniciei e desenvolvi meu canto e meus trabalhos, desde 2003, e postar por aqui para quem gosta do meu som e para que essas interpretações não se percam no tempo, pois tenho um carinho imenso por esses instantes de criatividade espontânea.


Chove Chuva  (Almério | Ensaio) música de Jorge Bem Jor

Música do compositor e cantor Chico Buarque

A Rita (Ensaio | Almério)

Música de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Respeita Januário (Ensaio | Almério)

Veja Margarida (Vital Farias) 

Projeto música de ensaio | Almério

Veja Margarida | Almério

Geraldo Maia / Marco Polo 
Part. Almério

Nudez

Essa é a música que dá nome ao 1º disco de Almério,  " Além-homem". 





Cantor, compositor pernambucano, lança seu primeiro disco em 2013 o que lhe rendeu shows em grandes festivais como: Festival de Inverno de Garanhuns, Abril Pro Rock, Festival Pernambuco Nação Cultural. Em 2014 ganha o troféu Cata-vento da Rádio Cultura Brasil. 

Almério

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