Composição: Robson Gabiru

Praça do meio do mundo
Fica no centro do nada
E é de lá que eu saí pra viver
E até morro pra não voltar lá
Em cada esquina que eu passo eu deixo um pedaço da minha ilusão
Meu coração em frangalhos até perde o compasso nessa imensidão
Muito feliz eu seria se em qualquer parte do mundo
Tivesse um canto pra gente sonhar e até tentar ser feliz
Não tenho posse de nada
Só tenho a sorte por mim
Depois que sumi nessa estrada
No Redentor chego enfim

10 - Praça do Meio do Mundo

Composição: Roberto Lara

Peço ao tempo que deixe dos meus dentes
Algum intacto
Para um sorriso se um dia for me dado ter alguma alegria mesmo passando da idade
Metade do Brasil ri pela metade
Quero inteiro
Bem que eu queria ficar pra semente
Viver tanto que até me cansasse
Mas se ao menos pudesse ver um outro tempo de risos
nos dentes escancarados
acho que seria a felicidade
que não conheço
Eu vejo aí na rua no jornal na TV
Que risos banguelos já não são novidades
Mas bem me diz um amigo que só quem nasceu em Morro Agudo sabe como o morro é grave
Aborto e nem mesmo os dentes postiços dados por políticos a beira de renovarem suas autoridades
Que o tempo não faça conluio com eles pra essa maldade comigo

9 - Dentes

Composição: David Coelho

Era a mulher que eu tanto queria pra mim
Era um adeus
Futuro chegando ao fim
Mais, o teu futuro adeus pertence ao próximo par
E o meu procura alguém pra descansar
Era explosão de tudo que havia em mim
Era paixão e o beijo com gosto ruim
Gosto ruim por que ia acabar, eu sabia e você não podia negar
As horas que na solidão, trazem medo de volta a ti guardado em segredo
Descansará o meu corpo no teu 
Santo cais
E o que ficou sobrevive em minha vida 
Mora em minha casa entre telhas de areia e aguarda sua volta
Sorria tranquila e dorme comigo
Quando a noite cai
Foi solidão fazendo o nosso estopim
Foi a monção trazendo o teu cheiro pra mim
Junto de tudo que eu quis esquecer eu sabia e você não queria prever

8 - Estopim

Composição: Átila Bezerra

Sofre de amor e geme de dor
Por tua ausência
Pede aos ventos que fale a verdade
Consequências 
Sussurra baixinho degusta um vinho
Paladar de saudade
Patchouli é o perfume que exala do corpo
Desejando amar-te
Entre o céu e o inferno existe um caminho
Onde confundiste
Tem as bênçãos do sol a energia da lua
Quem do amor não duvide
Entre o céu e o inferno
Existe um caminho onde confundiste
Recebe as bênçãos do sol a energia da lua
Quem do amor não duvide

*gosto de amor tonalidade de vinil versos pra Bethânia guitarra baiana apaixonada

7 - Aos Ventos (Consequências)

Composição: Maurício Galo

Quando eu voltar a Bahia
O sol vai se arrepiar
Quando eu voltar a Bahia
O sol vai se derramar
O meu corpo quente no corpo do sol
O meu olho quente no corpo do mar
O meu corpo quente no corpo do sol
O meu olho quente no corpo do mar
Lá vem o sol
Lá vem a lua
Lá vem o ar e o movimento
Junto e misturado
Junto e misturado
Junto e misturado
Junto e misturado

*quando eu voltar...

6 - Made in Bahia

Composição: Heraldo HB

Já não sei de mim
A minha vida bate no toque desse tamborim
Já não sei de mim
A minha vida bate no toque desse tamborim
Vou levando a minha vida como quem se dá o destino
Entrego o meu coração aos caprichos de um menino
Meu amor o que eu faço pra você gostar de mim
Pois só vivo passo a passo no compasso desse tamborim
Já não sei de mim
A minha vida bate no toque desse tamborim
Já não sei de mim
A minha vida bate no toque desse tamborim
Hoje eu trago peito aberto cheio de desilusão
Mas eu sei que to bem perto sempre de uma outra paixão
Não me queixo dessa sorte pois a vida é mesmo assim
E o meu peito bate forte bem no toque desse tamborim
Já não sei de mim
A minha vida bate no toque desse tamborim
Já não sei de mim
A minha vida bate no toque desse tamborim
Quando eu era então menino minha mãe disse pra mim
O meu filho cê se cuida que o mundo é mesmo assim
Não de bola pra tristeza nem vá se desesperar 
Pois o mundo é uma dureza pra quem vive de chorar

5 - Tamborim

Composição: Heraldo HB

Você vive dizendo 
Pra eu esperar mais um pouco
O nosso amor né mais aquele não
Cachaça com água de coco
E eu caçamba de poço
Você rolando rolimã de manhã
E eu nesse papo de louco
Saio pela janela...
Devagar e sempre não dá
Você me deixa confuso
E acabo sempre perdido na selva
Do teu cabelo medusa
E eu caçamba de poço
Você rolando rolimã de manhã
E eu nesse papo de louco
Saio pela janela...
Eu caçamba de poço
Você abusa e lambuza
E acabo sempre perdido na selva do teu cabelo medusa
E eu caçamba de poço
Você rolando rolimã de manhã
E eu nesse papo de louco
Saio pela janela...

3 - Caçamba de poço

Composição: Átila Bezerra

Que santo que é esse que vem e que passa
Me deixa aflito jogado as traças
É santo amigo que tá de pirraça
É santo bandido afim de bandalha
Poeta indeciso não sabe o que quer
Se sopra no vento faz jura no axé
Promete voltar comovendo a carcaça
Demora com a moça que gira a saia
Que santo que é esse que vem e que passa
Me deixa aflito jogado as traças
É santo amigo que tá de pirraça
É santo bandido afim de bandalha
Se rende a renda daquela que baila 
Espero ansioso por sua chegada
Poeta amigo meu santo não falha
Traz a poesia devolve minha alma

*Para deuses e santos protetores de atores destemidos.

2 - Que Santo que é esse?

Composição: Léo Peixe

Quem tem tempo que fique
Quem tem canto que cante
Onde há teto abrigo
Onde haja carne que sangre
Hoje tem festa na noite
Timbre pra tudo que é tipo
Boca pra tudo que é beijo
Colo pra todo menino
E eu
Cruzo três cidades
Mal posso ver o céu
Perco o chão e caio
Tempero o banquete na luz
Sou presa fácil e cruel
Põe 
Na balança teu peito
Medida de todo homem
Prometo não ser o juiz juiz juiz juiz juiz juiz juiz
Põe 
Na balança teu peito
Medida de todo homem
Prometo não ser o juiz juiz juiz juiz juiz juiz juiz

*Evoé Zé!

1 - Juiz

Composição: Átila Bezerra
Eletrônica: Fernando Katullo

Uso meu direito de partir
só pra não ter que ver você fingir mentir fugir de mim
Uso meu direito de sonhar
Conjugo o verbo e sonho a todo tempo pra não machucar
Quebro sinos pra não mais tocar
Cultuo discos livros poesias para eu lembrar
Uso meu direito de voltar 
Pra ter você por perto bem de perto pra me alimentar
Silêncio no caminho a perturbar
Eu grito rouca louca em meio aos ventos a te procurar
Silêncio no caminho a perturbar
Eu grito rouca louca em meio aos ventos a te procurar


4 - Verborragia

Átila Bee é ator de formação. Fez sua estreia na música em 2010 à frente da banda Gente Estranha no Jardim. Em 2014, pesquisou compositores exclusivamente da Baixada Fluminense para o repertório do seu 1º trabalho solo. O álbum "O que me toca é meu também" foi lançado em dezembro de 2015 nas redes sociais e fez sua estreia nos palcos do Sesc São João de Meriti e Oi Futuro Ipanema. Foi destaque em revistas especializadas do RJ, MG, SP e Portugal. Trilha sonora do mini doc "Mães em cárcere" do Canal Plá e do documentário "TransBaixada" do Núcleo de Criação Audiovisual (NUCA-IFRJ) . Eleito pelo portal tramp.com.br, como um dos 150 melhores discos do país em 2016.
Prêmio "Prata da casa" no Festival Talentos da Música em São João de Meriti 2014 e vencedor na categoria música, na 15ª edição do Prêmio Baixada 2016.
Em maio de 2018 estreou o projeto "A Gira", dedicado a música afro brasileira. Ouça em > https://soundcloud.com/agirabanda

contatoatilabee@gmail.com

Átila Bee

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