Do outro lado do rio

Amigo, não seja louco
De queimar fotografias
Ela vai estar sempre lá
Do outro lado do rio

Amigo, me conte um pouco
De como foi seu dia
Ela vai estar sempre lá
Do outro lado do rio

E quando os faróis fecharem
Ela irá atravessar
Contando os passos
De volta pra casa, vai descansar
E quando os faróis abrirem
A vida irá passar
Correndo por quatro pistas
Sem ter aonde chegar

Amigo, não seja louco
De perder-se no dia-a-dia
Ela vai estar sempre lá
Do outro lado do rio

Amigo, descanse um pouco
É triste essa agonia
Ela vai estar sempre lá
Do outro lado do rio

E quando os faróis fecharem
Ela irá atravessar
Contando os passos
De volta pra casa, vai descansar
E quando os faróis abrirem
A vida irá passar
Correndo por quatro pistas
Sem ter aonde chegar

01 Do outro lado do rio

Terra de sonhos e acaso

Eu que perdi um tio no Joelma
Fóssil calcinado aos 22
Fui assaltado na 9 de Julho
Se isso quer dizer me diz, meu amor
Depois do rio há memória parada
Onde a gente primeiro se encontrou

Esquece os índios deixando o pátio
Árvore de dinheiro, cafeicultor
Os imigrantes chegando de barco
Os bandeirantes, a indústria e o trabalhador
Não é o DOPS, as Diretas, o aleijado
Essa cidade existe pra você tá aqui

Nós subimos em cima do prédio
Olhamos de longe o mar de lá
E dormimos no frio e no vento
Acordamos e fomos embora, mas
Me perguntam da minha cidade
Lembro a falta de escolhas de quem é de lá

02 Terra de sonhos e acaso

Deus numa garrafa de whiskie

Por muito tempo
Eu passei sem te notar
Vou perder meu tempo...
Se eu pudesse ignorar seus olhos
Sem cor
Calar meu coração sem perder
O amor
Mas isso é impossível

Só encontrei desespero
Sangue e um hímen quase inteiro
Às margens do rio
Jaz a menina sem valor
Tão frio
Teremos que viver sem o seu amor

Se era esperança
Ou engano, tanto faz
Tão desimportante
É difícil aceitar seu colo
Sem dor
Dormir para esquecer que hoje
Passou
Mas ainda estamos vivos

Só encontrei desespero
Sangue e um hímen quase inteiro
Às margens do rio
Jaz a menina sem valor
Tão frio
Teremos que viver sem o seu amor

03 Deus numa garrafa de whiskey

Sem direção

Respire fundo
E sinta o cheiro
Está em casa
Esta é sua cidade
Você se sente preso
Mas isso é liberdade

Vá comprar o pão
Cuidado com o avião
Que desce logo ao lado
Ô, uô, uô... Ô, uô, uô

Hoje acordei
Pra dormir ao seu lado
Mas tive de levantar
O mesmo caminho pra ir
O mesmo pra voltar

E um carro encostado
Com o motor ligado
Os faróis estalados
E alguém caído ao lado
Difícil se conter
Mas o que é que eu vou fazer
Olho pro outro lado
Cinco milhões de carros
Um dia serei eu... ô...
E você
Sabe que
Não, não há o que fazer
Não, não, não há o que fazer
Ô, uô, uô... Ô, uô, uô

Muito se quer pouco se dá
Pra crescer, para amar, e aprender

Um rio sem diversão
E os pássaros calados
Ô, uô, uô... Ô, uô, uô
E os pássaros calados
Ô, uô, uô... Ô, uô, uô
E os pássaros calados

04 Sem Direção

Cansaço

A chuva molha o meu sapato
Estou cheio de tudo, estou cansado
Filhos, filhas e pais a gritar
Fartos de tudo, cansados, cansados

Sexta-feira, desce uma pra mim
Sexta-feira, duas pra mim
Sexta-feira, mais uma pra mim
Amanhã, nem sei se estarei aqui

05 Cansaço (faixa bônus)

05 Cansaço (versão original)

Música e letra de Igor de Souza e Isaac Vieira.

Adeliane - Johnny Apgar Zero (ao vivo Tendal Independente XIII - 19/04/2015)

L & M: Filipe Ribeiro

Me ama como um coelho carnívoro
Olha pra frente e nada faz sentido
E-mails velhos lidos
Voltam pra acabar comigo

Como a profecia... a profecia
O que fomos vai e volta com a comida
É sempre assim... é sempre assim...
Sim, sim, sim, sim, sim...

E demora pra acabar
Demora pra acabar
Faz as suas unhas como se alguém fosse reparar
Na... na... cor

Você não vê nem um buraco de carne
Você não vê o vazio hoje à tarde
Você não vê... a dor!

É tudo sua culpa, como uma marca
Com um beijo pede pra te machucar
Mas quero te fazer feliz
Mas você não é feliz

Uma piada suja, uma vida amarga
Há dez anos eu tento me machucar
Não toque em mim... não toque em mim
Sim, sim, sim, sim, sim...

E demora pra acabar
Demora pra acabar
Faz as suas unhas como se alguém fosse reparar
Na... na... cor

Você não vê nem um buraco de carne
Você não vê o vazio hoje à tarde
Você não vê... a dor!
Você não vê nem um buraco de carne
Você não vê o vazio hoje à tarde
Você não vê... a dor!

Abandonware - Demo/2013

Estamos fora do tempo, mas tocamos pra sempre. Letras sinceras demais, melodias fáceis, poesia suja. Um bom humor triste. Somos a banda J.A.Z. Em breve primeiro EP: "Às margens".

Johnny Apgar Zero - J.A.Z

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