O Amanhã

Dois Pólos

Quero dividir, um pouco com você a minha dor
Cansado de fingir, sem pressa, sem destino
Acabou

Se tudo pra você, é nada para mim
Se eu ouço cada prece e não consigo ser tão forte assim
Eu mudo de endereço e é tudo sempre igual
E eu sempre recebo cicatrizes num cartão postal

Deixo a porta aberta, mas me tranco aqui
Sei que alguém lá fora vai chamar por mim
Guardo na memória quem me fez assim
Se o tempo foi de histórias, acabou sem fim

Não sou de desistir, mas acho que a tolice me cansou
Completo meu vazio, mexendo na ferida que eu sou
Conserto a sangue frio, me nego a acreditar 
Que tudo que eu preciso nem dinheiro vai poder roubar
Se isso é ser insano, nem você vai saber
Sua dor é parecida meu tormento não é maior que o seu

Deixo a porta aberta, mas me tranco aqui
Sei que alguém lá fora vai chamar por mim
Guardo na memória quem me fez assim
Se o tempo foi de histórias, acabou sem fim


DOIS POLOS

Linha de Intenção

Acordei, depois de mil palavras
De tanto tempo cego eu me entrego à redenção
Eu sonhei e era fácil
Negar tudo que foge do contrário da razão
Da razão, da razão, da razão

Onde estão os bravos que um dia eu vi lutar
Não acontece mais do que uma linha de intenção
Hoje somos fracos e essa minha intuição
Diz que acontece mais do que meus olhos podem ver

Nem notei, por trás dos meus encantos
Por trás de tantos contos o que poderia ser
Arrisquei me fiz de alvo
Num rosto tão amargo um soldado apareceu

E a minha farda, empoeirada, empestiada

Onde estão os bravos que um dia eu vi lutar
Não acontece mais do que uma linha de intenção
Hoje somos fracos e essa minha intuição
Diz que acontece mais do que meus olhos podem ver
Sopros de um árduo, do herói à exaustão
Que por querer demais o impossível lhe venceu
Estamos de um lado que não pode aparecer
E não aceita mais uma possível salvação 
 


Linha de Intenção

Melodia Infinita
	


Tocar uma nota sem soar o tempo
Saudade parece ser melodia infinita
Infinita

Já foi tudo aquilo num piscar de olhos vazios
E da minha voz construo
Meu escudo
Meu escudo

Saudade enfim, vira poder
Pra poder suportar
O mal de ser o que eu já fui
E esquecer o que é de mim

Não me arrependo 
Se esse sentimento foi um tanto escuro
Se eu bem me lembre até
Te ouvi dizer
“Não vai ter fim”
Te ouvi dizer
“Não vai ter fim”

Não me arrependo
Se esse sentimento foi um tanto escuro
Agora eu me lembro, nunca...
Te ouvi dizer
“Não vai ter fim”
Te ouvi dizer
“Não vai ter fim”
Te ouvi dizer
“Não vai ter fim”
Te ouvi dizer
“Não vai ter fim”


Melodia Infinita

Preço Produto


Se mentir é proteger as verdades que sufocam
Agradar é ser perfeito
Numa bondade que me enoja, distorcendo sua imagem
Resguardando seus defeitos

Despedace suas asas, pois pra elas não foi dada
A liberdade do seu jeito

Não vá buscar o inútil
Revele suas bobagens
Não guarde pra si mesmo
Seus medos só você não vê


Se vender é assim tão fácil
Qual o preço e a vantagem de tantos dramas e torturas?
De que vale a imagem se a verdade é assim tão torta
Não controle sua loucura


Não vá buscar o inútil
Revele suas bobagens
Não guarde pra si mesmo
Seus medos só você não vê


Preço e produto

A vida é um expresso pra solidão
Quem se acalma perde a sede a fome a garra
E a voz baixa é por não ter razão
Não ter razão


Sou escravo da minha auto compreensão
Se eu choro escorre o ócio do fracasso
Causas fúteis que eu queimei em minhas mãos
Em minhas mãos


Oh
Que até o mais o mais fraco pode endurecer
E até o mais sábio pode se perder
Não vou mudar se o tempo me seguir
Me mostre quem eu sou



Muito de pouco, nada de muito, apenas um expresso pra solidão
Quem se acalma perde a sede a fome a garra
E a voz baixa é por não ter razão
Se eu me esqueço e o descaso repousa em minha casa
É que sou fraco, tolo e escravo do que eu chamo de auto compreensão
Erros sucessivos causas fúteis
E ainda espera que haja perdão?
Eu que não sou cego, vi
Eu que não nasci ontem envelheci da tua raiva mórbida e bizarra
Se eu soubesse do que falo não dividiria contigo
Minha falta de expressão


Voz Baixa

E aquele homem já não é
Quem te fez naquele dia acreditar em alguém
E a dor que ele sentiu talvez
Não queria que fosse a dois

Eu aprendi com alguém
Ver a vida com um lar que de desfez
E o que eu vi, guardei
Pra não me perder como ele se perdeu
Sonhos, não vi, vi a dor
Como um nó que se atraca e que mantém
Longe de ti, a flor,
Que antes era a razão pra se viver

E o que é que te mantém
Respirando sem sentido algum
E o Sol te faz lembrar a cor
Violetas, Gardênias, ou simplesmente flor

Eu chego a estranhar por que
O vazio das noites só te faz sorrir
Se a flor tem que esperar a luz
Pra poder esconder, fazer a dor sumir


Gritos! Instintos, Limitações

E eu sento e vejo essas pessoas correndo
Eu nem sei de onde vêm
E eu nem sei pra onde vão
Pra que a pressa de pegar esse assento sempre vago? 
Pra que a fúria, a correnteza?
Eu fico assim, divago

Já nem me lembro quanto tempo me resta
Do início até aqui
Já nem me lembro da chegada
Assim me esqueço de partir
Há quanto tempo não pensava
E minha cabeça disse assim:
“Não existe hora marcada
Pense nisso, vai por mim”

Eu enlouqueço se tento calcular
Daqui ao fim
E permaneço no descaso
 De deixar o tempo assim
Ele não merece tanta teima, regulagem, olha aqui:
- È só relógio
Não é o tempo que realmente mora ali
 

Já nem me lembro quanto tempo me resta
Do início até aqui
Já nem me lembro da chegada
Assim me esqueço de partir
Há quanto tempo não pensava
E minha cabeça disse assim:
“Não existe hora marcada
Pense nisso, vai por mim”


A Pressa

A Violéte, que já foi Violet Shade quando fundada em 2008, passou por transformações, perdas e mudanças. Hoje tem Michele (vocal), Bruna (baixo), Caio Silva  (bateria) e Tiago de Paula (guitarra). Com influências principalmente do Rock dos anos 90, a banda tem buscado o seu espaço e mostrado sua cara, com letras que trazem sua percepção sobre os altos e baixos da vida e melodias difíceis de se rotular ou vincular à uma única vertente. Desde sua formação a banda contou com a grande voz de Midi Gomes, que deu essência e imprimiu seu estilo único, mas que infelizmente partiu em 2013, deixando uma saudade infinita. A partir daí, a história continua com sua irmã mais nova (Michlele) nos vocais dando seguimento à esse sonho que não tem fim.
Quatro pessoas, quatro cabeças e uma vontade infinita de expressar suas verdades, suas vontades, seus instintos. Fazendo isso através de música é que caminha a Violéte. Pelas ruas estreitas por onde passa o dia a dia, com suas dores e sabores, derrotas e glórias, saudade e força pra seguir. Onde se cruzam esses quatro amigos. Superando, seguindo, fazendo um som. Rock. Santo André / São Paulo-SP


bandaviolete

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