Eu vejo gente escoltando suas vontades,
inventando as verdades, pra fingir querer lutar
que nesse mundo empregada é criado mudo
para os que tem a vida feita, poder brincar

Olhos na esquina revidando a mesma sina
do farol vermelho que vem pra incomodar
a criança que era pra ser da escola
hoje vive na esmola de quem não quer parar

ahh me diga então porquê?
a infância tem que temer
se a mãe limpa seu casarão,
o pai tá na prisão mas
o filho já vai rever

O direito é ciranda de maluco
que de trás do muro é facil ignorar
que violência é o que acaba com a inocência
o buraco é mais embaixo que o tapete a pisar

Justiça, substantivo feminino que dos
próprios meninos, mãe, não quer cuidar
que falam por ai que mata mas
quem morre nas esquinas não pode falar

Pra Debaixo Do Tapete - Pier Valencise

Goiabada Com Queijo - Pier Valencise

Inda que evite
as brumas tingidas da emoção
cada um semeia teu chão
na íris o rubro do céu,
que véu, pra mostrar
que no fim de tarde não há
ressentimento do sol
pela lua tambem ter o mar
e frio será
a imensidão do amanhã
bordado pela tecelã
da eternidade a vagar

Na pele reside
calor esquecido no colchão
um descaso, contra-mão
em cada escolha um viés
quantos réis, vão pagar
se negas que pode gostar
das migalhas de mim
que rastros fiz pra voltar

Talvez não possa
só o meu corpo aquecer
mas essa história é só nossa
querendo ou não me ter

O Sol, A Lua e o Mar - Pier Valencise

Samba E Amor - Pier Valencise(versão)

Não vá passar de mão em mão
na vida há tanta desilusão
frente ao retrato de todos meus amores
eu sei quais são reais e quais são os atores,
não importa, fazem todos parte de mim

Pra que parar de bombear o coração?
silenciar o que somos então
se entre os meus braços eu tenho a certeza
que vou te proteger da saudade e da tristeza
até que esqueça o que foi chorar

De Mão Em Mão - Pier Valencise

Andei já tantas ruas 
sem encontrar
aa imensidão desse teu olhar
que agora me tira o chão

vem, como alforria
pro meu penar
o meu carnaval fantasiar
descreve a esperança
num gesto de se dar

Pois quem, esse mundo 
quer explorar
a plenos peitos tem que soprar
mirar o horizonte e navegar


Pier Valencise - Alforria Do Penar

E cai a tarde morna
e te pergunto agora
como é que perdoou?
Que a vida vem para 
trazer os teus anceios
e levar o teu amor

No breu da noite escura
o véu da sua loucura
fez-se fantasiar
a sua alma desclumbra
um pensamento pleno
"alforria pro meu penar"

Já é carnaval
pierrot no entorno da mesa
saudando a beleza
de um amor "cartão postal"

Na quarta feira de cinzas
é que se ensinas
que tudo vem e vai
Que os amores vividos
não serão esquecidos
ano que vem tem mais

Já é carnaval
pierrot no entorno da mesa
saudando a beleza
de um amor "cartão postal"

Pier Valencise - Ano Que Vem

Desmerecimento - João Miguel Valencise

Te deixar ir - Pier Valencise

Será que algum dia voce
vai perceber
que estender a mão
é o melhor a se fazer
que o tempo é escravo de toda ilusão
que posso ter num ato de luz a escuridão
motivos não faltam para crer

Eu só quis um dia
seu mundo expandir
trazer tudo a tona
fazer voce sorrir
chorando de tristeza, calando de emoção
que antes que eu me esqueça
a vida não tem não
espaço pra quem quer fingir

Cada um carrega o olhar
que escolhe para si
bondade é relativa
não posso omitir
que as escolhas fazem sim
toda diferença
que ao olhar pra mim
não sei o que voce pensa
por isso devo te deixar ir

Pier Valencise - Te Deixar Ir

Não adianta pensar que é tão simples assim
fantasiar-se de gato pardo no escuro do jardim
o calor na pele exibe o que os olhos não podem ver
e o silêncio povoa o ritmo dos corações a se debater

nada pra falar se não há mais emoção 
nada, pra deixar em pedaços o coração
nada pra dizer que foi em vão
deixar crescer a solidão

e perceber que a vida é só ilusão

Como se fosse fácil prever o indiscutível
o solfejo do cansaço num tom infalível
Sei que agora é besteira
mas é de bestas que se faz o mundo
que acreditam que dia a dia
o olhar pode ir mais fundo

nada pra falar se não há mais emoção 
nada, pra deixar em pedaços o coração
nada pra dizer que foi em vão
deixar crescer a solidão

e perceber que a vida é só ilusão

Nada - Pier Valencise

Em luz, a escuridão

Breu é um projeto musical de Pier Valencise. Buscando a raiz brasileira e a interioridade para cada composição. Tudo é possível se mantivermos os sentidos atentos e as vontades à flor da pele.

breu

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