Letra:

Mar ensinou a respeitar
Tempo, vento, sol, maré
Equilíbrio, hidrodinâmica, ginga, consciência corporal
Paciência, silêncio, pensamento, nada
Túnel, água vertical

Se beira a loucura o concreto capital
Deixa fluir a cura, Iemanjá faz carnaval

05 - Carnaval De Iemanjá

Letra: 

Que nem caramelo grudo, prego com martelo,
Pego, depois te prego em mim
É feito chocolate, pirulito bate-bate
Coração abate, cerebelo quando viu já foi

Mas não vem de vez que é perdido amor
Não vem de vez que é perdido amor

Doce que só mel, mermim algodão doce, manga
Não mangue de mim não!
Peteca, sapeca, pipoca, tenta pular fora, enrola
Gravidade traz, maré trabalha

Mas não vem de vez que é perdido amor
Não vem de vez que é perdido amor

04 - Não Vem De Vez

Letra:

Crava essa adaga como estaca em peito de vampiro,
O último suspiro do velho mundo se expirou
Avante novo front, imperceptível supetão
Embriaguez cerebral, o exército de cegos

Querem te recrutar, querem te alistar, querem sugar sua alma!
Maldito poço fundo e frio
Mais lençóis, mais lençóis!
Tereza está cada dia mais crescida,
Tereza está linda, Tereza vai dar a luz

Aborto racional, 
Estrelas palpáveis, lua, sol
Calor, ar, chão, terra molhada
Lágrimas de Oxum

Crava essa adaga como estaca em peito de vampiro
Dualidade é viver e estar vivo, o que é a justiça?
E quanto as novidades: Um diploma, um atestado de óbito?
Esse Dragão não fui eu quem inventou

Querem te recrutar, querem te alistar, querem sugar sua alma!
Maldito poço fundo e frio
Mais lençóis, mais lençóis!
Tereza está cada dia mais crescida,
Tereza está linda, Tereza vai dar a luz

Aborto racional, 
Estrelas palpáveis, lua, sol
Calor, ar, chão, terra molhada
Lágrimas de Oxum

03 - Aborto Racional

Letra:

Quero dançar o carimbó até as perna se enrolar
Ninguém me arreda do Pará, da Ilha do Marajó

Eu vou nem que seja amarrado ver Pipira do Trombone
Eu vou dançar de rostinho colado ao som de Mestre Verequete
Mainha, não quero mais voltar não
Mainha, que isso aqui tá bom demais

Tome Pato no Tucupi, castanha e buriti
Maniçoba, tacacá, farinha com açaí
Todo dia é bacuri, pupunha, cupuaçu
Pai D'égua é taberebá, chibé e pirarucu

02 - Pato No Tucupi

Letra:

Vida longa as moças que usam saia longa
Passageira as que usam, saia!

Derretedoras de enferrujadas artérias
Que fazem pulsar, que infla e comove,
Move a matéria canal respiratório a dentro
Num processo nada lento de juízo desajuizar

Vida longa as moças que usam saia longa
Passageira as que usam, saia!

Azeita a engrenagem do degelo,
Cura cotovelo, dá água de beber
Trepidação do nervo sensorial
Ferida, estreita a vista, conduz o fluxo
A única pista que dá sentido, sem sentido a contra-mão

Vida longa as moças que usam saia longa
Passageira as que usam, saia!

01 - Saia Longa

Carioca criado em Alagoas, Caê Mancini é compositor e instrumentista autodidata. Depois de ter passado por algumas bandas do cenário alternativo alagoano e carioca, em meados de 2009 o artista começou a desenvolver suas composições próprias, culminando na produção de dois EP’s intitulados de “Lado A” e “Lado B”, lançados em 2014. A música de Caê Mancini estabelece um diálogo de ritmos tipicamente brasileiros com o mundo. Atualmente o lirismo e poética do compositor se baseiam em jogos de palavras que brincam com uma rítmica influenciada pelo Repente e Embolada. Essa combinação estética resulta em um som dançante que personifica o constante movimento de Caê. Embebido nessa concepção o compositor se debruça sobre seu mais novo trabalho, o EP “Folguedo Caldeado”.