É Só Coisa Boa

[Verso]
Coisa boa é um pagode
Pra reunir com os amigos
E de quinta-feira em diante
É só bom dia que é domingo

[Pré-refrão]
Coisa boa é uma bebida
Com alguém que a gente gosta
Um feriado prolongado
Um almoço em casa de vó

[Refrão]
Coisa boa é coisa simples
Que o dinheiro não compra
Acordar e agradecer
Porque tá vivo e tem saúde
Coisa boa é coisa simples
Que o dinheiro não compra
Acordar e agradecer
Porque tá vivo e tem saúde

[Ponte]
Coisa boa é tá com saúde

[Refrão]
Coisa boa é coisa simples
Que o dinheiro não compra
Acordar e agradecer
Porque tá vivo e tem saúde
Coisa boa é coisa simples
Que o dinheiro não compra
Acordar e agradecer
Porque tá vivo e tem saúde

[Verso]
Coisa boa é um pagode
Pra reunir com os amigos
E de quinta-feira em diante
É só bom dia que é domingo


É Só Coisa Boa (Samba & Pagode Vol. 02)

Quarta Guerra

(Verso 01) 
O século 21, um palco sem cortina, Onde o progresso camufla a ruína. Smartphones na mão, conectados ao nada, Enquanto a humanidade jaz desarmada De bom senso, de paz, de qualquer empatia, Substituindo a razão por vã hipocrisia. Fronteiras invisíveis, mas muros a erguer, Um paradoxo moderno, pra quem quiser ver. Mísseis teleguiados, drones a pilotar, Enquanto instintos antigos ainda gritam, sem parar.

(Refrão)
"A Terceira, eu não sei, disseram que não viria," "Mas a Quarta, meus caros, será com pedra e bateria." Ou talvez um clique, um deslize, um "curtir" vazio? Enquanto o mundo queima, num sombrio e mudo frio.

(Verso 2) 
Nações soberanas, de terno e gravata, Assinam seus tratados, mas a bomba sempre se retrata. Paz no papel, mas no campo de batalha, Onde carne e aço se misturam na talha Do lucro, do poder, da geopolítica fria, Ignorando a fome, calando a profecia. Da Síria à Ucrânia, o eco do massacre, Crianças em ruínas, almas que o charco De lágrimas, para os algozes, cega a ambição, Trocando vida por divisão, sem consideração, De terras, de recursos, de "nós" contra "eles", Enquanto a verdade perece lentamente, entre as peles.

(Refrão) 
"A Terceira, eu não sei, disseram que não viria," "Mas a Quarta, meus caros, será com pedra e bateria." Ou talvez um clique, um deslize, um "curtir" vazio? Enquanto o mundo queima, num sombrio e mudo frio.

(Ponte)
E a pedra, afinal, não é um projétil bruto, É a falha da empatia, o silêncio, o luto. É a tela que nos cega, a bolha que nos prende, A informação vazia que nossa mente vende Por migalhas de atenção, por um falso sentido, Enquanto o verdadeiro conflito está sendo urdido No micro, no indivíduo, na mente tão fraturada, Aguardando o colapso, uma chance premeditada.

(Final)
Então qual será a arma? Um tweet, um apelo de algoritmo? O silêncio ensurdecedor que quebra todo o ritmo? O fim não virá com estrondo, fumaça ou pó, Mas com apatia em massa, um último, sufocante nó. Pedras e paus? Talvez apenas o vazio restará. Da alma humana, submersa em fria dor.


Quarta Guerra

My Favorite Beat (Strange Trend)

Os Palhaços Chegaram

(Intro)
Bem-vindos ao circo, o show vai começar,
Os profetas palhaços já estão a maquiar.
Com a Bíblia na mão e o nariz de borracha,
Prepare-se, fiel, que hoje a piada é graxa.

(Verso 1)
"Deus me revelou", diz o palhaço pode crer,
Mas esqueceu de avisar que a farsa vai aparecer.
Prometem milagres, até chuva em deserto,
Mas a previsão do tempo sempre está por perto.
Pulam, gritam, rodam no altar em espiral,
Mas a profecia só atinge o bolso do local.
Palhaçadas santas, risos pagos a crediário,
Enquanto a verdade está no camarim do cenário.

(Refrão)
São os profetas palhaços, senhores da ilusão,
Com truques baratos pra enganar o coração.
"Deus tá falando", mas quem dita é o script,
E no picadeiro da fé, a verdade é um blefe triste.

(Verso 2)
A cada piada, a plateia grita "amém",
Mas quem ri no final é sempre o santo charlatão.
Inventam línguas, mistérios, sinais no céu,
Enquanto o dízimo sobe, feito um carrossel.
"Você vai prosperar", diz o clown do altar,
Mas é o jatinho dele que nunca deixa de voar.
Fazem profecias com data de validade,
E o juízo final é sempre uma oportunidade.

(Ponte)
Cai a lágrima do fiel, mas é tudo ensaiado,
E a maquiagem do palhaço nunca deixa o rastro.
"Deus mandou dizer", mas o ensaio foi ontem,
E o riso do profeta é de quem engana a fonte.

(Refrão)
São os profetas palhaços, senhores da ilusão,
Com truques baratos pra enganar o coração.
"Deus tá falando", mas quem dita é o script,
E no picadeiro da fé, a verdade é um blefe triste.

(Final)
E quando a lona cair, quem vai acreditar?
O palhaço se despede, mas não volta pra salvar.
No circo dos profetas, a piada é o poder,
E o evangelho verdadeiro é o que nunca vão dizer

Os Palhaços Chegaram (O Circo dos Profetas)

O Mercado da Fé

(Intro)
No altar da mentira, o caos é a oração,
Onde santos fabricados vendem a salvação.
Crianças corrompidas, ofertas milionárias,
E o evangelho vira um produto de prateleira ordinária.

(Verso 1)
Sortearam um pix, lotaram o templo,
O Espírito é moeda no mercado do exemplo.
Produtos ungidos, milagres em estoque,
Enquanto o pastor conta o lucro no iPhone no toque.
Viagens pra Israel, selfies no Jordão,
"Batiza-me, Senhor", mas só pra enganar a multidão.
Lavagem de dinheiro escondida em oração,
Enquanto a alma do pobre vira combustível de ambição.

(Refrão)
Bem-vindo ao mercado, a fé é só fachada,
Onde o evangelho se dobra à riqueza acumulada.
Isenção de impostos, investimento na conta,
E a cruz serve apenas pra reforçar a propaganda.

(Verso 2)
Escândalos escondidos em salas sem luz,
Crianças usadas, o silêncio conduz.
"O Senhor mandou falar", mas foi a ganância que falou,
A mesma que transformou o templo no que Cristo derrubou.
Ungem o óleo, vendem o lenço, "abençoado de poder",
Mas a bênção verdadeira é só pra quem pode pagar pra ver.
A casa de oração virou um cassino celestial,
Onde a roleta gira ao som do coral comercial.

(Ponte)
"De graça recebestes", mas o preço é tabelado,
No templo do dinheiro, tudo é negociado.
A lavagem é santa, a corrupção é divina,
E o Jordão é palco pra santidade teatral fingida.

(Refrão)
Bem-vindo ao mercado, a fé é só fachada,
Onde o evangelho se dobra à riqueza acumulada.
Isenção de impostos, investimento na conta,
E a cruz serve apenas pra reforçar a propaganda.

(Final)
E quando o dia chegar, quem vai prestar contas?
Os ricos do altar ou as almas que enfrentam afrontas?
"Não vos conheço", dirá aquele que viu,
Pois o templo virou mercado, mas o Reino nunca se abriu

O Mercado da Fé (O Circo dos Profetas)

Os Mágicos de Deus

(Intro)
Senhoras e senhores, bem-vindos ao show!
Aqui os milagres são roteiros, tudo ensaiado e pronto.
“Receba inteligência!”, gritam do altar,
Mas só se a oferta antes você depositar.

(Verso 1)
Olha o cadeirante, que cena espetacular,
Antes do culto, na fila do banco, ele estava a andar.
Perna cresce, braço também, é a anatomia divina,
Mas no backstage, é só truque de cortina.
Cegos voltam a enxergar, que bênção sem igual,
Mas ontem mesmo assistiram o Xvideos no canal.
Tumores de massinha, manchas que desaparecem,
Mas pra doença real, a medicina é quem merece.

(Refrão)
Milagres de palco, ilusão fabricada,
"Toda magia tem seu preço", e a fé é negociada.
Carros importados, imóveis consagrados,
E a conta de cartão, Deus paga parcelado.

(Verso 2)
Dinheiro aparece na carteira, que truque elegante,
Mas na casa do fiel, falta até arroz no instante.
“Deus limpou meu nome”, que milagre maravilhoso,
Mas foi o Serasa que mandou um acordo vantajoso.
Emagreça com a fé, diga adeus à gordura,
Mas o jejum é que fez efeito na cintura.
Concurso passado, só com um toque sagrado,
Mas foi o cursinho quem garantiu o resultado.

(Ponte)
Eles fazem mágica, ilusões, até hipnose,
Mas dizem que é Deus, numa propaganda grandiosa.
Receba inteligência, que milagre gentil,
Mas só funciona se estudar o mês todo em Abril.

(Refrão)
Milagres de palco, ilusão fabricada,
"Toda magia tem seu preço", e a fé é negociada.
Carros importados, imóveis consagrados,
E a conta de cartão, Deus paga parcelado.

(Final)
E no fim, quem é o verdadeiro mágico da cena?
Aquele que manipula ou o fiel que sempre pena?
No picadeiro da fé, o espetáculo é constante,
Mas o milagre verdadeiro, esse nunca é tão brilhante.

Os Mágicos de Deus (O Circo dos Profetas)

Profetas do Caos

(Intro)
"Deus mandou eu te dizer", é o grito que ecoa,
Mas o que vem depois é só mentira que ressoa.
Estranhos falando em línguas inventadas,
O Espírito se cala enquanto o medo é semeado.

(Verso 1)
No palco da insanidade, o caos é encenado,
Promessas de destruição, um futuro condenado.
"Deus vai pesar a mão", eles dizem sem tremer,
Mas é o medo que os mantém no controle do poder.
Datas de desastres, um relógio que não bate,
Ansiedade cresce, enquanto a verdade se abate.
As doenças da alma viram culpa de um demônio,
E o Evangelho vira espetáculo no monopólio do medo.

(Refrão)
Profetas do pânico, arautos da mentira,
Inventando visões enquanto a fé respira.
"É mistério", dizem, mas é manipulação,
Espalhando o caos em nome da salvação.

(Verso 2)
"Teu problema é espiritual", eles sentenciam,
Enquanto almas perdidas silenciosamente suplicam.
Depressão é demônio, ansiedade é pecado,
Mas o preço da cura é um envelope dobrado.
Deus é amor, mas eles pregam terror,
O Cristo da cruz nunca ensinou esse temor.
Promovem tragédias como se fossem sinais,
Enquanto o Reino de paz fica cada vez mais atrás.

(Ponte)
Linguagens divinas que ninguém entende,
Mas a farsa é clara, a mentira se estende.
"É mistério", dizem, enquanto criam divisão,
Deixando corações cheios de culpa e prisão.

(Refrão)
Profetas do pânico, arautos da mentira,
Inventando visões enquanto a fé respira.
"É mistério", dizem, mas é manipulação,
Espalhando o caos em nome da salvação.

(Final)
E quando o teatro desmoronar, quem ficará?
Os falsos profetas ou aqueles que vão amar?
"Não vos conheço", o Senhor vai dizer,
Pois a paz nunca foi plantada no que escolheram fazer.

Os Profetas do Caos (O Circo dos Profetas)

Os Domadores de Animais

(Intro)
Senhoras e senhores, o grande espetáculo final!
Hoje no picadeiro celestial: os Domadores de Animais!
Leões famintos de glória e poder,
E ovelhas submissas, prontas pra obedecer.

(Verso 1)
Os leões do altar rugem alto, ferozes,
Mas sua fome não é de carne, é de vozes.
Vozes que seguem sem nunca questionar,
Enquanto os cofres do templo começam a lotar.
As ovelhas marcham, com olhos vendados,
Guiadas por chicotes de versículos manipulados.
E o pastor, com sorriso, segura firme a coleira,
Enquanto o rebanho caminha rumo à fogueira.

(Refrão)
São os Domadores de Animais, mestres da ilusão,
Que treinam o rebanho com medo e opressão.
Leões no púlpito, cordeiros na plateia,
E o circo da fé é só mais uma epopeia.

(Verso 2)
"Receba sua cura!", o domador grita ao leão,
Mas no canto, a medicina faz sua operação.
"Você é o próximo José do Egito", eles dizem,
Enquanto investem seu dízimo em paraísos que fingem.
O rebanho aplaude, sem saber que é presa,
No espetáculo da fé, a ganância é a surpresa.
Os lobos sorriem, vestidos de cordeiros,
Mas é o sangue do fiel que pinga nos travesseiros.

(Ponte)
O chicote estala, as jaulas são invisíveis,
A dominação é sutil, mas as marcas são terríveis.
"Deus mandou dominar", eles dizem, sorrindo,
Mas é o lucro que guia os atos, sempre subindo.

(Refrão)
São os Domadores de Animais, mestres da ilusão,
Que treinam o rebanho com medo e opressão.
Leões no púlpito, cordeiros na plateia,
E o circo da fé é só mais uma epopeia.

(Verso 3)
Leões usam ternos, as ovelhas vestem farrapos,
Mas no show gospel, ninguém fala dos fatos.
Deus é o pretexto, o lucro é o desejo,
E o evangelho é moldado ao sabor do ensejo.
As jaulas são douradas, o público é a isca,
E o chicote do medo estala como quem arrisca.
Os Domadores rugem, enquanto a fé se esconde,
E o Reino prometido é só o banco que responde.

(Final)
E quando o espetáculo acabar, quem vai rugir?
Os Domadores ricos ou as ovelhas que vão fugir?
No grande circo da fé, o último ato é revelação:
A verdade é um leão que não se doma com ambição.

Os Domadores de Animais (O Circo dos Profetas)

Marchinha de Carnaval 

Guarapari, Cidade que me Seduz
Se não chove falta água
E se chove falta luz.

De dia o calor é de matar
De tarde vai ter chuva sim Senhor
O vento pode até te refrescar
Mas de noite você corre pra pegar o cobertor.

É Só Coisa Boa (Samba & Pagode Vol. 02)

Caleb Meireles Calil

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