O Quinteto Licuri surgiu no ano de 2011, em Salvador, Bahia, Brasil. Através da reunião de jovens e talentosos músicos baianos (Gabriel Rosário – Bandolim; Felipe Guedes – Baixo e Guitarra; Yves Tanuri – Piano; Ícaro Sá – Percussão e Kainan do Gege - Percussão), em meio ao presente cenário musical de sua amada terra, floresceu o grupo que, através do próprio nome, explica a sua concepção: o Licuri representa, para a sabedoria popular, um importante remédio para a visão. Dessa forma a analogia da planta ao nome do grupo sugere uma profunda reinterpretação da realidade, nesse caso, representada pelo contínuo exercício da audição e ininterrupta renovação musical. 
Dessa forma, a gênese do quinteto Licuri está relacionada à premissa maior de purificação das intenções artísticas, utilizando sem preconceito o vasto conteúdo musical popular fornecido pelas matrizes regionais e locais associado ao refinamento da linguagem por intermédio do cuidado e reinterpretação das principais estruturas rítmicas tradicionalmente difundidas em todo o território nacional. 
Através do continuo estudo e aperfeiçoamento das ténicas composicionais e interpretativas, os seus integrantes se aventuram num universo sem limites, evidenciando um diálogo com as nossas principais manifestações culturais. –A capoeira, o candomblé, o ijexá, o pagode, a chula e o frevo – interagem com diversos conteúdos musicais de todo o mundo, promovendo a universalização das tradições, fato que se torna perceptível através da observação auditiva do conteúdo musical empregado nas composições do grupo, tanto por intermédio das sutis e modernas harmonias, como dos cantáveis e peculiares improvisos melódicos empregados. Tudo isso obviamente conduzido pela natural pluralidade rítmica inerente aos integrantes, elemento musical que pulsa no peito e revebera no crânio de cada um, como metrônomo ancestral de culto à nossa própria ancestralidade.

Ícaro Sá

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