Labutaria

(Bonus track) Dor!

Poesia: Cícero Nepomuceno
Música: Dardo Pinheiro
Ilustração: Heitor Missias
Recito: Luciano Pereira


*Profecia*

Quando cair o momento,
nenhum homem estará isento.
Saberá que não foi em vão, 
os recados do homem são.

Insistirá ao mundo surdo, 
quererá ouvir o velho mudo, 
cairá na estreita vala, 
em pé, convicto do que lhe afaga.

Temerá o coração intérprete, 
o ser não estará entregue.
Afogueado no fim que lhe aguarda.

Morrerá, deitará como homem.
Viverá, esquecerá o dia de ontem.
Ansioso do começo que lhe tarda.

Profecia

Poesia: Cícero Nepomuceno
Música: Dardo Pinheiro
Ilustração: Heitor Missias
Recito: Cícero Nepomuceno


*A Carta à Pero Vaz - Um eterno carnaval*


Vais caminhar em passarelas
Infiltrando-se sobre olhos de lupa
Admirando-se o que é diferente
Grande festa, a melodia de alguma.
 
Natureza esculpida a exemplo
Mulheril com performance precisa,
Coloridas, havia um mistério,
Fantasias e crenças na carne ferida
 
Ao todo elas eram raspadas,
Acima dos olhos um nada
Espelho e lantejoulas no corpo
Dar-se-á nela tudo que me afaga.
 
Não era no alto do morro
Indiozinhos, Trinta a Oca abrigava
Cumprido com redes macias,
Barracão, feito madeira e palha.
 
Do Novo Mundo brotava o som
Anfíbios na percussão ritmada
Precisos na marcação
Que se entoa ao som da manada
 
Penosos soavam os apitos
Bate asas, tornavam-se claras
O coro deveras das tribos
Completava-se ao som das araras
 
No mais autêntico dos trópicos
O Samba era o som do Brasil
Surgiria uma inspiração
O enredo que nunca se viu
 
A essência da arte manuscrita
Concentravam-se palavras em punhos
A doutrina da boa caligrafia
Acompanhada de meros testemunhos

Cinco séculos, anos, meses ou horas.
Composição carnavalesca para quatro dias,
Descrevia-se amena da realidade
Pois adentro a nau, não era o que previas!
                        - Pôr tu, gáudio!!

Carta a Pero Vaz

Vera Cruz

Poesia: Cícero Nepomuceno
Música: Dardo Pinheiro
Ilustração: Heitor Missias
Recito: Cícero Nepomuceno


*Ali dança a cigana*

Essa que assemelha a pureza 
veio do algo, do ogum ou de algum.
Lugar assim não se ouve, não se vê, 
mas há quem crê pra ver.

Essa que ali dança a cigana 
como se fosse, não a foice e sim tão doce,
Faz-me degustar, arrasar o azar,
Beber o veneno ao desalento

Deixa-me na insensatez por vez,
Faz-me amá-la sem questioná-la,
Faz-me querer tê-la, na teia, no poço,
Da aranha que assanha o gozo

Ali danca a cigana

Momento de mulher

Soneto ao maior amor

Lazaro

Estrela

Mao na massa

Paulistano, viu perpassar a sua adolescência com um olhar já diferente de muitos à sua época, pois que, muito cedo compartilhava a inclinação poética com a inquietude urbana de mil fazeres. No violão, passou a dedilhar alguns versos próprios e arriscar composições melódicas. Integrou as Bandas "Livres entre Si" e "Licença Poética" emancipando a sua escrita, na qual rendeu a publicação de um livreto independente chamado "Labutaria - Poesia Sonora".
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Adentrou saraus, apresentou sua arte e se valendo das redes sociais, passou a publicar poemetos e versos avulsos registrando ali seus sentimentos de supetão. Assim surgiram os elementos necessários para contextualizar o livro "Se7e Pecados Tropicais".
Mais que "Se7e", mais que "Pecados", este seu coração “Tropical” ainda há de desbravar outros universos nessa caminhada literária e nos presentear com muito mais!!