Procissão de ipês (Cida Airam e Marta Catunda)

Quando primavera florir nos ipês
Nuvens nos teus olhos
Vão formando procissão
Pra acalentar
Esse viver
Fazendo chuva cair
Foge asa branca
Benze o dia
Do meu bem
Teus olhos sempre a me guiar
Esperam noite chegar
Chuva cai em pétala
De vida na canção

Procissão Dos Ipês

Aparelho de Memoriar (Patricia Polayne)

Foge, quem nem saruê, do mato Não se compra cacho de pitomba Num supermercado, mas, ao lado, É só abrir o vidro do seu carro

Debaixo: tá diabo, dinossauro e a raiz Em cima: a possibilidade vã de ser feliz Mas você não quer voltar? Mas você não quer voltar às origens?

Quem, lá vai, Vai ter que anarriê!

Pra contar o que viu, o que sentiu Do sonho ou o que sobrou do sonho Amarelo, anil, verde, vermelho, espelho: Aparelho de memoriar!

Aparelho De Memoriar

Tunina (Cida Airam)

(Dedicado à todas as benzedeiras brasileiras e em especial à Dona Tunina que me benzia)

Veia rezadeira cura o mal olhado
Casca de romã, murta e capim
Folha miudinha, Goembegaçu
Mãe Tunina china la do sul
Pra curar quem pecou, quem sofreu
Mal de amor, infeliz, azar seu

Pra curar inveja, pra morrer de amor
Mãe Tunina cura o sofredor
Que lançou , que amou, que nasceu
Mal da dor de quem nunca esqueceu

Ela afasta o mal, defende o feitiço
Cura engasgo de gente e de bicho
Cinco Padre nosso, cinco ave Maria
E um Credo por oito ou nove dias
Pra curar pobre, impuro ou castiço
Mulher nova homem velho ou sabido

O tempo lhe envelheceu
Suas orações o mundo esqueceu
Do interior saiu só pra ver o mar

Curas e bençãos o mundo colheu
Filha tunina que Deus recebeu

Fumaça de pau cheiroso, água de flor
Um cantar silencioso, Tunina assim rezou (deixou)

Tunina

Flor das águas (Cida Airam)
Dedicado à minha Mainha: Maria José Barbosa

Vim na enxurrada assim minha mãe dizia
Vim nas águas da lavagem que o vento trazia
Eu vim na proa atrás do vento
Ouvi teu lamento e vim pra te encontrar
Vim das águas caídas do céu encharcada de suor e lágrima
Vim na proa atrás do vento
Ouvi o teu lamento e vim pra te encontrar
Vim das águas caídas do céu encharcada de suor e lágrima

Logo eu ia se tu fosse como a foice atrás do vento
Vim do sereno da água fria
Da tua lágrima que caia fez a enxurrada
E eu vi no vento

Flor Das Águas

Tamanquero quero um par, quero um par, quero um par 
Eu quero um par de tamanco pr'eu calçá 

Mas habitava Adão nesse jardim 
Ai que Jesus pra ele tinha plantado 
Ai mas um dia se viu triste isolado 
Foi se queixar a Jesus dizendo assim: 

A beleza que fizeste para mim 
Ai não me dá prazer nem alegria
Jesus Cristo perguntou o que queria 
Ele disse: Senhor o meu desejo 
Ah é ver outro igual a mim porque não vejo 
Um outro ser que me faça companhia 
Ah é ver outro igual a mim porque não vejo 
Um outro ser que me faça companhia 

Tamanquero quero um par, quero um par, quero um par 
Eu quero um par de tamanco pr'eu calçá

Tamanquero (Coco da Paraíba)

Segundo Cd da cantora e compositora Cida Airam.
Nós é uma pesquisa de canções de Domínio Público do Brasil e de Portugal, misturando elementos rítmicos e melódicos da cultura Afro Brasileira, Indígena e canções da Ilha de Açores.

10 Fandango Caicara Parana- DP

09 Tiras De Samba De Roda- DP

08 Quixabera- DP

07 Sapateia- Tradicional

06 O Bravo- Tadicional

05 Muriquinho- DP

04 Saudade- Tradicional

03 Olhos Negros-  Tradicional

02 Brilhantina/Assentei Praça- DP

01 Jongo Tradicional- DP

Cida Airam, cantora, compositora e produtora musical.
Pesquisa os vários ritmos da música Afro-brasileira e indígena e as influências da música portuguesa na cultura do nosso país.
Lança seu segundo Cd "Nós" em abril de 2019.

Cida Airam

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