04 - Rosa Da Matinha

02 - Mané Bolimm

01 - Coco Estentacao

ROSA DA MATINHA
Totonho

Adeus Rosa da Matinha
Eu não quero mais te ver
Eu fiz uma cara feia
Acho que assustei Voce
Adeus Rosa da Matinha
Nosso amor era crepom
Deu uma chuva da mulesta
Só ficou o gosto bom

Adeus Rosa da Matinha
Singular Singulareza
O Onibus do batalhão
Cruzando com a Realeza
Tsuname deespinho
Reina na Minha coragem
Se eu mergulhar na barragem
Piaba entra no bolso
Ela nada no desgosto
Vou pro Egito a pé
Eu atravesso Sumé
Vou pras bandas de Sertanea
Trago uma Banda Marcial
Do Egito ou da Jordania
Só porque Rosa Não Quer
Adeus Rosa da Matinha
Nosso amor escorregou
Bateu com o quengo na pedra
Não morreu nem endoidou

Adeus Rosa da Matinha
Pra aumentar o carinho
Pra encurtar o caminho
A Praia de picãozinho
Entrando bem devagar
Na Mata do Buraquinho


MANÉ BOLIM
Totonho e Renato Oliveira

Prenderu Mané Bolim  Prenderu Mané Bolim
Prenderu Mané  Bolim,  Prenderu Mané Bolim
Foi a maior covardia
Algemaro com com a rudia e levaram Mané Bolim

Dizem que cercaram ele
Na esquina do Mercado
Que um tal de Zé do Grude
Com um tal de Nego Jairo
Foi Chuva de Telekete
Que fugiu vinte sordado
Mas isso não fica assim
Que aRorre tem maloqueiro
Nem um batalhão fulero
Vai levar Mané Bolim

Mané Bolim era sócio
De um Bingo Clandestino
É pai de quinze menino
É um Viuvo tarado, metido a empresário
Vende Pen Drive e Bode
Numa Banca do Mercado
É sargento reformado
Ele odeia viado
Outro dia um filho dele
Deu um pulo do armário
Metido a bom de Bola
Ainda  aluga os netos
Pros outros pedir esmola
Metido a artista, entregador de marmita
Juiz de futebol, chefe de uma milícia
Pipoqueiro de um shopping
Assessor  parlamentar
Com Tanto serviço desse
Acha tempo pra roubar


CÔCO  OSTENTAÇÃO
Seu Pereira e Totonho

Linda House  Linda House		
Onde Guardo a Land Rover
Pre  Rente fazer uma  self
Dentro do Museu do Louvre
Eu Podia mas não pude
E quem Pode se lascou-se
Me resta tirar o Grude Num Barreiro de Água doce

A terra é puta velha
Que gosta de putaria
Quinem  Russia e Crimeia
Quinem  Siria e Turquia
No mei da Rua da Areia
Meia Má meia Maria
Se tu quiser namoirar
Aperta a gata que ela mia

Linda House Linda House
Linda Flor linda roseira
Eu meto a bola na trave
Mas não penduro a chuteira
Na beira mar eu passeio
Com minha amada rameira
Na feira de Oitizeiro
No Shopping  de Mangabeira

E Tome crescer saudade
Por isso eu vivo saudoso
Linda House Linda House
O mundo anda tão raivoso
Eu me salvei no Pen drive
Mas tem um vírus teimoso
Bagunça minhas idéias e
Me  apaga de novo...



01 - Coco Ostentacao

APRESENTAÇÃO DO DISCO

O sistema de dance do agreste, o hip hop do sertão, a coalizão de Emboladas. Durante toda sua tragediaria, desde a infância, Totonho vem lidando com esses conteúdos, travestidos de mungangas sonoras sincopadas. Horas narrativas infindas, outras vezes denúncias escabrosas de desigualdades sociais. Ele já havia utilizado esses códigos no seu primeiro álbum, Totonho e Os Cabra, em composições como “Fax Pra Cartomante”, “A Rainha” e “Drums & Bass na Feira”. Depois, aprimorados no álbum Sabotador de Satélite, com “Argemira” e “A Era Espacial”. Tudo foi se fundindo para o Live P.A, em sistemas ao vivo de voz e máquina. Era mais que uma alternativa, era uma opção, uma dívida com ele próprio, que entende que a música Nordestina, mesmo antes do Pé de Serra, já nasceu dance music. Dos cocos de terreiro, que ouviu na infância, dos forrós nos sítios, dos poetas que frequentavam o bar da sua mãe na poética cidade de Monteiro, vieram os substratos de uma musicalidade que não é um desafio de repentista, mas códigos sonoros que o desafiam a tirar as coisas do lugar, como ele próprio revela. 

O Encontro com o Produtor Renato Oliveira, já ameaçava que algo surgiria de diferente na pegada dos dois. Foram convidados alguns auxílios luxuosos como Gui Raiz, o paulista Rica Amabis e carioca Ricardo Imperatori para chegarem junto no desafio. Renato Oliveira que  produziu revelações paraibanas que invadiram o cenário Nacional recente via programas de TV, entre eles, Os Gonzagas, Lucy Alves, Dois Africanos e Yego Gomes, se viu diante de uma desafio no mínimo engraçado e trabalhoso. Transformar os cocos de embolada em músicas de um paredão de relíquias, de uma música paraibana nada acanhada. Para esse projeto inovador e ousado, Totonho convidou SEU PEREIRA, ESCURINHO, OS GONZAGAS E ALEX MADUREIRA, para o desafio da OSTENTAÇÃO SONORA e Poética de Totonho e Os Cabra. O Resultado é um disco que faz um registro sonoro que parece mirar em Nação Zumbi, mas querer acertar em Latino, e outras sub relíquias do Funk Carioca. 

O Inicio: Uma série de Cocos de Roda foram deflagrados na cidade de João Pessoa, liderados por Totonho e Seu Pereira. Parecia de fato ostentação porque os eventos marcados no Bar do Contorno, Lagoa, Praça da Paz, movimentaram a cena, provocando as estruturas de difusão da música produzida na Paraíba. Eram jovens querendo dançar coco, praticar a cultura da umbigada, cujo umbigo fugia ao narciso e ligava códigos de danças e necessidade das pessoas tomarem conhecimento que o Coco é uma manifestação profundamente desenvolvida na Paraíba, e que teve expoentes importantes como Cachimbinho e Geraldo Mousinho, e Mestre Jackson do Pandeiro. Afora terreiros de sambadas como os de Monteiro com sua Mazurca e Gurugi, em profunda efervescência até o presente momento. Seu Pereira e Totonho acabaram compondo juntos e organizando outras umbigadas chegando até Cabedelo, outro lugar não desprezível da realidade cultural da musica e dança que tentavam exaltar. O Resultado é esse, a Ostentação da Liberdade de praticar seus próprios códigos culturais, e a partir dele, Totonho afirma com a convicção de sabe do que está falando “Tradição é o que segue, não é o que fica trancafiado em normas retrogradas de registros filmados ou fonográficos. Só se preserva a tradição se outras gerações aceitam, participam e interagem, por isso ela deve ser adequada aos olhares do seu tempo”.


Coco Ostentação - Totonho

Popular tracks