“Quem é?...”
“Sou eu, o Silvino!
Era uma voz miada, fininha, um sussurro que encheu a sala, um grito segredado.
Os outros respiraram, num primeiro alívio, mas ainda na retranca: bom, era o Silvino, vá lá, mas vinha tarde e trazia fogo no rabo. Em passos de sombra, silencioso e profissional, Renato chegou à porta, abriu-a numa brusquidão sem aviso, e o solicitante, encostado por fora, derramou-se ao comprido no soalho de cera da sala de jantar.
“Onde estiveste? Que andaste a fazer?”
O grupo fitava-o numa mudez inimiga. “Peço desculpa de chegar tarde requereu, mas sabia que as coisas não ficavam assim, iam chateá-lo, armar-se em tribunal, ele a gramar o interrogatório e as fúrias…

Mário Zambujal - Excerto da Crónica dos Bons Malandros - Lido por Joana L. - 12º ano - 2020/21

Zapomnij

Za­po­mnij o cier­pie­niach,
Któ­re sam za­da­łeś.
Za­po­mnij o cier­pie­niach,
Któ­re to­bie za­da­no.
Wody pły­ną i pły­ną,
Wio­sny bły­sną i giną,
Idziesz zie­mią le­d­wie pa­mię­ta­ną.

Cza­sem sły­szysz da­le­ko pio­sen­kę.
Co to zna­czy, py­tasz, kto tam śpie­wa?
Dzie­cin­ne słoń­ce wscho­dzi,
Wnuk i pra­wnuk się ro­dzi.
Te­raz cie­bie pro­wa­dzą za rękę.

Na­zwy rzek to­bie jesz­cze zo­sta­ły.
Jak­że dłu­go umie­ją trwać rze­ki!
Pola two­je, ugor­ne,
Wie­że miast, nie­po­dob­ne.
Ty na pro­gu sto­isz, za­nie­mia­ły.

Audio by Weronica l. and Kinga K.

Zapomnij  - Czeslaw Milosz

Nic dwa razy się nie zda­rza
i nie zda­rzy. Z tej przy­czy­ny
zro­dzi­li­śmy się bez wpra­wy
i po­mrze­my bez ru­ty­ny.

Choć­by­śmy ucznia­mi byli
naj­tęp­szy­mi w szko­le świa­ta,
nie bę­dzie­my re­pe­to­wać
żad­nej zimy ani lata.

Żaden dzień się nie po­wtó­rzy,
nie ma dwóch po­dob­nych nocy,
dwóch tych sa­mych po­ca­łun­ków,
dwóch jed­na­kich spoj­rzeń w oczy.

Audio by Weronica l. and Kinga K.

Nic Dwa Razy - Wislawa Szymborska

Ó bicho harmonioso
caído 
das estrelas 
Ó emoção
cheia
de cálculo
e loucura
Ó cântaro
de luz
derramado
no meu corpo
ardente
Cresço
diante de ti
desfaço-me
dentro de ti
Amo-te
agora e sempre 

Audio by weronica l. and Kinga K.

Poema 41 - Casimiro De Brito

Silêncios. Abraços. E momentos...

 Existem silêncios que falam
 e olhares que nos tocam. 
Existem carícias que saram as feridas
 e abraços que nos protegem do mundo.

 Existem silêncios cheios de vida
 e olhares que nos despertam por dentro.
 Existem carícias que nos fazem renascer 
e abraços que nos agasalham e fortalecem.

 E existem momentos que nos apaziguam o corpo e a alma.

Mário Zambujal - Excerto da Crónica dos Bons Malandros - Lido por Joana L. - 12º ano - 2020/21

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