TEMPO DE VOAR
Crof e Augusto Manso

Sabe aquele calor
Que dá vontade de pular
Que faz tremer o chão
É sonhar

Não espera o sol se pôr
A vida não demora, é hora de tentar
Solte o cinto
Vamos decolar

Tá na mão, agora
Acende o fogo desse balão
É tempo de voar e viver

Espalha o amor
Em uma bricandeira
Faz essa cor amanhacer.

Sonhar é um dom
É subir uma ladeira
Nunca é em vão

Se um dia se for
Será mais um passo pra tás
Qualquer dia então
É dia

Tá na mão, agora
Vale ouvir a emoção
É tempo de voar e viver

Aquele sabor
De comida caseira
Saudade que bate da mesa cheia.

Abaixa o som
Escuta a lareira
Deixa queimar

Se é pra brigar
Vou jogar capoeira
Dançar nessa festa até chover.

Vamos deixar 
pegadas na areia
Ao correr pro mar


Tempo de voar

Longa noite

Estou bem, só

PASTO
Crof

Diziam que eu não fazia nada
Mas não sabiam que eu nunca fui assim
Inquieto, com açúcar e afeto
Não me atire nem com bala de festim 
Sou o excesso, clamo vetos, apesar que cresci sem ler o pasquim

Diziam que não ia dar em nada
Mas o bando de impotentes plantou um jardim
Um grande pasto, se flore com atos, 
Eu te abraço com um vestido de cetim
Do seu gado, um recado, atrasado, ninguém vai conseguir dormir 

Eu saí pra rua
Gritei contra tudo
Não sabia por onde começar
Eu saio pra rua
Grito contra tudo
Eu sei por onde começar

Um lugar que não se cansa, será sempre uma criança, que recebe de herança: muita festa e matança 
No suor e na luta, do dia a dia da labuta, milhões de lágrimas, é a seca, é a chuva
Nessa terra sem limites,  de um país que eu não sou, eu não como suas raízes, que se foda minha minha cor 
A polícia, o traficante, o favelado, o estudante são espelhos, é a briga do povo contra o povo
Uma viola pra cantar essa poeira do colchão: ordem e progresso, caos e corrupção 
Meu anjo Gabriel, ninguém aguenta mais porrada? “Meu filho, não adianta olhar pro céu, e ficar sem fazer nada”
Eu cheiro uma coca-cola,  pela cura da opção, pela barriga da Gisele, um arrastão , um caixão, chorão
A gente sai em bloco e o nosso não tem um nome, já saiu como Francisco, Sergio e das flores surgiu um homem.
Um dia foi Caju, Raul, no outro foi Rousseau, uma leoa era Leão, não se esquece o que passou
Não se esquece o que virá, nessa rua tão fecunda,não conheço sua hitória, mas sua bunda é minha bunda,  
A gente sai em bloco e o nosso não tem um nome, hoje sai Luis Guilherme, Bruno, Leandra, é tanta fome!
É tanto nome, é tanta ong, eu não posso mais julgar, João Luiz, Carol,  Fernanda, outro Sergio, Thaila. 
É o sol do outono, no calor de quase julho, como nossos pais, barulho, bagulho, orgulho 
Essa é a minha cara a tapa, sem a máscara da vingança, agora eu fiquei doce, é no Face, é no foice.
A roda viva girou, o mundo mudou para sim, pra não, para o fim,  para o chão, roda pião
Quando o cansaço bate, uma lança é a mudança, era um era dois era milhões, cantemos nessa Andança

Pasto

Muito Prazer

Pro que der e vier 
(Julinho Terra, Crof e Augusto Manso)

Quero estar nesta vida
pro que der e vier.
Quero estar neste palco
de coração em pé.

É a luz, é o vermelho, foi dada a largada
A bolsa explodiu nasci uma granada
Eu vivo aqui  pra desfazer o desamor
Ser der uma brecha eu planto o bom humor
Rock e Criolo hoje eu vou cazuzar
Chorar de rir é melhor que gozar
Brincar com o tempo que nem fez Dalí
Passar a viver, deixar de existir
Passar a viver, deixar de existir
Passar a viver, deixar de existir

Quero estar nesta vida
pro que der e vier.
Quero estar neste palco
de coração em pé.

A minha história qualquer história
Começa sempre no meio de outra história
O tempo é mesmo um deus poderoso
Tem dias que eu não penso mais em você
Maurice Bejar, Pierre Futer
Eu acho que fiz meu terapeuta enlouquecer
Paixão pela estrada é minha tara
Dizer eu te amo na hora do orgasmo

Quero estar nesta vida
pro que der e vier.
Quero estar neste palco
de coração em pé.

Promessas são feitas num quadro de giz
Prefere ir pra Paris a conhecer seu país
Mania de raízes, lugar que eu não sou
Poucos têm sede, têm fome o povo
Oito ou oitenta a flor do outono
Ao ler sobre doença eu já sinto sintomas
Poema sujo  Poesia Marginal
O sucesso é ser o primeiro do plural
O sucesso é fazer no primeiro do plural
O sucesso é sentir no primeiro do plural

Sou um viciado em viver na busca de momentos infinitos
Os esfomeados pela vida são assim...se alimentam quando dizem sim
Sim ao incerto que surge de fora
Sim ao sentido que surge de dentro

O tempo até pode passar despercebido
Nós que não podemos passar despercebidos pelo tempo
Devemos tatuar o mundo!

Um abraço apertado em Jardim Gramacho
Um brinde empolgado no Copacabana Palace
Coragem é o que faz bagagem
Coragem!
A idade é uma bobagem pra quem gosta de sonhar

Um movimento constante pelo espaço
Cometa
Erros, acertos e abraços
Cometa
Aquele que é visto, aquele que impacta
Não tenho vocação para andar em trilhos
O desconhecido me atrai porque não tenho medo do que imagino
Inevitavelmente,
Eu vivo de arrepios


Criadores de Acaso

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