Eu vejo e tu significantas, um retrato (a Sylvia Wynter), é um retratotexto do processo de tradução de “Novel and History, Plot and Plantation” da escritora, dramaturga e filósofa jamaicana Sylvia Wynter (publicado na Savacou, no. 5. Junho 1971; pp. 95–102). Esse retrato captura um momento da leituraconversatraduçãoescuta entre as interlocutoras convocadas para participar dessa gira de cozinha, a saber: Sylvia Wynter, Lucy Lippard - que empresta o formato do texto de seu romance experimental I See You Mean, de 1979 -, Abdias do Nascimento, Paul B. Preciado, Elizabeth DeLoughrey, Lívia Aquino, Silviano Santiago e Daniela Castro.

Eu Vejo Tu Significantas, Um Retrato

e não é que na língua portuguesa, quando interrompemos a dominância do gênero masculino e rasuramos a hegemonia patriarcal na encruzilhada, não é que dá eus?
 Fala em voz alta, bem com o L no céu da boca, como se fosse imitar o sotaque do português europeu: 
elxs: dá um monte de eus.
Quando explode o horizonte patriarcal do “I” sempre maiúsculo, sempre másculo, sempre autor da sua própria auto-importância, mantenedor da engrenagem do holocausto colonial, esse I centro de gravidade do masculino default colapsa em um monte de presenças. eus que não estão preocupadxs por quais orifícios sentimos e proporcionamos prazer. eus penetráveis. Uma coletividade de comigos, de tamojuntx radical; coletividade de presenças. Tipo quando o Neo dá uma voadora de xana no Mr. Anderson, olimpicamente mergulhando naquele código matriz, reescrevendo o código, traduzindo-o e transmutando tudo naquela penetração total. Séxêêê! Mas essa analogia é ainda a do herói do self important I (“Neo”, sério?). Infeliz da nação que precisa inventar heróis para sobreviver. Infeliz e tóxica. Acende história e barbárie. Que desperdício de courovinil colado naquelas coxas e bundas narcisistas e deliciosas. O nosso elxs alinha mais com o lobisomem abstinente com sede de vampiro do Roque Santeiro; ou com Bandido da Luz Vermelha que bebe tinta preta; ou com o Orlando da Wolf; ou ainda Riobaldo, só podendo segurar aquela onda de ser o primeiro romance gay do Brasil porque o mesmo Brasil gerou as Dzi Croquettes. Até choro. É com esse penetrável de purpurina das Dzi que a gente tem que se abraçar pra perdurar em tempos de genocídio e desmanche sulfúrico. Ninguém solta a mão de ninguém.

Elxs

Texto/letra DWW (Daniela Castro)
performado  por Thigresa Almeida, artista da performance especialmente convidade 
 e DWW (Daniela Castro, Laura Lima, Ricardo Castro) + Orfeu Vorhess Lima
Músico convidado Renato Valério
 Gravação doméstica
Produção musical/edição: Silvia Hayashi

Rabo de Cavala

Acho que nunca mais vivo em apto et. al. é a bibliografia
da dissertaçãobra "grifos e sussurros: por uma escrita sublinhar e fugitiva", de Daniela Castro, performada por Deleuze Was Wrong e musicada pelo artista Bruno Qual, que entendeu tudo, com sua presença elegante, bonita e contundente no mundo. É um poema gratidão àquelas que trouxeram conforto para perturbações e perturbaram as zonas de conforto ao longo da pesquisa. Conforme a noite adentrava, a música foi ficando mais forte e hipnotizadora e fomos todes pra pista, amadrinhada pela Sophie Xeon. Porque sim.

Acho Que Nunca Mais Vivo Em Apto et. al.

Cheiro de pum  Cheiro de pum do Filé do Morais Cheiro de pum de prosecco da FIESP nos anos doismil Cheiro de pum do prosecco do Itaú dos anos doismil Cheiro de pum do prosecco do MAM dos anos doismil Cheiro de pum de castanha  Cheiro de pum de alho Cheiro de pum de escrever um conto  Cheiro de pum de escrever um conto  latinoamericano Cheiro de pum do Filé do Morais franchise  Cheiro de pum do Filé do Morais Alameda Santos Cheiro de pum do filé Camões  Cheiro de pum do file à Cubana  Cheiro de pum de filá à Milenasa Cheiro de pum do repolho do Sujinho Cheiro de pum das castanhas da Luisa Strina Cheiro de pum da cocaína da Vermelho Cheiro de pum da feijoada da Ocupação Cheiro de pum do amor Cheiro de pum do peido  Cheiro de pum de gozo  Cheiro de pum de gás  Cheiro de pum de sexo gozozo Gases de cheiro de pum de sexo Cheiro de pum de vôo transcontinental Cheiro de pum transcontinental da classe econômica Cheiro de pum transcontinental de businness class Cheiro de pum transcontinental first class Cheiro de pum no class Cheiro de pum classless   Cheiro de pum da feijoada do gato que ri  Cheiro de pum portunhol Cheiro de pum Rio Branco Cheiro de pum de fila de imigrantes  Cheiro de pum de fila na Imigrantes Cheiro de pum do Bilhete Único  Cheiro de pum de eurocitizens Cheiro de pum tijuana Cheiro de pum Acre  Cheiro de pum de Canadian citizens Cheiro de pum de non-citizens globales  Cheiro de pum Bom Retiro	 Cheiro de pum de acelga fermentada Cheiro de pum de soja fermentada Cheiro de pum de agrobusinness  Cheiro de pum de pimenta do reino Cheiro de pum de pimenta de cheiro  Cheiro de pum de cheiro de humanidade alegre Cheiro de pum de humanidade alegre Cheiro de pum Oficina  Cheiro de cu  Cheiro de pum de teatro sem beber gelado Cheiro de pum de gesto pélvico púbico Cheiro de pum público  Cheiro de pum rábico  Cheiro de pum alfabético  Cheiro de pum cedilha Cheiro de pum do rabo Cheiro de pum do rabo de cavala

Cheiro de pum pra ouvir - Deleuze Was Wrong (DWW)

textosublinhadotextoíntimo

Jeimesjoiça

DWW - Deleuze Was Wrong 
Daniela Castro (performance)
Laura Lima (performance)
Ricardo Castro (performance)
LCD SoundSystem (invited performance)
Music Production and Film Editing Silvia Hayashi
2020

DWW NY LEBLON CAMPECHE SP

CACHAÇA MECÂNICA
Deleuze Was Wrong 

Texto/letra DWW (Daniela Castro)
performado por DWW (Daniela Castro, Laura Lima, Ricardo Castro)
Gravação: Estúdio 12 DÓLARES
Produção técnica/edição: Silvia Hayashi

danielacastro

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