depois de ouvir dezenas de versões, essa realmente foi uma pancada deliciosa! Perfeito! Salve Dandara e Paulo 

A SABER O SABOR
(Paulo Monarco + Álisson Menezes)

A verdade é nua e crua ou revestida como a lima?
Temperada com limão ou encoberta por batina?
Ela habita nos escombros ou cavalga a luz do dia?
Ta na ânsia do clemente, no arcano ou na afasia?
Ela ecoa no silêncio ou se cala por capricho?
Evidente para os mudos ou comparsa do cilício?
Ela é a rosa-dos-ventos ou a rosa de Saron?
Bússola que orienta ou legado de Mamon?

É a benção do sumo patífice, a servidão de Abraão?
A íris dos olhos de Ísis, o engodo o panteão?
É a fruta proibida ou constata desatinos?
É o eclipse de Vênus o cílio de Constantino?
Cabeluda e imberbe ou pletora por sangria?
Ta no toque do grão-mestre, na ceia ou na androginia?
Ela é a pedra de Pedro de Maria Madalena?
É a luz que cegou Saulo ou é clara e amena?

Você toma Coca-Cola sem saber o conteúdo
E bebe as palavras como a ingerir morfina.
Faz da vida um imenso cálice,
Sem notar que a verdade é apenas fé, menina!
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A SABER O SABOR
(Paulo Monarco e Álisson Menezes)
Voz, violão, guitarras, samplers: Paulo Monarco
Baixo: Samuel Smith
Bateria, guitarras: Alexandre Facchini
Vozes sampleadas: Paulo Freire e Viviane Mosé

Mixagem, masterização: Tchucka Jr.

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A saber o sabor

HELENA DE ESPARTA
(Paulo Monarco + Dimas Deptulski)

Helena de Esparta
Uma carta de amor, mulher labirinto;
Acorda e desperta o homem que sonhou.
Veneno absinto enreda na teia
Qual ponta de seta me fere
Não sinto o veneno na veia
Correr feito rio que se entrega pro mar.

Dispersa teu cheiro
Viaja no tempo, espalha ao relento
Cabelos de lua voando no vento
Em todo lugar.
Me tira essa ilha, aqui as noites são frias
E as ondas me trazem notícias da minha poesia:
Dissolve nas águas vermelhas do mar.

Me leva pra longe, mulher feiticeira
Me alente a dormir e me faça sonhar
Do jeito que um rio se deita nas pedras
Se aninha e amanhece dormindo com o mar.

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HELENA DE ESPARTA
(Paulo Monarco e Dimas Deptulski)
Voz, violão, guitarras, samplers:  Paulo Monarco
Bateria, baixo, guitarras, samplers: Alexandre Facchini

Mixagem, masterização: Tchucka Jr.

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Helena de Esparta

JUSTIFICAÇÃO
(Paulo Monarco + Zeca Barreto)

Vejo lá na XV de Novembro encruzilhar
Uma menina, suas tralhas, seus demônios;
Feito quilha afiada a rasgar, a cocaína lhe vaza da coriza,
E o sangue que dá lhe molda a boca,
A fala é muito rouca, por isso ela ensaia,
Suas mãos, mendigando em balbuciar;
Sem saber, quando esbugalhava seus olhos,
Dava pra ver no globo das trevas crepitar,
As gretas e mazelas, espíritos e velas,
A força que arrebata um novo feto dela.
Se cobre de penúria, descobre em cada fúria um jeito de chorar;
Sequer não há uma gota de vida esse lúgubre olhar.
Nessa encruzilhada a madrugada amaldiçoou,
Sopram ventanias, e os espectros do velho Exu protetor resolve encarnar.
A menina se alucina retorcendo as retinas para trás;
Cada anomalia emergente era a dor que haveria de ser;
E, certamente, o mesmo tom de voz já começa a mudar;
Fica mais grave, por que o ocultismo das próprias palavras,
Enganavam os ouvidos aqui do meu entender.
Já completamente encarnado, dava pra ver de novo, no globo se entrevar;
Olhava-me de quina no corpo da menina; e já pronunciado, ele se comunica;
Me diz que sou culpado, que nada justifica eu querer ajudar,
E que mereço ver a menina no estado que está.
Disse que a miséria é consequência de governar,
Minha ignorância e o desdém que dou para se politicar,
E ver a importância do mal que isso atrela;
É como beber sangue do sacrifício dela.
Que mesmo a catacumba aberta pra quizumba sabe me vigiar,
E voltará no próximo voto que eu justificar.

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JUSTIFICAÇÃO
(Paulo Monarco e Zeca Barreto)
Voz, violão, guitarras, samplers: Paulo Monarco
Baixo: Samuel Smith
Bateria, guitarras, samplers, vocais: Alexandre Facchini

Mixagem, masterização: Tchucka Jr.

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Justificação

MEDO
(Paulo Monarco + Anthony Brito)

Uma gota de luz numa vela
Uma chama aqui dentro de mim
Fogo ardente sem nem movimento
Um tormento, uma agonia;
Um fogo de palha que espalha e incendeia; e logo se apaga
Se perde no escuro de um mar dentro de um conta-gotas sem fim.

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MEDO
(Paulo Monarco e Anthony Brito)
Voz, violão, samplers:  Paulo Monarco

Mixagem, masterização: Tchucka Jr.

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Medo

TROVOA
(Mauricio Pereira)

Minha cabeça trovoa
sob meu peito te trovo
e me ajoelho
destino canções pros teus olhos vermelhos
flores vermelhas, vênus, bônus
tudo o que me for possível
ou menos
(mais ou menos)
me entrego, ofereço
reverencio a tua beleza
física também
mas não só
não só

graças a Deus você existe
acho que eu teria um troço
se você dissesse que não tem negócio
te ergo com as mãos
sorrio mal
mal sorrio
meus olhos fechados te acossam
fora de órbita
descabelada
diva
súbita…
súbita…

seja meiga, seja objetiva
seja faca na manteiga
pressinto como você chega
ligeira
vasculhando a minha tralha
bagunçando a minha cabeça
metralhando na quinquilharia
que carrego comigo
(clipes, grampos, tônicos):
toda a dureza incrível do meu coração
feita em pedaços…

minha cabeça trovoa
sob teu peito eu encontro
a calmaria e o silêncio
no portão da tua casa no bairro
famílias assistem tevê
(eu não)
às 8 da noite
eu fumo um marlboro na rua como todo mundo e como você
eu sei
quer dizer
eu acho que sei…
eu acho que sei…

vou sossegado e assobio
e é porque eu confio
em teu carinho
mesmo que ele venha num tapa
e caminho a pé pelas ruas da Lapa
(logo cedo, vapor… acredita?)
a fuligem me ofusca
a friagem me cutuca
nascer do sol visto da Vila Ipojuca
o aço fino da navalha me faz a barba
o aço frio do metrô
o halo fino da tua presença

sozinha na padoca em Santa Cecília
no meio da tarde
soluça, quer dizer, relembra
batucando com as unhas coloridas
na borda de um copo de cerveja
resmunga quando vê
que ganha chicletes de troco

lebrando que um dia eu falei
"sabe, você tá tão chique
meio freak, anos 70
fique
fica comigo
se você for embora eu vou virar mendigo
eu não sirvo pra nada
não vou ser teu amigo
fique
fica comigo…"

minha cabeça trovoa
sob teu manto me entrego
ao desafio de te dar um beijo
entender o teu desejo
me atirar pros teus peitos
meu amor é imenso
maior do que penso
é denso
espessa nuvem de incenso de perfume intenso
e o simples ato de cheirar-te
me cheira a arte
me leva a Marte
a qualquer parte
a parte que ativa a química
química…

ignora a mímica
e a educação física
só se abastece de mágica
explode uma garrafa térmica
por sobre as mesas de fórmica
de um salão de cerâmica
onde soem os cânticos
convicção monogâmica
deslocamento atômico
para um instante único
em que o poema mais lírico
se mostre a coisa mais lógica

e se abraçar com força descomunal
até que os braços queiram arrebentar
toda a defesa que hoje possa existir
e por acaso queira nos afastar
esse momento tão pequeno e gentil
e a beleza que ele pode abrigar
querida nunca mais se deixe esquecer
onde nasce e mora todo o amor

Paulo Monarco - voz e violão
Dandara - voz

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Trovoa

Paulo Monarco e Dandara + Participação Especial de Suely Mesquita
Dois Tempos de Um Lugar Ao Vivo na Paulicéia Carioca


"PRA ACORDAR"
(Paulo Monarco + Suely Mesquita)

Equilibrar a fome a sede a expectativa 
Na linha fina que se tem para pisar 
Sorrir sem medo com a alma em carne viva 
Alarga o peito pra poder acomodar 
Um coração que cresce além da sua medida 
E ameaça não caber onde ele está 
Mas a coragem não pergunta nada a vida 
E todo dia abre os olhos pra acordar
_____________________________________________________

Mostra Paulicéia Carioca
Teatro Municipal Café Pequeno - Rio de Janeiro-RJ
Quarta-feira, 04 de Setembro de 2013

Paulo Monarco: voz e violão
Dandara: voz
Suely Mesquita: voz

Direção: Vinicius Calderoni
Figurino e Cenografia: Caroline Ricca Lee
Som: Alex Miranda
Luz: Genilson Barbosa
Produção: Daniel Lima (Lima³ Autonomia Criativa)

____________________________________________________

DOIS TEMPOS DE UM LUGAR

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SUELY MESQUITA

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PAULICÉIA CARIOCA

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Pra Acordar - Paulo Monarco e Dandara (Part. Suely Mesquita)

Paulo Monarco e Dandara + Participação Especial de Suely Mesquita
Dois Tempos de Um Lugar Ao Vivo na Paulicéia Carioca


"ESCUTA" 
(Paulo Monarco + Tulio Borges)

Escuta escuta a história que vou te contar
que vou te lamber o aparelho auditivo
que vou te chupar a intimidade do ouvido

Escuta escuta o som vou encostar a boca
e vou soprar teu conduto auditivo
e vou te enfiar o dedo e te coçar por dentro

Escuta Escuta o som vou encostar a boca
e vou meter no conduto auditivo
vou te enfiar o dedo te encharcar de ideias
e te coçar tudo por dentro
_______________________________________________________

"INTERESSE"
(Suely Mesquita + Pedro Luis)

Acende uma vela pra Deus
outra pro diabo
agradeço,
você não se interessa mais por mim
posso passear no bosque
seu lobo não vem mais atrás
agradeço, 
você não se interessa mais por mim

me solta, me deixa, me larga,
tenho mais o que fazer.
não posso ficar nessa de esperar,
nem posso ficar nessa de querer.
o gato acha o rato muito interessante
a cobra acha o sapo muito interessante
agradeço, 
você não se interessa mais por mim

sai de cima, deixa disso de promessa
não me prende aqui
que eu tô com pressa
_____________________________________________________

Mostra Paulicéia Carioca
Teatro Municipal Café Pequeno - Rio de Janeiro-RJ
Quarta-feira, 04 de Setembro de 2013

Paulo Monarco: voz e violão
Dandara: voz
Suely Mesquita: voz

Direção: Vinicius Calderoni
Figurino e Cenografia: Caroline Ricca Lee
Som: Alex Miranda
Luz: Genilson Barbosa
Produção: Daniel Lima (Lima³ Autonomia Criativa)

____________________________________________________

DOIS TEMPOS DE UM LUGAR

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SUELY MESQUITA

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PAULICÉIA CARIOCA

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Escuta + Interesse - Paulo Monarco e Dandara (Part. Suely Mesquita)

Paulo Monarco e Dandara + Participação Especial de João Cavalcanti
Dois Tempos de Um Lugar Ao Vivo na Paulicéia Carioca

"DEMÔNIOS"
(João Cavalcanti + Marcelo Caldi)
 
 
Não me reprima
Eu mesmo mato os meus demônios
Saia de cima
Eu não aguento
Esse rebento natimorto
Esse samba torto é só meu
Em um aborto minh’alma concebeu
 
Cada minuto
Me envelhece outra semana
Não sou um fruto proibido
Mas fui ferido na cabeça
Antes que eu me esqueça
Saia daqui
Desapareça com seu dom de existir
 
Cego sem rumo
Consigo ver
Que o prumo muda de lugar
Tenho a fé de nunca crer
Pra teu amor exorcizar
Quero distância de ti
Há dez mil léguas daqui
Grito assim
Num sussurro pra você ouvir.

_____________________________________________________

Mostra Paulicéia Carioca
Teatro Municipal Café Pequeno - Rio de Janeiro-RJ
Quarta-feira, 04 de Setembro de 2013

Paulo Monarco: voz e violão
Dandara: voz
João Cavalcanti: voz

Direção: Vinicius Calderoni
Figurino e Cenografia: Caroline Ricca Lee
Som: Alex Miranda
Luz: Genilson Barbosa
Produção: Daniel Lima (Lima³ Autonomia Criativa)

____________________________________________________

DOIS TEMPOS DE UM LUGAR

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JOÃO CAVALCANTI

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PAULICÉIA CARIOCA

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Demônios - Paulo Monarco e Dandara (Part. João Cavalcanti)

Paulo Monarco e Dandara + Participação Especial de João Cavalcanti
Dois Tempos de Um Lugar Ao Vivo na Paulicéia Carioca

"TEM DÓ"
(Paulo Monarco + Zeca Baleiro)

Guardei colar de contas e conto mais
Te dei o mar de ouro dos orixás
Oraieiê ô!
O céu se abriu como mata em flor
Floresceu além do céu de estrelas sós
Que davam dó.
 
Dourei com o mesmo ouro de ogum meu rei
O seu dorso de garça asas em zás
Orar eu orei
Como quem rezasse ao deus-dará
Dei de assoviar canções de amor em dó
Em dó maior.
 
E agora, pra onde é que eu vou?
Ora! Levar a minha dor!
 
Tem dó, tem dó
Meu coração diz não vá, não vá!
Fui feliz ou me fiz, sei lá
Pra não ver a dor que me dá
Tem dó, tem dó
 
Roubei
Água dos ricos manás e manacás
Flores azuis que eu arranquei
Só pra te dar.
_____________________________________________________

Mostra Paulicéia Carioca
Teatro Municipal Café Pequeno - Rio de Janeiro-RJ
Quarta-feira, 04 de Setembro de 2013

Paulo Monarco: voz e violão
Dandara: voz
João Cavalcanti: voz

Direção: Vinicius Calderoni
Figurino e Cenografia: Caroline Ricca Lee
Som: Alex Miranda
Luz: Genilson Barbosa
Produção: Daniel Lima (Lima³ Autonomia Criativa)

____________________________________________________

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PAULICÉIA CARIOCA

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Tem Dó - Paulo Monarco e Dandara (Part. João Cavalcanti)

Canção de Bruno Batista.
Voz: Dandara
Violão: Bruno Batista
Gravada em janeiro de 2014 em São Luís do Maranhão.

Rosa Dos Ventos

Juntos, Dandara e Paulo Monarco dão e tornam-se uma só voz intérprete das doze canções do álbum produzido por Tó Brandileone e Swami Jr. Ela, cantora e performer. Ele, cantor e compositor, assina nove das doze composições do CD, em parcerias com os consagrados, Suely Mesquita (Pra Acordar), Celso Viáfora (Venha – autor de Dois Tempos de Um Lugar, canção que da nome ao álbum) e Zeca Baleiro (Tem Dó). Bem como, em parceria com artistas da atual cena musical do pais, como: Álisson Menezes (Contenteza); Bruno Batista (Madrigal – esta, também em parceria com Dandara); Tulio Borges (Escuta e Toca Aí); Kleuber Garcêz (Ame); Marcelo Segreto (Uni Duni Tê); Sandro Dornelles (Lá Do Outro Lado). Sendo Trovoa, de Mauricio Pereira.

Dois tempos de um lugar

Juntos, Dandara e Paulo Monarco dão e tornam-se uma só voz intérprete das doze canções do álbum. Ela, cantora e performer. Ele, cantor e compositor, assina nove das doze composições do CD, em parcerias com os consagrados, Suely Mesquita (Pra Acordar), Celso Viáfora (Venha – autor de Dois Tempos de Um Lugar, canção que da nome ao álbum) e Zeca Baleiro (Tem Dó). Bem como, em parceria com artistas da atual cena musical do pais, como: Álisson Menezes (Contenteza); Bruno Batista (Madrigal – esta, também em parceria com Dandara); Tulio Borges (Escuta e Toca Aí); Kleuber Garcêz (Ame); Marcelo Segreto (Uni Duni Tê); Sandro Dornelles (Lá Do Outro Lado). Sendo Trovoa, de Mauricio Pereira.
 


Trovoa

Dois Tempos de Um Lugar

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