O MORCEGO
(Poema: Augusto dos Anjos / Musica: Drei Hexen)

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

"Vou mandar levantar outra parede..."
- Digo. Ergo-me a tremer.  Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!

A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!

O Morcego

Alma do outro mundo
(Poema: Charles Baudelaire  / Musica: Drei Hexen)

Como os anjos de ruivo olhar,
À tua alcova hei de voltar
E junto a ti, silente vulto,
Deslizarei na sombra oculto;

Dar-te-ei na pele escura e nua
Beijos mais frios do que a lua
E qual serpente em náusea fossa
Te afagarei o quanto possa.

Alma do Outro Mundo

Caos em dias vermelhos
(Letra: Alan Vieira / Musica: Drei Hexen)

meus dias vermelhos 
um anjo negro... sorrindo para mim
vejo tantos mortos... acabou a poesia 
 e agora só resta o caos

meu sangue manchando todo chão
como o meu batom vermelho 
quebrado e aos pedaços

como as canções de Fellini
o algo de Rimbaud
eu imagino voce... em minha mente
um pouco pervertida

eu fecho os olhos 
eu ouço passos 
sinto a porta se abrir 
talvez seja você ou minhas fantasias
em meio aos pesadelos

meu anjo negro....
meu anjo negro lindo....
 
como as canções de Fellini
o algo de Rimbaud
eu imagino voce... em minha mente
um pouco pervertida


Caos em Dias Vermelhos

Sincero Abismo
(Letra: Atilio Neto / Musica: Drei Hexen)

Lábios mordidos
O labirinto
Sincero abismo
Se perdeu..

O céu escuro
De outros tempos
Mais uma dose
Sem entender...

A luz no poço
O horizonte
O sol, se surge
Sem merecer..

Sem passos...
Sem tragos...
Sem espaços...
Sem nada
E o nada...


Sincero Abismo

Corpo Vazio
(Letra: Angello Borba / Musica: Drei Hexen)

Tudo passa diante dos olhos
Eu Sempre soube do seu falso amor
Dançarás entre os mortos
Antes do sol brilhar

E quando a luz se acender
Da sua cova você nascer
E ao diabo contarei 
O que era meu bem querer

Aqui onde estou
Eu não ouvi falar de você
Dançando a valsa dos mortos
E minha alma decadente 
Desce cada vez mais fundo
E sempre procurando 
Sempre buscando por ti

E não há nada de ti 
Não há nada sem ti 
não há nada de ti
E não há nada de ti 
Não há nada sem ti 
Nao há nada a dizer 
É sempre nada nada nada nada nada
É tudo nada nada nada nada não..
E não há nada de ti
Não há nada nada nada

Aqui onde estou
Não ouvi falar de você
Dançando a valsa dos mortos
Vasculhando os labirintos
E minha alma condenada 
Desce cada vez mais fundo
Procurando 
E Sempre buscando por ti

E não há nada de ti 
Não há nada sem ti 
Não há nada de ti
E não há nada de ti 
Não há nada sem ti 
É sempre nada a dizer 
É sempre nada nada nada nada nada
É tudo nada nada nada nada não
E não há nada de ti 
É Sempre nada nada nada

Aqui onde estou
Eu não ouvi falar nada de você
E é Sempre nada nada nada nada nada...

E não há nada de ti 
Não há nada sem ti 
Não há nada de ti

E não há nada de ti... 
Não há nada sem ti... 
É sempre nada a dizer... 
É Sempre nada nada nada..
É tudo nada nada nada não..
E não há nada de ti...
Não há nada nada nada...

Drei Hexen -  Corpo Vazio (Ao vivo  20.10.12)

O começo

O Drei Hexen é uma banda capixaba, cujos integrantes são moradores da Grande Vitória (capital do Espírito Santo), e iniciou suas atividades em 2010, a princípio com uma proposta musical concentrada num som electro-etheral, porém com forte influência dos integrantes por goth-rock e o pós-punk inglês. Inicialmente, a banda era um trio, formado por Angello (membro-fundador do núcleo The Dark Street Project – teclados e programações), Rudson Mendes (banda Nostalgia - baixo) e Clóvis Monteiro (bandas Psycho e Stalkerbass - guitarra e voz). Em sua primeira fase, banda Drei Hexen contava com bateria eletrônica, mas naturalmente houve a necessidade de se fazer um som mais “orgânico”, e para isso o músico Atílio Neto (bandas The Anorexic Juliet, Vitrines de Amsterdã e membro-fundador do núcleo ES Decay) assume as baquetas. Após alguns ensaios, Kelly Tybel (banda Estação Fantasma) assume os vocais junto com Jodache Freitas na guitarra enquanto Clovis assume o baixo, completando o conceito sonoro do Drei Hexen, que estreou nos palcos em maio de 2011. Em dezembro do mesmo ano, Allan Vieira (banda  The Anorexy Juliet) assume em parceria os vocais formando em várias musicas um duo com a Kelly. 

Consolidação

Após algumas mudanças de formação (Rudson Mendes saiu por motivos profissionais), e com o line up estabilizado, Kelly Tybel (vocal), Allan Vieira (vocal), Angello (teclado), Jodache Freitas (guitarra), Clóvis Monteiro (que deixou a guitarra para assumir o baixo no lugar de Rudson Mendes) e Atílio Neto (bateria) consolidam a proposta musical do Drei Hexen, e concentram-se nos ensaios para produzirem o primeiro registro em estúdio. No início de 2012, lançam o EP “O Morcego”, que reúne todo o background de cinco músicos com vasta bagagem na cena Dark/alternativa do Espírito Santo, o que já garante de imediato uma grande base de admiradores em sua mistura original de rock gótico, pós-punk, electro e 80’s, cantado no bom e velho português. Atualmente, em paralelo a propostas de shows, o Drei Hexen concentra-se na produção de novo material em estúdio e produção de vídeos.

DREI HEXEN

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