Olhos abertos ao sair da estação
Nunca quis saber como é sempre ter que dizer não, não
Se a chuva molha meus pés mesmo nos sapatos
Nada seca o céu da boca dos insensatos

Se se sentir só, fechar os olhos não vai bastar
Se se sentir só, lágrimas e o trovejar
Se eu pudesse apenas, vencer as estações te desabrochar
Se houvesse apenas uma melodia pra cantar

Mais uns amores
Mais angústias e dores
Apague a luz
Pra me ver melhor

Mais uns amores
Somos de tantas cores
Feche os olhos, conduz
Quero te conhecer de cor

A primavera nunca foi minha estação
Nunca quis saber como é sempre ter que se tão são, não
Do seu coração às suas unhas coloridas
Da vida inteira à noite de nossas vidas

Se se sentir só, ao ver que as luzes estão a se apagar
Se se sentir só, não deixe que te impeçam de chorar
Seus olhos no escuro são muito mais que apenas um olhar
Se se sentir segura logo que puder me tocar

Mais uns amores
Mais angústias e dores
Apague a luz
Pra se ver melhor

Mais uns amores
Somos de tantas cores
Feche os olhos, conduz
Quero te conhecer de cor


Mais Amores

Venha quando der
Com a graça dos teus traços de mulher
Nós somos passarinhos e o nosso ninho

É onde estiver
Vamos tomar o mundo de colher
Deixa derreter na tua boca

Que eu vou te buscar
Esparrama teu sorriso pelo ar
Que a sala vai rir conosco

Lembra do punhal
Mas no fundo dos teus olhos há um coral
Acalma o teu choro, descansa os olhos

Vem, vem pro teatro dos sonhos
Vem ver o mundo dos meus ombros
Vem ver, quando emergir dos escombros 
Há um lar


Passarinhos

The sun showed up so hard
I couldn’t see, babe
Blinded up with light
I simply couldn’t take it

Saw clouds but very far
Looked so bad, so threatening
Just playing my guitar
Waiting for that feeling (Yeah, so good!)

Poor the rain
Yeah, I want to feel the rain
Wash my pain away

Tired of the sun
Shining over my back
Once the shit hits the fan
I saw bad times ahead

I want the rain
To take the dust away
And let me be
I want to see it (Yeah, another way)

All the drops in my skin
Take me up, make me sing
Break me down, I can’t feel a thing
And it’s overwhelming 


Rain Song

As flores de maio
Abriram em abril
Como gotas de orvalho
Nos galhos

As gotas de orvalho
Chegaram em anil
Preto e branco
Em meu relicário

Vejo seu riso
Vindo no breu
Corro um tanto
Desastrado

Tropeço em tua sombra
Sorrio pro céu
Quem sabe um dia
Eu me caso

Sinto o vento
Não largo do fio
No teu terno abraço
Me calo

Sinto teus braços
Não sinto frio
Passo o inverno
Em teu agasalho

Sabe garoto
O mundo é um navio
E o teu balançar
Meu encanto

Raios, tormentas
Mas o sol surgiu
E agora sigo
Com vento em popa

Caem sóis
Na porta da frente
É tão diferente
Das voláteis paixões

Sem nós
Como se sente?
Será diferente
Bem melhor que as canções


Flores de Maio

Medo de viver
Inutilmente como a maioria

Sem ter realizado
Nem por vaidade pessoal
Nossos grandes planos
Bolados numa tarde de sarau
Nem as pequenas formas de arte
Sem ter reconhecido a alegria
Sem ter amado


Epitáfio

Livros se empilham pela cabeceira
Esperando mais um pôr do sol
A selvagem dança das cadeiras
Vozes gritam “vamos ver o sol”

Esperando as notas que cantei
O sal da azeitona, pra nos brindar
Olhares fixos e cores que encantem
Um tiro no escuro pra te mostrar

Algo que eu não possa ver em outro canal
Algo que não seja obrigação
Quando alguém precisa de uma explicação
Isso é banal

Eu não vou dizer
O que você queria ouvir


Tiro No Escuro

O dia amanhece
E descansou
Se enrola nos lençóis 
Me diz “amor...”

Me abraça e diz:
“O dia já raiou”
Me beija, “adeus”
E sai sem um temor

Longo é o dia
Sem meu cais
Do seu rosto
Vou levar

No coração ou no bolso
Asas pra felicidade
Quando me sinto disposto
Sobrevôo a cidade

A noite desce
O dia se calou
Lava o teu rosto
Eu digo “amor...”

 “Descansa, 
mais um dia terminou”
te toco devagar
levo o que for


Asas Para Felicidade

Pega logo agarra
No meu pássaro do sonho e cai
Por tiras de veludo
Nos meus braços

Gosto de laranja da tua boca
Um beijo a viajar
A graça dessa dança 
é sentir em cada passo o lar

Só assim se ouve a nossa canção
Nos escondemos sob as marquises
De um grito que já ecoou

E você me diz
“Deixa o mundo”

Pega logo agarra
No meu pássaro do sonho e cai
Por tiras de veludo
Nos meus braços

Gosto de laranja da tua boca
Um beijo a viajar
A graça dessa dança 
é sentir em cada passo o lar

Um novo dicionário, uma nova estação
Um novo relicário, espuma da maré que baixou

E você me diz
“Deixa o mundo
Estamos sós enfim”

Pega o meu cachecol
Pro sonho nunca mais ter fim
Sinto a força da chuva
Que veio enfim

“Deixa o mundo
Estamos sós enfim”


Erico Klein