Composição de Ulisses Galetto, arranjo do Grupo FATO.
Voz: Daniel Fagundes.

           Letra/Lyrics

VAGABUNDO II / VAGABUND II

Acordei antes do sol 
e liguei pro vagabundo 
meio tonto, meio tudo 
meio-a-meio por inteiro 
disse a ele o que devia 
o que queria, o que me havia
o que passava na cabeça 
deste preto do avesso 
Eu era a ginga total 
era a mulata fatal 
eu era o homem sem o queixo 
era o lindo Pão de Açúcar 
era os Arcos da Lapa 
e as escolas suntuosas 
explodindo a avenida de alegria 
Num dia lindo e cinzento 
usava a minha capa bacana 
em sua Copacabana 
e num dia claro de sol 
vestia a sunga colorida 
num dos parques da Curita aflita 
Eu era o avesso do mar 
era um deserto cheio de vida 
onde havia o mundo inteiro 
mas também muito espaço 
pra quem o mundo nem sabia que existia 
Eu era um poço, um desgosto 
mas de qualquer maneira eu não tinha fundo 
Apenas, eu queria que o querer do vagabundo 
se juntasse ao meu 
Pra que tudo o que sonhamos fosse um dia 
o dia-a-dia de todo mundo 
E desse sonho total eu tava quase acordando 
mas ainda tinha muito 
o que dizer pro vagabundo 
A vida é quase real 
e o que seria ou não seria 
se não fossem nossos sonhos, 
nossos medos, nossas dores? 
Mas o tempo não para 
a estrada não fecha 
a longa caminhada não termina no meu sonho 
Eu era apenas um homem 
um louco, quase pouco, um viajante 
carregando muito peso nos ombros 
- - - - - - - - - - - - - - - - 
I rose before the sun 
and phoned the vagabund 
half crazed, half of everything 
wholly half and half 
I told him what i had to 
what i wanted to, what had 
gone through the head 
of this white nigga 
I was all jive 
I was the mulatta femme fatale 
I was the man without a chin 
I was the splendid Pão de Açúcar (sugar loaf) 
I was the Lapa Arches 
and the sumptuous samba schools 
exploding the avenue with joy 
On a beautiful grey day 
I wore my classy mac 
on your Copacabana
and on a clear sunny day 
I dressed in my colored trunks 
to a park in gloomy “Curitiba”
 I was the reverse of the sea 
I was a desert full of life 
which held the whole world 
but also lots of space 
for whom the world didn’t even know he existed 
I was a well, a drain 
But in any case I was bottomless 
I just wanted the bum’s longing 
to join mine 
So that everything we dream 
would be everyone’s day to day one day 
And from the entire dream I was almost waking 
but still had lots 
to tell the bum 
Life is almost real 
And what would it be or not be 
if not for our dreams, 
our fears, our grief? 
But time doesn’t stop 
The road doesn’t end 
The long journey 
doesn’t end in my dream 
I was only a man 
A looney, almost nearly, a traveler 
carrying a heavy load on his shoulders

FATO da TAMANCALHA ao SAMPLER

Vagabundo II

Vagabundo II (Ao Vivo)

Composição de Mauricio Pereira, arranjo do Grupo FATO.
Voz: Sérgio Monteiro Freire.

                Letra/Lyrics

BALANGANDANS / TRINKETS

É justo para se lamentar,

a gente abrir mão de segundos preciosos

que talvez nos trouxessem direto

um pro outro

É justo que um pote de ouro

venha ao seu encontro (e ao meu)

e desencadeie pânico, paralisação, desastres, desculpas?

É justo te dar um beijo na boca

à margem da testa, da fala e da escrita,

de uma represa, uma festa?

É justo permitir que uma palavra desgovernada deixe minha boca

e aumente minha resistência a você?

Se uma pessoa só é uma maquina só

se ela (provavelmente)

canta, dança, pensa, treme aflita

Não sera que tem respostas

nas pontas dos dedos

dados, balangandans no pensamento

que costumem nos acompanhar?

Is it just to complain,

we give up precious seconds

which could have led us

to each other

Is it just that a pot of gold

has come to meet you (and me)

and has unleashed panic, paralysis, disasters, excuses?

Is it just to give you a kiss on the mouth

on the edge of the brow, of writing

and of talking, of holding back, some party?

Is it just to allow an unbridled word

to escape my lips

and increase my resistance to you?

If a single person is only a machine

if she (probably)

sings, dances, thinks, trembles distressed

Shouldn’t there be answers

at our finger tips

tricks, trinkets in the thoughts

which follow us?

Balangandans

Balangandans (Ao Vivo)

Composição de Daniel Fagundes (música) e Amarildo Anzolin (poema); arranjo do Grupo FATO. Voz: Daniel Fagundes.

                               Letra/Lyrics

 A CASA DO AR / THE HOUSE OF AIR

se afogar com o ar

falar de boca cheia

cantar debaixo d´água

fazer chover

lapidar

se ajoelhou tem que rezar

se afastar com o mar

se achegar com o lar

abrir nossa cadeia

brilhar a nossa estrela

olhar para dentro de si

sonhar para fora de nós

saber parar

escrever

poder voltar

esquecer

se prometeu tem que cumprir

se já mudou tem que zerar

a casa da palavra é o ar

que mudo espera

a asa do palato é o sal

que tudo tempera

a casa da palavra é o ar

que mudo espera

a asa do palato é o sal

que tudo tempera


drown in air

talk with a full mouth

sing under water

make it rain

stone

when on your knees, pray

drift away with the sea

get closer to home

break our chains

shine our star

look inside us

dream outside us

know how to stop

write

manage to turn back

forget

if you promise keep your word

if you’ve changed reset your mind

the house of the word is the air

waiting mute

the wing of the palate is the salt

which seasons all

the house of the word is the air

waiting mute

the wing of the palate is the salt

which seasons all

A Casa do Ar

A Casa do Ar (Ao Vivo)

Canção de Ulisses Galetto e Benito Rodriguez em homenagem aos índios Nambiquara, inspirada em relatos de Lévi-Strauss e gravações de Roquette-Pinto em Rondônia no início do século XX.

Nambiquara

Poema de Luiz Felipe Leprevost musicado por Daniel Fagundes.

Tristeza

Tristeza (Featuring Daniel Fagundes)

Poema de Paulo Leminski musicado por Ulisses Galetto, em arranjo e interpretação do Grupo Fato, na voz de Daniel Fagundes. 
CD Próximo (2014), com produção musical de Pedro Luís.

Letra

RUMO AO SUMO

disfarça, tem gente olhando

uns, olham pro alto,

cometas, luas, galáxias.

outros, olham de banda,

lunetas, luares, sintaxes.

de frente ou de lado,

sempre tem gente olhando,

olhando ou sendo olhado

sempre tem gente olhando

outros olham para baixo,

procurando algum vestígio

do tempo que a gente acha

em busca do espaço perdido.

raros olham para dentro,

já que dentro não tem nada.

apenas um peso imenso,

a alma, esse conto de fada.

apenas um peso imenso, a alma

Rumo ao Sumo

Composição de Ulisses Galetto, com arranjo do Grupo Fato, na voz de Daniel Fagundes.
CD "Próximo", com produção musical de Pedro Luís (2014).

Letra/Lyrics

O HOMEM

pisa em falso, marca o passo 
deixa o rastro, mostra o erro 
dorme às vezes, sonha muito 
fala nada, pensa tudo 
tira a roupa, abre o corpo 
tinge a pele, usa a arma 
come pouco, bebe às vezes 
grita sempre, foge nunca 
afia a faca, corta a carne 
range os dentes, rasga o verbo
colhe o fruto, beija o morto 
sopra a chaga, cai sozinho 
segue em frente, volta atrás 
joga o jogo, perde a bola 
fita a briga, ganha o ódio 
bate o ponto, mente às vezes 
ouve vozes, lambe o limbo 
cheira o esgoto, cospe fogo 
compra o sexo, vende a seda 
suja a casa, lava a alma 
queima a vela, afunda o barco 
mata o medo, afoga a mágoa 
cria monstros, olha longe 
guarda a vista, sai sem rumo j
ura em falso, roga ao céu 
nega o mestre, rouba a rosa 
escreve torto, troca a regra 
muda o rumo, cumpre a pena 
brinca a vera, sangra a veia 
chora a dor, teme a mágoa 
desce fundo, quebra o osso 
vive o fim, começa de novo 

steps and stumbles, picks the pace up 
leaves a trail, errs and shows 
sleeps at random, dreams a lot 
talks too little, thinks too much 
peels the clothes off, feels exposed 
dye’s the skin, arms in arms 
eats so little, drinks at times 
howls so often, never dwindles 
hones a knife, cuts the flesh 
grinds the teeth, speaks his mind 
harvests fruits, kisses death 
breezes wounds, falls alone 
moves on forward, takes a step back 
plays the game, loses the ball 
shakes a skirmish, hate is the prize 
punch the card in, tell a white lie 
hears dead people, tastes of limbo 
smells a sewer, spits out fire 
bargains sex, sells the silk 
soils home, has the soul cleansed 
lights a candle, sinks a boat 
does in fear, drowns out sorrow 
makes up monsters, turns away 
keeps in sight, goes astray 
swears a hokum, begs the heavens 
nulls the master, steals the rose 
writes a blunder, jumbles rules 
changes course, does some time 
plays in truth, bleeds the vanes 
cries out pain, dreads distress 
goes in deep, breaks a bone 
sees the end, makes a new beggining

O Homem

Composição musical de Ulisses Galetto e Grace Torres, com letra de Marcelo Sandmann.
CD "Próximo", Grupo Fato, com produção musical de Pedro Luís (2014).
Esta faixa tem participação vocal de LENINE, ao lado de Daniel Fagundes, do Grupo Fato.

Letra/Lyrics

A FIO

trago aqui no fundo do peito 
o pasmo, o soco, o salto, o susto 
e uma certeza bem certa 
um homem pra poder de fato 
ser um homem 
segue sozinho 
segue sem trégua 
guardo aqui comigo em segredo 
o mar, o sol, o céu, a lua 
e uma esperança repleta 
um homem pra poder de fato 
ser um homem 
segue seguro em linha reta
mas qual o caminho afinal 
que corre claro, certo 
estrada a fio sem desvios 
e quem sabe ou viu onde vai dar
em que morada 
ou ao fim o que há de ser 
leve, leve 
leve, leve
brisa leve as nossas cismas 
longe, longe 
quem sabe além 
quem sabe ainda mais 
bem além, quem dera 

within me i do bring here 
the stun, the clout, the leap, the fright 
and a truthing truth 
a man to in fact 
be a man endures alone 
endures relentless 
at my side in secret i keep 
the sea, the sun, the sky, the moon 
and an abundant hope 
a man to in fact 
be a man 
endures alone 
and cuts no corner 
but out of all paths 
which is the clearer, 
swifter road that winds not 
and who knows or sees where it will go 
at which abode 
or whatever the end may be 
take, take 
take, take 
breeze take away our quarrels 
far, far 
maybe beyond 
who knows even 
beyond the bounds, to dream on

A Fio

A Fio (Featuring Daniel Fagundes & LENINE)

Música: Grace Torres
Letra: Ricardo Carvalho e Ulisses Galetto

                                      Letra/Lyrics

                                     LADO DOIS / SIDE 2

Jogo de risco
faca afiada diz:
só meço um homem
no metro da cicatriz

Jogo de cena, cinema, mundo, ilusão
breve miragem que brilha, que cega, que...

Jogo da fala, silêncio é o que sabe mais
novo sentido o traço do verso traz...

Jogo da vida
fim da jornada, foz
viagem que valha
é contra a corrente
e só!

Risky performance 
sharp knife says: - I only measure a man 
by the length of his scar 
Stage performance 
cinema world illusion 
Brief mirage 
which shines, which blinds, which... 
Speaking performance 
it’s the silence that knows best 
New meaning 
borne of the features of the verse 
Life Performance 
end of journey, Harbor! 
The only voyage worth it 
is against the current, that’s it!

Lado 2

Lado Dois (Ao Vivo)

Música de Ulisses Galetto sobre poema de Neuza Pinheiro.
Vozes: Priscila Graciano e Bárbara Kirchner
Synths e Samples de tamancos e tamancalha processados e programados por Yuri Queiroga.
Arranjo: FATO

Letra/Lyrics
  
RAIZ

raiz é o riso da árvore 
sombra o céu quando abre 
as folhas bailado breve 
leve rito de passagem 
quando engravida de cores 
fica ali tão paraíso 
nos braços um mar de flores 
o fruto de sobreaviso 
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
the root is the smile of a tree 
shadows the sky when unfolding 
the leaves a brief ballet 
in a slender rite of passage 
when expectant with colors 
sits in place like an eden 
the arms in a sea of flowers 
the fruit foreseen at a glimpse

Raiz

Composição de Pedro Luís e João Cavalcanti
Voz: Daniel Fagundes
Violão 7 cordas e programações/arranjo base: Rodrigo Campello
Arranjo complementar: Grupo FATO

Letra/Lyrics

INDIVÍDUA

essa ser humana tá me enlouquecendo 
essa indivídua tá me atazanando 
tá me bagunçando de maneira assídua 
tá me entorpecendo essa sujeita insana 
é uma fonema que me enche a boca 
toda correlata me substantiva 
tão objetiva, superadjunta 
sou um prisioneiro da sua sentença 
ela é intransitiva 
ela é intransitória 
me deixa em carne viva 
de tão contraditória 
ela é intransigente
ela é intransponível 
seu nexo é indecente 
seu sexo inesquecível 
é uma objeta na minha sintaxe 
toda predicada vem me dominando 
quando adjetiva me bajula as frases 
uma idioma me flexionando 
é uma parágrafa tão incoesa 
que me dá certeza de ser abstrata 
não inventa crises nem me exige crases 
mas sua linguística só me maltrata 

this human woman is driving me mad 
this individual has me in a tangle 
messing with my head in a nimble manner 
this insane persona is my inebriator 
to enunciate her is an oral mouthful 
all associated as a noun she dubs me 
all in too objective, hiper adjunctive 
i became a prisoner within her sentence 
intransitive in form 
absent is transition 
leaves my flesh in scorn 
from so much contradiction 
puissant and tenacious 
unsurpassed is she 
her nexus is salacious 
her sex endures within me 
she remains the object to be in my syntax 
assertive like the predicate and domineering 
flattering my phrases as a modifier 
contorting the idiom as i am veering 
incoherent paragraph i’m to decipher 
only to be certain of her true abstraction 
she forges no crisis and expects no crasis 
but her tagmemics imply my subduction

Indivídua

Indivídua (Featuring Daniel Fagundes & Pedro Luís)

Composição de Ulisses Galetto e Grace Torres
Voz: Daniel Fagundes, Ulises Galetto e João Cavalcanti (participação especial)
Arranjo: Grupo FATO
Acordeon: Alonso Figueroa (Participação especial)

Letra/Lyrics

BANDIDA

vida bandida 
que valha a pena o enleio 
aquela que nasce 
que vai, que vem, devaneio 
tempo presente 
o pouco que vale o tudo 
passo que é dado 
caminho que vai pelo mundo 
justo momento 
um ponto que mostra a partida 
rastro que é feito 
história que nasce e que fica 
galho que verga 
o vento que vem desmedido 
toca em tudo 
e tira, e leva e deixa 
carga pesada 
o ombro, as pernas, o corpo 
olhos fechados 
enxergam o que a alma suplica 
sobre o tapete 
parada, quieta e serena vida bendita 
que entra, que sai e que deixa 

trespassed life 
that be worth the transgression 
a life born 
that goes, that comes, a pipe dream 
time that is present 
so little but worth it all 
given the tread of the groove 
that departs, world on end 
sharp is the moment 
a vertex is showing the vamoose 
the trail is etched 
history is born and remains 
a branch that withers 
the wind that comes without measure 
contorting all 
snagging, taking and leaving 
heftier loads 
the shoulders, legs and body 
eyes wide shut 
see what the soul begs for 
over the rug 
still, quiet and poised 
cherished life 
that happens, that leaves and lingers

Bandida

Bandida (Featuring João Cavalcanti & Daniel Fagundes)

Composição de Ulisses Galetto interpretada por Daniel Fagundes (FATO) e Pedro Luís (RJ).
A composição é uma conversa fictícia entre um carioca e um curitibano, comentando semelhanças e diferenças culturais.

Vagabundo II (Featuring Daniel Fagundes & Pedro Luís)

Composição de Antonio Saraiva e Sergio Natureza, numa versão do Grupo FATO usando a tamancalha (instrumento inventado por Ze Loureiro Neto e que usa tamancos de fandango paranaense batendo sobre uma caixa de madeira)

                               Letra/Lyrics

              CARICAS III / CARIOCA SATIRES III

Restinga da Marambaia
urubus na sapucaia
um morcego de atalaia
jandaia desarvorou
é permitida a gandaia
cada um com a sua laia
a manhã fugiu da raia
por que a tarde não tardou
o michê de mini-saia
despachado em plena praia
quando o sol césardesmaia
no Pontal do Arpoador
vem a noite de tocaia
o céu cor de bala toffee
o bofe comendo um misto
dentro da sauna à vapor
e lá do alto, benquisto
brilha o Cristo Redentor
perdoando os prejuízos
causados pelo calor
ah! Rio quem te inventou?

- - - - - - - - - - - - - - - - - -
Restinga da Marambaia
Black vultures on the Sapucaia
A night owl in Atalaia
Uprooted crazed Jandaia
join the saturnalia
but stick to your own kind
the morning fled away
for noon sped on its way
the mini-skirted queen
is let loose on the playa
the sun of Cesar Maia
fades over Arpoador Point
the night comes to ambush
the coffee-colored sky
a guy has a mulatto for lunch
in the steam room
and there, from above, beloved,
shines Christ the Redeemer
forgiving the ravages
inflicted by the heat.
ah! Rio, who could invent you?

Caricas III

Caricas III (Ao Vivo)

Letra/Lyrics

BAÍA-RIO / BAY- BAHIA - RIO

Sul da Bahia

falésias púrpuras

beat beat

todas as contas no pescoço

todas as cores na garganta

corpo fechado

olhos vivos

dança d’água

Rio: prédios

South of Bahia

purple cliffs

beat beat

all the beads around their necks

all the colors from their throats

closed body

bright eyes

water dance

Rio: buildings

Fato - Da Tamancalha Ao Sampler (Ao Vivo)

Baía-Rio

Baía-Rio (Ao Vivo)

Letra/Lyrics

                            NA LINHA DO TEMPO / ON THE LINE OF TIME

Daqui da rua olho a Serra do Mar t
antas montanhas na linha do tempo 
Capivari, Marumbi, Paraná 
já no Anhangava os primeiros segredos 
Meu irmão, meu pai, eu 
bem cedo no frio da manhã 
nos caminhos, na cerração 
buscando no fundo das grotas 
as fontes de águas mais sãs 
Quantas vezes mergulhei meu cantil? 
Quantas vezes me meti nesses teus rios? 
Sem o corpo, sem a alma lavar 
Quem pudera num só dia chegar lá no topo? 
Daqui da rua olho a Serra do Mar t
antas montanhas na linha do tempo 
Capivari, Marumbi, Paraná 
já no Anhangava os primeiros segredos 
Meu irmão, meu pai, eu 
no meio da brenha feroz 
abrindo picadas mil 
sim, atalhos que ainda ninguém seguiu 
Tanta lama pisei, tanta raiz ruim 
atrás daquela pedra outra pedra pra subir 
No fim que vastidão sem fim se revelou 
Daqui da rua me ponho a chorar 
tantas montanhas na linha do tempo 
Onde o rapaz que sabia sonhar? 
Longe, tão longe na linha do tempo 
Daqui da rua olho a Serra do Mar
 tantas montanhas na linha do tempo 
Capivari, Marumbi, Paraná 
já no Anhangava os primeiros segredos 

From here in the street i gaze at the Serra do Mar 
so many mountains on the line of time 
Capivari, Marumbi, Paraná 
right from the Anhangava, the first secrets 
My brother, my father and I 
in the cold morning, at the crack of dawn 
on the trails, in the fog 
searching the bottom of caves 
for purer water springs 
How many times did i dip my gourd? 
How many times did i put myself in your rivers? 
Without washing the body, the soul 
Who in a day could be able to reach 
the heights over there? 
From here in the street i gaze at the serra do mar 
so many mountains on the line of time 
Capivari, Marumbi, Paraná 
right from the Anhangava, the first secrets 
My brother, my father and I 
in the thick of the wild underbrush 
opening a thousand paths 
yes, shortcuts no one had ever taken 
in so much mud did i tread, o many beastly roots 
behind that rock another rock to climb 
In the end 
what endless vastness revealed 
From here in the street i start weeping 
so many mountains on the line of time 
Where is the boy who knew how to dream? 
Far, so far, on the line of time 
From here in the street i gaze at the serra do mar s
o many mountains on the line of time 
Capivari, Marumbi, Paraná 
right from the Anhangava, the first secrets

Na Linha do Tempo

Na Linha Do Tempo (Ao Vivo)

+ PRÓXIMO

Tempestade

Tempestade (featuring Priscila Graciano)

De (featuring Grace Torres)

Claro_Movimento

Arder de Novo

Ventania

Paiol

Movimento

Da Gema

Poema de Neuza Pinheiro / Música de Ulisses Galetto
Arranjo: Grupo FATO
CD lançado em 2006

AYEE

Mojubá Odundun
O som da terra
No Gangan
No tambor
Voz de Egungun.
Egungun
Meus avós, tataravós
Ibá!
Que a alma não se perca
Na matéria
Mojubá Ololo
Pedra com pedra
Triturando
Misturando as ervas
Ritual
A pedra que me trouxe
A pedra
Eró
Guarda-segredo
Leva o mal.
Vento seja leve!
Sol não queime!
Frio não congele!
Ar sustente!
Tudo fosse feito
Sem desvio
Ibá, ô asedá!
Iya mi osorongá!
Sobrevivam nossos filhos
Ô, yá!



músicaprageada

Ayee

Composição de Luis Antonio Fidalgo, na voz de Fabiano Medeiros.

FATO

Lugares

Composição de Luis Antonio Fidalgo e Fábio Zacharias, na voz de Fabiano Medeiros.

Mil e Uns

Mil E Uns

Composição de Arnaldo Machado, na voz de Fabiano Medeiros.

Mãe D'Água

Mãe D'água

Composição de Antonio Saraiva, na voz de Fabiano Medeiros.

Pé

Música de Antonio Saraiva gravada pelo Grupo FATO.
CD: Fogo Mordido, 1996 (independente), com produção musical de Paulo Brandão.
Vozes: Fabiano Medeiros e Miguel Porfirio.


Fogo Mordido

Algo Noir

Poema de Luiz Carlos Heleno com música de Grace Torres, em arranjo e gravação do Grupo FATO (Curitiba - Paraná - Brasil).
CD: Fogo Mordido (1996), independente.
Produção musical de Paulo Brandão.
Voz: Fabiano Medeiros


Insalubre

Canção de Rodrigo Campello e Suely Mesquita (RJ) em arranjo e gravação do Grupo FATO (Curitiba - PR - Brasil)
CD: OQUELATÁ VIVO (2002), independente.
Voz: Prisicla Graciano
Vocal: Grace Torres

Oquelatá Vivo

Morrer de Bem

Canção de Carlos Todeschini em arranjo e gravação do Grupo FATO.
CD: FATO (1995), independente. Produção musical de Antonio Saraiva.
Voz: Fabiano Medeiros
Baixo: Ulisses Galetto

Madrugada

Canção de Antonio Saraiva e Rodrigo Campello, em arranjo e gravação do Grupo FATO.
CD: "Oquelatá Quelateje" (2000), independente. Produção Musical de Rodolfo Stroeter; pós-produção de mixagem de Paulo Brandão.
Vozes: Baibi Farah e Grace Torres

              Letra/Lyrics

  BEIRA DO SAMBA / THE EDGE OF SAMBA

  Quanto mais a gente entende 
  mais agente se surpreende 
  mais a gente está no ar 
  Quanto mais a gente entende 
  mais a gente pende ao tentar se segurar
  É que quanto mais a gente estende 
  mais a gente ainda compreende 
  o quanto mais a gente ainda tem pra dar 
  Tudo é pouco demais
  viver é breve demais 
  como andar na beira e sambar nesse amor 
  Fazer mil evoluções sem atravessar(dois por dois)
  dentro desse enredo (medo) 
  Rodar todas as quadras quase sem rimar
  risco de se equilibrar 
  Num canto que revela o que resvalou 
  por entre os dedos nos tambores
 nas bandeiras dessas cores desse amar

The more we understand
the more amazed we are 
the more airborne we are 
The more we understand 
the more we hang when we try to hold on
It’s that the more we reach out
the more we comprehend how much more we have to give
Everything’s not enough 
living is too brief like walking on the edge
and dancing the samba of this love 
Do a thousand turns without losing a beat (in double time)
inside this story (worry) 
Dancing about the verses 
almost without rhyming 
risking to keep balance 
Nn a song that reveals 
what slid between the fingers on the drums 
on the banners of the colors
of this love

Oquelatá Quelateje

Beira do Samba

Beira do samba

Composição de Alexandre Nero em arranjo e gravaçao do Grupo FATO.
CD: Oquelatá Quelateje (2000), independente. Produção Musical de Rodolfo Stroeter; pós-produção de mixagem de Paulo Brandão.
Voz: Alexandre Nero

Encharque

Brazilian fusion, World jazz, Improvisation, Pop Experimental
Curitiba, Brazil

(English)
FATO is an innovative quintet with an eclectic sonority, recognized by critics in Brazil and abroad through 7 albums, DVD, music book and videos. A strong characteristic of the group is the way they mix all sorts of musical elements from throughout Brazil in arrangements influenced by jazz, pop, MPB, free improvisation and more. Percussion plays a prominent role, especially the wooden clogs worn by the musicians who tap out elaborate syncopated rhythms inspired in the "fandango caiçara"(*). The sound of the clogs is a hallmark of Fato's music, either used on feet or transformed into Tamancalha (instrument made with clogs). Their album “Próximo” featured guest appearances of major Brazilian artists such as Lenine and was the 28th among the 100 Best of Brazilian Music in 2014 (embrulhador.com).

(*) tradition from the Brazilian southern coast


(Português)
O Grupo FATO é um quinteto que trabalha criativamente sobre canções desenvolvendo uma sonoridade original, reconhecida por críticos no Brasil e no exterior através de 7 álbuns, DVD, livro de partituras e diversos vídeos. Uma forte característica do grupo é a exploração de combinações sonoras inusitadas usando elementos de culturas tradicionais, instrumentos, loops e intervenções eletrônicas. Merece destaque a utilização dos tamancos de madeira do fandango caiçara(*) na música urbana como instrumentos, sejam usados nos pés ou transformados na tamancalha (instrumento de percussão manual feito com tamancos). Seu álbum "Próximo", contou com participações de grandes artistas brasileiros como Lenine e Pedro Luís, sendo o 28° entre os 100 Melhores da Música Brasileira em 2014  (embrulhador.com).

(*) tradição do litoral sul do Brasil

Segundo Rodolfo Stroeter, “o FATO mescla de forma inaudita a tradição (do Fandango do Paraná, por exemplo) com o inusitado, percorrendo uma trajetória que, a partir da visão do Sul brasileiro, abrange o Brasil moreno, urbano, rural, nordestino e muitas vezes sideral”.
 
Grace Torres – teclados / voz        
Ulisses Galetto – baixo / voz       
Priscila Graciano – percussão / bateria / voz
Daniel Fagundes – voz / violão / percussão 
Sergio Monteiro Freire – guitarra / sax / voz

Grupo FATO

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