Se tem um período que nos faz lembrar da infância, certamente é a Páscoa, o clima começa a ficar mais ameno e o orvalho se torna cada vez mais presente no amanhecer. Quem não se recorda de como era procurar as cestas com os ovos nos jardins ou acordar e sair correndo para ver o que o coelho deixou nos ninhos espalhados ao redor da casa? Quase impossível não nos remetermos à infância, lembrar das pinturas nas casquinhas de ovos ou em “galhos secos”.
Os tradicionais stüppen (stibas), a pintura de animais e a celebração da Santa Ceia que propagava uma sexta-feira Santa num absoluto silêncio, completam essa lista de lembranças recheadas de aspectos culturais da região do Vale Europeu.

Mas não podemos deixar de falar sobre uma tradição que ainda é praticada hoje em dia, trata-se da serenata de páscoa, mais conhecida como stüppen (stibas). Quando os ponteiros do relógio marcam pontualmente meia-noite, é hora de pegar a estrada com os instrumentos musicais em mãos. Chegou o domingo de Páscoa e é preciso anunciá-lo. De casa em casa, os tradicionais Stüppen ("stibas") acordam famílias para celebrar a Páscoa e a ressurreição de, um costume que vem desde os tempos da colonização. 

São tocadas três músicas, uma para acordar as pessoas da casa, a segunda para elas se levantarem e a terceira para atender os Stibas. Durante a visita dos stibas a família oferece comida e bebida para os músicos, e no final oferecem algum dinheiro para que mais uma música seja tocada.

E mesmo quase escassos, os raros "stibas" ainda mantêm as raízes germânicas, em cidades da nossa região, como Blumenau,Pomerode, Jaraguá, Massaranduba. E é o que vamos trazer a partir de agora. Relatos, historias que marcaram estas pessoas

Fernando Jader Mantau