Faixa gravada em 2007 para uma campanha de Natal de uma rádio. 
Nós da banda desejamos um Feliz Natal.

Tema de Natal

NOS BASTIDORES DA FALÁCIA

	A história da falácia começou a bater na porta em 2008, dois anos depois de lançarmos nosso primeiro CD. De uma hora para outra tudo o que se via ao redor era falacioso: enrolava a  conclusão de faculdade, o cenário musical na cidade de Volta Redonda (RJ) havia mudado drasticamente, o rock fora jogado pra escanteio, passamos a fazer acústicos em bar; a expectativa com o primeiro disco ia se esfacelando. Parece que depois do êxtase de tocar na calçada do Maracanã, no dia do The Police, alguém apertou a chave “descenso”. Começamos a rir disso. Seríamos nós os falaciosos, enganando a nós mesmos? Não assumiríamos a culpa sozinhos. 
	
	Olhamos no entorno. Talvez fôssemos vítimas de nosso meio, de nossas cidades de interior? A cidade seria culpada também, pois a maior mentira veio de lá. Viver ao lado da linha do trem, passar a vida a escutar seu apito e as promessas políticas “dos prometedores e enganadores do entorno do Parque da Preguiça e seus fiéis puxa-sacos” (representados na capa do CD, entre as portas da Câmara) provocou danos. Prometiam a retirada do pátio de manobras do centro (até hoje não foi). Ao lado, o Parque Centenário, popularmente conhecido como Parque da Preguiça, onde habita a espécie, servindo de refúgio, pausa, descanso enquanto o trem passa. Tais fatos se refletiram na matéria que embasa o disco, no discurso: “Pela remoção do pátio de manobras!”. 

	Como a banda vive da própria e tem de tocar todo fim de semana, nesses 12 anos de existência foram mais de 1.400 apresentações, o que propiciou muito mais fatos curiosos do que gloriosos. Tal história veio a calhar toda neste álbum que, mesmo que não quiséssemos, acabou se tornando conceitual. Argumentos inconsistentes, porém capazes de ludibriar alguns e a si mesmo. Não foi preciso inventar nada, tudo o que está escrito de fato aconteceu. Desvendamos a verdade de nossas mentiras. Mas ainda continuamos aqui, nos bastidores. “Ouviram?!”.

Figurótico