Estudo de violão

Honestidade

O pico de itabirito
moído e exportado
um buraco infinito
um fantasma desolado

que resta do rio doce?
se rio não é mais doce?
se a água não é mais doce?
que resta do rio doce?

se o gosto não é mais doce?
se o cheiro não é mais doce?
se o rio não é mais doce?
que resta do rio doce?

N’um peito esburacado
acusa uma seta
aponta abjeta
a morte do amanhã

N’um peito esburacado
acusa uma seta
aponta abjeta
a morte do amanhã

É do pó que nós viemos
para a lama nós iremos
é pro pó que nós iremos 
para a lama voltaremos

Paraalama

A cidade é como um monstro gigante 
que engole nosso sonhos, nossos sonhos tão vibrante
A cidade é como um monstro gigante 
que engole nosso sonhos, nossos sonhos tão vibrante

Eu ando pelas ruas,
por vielas e becos
e o necro estado atua
nos guetos, nos pretos, 

É uma sacanagem
a vida é uma Contagem
É uma sacanagem
a vida é uma contagem
de corpos caídos no chão

Eles dizem ser patriotas
mas esquecem do Nacional
Matam a população 
de dengue, de bala, 
e sem saneamento básico

Estado nem dá o básico,
básico, Estado nem da o básico


“Eles dizem que o estado é como um homem gordo comendo Mc Donalds
Mas isso é o mercado!
O Estado, o estado é como um homem magro, raquítico e despolitizado
que dança pra quem paga a orquestra,
e mata o teu próprio povo” 

A cidade é como um monstro gigante 
que engole nosso sonhos, nossos sonhos tão vibrante
A cidade é como um monstro gigante 
que engole nosso sonhos, nossos sonhos tão vibrante
A cidade é como um monstro gigante 
que engole nosso sonhos, nossos sonhos tão vibrante

O Estado Das Coisas

Cuidado! Os Passaros Conheceram O Trem Do Progresso

Agua Frita

Funk Do Absurdo Absurdo

Estudo de improviso rítmico

As crianças da cidade
Estão largadas pelo estado 
As crianças da cidade 
Estão largadas pelos pais
As crianças da cidade 
Estão largadas por você 

Escolas... Está para nós
Como um canto de um santo 
Em um mundo ateu

Não tem professor,
Quando tem matam aula
Precisam de amor,
E abraço na sala
Mas o professor... Sempre dá...
Gramática de quem nos colonizou

As crianças na escola
Não se formam, nem transformam
Sabemos... que só serve 
Para não deixar
os nossos jovens
Morrerem, Morrerem, Morrerem...


As crianças da cidade
Estão largadas pelo estado 
As crianças da cidade 
Estão largadas pelos pais
As crianças da cidade 
Estão largadas por você

Uma cidade Industrial

O amor é um estrageiro
um corpo estranho
O reflexo de Jaci

Fogo!
Uma fogueira que queima 
incendeia os olhos de quem vê

Vertigem!
Um delírio erotico 
O beijo de Naiá
A pomba-gira do absoluto

Invasor!
Amar se aprende amando
Quem tem as veias abertas, 
ama sempre atravessado pela violência

Apoema…

Amor Estrangeiro

Um compositor multi artista, que busca tensionar vida e obra, a relação do sujeito com o mundo, o artista e a cidade.

Gabriel Rodrigues (Frodo)

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