Rains

Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo.

Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi.

Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto.

Escrevo porque é libertador. A liberdade que ultrapassa as barreiras físicas, liberdade de resgatar lembranças e de viver sonhos, liberdade de expressar o que tem vontade, mesmo quando a boca cala.

Escrevo sobre a covardia que tenho de me expressar as claras, escrevo pela beleza das palavras me tornar mais verdadeiro, não com o mundo, mas comigo mesmo. Palavras que apresentam vestígios de mim, retirando todo o mistério por trás de uma vida.

Escrevo por não conseguir mais confiar, por ter repulsa da traição, para me libertar. Escrever a história é um modo de nos livrarmos do passado.

Rogue