Sei que aqui acumulou muito ódio e muita dor 
Lembrança do passado tipo um filme de terror
E pra buscar recuperar aquilo que ficou pra trás
Caminho é um só larga o ódio e planta a paz.
Só pra quem é, firme e forte, tá na fé, sempre em frente, tá de pé, não desanda e não dá ré.
E não são poucos, itinerário louco, destino é só sufoco, da pedra ao pipoco.
Os moleque novo cai no xis a toda hora, mais uma mãe que chora, estima vai embora.
É sem futuro, se cair cai no seguro, enjaulado atrás do muro.
E a Sentinela que retrata quem maltrata, versículo que destaca, mundo jaz na mente fraca.
Diferenciado do restante da matilha, sigo aqui na minha vigília, avesso a quem humilha.
Carrego a pilha em cada olhar, cada semblante, aos que querem só diamante, vida simples sou amante.
Talvez o último romântico que resta, extinto na floresta, rodeado de quem não presta. 
A chapa é quente, vários louco no batente, alma ruim tipo serpente envenena minha gente.
Só que é urgente, fim do mundo logo à frente, ou desanda ou vira crente, destruição presente.
Só que a gente faz questão de ser demente e se mata entre a gente, ódio faz ranger os dentes.
Sem conversão, mesmo assim faço questão de optar pela oração, sempre mostro na canção não entrai em tentação, purifica o coração.
É bem melhor ter a paz como sentimento, paraíso corre atrás, esquece o verso sangrento.
Sei que aqui acumulou muito ódio e muita dor 
Lembrança do passado tipo um filme de terror
E pra buscar recuperar aquilo que ficou pra trás
Caminho é um só larga o ódio e planta a paz.
A vida é um teste, vários cai pelo cifrão, ouro prata ostentação, Jurerê quer ter mansão.
Só que é ilusão, tudo acaba no caixão, nada leva do mundão.
Cê vai pagar seu desejo de lucrar, Deus tá vendo e vai cobrar, sua ambição pelo pódio, riqueza gera o ódio.
Influenciado pelo testemunho, papel caneta em punho, talento vira rascunho.
Domingo sete e meia da manhã pensamento longe tava perdido jhow, admirei o que vi, cabelo longo e vestido.
Totalmente entregue, de portão em portão batendo palmas, com a Bíblia embaixo do braço, missão resgate das almas.
Trazendo à tona as verdades, a verdadeira alforria, observei com atenção quando citou profecia. 
Me ofereceu periódico, entrou no psicológico.
Não pude negar, pensei até entregar, minha vida de corpo e alma só pra poder resgatar.
O que perdi com as fita louca do mundão jhow, toda maldade que um dia endureceu coração.
Só que sei lá sangue bom, não tô pronto pra missão, a carne ainda é fraca, me sinto preso à função.
Talvez um dia irmão comande libertação, se pá de casa em casa com minha Bíblia na mão, pedindo sua atenção, aliviando pressão e anotando seu nome pra incluir na oração.
Mas por enquanto minha missão não é com as tia de saia, é escrevendo na baia no meu caderno Jandaia.
Quem sabe eu me entregue, quem sabe um dia eu negue, que eu troquei a palavra pela minha vida no Rap.
Sei que aqui acumulou muito ódio e muita dor 
Lembrança do passado tipo um filme de terror
E pra buscar recuperar aquilo que ficou pra trás
Caminho é um só larga o ódio e planta a paz.
Vontade eu tenho sim, mas ainda não é pra mim, por enquanto eu sigo assim, rimando até o fim.
Quem falou que ia ser fácil neguim? A vida é um teste, é um passo após o outro a cada dia que amanhece.
Faço minha prece e agradeço a Deus, por tá lado a lado com a família e com os meus, amigos de fé, meus irmãos camaradas, eu sei que não é fácil, mas topo qualquer parada.
E sigo assim na espreita, na vigília, na campana, trilhando entre cobras, vespas e ratazana. 
Me esquivando do veneno que o dia a dia me traz, deixo tudo lá pra trás e vou em busca da minha paz.
Tiro força do rosto abatido da tiazinha, que mesmo no perrê não se entrega e nem se esquiva. 
O marido na cachaça e o filho lá no xis, faz sua reza todo dia e tenta um pouco ser feliz.
Ô pai, ô glória, chuva de bênção cai em mim, o ser humano é assim, se arrepende só no fim. 
Quem sabe um dia parceiro, quem sabe, talvez, mas por enquanto ainda não, que não chegou a minha vez.
Sei que aqui acumulou muito ódio e muita dor 
Lembrança do passado tipo um filme de terror
E pra buscar recuperar aquilo que ficou pra trás
Caminho é um só larga o ódio e planta a paz.

Vigília

Guido CNR e Gagui IDV Família Real 1' versão (2005)

GAGUI IDV - A INVEJA MATA

SOM GRAVADO EM 2007, EM MODO TESTE, NO ESTÚDIO LADO SUL.

GAGUI IDV - PIORES DIAS

Gagui IDV - Do Avesso

GAGUI IDV E TIAGO VANDAL - NAVEGANTES BROOKLYN

MÚSICA PARA O LUTADOR KAUÊ MENA DA EQUIPE MOTA.

GAGUI IDV - KAUÊ MENA

CONEXÃO PORTO ALEGRE-PELOTAS. CNBOYS, GAGUI IDV, NEGO MAISSON E ADRIANO VOZ (NOVAMENTES).

CNBOYS, GAGUI IDV, NEGO MAISSON E ADRIANO VOZ - NO RAP EU SIGO RIMANDO

MÁFIA XAVANTE
(GAGUI IDV)

VERMELHO E PRETO É MINHA FARDA, EU VISTO E VOU PRO CAMPO,
SEJAM BEM-VINDOS AO INFERNO, AONDE NÃO TEM SANTO.
NA ARQUIBANCADA DA BAIXADA É A MÁFIA XAVANTE,
TEM PRA NINGUÉM É NÓS QUE TÁ, COM O ESQUADRÃO AVANTE.
DE NORTE A SUL DO BRASIL, QUEM É QUE NUNCA OUVIU, 
RELIGIÃO PRA QUEM É, SÓ MAIS UM TIME PRA QUEM NUNCA NA PELE SENTIU.
NA BAIXADA OU NA ESTRADA, O BONDE SEGUE A JORNADA,
COMBOIO DOS MALOQUEIRO, A MAIS FIEL DAS ORGANIZADA,
PRA TI BRASIL O MEU TUDO, DE TI BRASIL QUERO NADA.
DO VERMELHO E PRETO IRMÃO, MÓ ORGULHO,
200.000 XAVANTES PRA 04 AÚREO-CERÚLEO.
NA PORRA DO BAGULHO É NÓS QUE REPRESENTA, 
A MÁFIA É DOS XAVANTES E NÃO GANGUE VIOLENTA.
É NOSSO SANGUE NOSSA RAÇA, O BRASIL É NOSSA SINA,
A MÁFIA É DOS DOIDÃO E O NÚCLEO DAS MENINA.
E SEGUE A ROTINA, DAS BATALHAS, DAS GLÓRIAS,
HÁ 20 ANOS IRMÃO, FAZENDO PARTE DA HISTÓRIA.
QUALQUER LUGAR A MÁFIA INVADE, ABRAM PASSAGEM,
MÁFIA XAVANTE, O TERROR DESSA CIDADE.
A TUA INVEJA É QUE FAZ A NOSSA FAMA, 
DENTRO OU FORA DO RS, A MÁFIA VAI DE CARAVANA.
BONDE DO MAL, SE PEGOU PRA UM, TIOZÃO, PEGOU GERAL.
SEJA NA BAIXADA OU EM QUALQUER LUGAR QUE VÁ,
TREME VAGABUNDO QUE A MÁFIA VAI TÁ LÁ.

HOJE TEM BAIXADA, VAMOS A GANHAR,
SE METER COM A MÁFIA O BICHO VAI PEGAR.
PAÍS INTEIRO SE CURVOU, ENTÃO O QUE É QUE EU VOU DIZER?
TEM QUE OLHAR PRA APRENDER, QUE ESSA TORCIDA É DE FUDÊ!!

Gagui IDV - Máfia Xavante

Gagui IDV - Güenta a Treta (part. Zudizilla CNR)

Letra: Gagui IDV
Beat: Matheus Quevedo
Estúdio: SFD Prod.
Foto: Daniel Giannechini


Salve rapá, represento a minha city, Pelotas RS aonde os rap vira hit. No In Rua sexta-feira ou nos ensaio lá do Wong, nas vila mais distante aonde os MC se esconde. Desculpa as outras quebra mas o pico é Pelotas, que faz 200 anos e pro gueto vira as costas, as mesmas que sofriam com chicote na charqueada, hoje segue sofrendo os cassetete dos Brigada. Sou a voz da perifa e o clamor de vários rapper que não tiveram espaço no governo do seu Fetter. Silêncio dos inocentes em pleno sul do Brasil, excluíram nossa gente lá do Sete de Abril, sem lembrar quem construiu, foi o escravo que serviu, pra enriquecer a cidade, transportado num navio. Passa o tempo e o descendente do escravo da charqueada, habita o mais fodido barraco da quebrada. No Dunas, BGV, no Pestano,  Navega, faz do rap o griô protesta e não se entrega. Me responde aí tiozão, simbora quero saber, tudo bem 200 anos, mas comemorar o quê? As empresa que faliu, o descaso e o abandono? Pelotas regrediu e não despertou do sono. Vive das aparência das família do passado, sobrenomes que mantinham a riqueza e o status. Mas hoje o descendente dos barões do charque, utiliza a herança pra fumar pedra de crack. E entope as narina nas balada de elite, é foda vagabundo, mas assim é minha city.
200 anos, governos insanos, desmanchando planos, direitos humanos, meus manos, apontando canos, reparando danos e pra salvar meu povo nem bênção do Vaticano. É foda os bagulho que rolou, nos tempos da escravidão por aqui perpetuou. Negativismo onde tudo dá errado, as sombras do passado, os pretos enforcados. Mesmo com tudo ainda amo minha quebrada, as pessoas, lugares, esquinas, calçadas, os guri, a baixada, xavante, a rapa, o toque da garra, as preta mais rara. Puta que pariu, como é que eu posso viver sem, muita prosperidade, muita luz, vamo além. Pra mostrar que quem domina é nós vagabundo, Pelotas RS, lado sul..do mundo. Agora é a hora dessa porra melhorar, acreditar no futuro e que tudo vai mudar. Salve Princesa do Sul, essa é tua, e de todo aqueles que transitam nas suas ruas. E torcem por você e acreditam na mudança, pra quem tem fé em Deus ainda resta esperança. De um dia residir num lugar que nos mereça, parabéns pra você minha querida Princesa. 



Gagui IDV - Pelotas 200 anos

Olhei pra trás e vi o tanto que trilhei, há miliano no corre, investi, apostei, acreditei que o RAP ia ser maior, que ia mudar meu futuro, ia ser tudo melhor. E olha só, o peso que trago comigo, tirar maldade do olhar e transformar em sorriso. E não posso fugir da responsa, só que esse fardo eu carrego desde criança. E quem diria que a rima cortante do gueto, ia ser sucesso na elite que escraviza os preto. E tive medo de chegar no final da jornada, e ver que tudo aquilo que eu fiz tinha valido nada. Mas cada abraço e cada salva de palma ao final, de cada show parece algo espiritual. Dom que Deus deu sendo usado pra regenerar, recuperar meu semelhante, ressocializar. Mesmo sem grana, palavras que tiram do drama, se a consequência é o status, sucesso e fama, a mim não engana, eu quero mesmo é poder desfrutar, da vida simples que somente a humildade te dá.

É pelo amor, pelo RAP jhow, que eu sigo a minha rima e mando o meu flow, meu flow. Família tá de pé, comigo só quem é, é desse jeito que segue meu show. (2X).

São vários anos no corre parceiro, mas tudo bem, pelas quebrada corréra, no bolso sem um vintém. Mas e aí, se quiser é só ligar, fortalecer, que eu vou tá presente com a Família IDV. Grande satisfação foi cantar em Cangucity, São Lourenço, Porto Alegre e também em Big River. Aqui no RS várias quebra eu conheci, através do R.A.P. com o NF e o Gagui. O RAP não me deu nem dinheiro, nem fama, me deu uma voz ativa, me tirou da lama. Me deu satisfação, me fez ser curioso, me fez saber cair, levantar, tentar de novo. Tem várias coisas parceiros que o dinheiro não paga, tipo o sorriso do moleque na quebrada, tipo a tua mãe, ó só, feliz da vida, ou o teus parceiros firmão na correria. O brilho do sol, a noite, o luar, o verde do campo, a terra, o céu e o mar. São várias coisas negô, que a gente não dá valor, dinheiro fez do mundo um eterno Bangalô. Então vai, aperta o play e deixa o som rolar, que esse é mais um som das ruas de Pelotas.

É pelo amor, pelo RAP jhow, que eu sigo a minha rima e mando o meu flow, meu flow. Família tá de pé, comigo só quem é, é desse jeito que segue meu show. (4X).

Letra: Gagui IDV e Nego Maisson
Beat: Duck Beatz
Vozes: Gagui IDV, Nego Maisson e Maninho RH
Estúdio: Nu Tom 


  

Gagui IDV - Desse Jeito que Segue meu Show (Part. Maninho RH e Nego Maisson)

Letra: Gagui IDV
Beat: Duck Beatz
Estúdio: SFD Produções

Não é que nós se envolveu com o barato há mó cara, envolvidão pelo rap tamo aqui e não para. Minha vida, meu estilo, meu amor pelo bagulho, de palco em palco é nóis que chega e faz barulho. Já tentaram derrubar, já tentaram nos parar, mas quem é de verdade tem mais que perseverar. Enquanto o povo tiver oprimido pelos gueto, minha voz aqui não cala, abala as quebrada ‘memo’. O orgulho da favela, o diamante lapidado, meu rap, minha rima, meu conforto, meu braço, fiel, que me acompanha se preciso, que chora comigo e é solidário no sorriso. Eu te agradeço tudo que cê me deu, por entrar na minha vida, e me fazer quem sou eu. Sinceramente se não fosse você, o que teria acontecido de mim? Vai saber. Talvez no regional ou presídio da quinta, talvez nem tivesse chegado à casa dos 30. Os barato que passei, os lugar que conheci, os amigos que formei, tudo eu agradeço a ti. O rap me proporcionou pisar areia de Copacabana, mas também várias bocada, o presídio, a lama. Mas depois da tempestade sempre vem o céu azul, aos que fechou comigo e pôs no mapa o lado sul. Lembrei 98 e os pedaço de papelão, só quem é vai lembrar dos guri na função. Do Zuca, Metal, Anão e Gugu, bagulho é muito louco e a nostalgia bate afú. No grafite Beethoven só trampo original, Calibre 12 Máfia Efex Jair Brown. O tempo passa e eu me sinto ainda parte de tudo, do que mudou minha vida, do que mudou meu mundo. 
A vida voa não para eu sei vários lição, agradecido demais ao que aprendi no mundão. A respeitar, ser humilde e ser simples de mais, o requisito necessário pra se encontrar a paz. Não quero ser um rei, não quero ser um Zé, nossa vida é muita curta e eu vivo a minha até onde der. Fazendo as minhas canções, com ou sem multidões, mudando várias vidas, tocando os corações. Bagulho é louco bate mesmo, arrepia os malandrão, no beat do Duck, fica fácil fazer som. Satisfação aí rapá, não esqueci de vocês, da rapa de Rio Grande, aí prefixo 53. Do tempo do Reação, do Missão, Elemento, quem tá comigo tá, quem não tá só lamento.  Faz tempo que eu sigo por aqui mandando som, obrigado meu Pai te agradeço pelo dom. De poder mostrar o que o rap fez por mim, independente do que for tamo junto até o fim. Várias quebradas, vários amigos, pouco dinheiro e alguns inimigos. Faz parte, toda caminhada tem seu preço, mas sei que o que tenho é justamente o que mereço. Várias perdas na vida e o rap foi que sobrou, muita coisa passou, mas ele sempre ficou.  Do meu lado mesmo quando o mal rondava, não botei faixa amarela na entrada da quebrada, preferi marcar na pele irmão: Hip Hop Salva.


Gagui IDV - Hip Hop Salva

Letra: Guido CNR e Gagui IDV
Beat: Leonardo Vergara
Participações: Luiz Vagner e Glauco CNR

Guido CNR e Gagui IDV - Família Real (2012)

Letra: Gagui IDV
Beat: Duck Beatz

Lembrei da infância, criança, 8 de idade, já faz um tempo, uma cara, me deu saudade. De reviver e recordar momentos que vivi, lembrança louca do tempo que era guri. Jogava bola, vivia solto, na Rafael, lugar que em toda a minha infância pra mim era o céu. Ali cresci e aprendi coisas que trago comigo, honestidade, a humildade e ser amigo. Dificuldades eu passei, me diz quem não passou? Perdi minha mãe com 3 anos, mas Deus colocou, na minha vida uma pessoa que me ensinou, a respeitar o ser humano e tratar com amor. Independente de quem for e isso é fundamental, e contrariando a profecia não sou marginal. Soube tirar proveito disso e trazer como herança, a alegria que carrego do tempo de infância. E hoje repasso o aprendizado através do meu verso, pra ser exemplo de conduta e também de progresso. Não trago mágoa no meu peito de quem me feriu, que preferiu seguir sua vida e de mim desistiu. Quem me conhece sabe bem que meu desejo é paz, mesmo com tanta traição hoje deixo pra trás. Jornada segue e nessa trilha minha vida também, e recupero com meus filhos o que não ganhei. O amor paterno, eterno, mas tudo bem, cada um sabe de si, esse ditado é rei. Deus deu saúde pra poder contemplar cada dia, disposição pra que eu possa viver com harmonia. E a nostalgia pra poder fazer eu me lembrar, o quanto é louca nossa vida, deixa eu te falar. Que o tempo passa e não apaga tudo que passei, tirei o dia pra pensar e até me emocionei. O tempo passa sem pressa, na prece pensei, os barato que perdi, riquezas que conquistei. E com meus filhos eu completo o ciclo da minha vida, 30 de idade, experiência adquirida. O que mais dói é perceber que amigos se foram, Deus levou cedo vários manos e aqui eu sofro. E a cada choro, despedida, um pedaço se vai, eu te imploro e te questiono em oração ó Pai. Por que a vida é sofrida em excesso, ao extremo? Nós alcançamos o sucesso mas depois morremos, e não vivemos o bastante pra usufruir, das coisas boas que lutamos para atingir. Existe um fim ou uma nova vida se inicia? O que será que nos aguarda depois da partida? Questionamentos que insisto e me faço aos milhares, a cada mano que Deus leva e destroça os lares. E deixa filhos e irmãos em completa revolta, que davam a vida pra trazer os moleque de volta. Quem sabe é Deus e eu nem sei porque mudei de assunto, falava tio da minha infância, agora falo em luto. E eu nem discuto, pois razão quem tem mesmo é o Pai, é que me dói olhar em volta quando a ficha cai. E eu percebo que na infância era tudo mais tri, pena que o tempo que passou já não se encontra aqui. E o que me resta é desfrutar desse novo momento, e meu passado traz de volta a máquina do tempo.

Gagui IDV - Máquina do Tempo

Letra: Gagui IDV
Beat: Nick Beats
Estúdio: SFD Produções

Nickstape, Gagui IDV, o lado certo da vida errada, do extremo sul da zona sul..

Nós é o crime irmão, abraça que nós é família, quem fecha aqui tem respaldo do bando da Ilha. É muita audácia pra tombar em plena giratória, primeiro passo é o malote pra alcançar a glória. Chegar no morro e dividir os louros da vitória, respeitando o estatuto de quem fez história. Viver do crime e acreditar no velho romantismo, ser referência pra quem tá na beira do abismo. Magnetismo, adrenalina que seduz o jovem, fanatismo jhow, vingar a honra daqueles que morrem. Eu me espelhei naquele que morreu na cruz, quê que eu herdei? Uma pistola, o ódio e um capuz. Cadê Jesus que não vejo pôr o pé no morro, pra resgatar todo aquele que pede socorro. Eu te proponho, viver no meu lugar, vem vê, quanto custa se envolver, sonhando com uma fita boa, casa beira-mar, apê. Só que cê sabe que nada é de graça dentro das fita bandida, vários derramaram sangue, outros já perderam a vida. Vi o que o crime faz e as dores que traz consigo, traz grana, luxo e fama mas também traz inimigo, traz vida ilusória acompanhada do perigo, traz Mercedes, Hyundai e caixão, lápide e jazigo.

De dentro do fechado vem a ordem 1 2 1, facção na rua abraça todo dia morre um. (2x)

Quem dera o crime fosse o resgate, pra devolver o que tiraram da comunidade. Saneamento, saúde, lazer pra toda a juventude, sentar o dedo e fazer estilo Robin Hood. Mas o sistema escancara, até o crime separa, faz se matar vários cara, que nas favela é Guevara, mas a ferida não sara, em cada esquina um Melara, formando o time do crime, na cena só ave rara. Mas nosso bando vai pra rua irmão despreparado, enxerga o inimigo no preto que mora do lado. Que revolução o quê? Crime só forma moleque, sai pra rua armado, enquadra, assalta o MC, volta pra vila orgulhoso, gasta o dinheiro no béck. Quê que mudou hein? Coitado, acha que fez a boa, mas no barraco no barro segue morando a coroa. Uma geração de iludido, me garganteando o ouvido, achando que é bandido, vai vendo. E a cada ano que passa os moleque vão se envolvendo, no crime entrando, sofrendo, vários sangrando, morrendo, e as páginas do crime irmão, eu sigo aqui escrevendo, enumerando uma lista e hoje eu não me arrependo. De 15 anos atrás achar na porra do Rap o melhor caminho que na minha adolescência eu podia ter escolhido, mas tá foda de cantar pra uma geração que idolatra bandido, mas desconhece Zumbi, Gandhi, Guevara e Mandela, aqui se encerra minha história, meu caso de amor com a favela.

De dentro do fechado vem a ordem 1 2 1, facção na rua abraça todo dia morre um. (2x)

Gagui IDV - O Lado Certo da Vida Errada

Letra: Gagui IDV
Estúdio: SFD Produções

Gagui IDV - Nosso Som

Thiago da Costa Moura, ou Gagui IDV, como é chamado, iniciou sua aproximação com a cultura HIP HOP a partir de 1994, quando começou a ouvir rap, colecionar matérias de jornais e revistas e conheceu integrantes do movimento HIP HOP de Pelotas. Nascido em 1981, na cidade de Pelotas, Gagui IDV, teve então com 12 anos, despertado seu interesse pela cultura oriunda das ruas. Mas somente em 1998, forma seu primeiro grupo de rap, intitulado Ideologia de Vida, juntamente com dois colegas de escola, PC e Jeison ZL. O grupo começa a apresentar-se pelas festas de rap da cidade de Pelotas, conhecendo outros grupos, tendo oportunidade de levar informação para vários lugares. No ano 2000 o grupo termina, seguindo assim apenas Gagui em carreira solo. Nesse meio tempo Gagui começa a palestrar em escolas, universidades, presídios, unidades da FASE (antiga FEBEM). Articulando o movimento HIP HOP de Pelotas, organizando festas, encontros, reuniões, palestras. Em 2001, inicia um projeto pioneiro na cidade de Pelotas, um programa de rap em uma rádio comunitária, chamado Comunidade HIP HOP, que vai ao ar até os dias de hoje, todos os sábados das 18:00 as 19:30. A partir desse veículo de comunicação passa a dar visibilidade à cena local, divulgando o HIP HOP local em Pelotas e interagindo com personalidades do HIP HOP brasileiro que concederam entrevista para o programa, entre eles Afro X, Dina Di, Bad, Nitro Di, GOG, entre outros. Gagui também começa a escrever para sites de HIP HOP, tornando-se colunista dos sites: Rap Nacional, Enraizados, Adversus e Omega HIP HOP, além de manter um blog na internet. Participou de algumas atividades importantes da cena do HIP HOP, como palestrante do 1’ Encontro de HIP HOP de Pelotas, que contou com a presença do rapper GOG, aniversário de 02 anos do site Adversus no Bar Opinião em Porto Alegre, Encontros regionais e nacionais de HIP HOP nos Fóruns Sociais Mundial em Porto Alegre, HIP HOP versus Violência, reunião organizada pelo rapper Mano Brown do Racionais MC’s, abertura dos shows de Thaíde, Facção Central, 509-E, Da Guedes e Visão de Rua, 5' Bienal de Arte e Cultura da UNE, no Rio de Janeiro. Em 2004 Gagui enviou a música “Revolucionário” para o Hutuz, ficando entre as 64 indicadas para audição dos jurados, dentre mais de 600 músicas inscritas e em 2006 ficou também na etapa classificatória do Hutuz, com a música "Inveja Mata". Em 2005 lançou o seu primeiro CD independente, intitulado Alforria, com dezesseis faixas, que contou com a participação de alguns grupos de rap de Pelotas: Banca CNR, Preta G, Makabra. Hoje acompanha Gagui IDV nos shows o DJ NF, Nego Maisson (vocal) e algumas participações, tais como: Banca CNR e Tiaguinho (Geração Sofrida). O grupo encontra-se em estúdio, gravando o segundo CD, ainda sem data prevista para lançamento. As produções estão a cargo de Leonardo, músico, proprietário do Estúdio Tríade (Pelotas), DJ NF,Duck Beatz e Edinho do estúdio Dekebrada (Porto Alegre). As gravações estão sendo feitas pelo Ponto de Cultura Outro Sul, no estúdio móvel no Bairro Guabiroba, em Pelotas. A partir de 2011, Gagui inicia um trabalho na assessoria do Deputado Estadual Catarina Paladini (PSB) e encabeça a aprovação da Lei da Semana Municipal do Hip Hop em Pelotas. Também tem participações nas aprovações das Leis de Esteio e Rio Grande. Em 2012 recebe o Prêmio Lança de Ouro, maior premiação do Hip Hop do Rio Grande do Sul, com o melhor videoclipe de 2011, da música "A Inveja Mata". Também em 2012 recebe o Prêmio Black Pel como destaque do ano. Realiza a 1' Batalha de Beats de Pelotas, através da sua produtora 'Alforria Produções'. Cria o Projeto Família IDV Convida Ensaio Aberto que realiza mais de 20 edições semanais, oportunizando a cada edição que um grupo se apresente, dando assim espaço para que a cena do Hip Hop se movimente. Em 2012 percorre o RS se apresentando em: Porto Alegre, Bagé, Pinheiro Machado, Arroio Grande, São Lourenço do Sul, Rio Grande. Participa do Programa Hip Hop Cultura de Rua da TVE/RS.

Gagui IDV

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