Criança Ruim

Eu preciso dar vazão a essa parte quase inacessível do meu coração.
Carne e mais osso. Beijo pobre, mas longo. Logo, no seu pescoço quase infantil.

Nessa sexta-feira sob uma névoa, me foi alertado com desconfiança e toda a certeza:
Que eu não explodo quando rio. Não gargalho quando sorrio e finjo.

Segundo Nichele, devo me inteirar sobre os possíveis males que esse pássaro irá me causar.
Se eu insistir eu confortá-lo, sem estar habilitada a uma gargalhada.

Segundo Nichele

CLASSIC (Para Renato Otto)

Cabelo pega fogo no CIC e aproveito e acendo minha carteira de Classic.

Cabelo cor de fogo aqui do CIC.
Eu tenho uma orquestra, eu tenho um coração, 
Eu tenho uma garganta e resta um pulmão.

Leio no seu rosto, levo fé no bolso
E resgato a auto estima de quase suicidas por aqui. 
Por aí, por aqui, por aí...





Classic

Pra ser sincera com você meu bem, eu não sei como te enxerguei.
E olha só o que me fez, meu bem. Eu me tornei alguém sem leis.
Mesa pra dois é solidão a um. Puxo cadeiras pra ninguém.
Então, melhor eu ocupar enfim, esse espaço que há em mim.

Você não sabe o que não quer. E muito menos o que quer.
Então, melhor se apegar a qualquer pessoa que lhe dê ouvidos.


Alguém Sem Leis

Sei o que se passa na Coréia e na Malásia, mas não sei qual tua linha de expressão.
Gosta de migalha e de rir de coisas sem graça.

Qual é o teu quintal, da onde você vem?
O que te faz brilhar quando quer se apagar meu bem?

E a energia que emanava do teu corpo sereno, 
atingiu o meu peito e desfez aquele remendo feio. 
E sentou logo na cama pra me anunciar que beberia qualquer coisa 
e que me engoliria bem devagar.



Quintal


Não desarrume a ordem dos meus livros, não sente com os pés sujos no sofá.
Não confunda o que eu sinto e finjo, nem rabisque os meus tênis lisos.
Tire suas coisas da minha geladeira, leve o café os tênis e as meias.

Não, que eu seja má. Mas, quero te ver chorar.
Não, que eu seja ruim. Mas, quero te ver implorar.

Os tênis e as meias.


Ordem Dos Livros

No último feriado me disse que se dedicaria exclusivamente a outro lar.
Que assumiria todas as dívidas: internas, mal pagas e não mais as minhas.

E vai bater de novo, e vai deixar meu sono aflito em não dormir.
Vai me atingir em cheio meu corpo já pequeno, cansado de esperar.

Você acha que eu não percebo, mas esse anel no dedo é indício de outro lar.
E se eu ficar na cama sábado o dia inteiro sem te avistar, 
Faça desse momento que tivermos juntos o melhor que dá.

Te encontro no seu segundo lar.


Gi Luersen

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