Lamento do Não
(Gisele De Santi)

No exílio do meu peito
Bate stretto
O coração

Madrugada e não tem jeito
Eu não me deito
Se não tem a tua mão

Encontrei recado
Ao lado do centro 
Da solidão
E vou ler com lamento
Se puder eu canto
Mas creio que não

Toda a luz do firmamento
Não atende
À escuridão

Todo gole faz efeito
Mar adentro
Me transborda cada vão

Espalhei retratos
Pecados, desejos
Nus, pelo chão
Vou te ter ao menos
Nos sonhos, mas sonhos
Somente serão



Lamento Do Não

Mientras
(Gisele De Santi)

Hasta quando vai durar
Esse lampejo?
Eu desejo revogar 
O que for medo

Mientras eu te adornar
No meu enleio
Eu receio te amar
Mais do que devo

É recorrente
É uma constante
Mientras passa o tempo
A gente é mais que antes

Vem de repente
Nunca o bastante
Mientras dure o beijo
Nada está diante

Hasta quando eu cantar
Mientras tu me mirar
O que vier é bom
Amanece en Leblon 


Mientras

 Tema de Novela 
(Gisele De Santi) 

Não dá pra resolver
De qualquer maneira
A gente se vê
A vida inteira
A gente cala pra não sangrar ninguém
E a gente sangra como ninguém
Parece tema de novela
Um capítulo que

Não dá pra resolver
De qualquer maneira
A gente se vê
Queira ou não queira
A gente ri para não se afogar
Em tantas lágrimas derramar
Parece tema de novela
Um capítulo que

Insiste em ir ao ar
E a minha tela reprisa
Sorrisos de nós dois
Olhares e um depois

Se dá pra resolver
De qualquer maneira
A gente se vê
Na terça-feira
A gente canta pra não falar em vão
E a gente fala com o coração
É ver a vida da janela
Um dia cinza pra gente pintar
Parece um mundo de espera
Uma promessa a se eternizar


Tema De Novela

Colors Colorindo
(Gisele De Santi)

O negro do teu olho não me nega
Entrega que eu nasci pra ser a flor
No beijo, a saliva que me rega
Conserva eternamente o seu sabor

Os teus azuis aonde escondias?
Vermelhos e demais matizes
A transparência dos teus dias
Na calma do rosto e no que dizes

O negro do teu olho me secreta
Promessa e eu aceito como for
No peito, não atiras, mas acerta
A seta que me fere sem a dor

Os teus azuis aonde escondias?
Vermelhos e demais matizes
A transparência dos teus dias
Na calma do rosto e no que dizes

Do gris ao arco-íris
Lá surgindo
I see your true colors colorindo
Meu cantor
Vem sorrindo
And that’s why I love you
É infindo
O meu amor
Vou seguindo


Colors Colorindo

Haver
(Gisele De Santi)

Haver e ver você
Na boa, na sopa 
Pintando a rua

Só faz é me doer
Que a proa te sopra
E eu não fui tua

O que era pra viver
Ecoa, lateja
Em mim sussurra

Antes de te perder
A louca me toma
Te invado a roupa
Te levo pra lua
Pro céu da minha boca

Destila o doce
Que não se abdica
Destina hoje
O nosso tempo e fica
Eis o momento de deixar



Haver

Eita
(Gisele De Santi)

Não dá gana para recolher a roupa
Somente ler algumas folhas de Bukowski
Quem você não respeita

Você é a pura e cristalina das pessoas
E essa mancha do pecado que engole
Você não empreita

No que requer os laços
Você não estreita

Nú que me toma os braços
Você não se sujeita

Eu fui eleita a te querer
Me aceita 
Enfeita o meu cabelo
Com teus dedos
Me confeita

À tua espreita eu vou viver
Me deita
Ajeita o meu jeito
No teu peito
Te deleita













Eita

Quem é Ninguém
(Vitor Ramil/Roger Scarton)
 
Quem é ninguém
Quando a noite cai
Na casa que sou eu?
Quem não me faz ver?
Eu preciso ver
Quem não acende a luz?
 
Quem é você
Quando você não vem?
 
Quem é ninguém
Quando a chuva cai
Na casa que sou eu?
Quem não vai dormir?
Tenho que dormir
Quem não vai me levar?
 
Quem é você
Quando você não vem?
 
Quem é ninguém
Quando a casa cai
A casa que sou eu?
Quem não me faz rir?
Quero tanto rir
Quem não estende a mão?
 
Quem é você
Quando você não vem?


Quem é Ninguém

Desenho  
(Gisele De Santi)  

Eu vou ser o teu desenho  
Rabiscado de desejo  
Com a cor e o sabor  
Que contorna o melhor beijo  

Eu vou ser desassossego  
Dos teus sonhos pesadelo  
Com ardor e todo o amor  
Tempestade, atropelo  

Não me tema  
Esse tema vem cantar‐te  
Minha arte é me dar‐te  
Desde o fio até os pés  
Me ama como és 
 
Me toma   
Com a soma dos pecados  
Que de tantos desacatos  
Perdoou, absolveu  
Me ama como eu 

 


Desenho

Maçã Última 
(Gisele De Santi)  

Nosso beijo mora 
A anos luz daqui 
E de todos os espaços  
Que vão construir 
 
Fardado o nosso amor 
Com panos de Platão 
Fadado ao desgosto  
De não ter o gosto, não 
 
Tão leve sois 
Levou aos sóis 
Meu coração ardendo cego 
E pela sede não tem voz 
 
Se é pra depois 
Que vem o nós
Eu morro agora, pois futuro 
Nunca canta em tom veloz 
 
Planejo um fim pro mundo 
Apocalipse, o breu 
Pra ser a única, a última 
Maçã dos olhos teus 
 



Maçã Última

Samba Anônimo 
(Fabricio Gambogi) 
 
Tenho em mim tanta tristeza 
Mora em mim um mar de amor 
Quanto cabe em minha alma, de beleza 
É o quanto em mim escavou a dor 
 
Trago dentro do meu peito 
Só o que posso suportar 
Mesmo no abismo, não me desespero 
Pois feliz é o homem que sabe chorar 
 
Eu já tentei achar 
A solução, quando tudo estava em seu lugar 
Deixei estar 
Estando suspenso no ar, pois 
 
Tenho tantas incertezas 
Mais que posso responder 
Algo me serena e aceito com leveza 
O direito de quase compreender




Samba Anônimo

 Ardis 
(Arthur Nogueira/Gisele De Santi) 
 
O que foi não foi 
Foi-se um beijo e nada                      
Se isso é tudo 
Não nos cabe a estrada                    
Eu não sei o que te perdi 
Eu não sei onde é aqui 
Subi até teu céu                       
E então cai 
 
O que é teu me dói 
Se não dói, te calas 
Eu mudo, mudo 
Levo a minha escada 
Eu não sei o que mora em ti 
Eu não vi de onde eu vim 
Subi até teu céu  
E então cai 
 
Vai virar revolto mar                              
Que vem salgar a pele                          
Meus azuis, teus ardis                          
Não desaguaram no que tanto quis      
 
Vai virar revolto mar 
Que vem sangra, que fere 
Teus azuis, meus ardis 
Não foram nossos só por um triz 
 
O que foi não foi 
Foi-se um beijo e nada                      
Eu mudo, mudo 
Levo a minha escada 
Eu não sei o que mora em ti 
Eu não vi de onde eu vim 
Subi até teu céu  
E então cai 
 

Ardis - Meridiano 50 (Arthur Nogueira/Gisele De Santi)

Gisele De Santi pode até ser só uma menina, como canta em História da Menininha, mas uma audição mais 
atenta logo nos faz duvidar. Em seu disco de estreia, financiado pelo FUMPROARTE, Gisele revela-se 
cantora e compositora de segurança e maturidade notáveis, especialmente se considerarmos seus escassos 
25 anos de idade. Sua trajetória, porém, começou bem mais cedo. 
  
Aos 14 anos de idade, compôs Outono, sua primeira canção, que descreve o fim de um romance de verão: “o 
outono vai chegar e esfriar, a minha mágoa o vento vai carregar”. Já nesse momento, a personalidade de 
Gisele começava a se definir, com indicações de seu gosto pelo “frio” e de seu espírito melancólico, que não 
tardariam a aparecer de forma mais explícita em futuras composições: “você querendo só canção e eu 
inventei um estilo, você arrasou meu quarteirão e eu construindo um edifício”. Na época, Gisele já cantava em 
bares de Porto Alegre, cidade onde nasceu e cresceu. Com o passar do tempo, começou a mostrar seu 
repertório autoral, atraindo a atenção do público, que passou a pedir por um registro. 
  
Gisele De Santi é, também, o nome desse primeiro registro, produzido por Gilberto Ribeiro Jr., coproduzido 
por Fabrício Gambogi e pós-produzido por Leo Bracht. As composições, todas autorais, passeiam pelos mais 
diversos estilos: bossa-nova, blues, jazz, chamamé, samba-rock, embora nunca de forma exatamente 
tradicional, muito mais como se retrabalhasse o gênero de forma pessoal. 
  
Outra característica que chama a atenção em seu trabalho é o flerte com a metalinguagem. Intérprete 
essencialmente intimista e delicada, Gisele canta, por exemplo, que “a bossa era linda e acabou, entenda, eu 
quero rock ‘n roll”; “me quedo en el sur se chama-me assim”; “por você eu faço rocks”; “eu e você, tava 
gravado, em doze faixas que falam de amor”. Doze faixas que, por coincidência ou não, compreendem o 
mesmo número de faixas de seu disco. E, claro, todas falam de amor.
O disco teve lançamento também no Japão, em dezembro de 2011, pelo selo Disques Dessinee. 
Não à toa, disco e cantora foram reconhecidos na edição de 2010 do Prêmio Açorianos, premiados nas 
categorias intérprete e revelação, além de receber indicações a melhor compositor e melhor disco do ano de 
MPB. Gisele estreia como promessa já estabelecida, pronta para construir sua história, e, sobretudo, mais 
música. Que assim seja. 
                                                                                                              [Moisés Westphalen – roteirista e letrista] 
 
“Um repertório bem amarrado e bem produzido, com uma diversidade que a  
cantora atribui à própria natureza da música brasileira”  
[Luís Bíssigo]  
  
“Com uma bela voz em interpretações seguras de jazz, bossa nova e samba-  
rock, num disco cheio de bons arranjos”  
[Nelson Motta]  
  
“Candidata certa ao prêmio revelação do ano” “(!) Tem uma voz moderna,  
colorida, afinadíssima. O album já a coloca no patamar de cantoras novas  
como Céu, Roberta Sá, Luísa Maita”  
[Juarez Fonseca] 
 
contato@giseledesanti.com.br

História da Menininha (Bonus Track)

Faixa 17 da coletânea Tributo Amor Maior Antônio Marcos, lançado em 2013 pela Musicoteca.

Música: Antonio Marcos e Mario Marcos
Voz: Gisele De Santi / Violão 7 cordas: Luque Barros / Piano: Rogério Rochlitz / Percussão: Pedro Ito / Produção musical: Luque Barros Gravação e mixagem: Rodrigo Panassolo gravados no DNA Estúdio / Piano e voz gravados no Malu SweetHome. - See more at: http://www.amusicoteca.com.br/?p=8370#sthash.56eaHAIi.dpuf

Marcas No Caminho (Antonio Marcos/Mario Marcos)

Chama-me (Fabricio Gambogi/Gisele De Santi)

Canção do Sol (Gisele De Santi)

Gisele De Santi pode até ser só uma menina, como canta em História da Menininha, mas uma audição mais 
atenta logo nos faz duvidar. Em seu disco de estreia, financiado pelo FUMPROARTE, Gisele revela-se 
cantora e compositora de segurança e maturidade notáveis, especialmente se considerarmos seus escassos 
25 anos de idade. Sua trajetória, porém, começou bem mais cedo. 
  
Aos 14 anos de idade, compôs Outono, sua primeira canção, que descreve o fim de um romance de verão: “o 
outono vai chegar e esfriar, a minha mágoa o vento vai carregar”. Já nesse momento, a personalidade de 
Gisele começava a se definir, com indicações de seu gosto pelo “frio” e de seu espírito melancólico, que não 
tardariam a aparecer de forma mais explícita em futuras composições: “você querendo só canção e eu 
inventei um estilo, você arrasou meu quarteirão e eu construindo um edifício”. Na época, Gisele já cantava em 
bares de Porto Alegre, cidade onde nasceu e cresceu. Com o passar do tempo, começou a mostrar seu 
repertório autoral, atraindo a atenção do público, que passou a pedir por um registro. 
  
Gisele De Santi é, também, o nome desse primeiro registro, produzido por Gilberto Ribeiro Jr., coproduzido 
por Fabrício Gambogi e pós-produzido por Leo Bracht. As composições, todas autorais, passeiam pelos mais 
diversos estilos: bossa-nova, blues, jazz, chamamé, samba-rock, embora nunca de forma exatamente 
tradicional, muito mais como se retrabalhasse o gênero de forma pessoal. 
  
Outra característica que chama a atenção em seu trabalho é o flerte com a metalinguagem. Intérprete 
essencialmente intimista e delicada, Gisele canta, por exemplo, que “a bossa era linda e acabou, entenda, eu 
quero rock ‘n roll”; “me quedo en el sur se chama-me assim”; “por você eu faço rocks”; “eu e você, tava 
gravado, em doze faixas que falam de amor”. Doze faixas que, por coincidência ou não, compreendem o 
mesmo número de faixas de seu disco. E, claro, todas falam de amor.
O disco teve lançamento também no Japão, em dezembro de 2011, pelo selo Disques Dessinee. 
Não à toa, disco e cantora foram reconhecidos na edição de 2010 do Prêmio Açorianos, premiados nas 
categorias intérprete e revelação, além de receber indicações a melhor compositor e melhor disco do ano de 
MPB. Gisele estreia como promessa já estabelecida, pronta para construir sua história, e, sobretudo, mais 
música. Que assim seja. 
                                                                                                              [Moisés Westphalen – roteirista e letrista] 
 
“Um repertório bem amarrado e bem produzido, com uma diversidade que a  
cantora atribui à própria natureza da música brasileira”  
[Luís Bíssigo]  
  
“Com uma bela voz em interpretações seguras de jazz, bossa nova e samba-  
rock, num disco cheio de bons arranjos”  
[Nelson Motta]  
  
“Candidata certa ao prêmio revelação do ano” “(!) Tem uma voz moderna,  
colorida, afinadíssima. O album já a coloca no patamar de cantoras novas  
como Céu, Roberta Sá, Luísa Maita”  
[Juarez Fonseca] 
 
contato@giseledesanti.com.br

História da Menininha (Gisele De Santi)

Morena Branca (Gisele De Santi)

Disco Duplo (Gisele De Santi)

E Eu? (Gisele De Santi)

Quinhão (Gisele De Santi)

Entenda (Gisele De Santi)

Bonus track exclusiva da edição japonesa do disco, lançada pelo selo Disquess Dessinee

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