Projeto pedagógico da disciplina eletiva "Literatura em Podcast" (9º Ensino Fundamental)
Projeto pedagógico da disciplina de Língua Portuguesa "Radionovela"(8º Ensino Fundamental)
Professora Glaucia Vaz
Colégio Estadual Maria Elias de Melo

Radionovela 8ano B - Grupo 2

Radionovela 8ano B - Grupo 1

Radionovela 8ano A - Grupo 1

Podcast Quadrinhas Populares de Fernando Pessoa
Iago, Katleen, Adrian, José Eduardo, Rafaella e Letícia (9ºA)

Podcast Grupo 5

“Bom dia, boa tarde... Grupo de Estudos 3ªA, Grupo de Atividades 8ºB, grupo do terceirão, grupo disso, grupo daquilo, mensagem no grupo da professora x, mensagem no grupo da turma, entre no link para chamada, acessem a postagem no Classroom, pessoal, bom dia, acessem o link tal, baixem o aplicativo y, respondam à chamada no grupo, tirem print da chamada, vc saiu da chamada, vc entrou na chamada, liga o áudio, desliga o áudio...”

É assim o dia a dia dos estudantes goianos desde o decreto do governo estadual em março de 2020: uma infinidade de mensagens, especialmente pelo aplicativo de comunicação WhatsApp. Com a chegada do SarsCov2 ao Brasil em 26 de fevereiro, de acordo com o Ministério da Saúde, (embora muito se cogite que o primeiro caso tenha chegado bem antes do anunciado pelo governo), a rotina mudou inquestionavelmente todos os setores de nossas vidas e a Educação não foi menos afetada pela necessidade de contenção da pandemia de Covid-19.
Além de sermos bombardeados diariamente com um sem fim de notícias, números, gráficos, reprises de programas e gravações feitas com vídeos caseiros na televisão (nunca se viu assim, invasivamente, casas, sofás, cortinas, caras lavadas... não sem filtro...), fomos sugados pelos smartphones (como se tivéssemos nos tornado o instrumento para que os aparelhos eletrônicos tomassem vida) que, outrora, serviam para distração do trabalho e dos estudos, sendo agora o mecanismo essencial para o próprio trabalho e para os estudos.
Poderíamos dizer que nos encontramos numa narrativa distópica em que os mais absurdos acontecimentos também perdem o “filtro”: negacionismo, notícias falsas tomando o lugar de verdade, conhecimento científico sendo menosprezado por representantes políticos, racismo, discurso de ódio... tudo que já existia e que vinha tomando uma dimensão assustadora foi repentinamente posto como o “novo” normal... o que não quer dizer que seja um “normal” aceitável, tolerável.
Dentre todas essas situações, há também a resistência (insistência, persistência, im-pertinência?) da educação. Em Goiás, as aulas que, desde 16 de março foram suspensas na modalidade presencial, seguem funcionando sob um regime emergencial, o regime remoto (que claro: não é o que educação à distância): plataformas de videoconferência, aplicativos de comunicação, programas de televisão, links, pdf, “lives”, mais links. 
Uma série de discussões podem ser feitas sobre tudo isso num nível biopolítico, mas vejamos também o que é intrínseco dos mecanismos de biopoder: as positividades microfísicas. Em que pé está a produção da subjetividade em seu nível mais local? Em quê temos nos tornado a cada dia diante das novas linhas de força que emergem da pandemia?
Foram essas as perguntas e os incômodos que surgiram quando entrevistei alguns alunos do colégio estadual “Instituto de Educação Matilde Margon Vaz”, de Catalão. A entrevista decorre de uma atividade pedagógica que integra um projeto da Secretaria de Educação de Goiás, SuperAção, a saber “Prevenção da saúde mental durante a pandemia”. 
Em suas respostas (consideradas simples respostas às perguntas de uma professora), os estudantes elaboram enunciados que emergem dessas novas modalidades de subjetivação, cujos efeitos devem ser problematizados nas mais diversas áreas, desde a saúde até a educação públicas, na economia, na política... E, certamente, quanto às positividades de um arquivo de práticas e discursos que se instaura e tende a lançar possibilidades de novos modos de vida.
E, num súbito, depois de uma divagação costumeira de quem acompanha essa rotina de perto, deixo, no podcast, a breve entrevista dos alunos das terceiras séries do Ensino Médio do colégio Instituto.

Glaucia Vaz

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