Atuando na cena musical soteropolitana há cerca de três décadas, o cantor e compositor Harlei Eduardo chega ao seu primeiro registro fonográfico. Composto por cinco faixas e coproduzido pelo músico Israel Lima, o EP “Dudu” pode ser definido como a estreia de um veterano. As senhas da cultura de matriz africana estão presentes já no título do álbum: Dudu é o diminutivo para o nome Eduardo e a palavra que significa a cor preta em idioma yorubá. A Cidade do Salvador, suas ruas, seu entorno geográfico e sua cena cultural são o pano de fundo das composições. “Memórias Perdidas” foi escrita para o documentário homônimo, dirigido por Sabrina Andrade, cineasta fluminense radicada em Salvador, que participa da faixa numa fala sobre a força da memória.

MEMÓRIAS PERDIDAS
Eu nunca tinha visto o mar
Daquele ponto de vista
De onde se vê terra e mar e avista-se
Toda a beleza do lugar

Havia uma fábrica ali,
Motor e ruína da história.
A exuberância do outeiro
Veio o progresso e desmatou

Já não se ouve o trem passar
A vida anda fora dos trilhos
Os moradores do lugar
Saíram numa procissão

Na ponte sobre a enseada,
Junto ao sétimo pilar
Chamaram pela mãe-d'água
Valei-nos, Yemanjá

E a mãe-d'água acolheu cada presente,
Atendeu cada prece que ouviu,
Lavou as cabeças,
Concedendo-lhes a força subversiva da memória
Para lutar e contar essa história
Àqueles para quem essa parte da cidade nunca existiu

Memórias Perdidas [feat. Sabrina Andrade] (Harlei Eduardo)

Atuando na cena musical soteropolitana há cerca de três décadas, o cantor e compositor Harlei Eduardo chega ao seu primeiro registro fonográfico. Composto por cinco faixas e coproduzido pelo músico Israel Lima, o EP “Dudu” pode ser definido como a estreia de um veterano. As senhas da cultura de matriz africana estão presentes já no título do álbum: Dudu é o diminutivo para o nome Eduardo e a palavra que significa a cor preta em idioma yorubá. A Cidade do Salvador, suas ruas, seu entorno geográfico e sua cena cultural são o pano de fundo das composições. “Rua da Graça”passeia por logradouros da cidade, num jogo toponímico que revive um amor perdido num caminho até a Baía de Todos os Santos.

RUA DA GRAÇA
O meu amor por um tempo morou
Na Rua da Graça
Na Rua da Graça teve fim a nossa história
O meu amor passou ao Largo da Vitória
 
E o meu olhar ainda buscou as águas da Baía
Mas Todos os Santos estavam distantes
Não houve resposta
E o meu coração
Ficou batendo a esmo
Ao fluxo da maré

Rua da Graça [feat. Beto Márcio] (Harlei Eduardo)

Atuando na cena musical soteropolitana há cerca de três décadas, o cantor e compositor Harlei Eduardo chega ao seu primeiro registro fonográfico. Composto por cinco faixas e coproduzido pelo músico Israel Lima, o EP “Dudu” pode ser definido como a estreia de um veterano. As senhas da cultura de matriz africana estão presentes já no título do álbum: Dudu é o diminutivo para o nome Eduardo e a palavra que significa a cor preta em idioma yorubá. A Cidade do Salvador, suas ruas, seu entorno geográfico e sua cena cultural são o pano de fundo das composições. “Chumbo” associa as tensões das relações afetivas à chegada da chuva, com nuvens pesadas até sua dissipação.

CHUMBO
Eu hoje não quero te ver
Mas, de repente, se você aparecer
Sei não, sei não
Lá fora, sobre a noite, há um céu de chumbo
E o chumbo
É algo assim um tanto maleável
Como o meu coração

Decerto também essa chuva não tarda a cair
E logo se vai esse clima pesado
Sinceramente
Não me queira mal
Eu hoje não vou passar por aí

Chumbo (Harlei Eduardo)

Atuando na cena musical soteropolitana há cerca de três décadas, o cantor e compositor Harlei Eduardo chega ao seu primeiro registro fonográfico. Composto por cinco faixas e coproduzido pelo músico Israel Lima, o EP “Dudu” pode ser definido como a estreia de um veterano. As senhas da cultura de matriz africana estão presentes já no título do álbum: Dudu é o diminutivo para o nome Eduardo e a palavra que significa a cor preta em idioma yorubá. A partir daí, o autor segue criando interfaces entre o candomblé e a cultura pop, como em “Ororo” - faixa que traz no título o nome da mutante “Tempestade”, dos X-Men, traduzindo o arquétipo do orixá feminino Iansã, senhora dos ventos e raios, que são os mesmos elementos da natureza manipulados pela  personagem.

ORORO
Ororo
Dona dos raios
Oyá mutante
Transliterada
Ororo
Oyá no espelho
Yaô
Na sala escura, um reflexo
Anúncio na tela clara
Na tempestade dos arquétipos
Iansã surgiu translúcida
Ororo
Oyá tomou sua yaô

Ororo [Incidental: Santa Bárbara (D.P.)] (Harlei Eduardo)

Atuando na cena musical soteropolitana há cerca de três décadas, o cantor e compositor Harlei Eduardo chega ao seu primeiro registro fonográfico. Composto por cinco faixas e coproduzido pelo músico Israel Lima, o EP “Dudu” pode ser definido como a estreia de um veterano. As senhas da cultura de matriz africana estão presentes já no título do álbum: Dudu é o diminutivo para o nome Eduardo e a palavra que significa a cor preta em idioma yorubá.  A partir daí, o autor segue criando interfaces entre o candomblé e a cultura pop. Em “Fortaleza da Solidão”, o retiro e a busca pela ancestralidade vivenciados num terreiro são associados ao lugar onde o personagem “Super-Homem” vai encontrar os segredos da sua origem e o legado de seu povo.

FORTALEZA DA SOLIDÃO
Sou filho de um rei
Fui acolhido na casa de um rei
Partilho dessa nobreza
Sou guardião da nobreza
De um homem da mata
De um homem da rua
De um homem do mar
E de um menino do sol
 
Minha fortaleza
Eu sempre hei de encontrar
Meu camarada
Meu capitão
Meu pai

Meu pé, minha mão
Casa da força, do amor, da beleza
Minha mãe, meus irmãos
Sustentando a fortaleza
Da minha solidão

Fortaleza da Solidão (Harlei Eduardo)

Harlei Eduardo é cantor, compositor e violonista soteropolitano. A Cidade do Salvador, suas ruas, seu entorno geográfico e sua cena cultural são o pano de fundo das suas composições.

Harlei Eduardo

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