Dentro da minha cabeça
onde o céu não tem paredes
nem velho jogando dados
indeciso entre
a piedade a indiferença
ou quem ganha uma partida
enquanto a fome faz um anjo 
numa avenida central

Dentro da minha cabeça
onde o homem perdeu a luta
trocando alma por conforto
e escravizado pelo tal
ele vale o que ele ostenta
e a lição que ele deixa

Filho cresça e apareça
Nesse mundo capital
só o dourado tem valor

Bem vindo ao pálido ponto azul, ao pálido ponto azul
Onde as luzes das estrelas contam casos do passado
Onde as luzes das estrelas contam casos do passado

Se esses homens quisessem um pouco mais de vida
deixariam a vida chegar
Essa paz que se vende de dia não se compra quanto a tarde chega

Quando a tarde chega...


A Tarde

Bem no meio do nada montaram um circo
dois picadeiros, alguns anões e também um leão
bem no meio do nada montaram um circo
e nas arquibancadas porrada comia por restos de pão

E do lado de fora uma puta cega tentava manter a ordem
de costas pra confusão
e do lado de fora uma puta cega tentava manter a ordem
de costas pra multidão

Domadores de gente de canetas nas mãos
assinavam cheques, compravam castelos
longe demais do barulho das capitais
debaixo de um céu de estrelas vermelhas

Um coração fibrila...


O Circo

Fingiu não ser dele a sentença que ouviu
Sorriu quando a mãe avisou pra fazer o dever
Correu do sol com medo de se queimar
Correu do sol

Surgiu a revolta na dor que sentiu
Só percebeu que o limite era a esquina quando ultrapassou
Correu do sol com medo de se queimar
Vestiu de preto a cidade pro seu sonho de lata passar


Vai Menino Prodigio
Conta pro pai o que faz chorar
Conta pro pai o que faz chorar

Fingiu não ser dele a sentença que ouviu
Sorriu quando a mãe avisou pra fazer o dever
Correu do sol com medo de se queimar
Correu do sol

Surgiu a revolta na dor que sentiu
Só percebeu que o limite era a esquina quando ultrapassou
Correu do sol com medo de se queimar
Vestiu de preto a cidade pro seu sonho de lata passar


Vai Menino Prodigio
Conta pro pai o que faz chorar
Conta pro pai o que faz chorar
Vai Menino Prodigio
Conta pro pai o que faz chorar
Conta pro pai o que faz chorar

Menino Prodigio

Na boca o sal 
o selo pro fim
Dias que chegaram mais cedo
Tarde pra quem acertava seus passos

As preces de um pequeno inocente
Feito peneira contra a luz
Defendiam a fé que restava...

Feito um anjo caído
recolhendo as penas pelo chão
um pobre diabo qualquer

Enxergava bem de perto
Que os deuses mudavam de cor

Na boca o mal 
salivando gelo
O céu era só um espelho
Agora arde, arde

As preces de um pequeno inocente
Feito peneira contra a luz
Sopravam as nuvens de chumbo...


O Pequeno E A Prece

A palavra certa
através dos dentes da cabeça errada
Envenenando recintos
Incendiando instintos
A palavra acerta
Um calor pra algum peito vazio

Flor transformada em espinhos
Dedos em riste apontavam pra alguém
A gestação expressa

De um culpado sem crime…


A palavra era pedra
Feito um muro que dividia
De um lado tão certos
De um lado tão cegos
A palavra espera um momento de mal juízo

Sangue no paraíso
A ponta de um rifle
A cabeça de alguém
A unção extrema
De um culpado sem crime

De um culpado sem crime…

Nos jardins dos santos gestos, a palavra era erva daninha...


Propaganda (Sem Crime)

Imagine a possibilidade de misturar elementos de O Rappa, Lenine, Nação Zumbi, Alice in Chains, Led Zeppelin, Soundgarden, Paralamas... Tudo num mesmo som.

Com essa idéia quatro amigos formaram a INITIO em 2010 na Região dos Lagos, interior do Rio de Janeiro.

A banda propõe uma sonoridade que combina distorções cruas, beats eletrônicos, frases marcantes de baixo, bateria sólida e letras cantadas em português recheadas de contestações sobre temas diversos.

O lema principal é fazer música sem se importar com as demarcações impostas pelos rótulos usuais, preocupando-se somente em ser honesto.


INITIO

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