Antes de você dormir

A luz é forte
e sem gravidade.
É diferente o chão.
Assim eu caminhava como se suspenso pelas tuas mãos.

Antes de você dormir.
Antes de você sonhar.
O que vive procura você aqui.
Passageira que dormiu no trem.

Voei por lugares de estranha paisagem.
E o rastro incandescente na passagem da corrente.

A supernova, quando explodiu,
um outro sol surgiu.
Antes de você dormir.
Antes de você sonhar.

Tão veloz que vibrou em mim.
Tão distante que não tem mais fim.
O que vive procura você aqui.
Passageira que dormiu no trem.

         (José Paes de Lira, Lirinha)

ANTES DE VOCÊ DORMIR:
Gravada em São Paulo, no fim de 2022, a faixa tem como instrumentistas convidados, Dizin, meu filho, e Luchas Arie. A canção começa com uma voz sintetizada, narrando uma ficcional viagem espacial. Essa voz foi produzida por uma ferramenta de inteligência artificial, que transforma texto em fala. O arranjo instrumental, de estrutura eletrônica, representa a arte sonora da captação de eventos cósmicos. 

A letra da música fala sobre o momento fantástico que precede o mergulho no sono. A zona intermediária entre o mundo acordado e o adormecido. O momento em que o corpo vivencia a ausência de gravidade e o desaparecimento das leis naturais da física. Entrando, assim, num infinito espacial, onde não somos mais nós mesmos e, sim, a composição total desse espaço; sendo possível acessarmos todas as emoções.

Antes de você dormir
(José Paes de Lira, Lirinha)

Ficha Técnica da gravação:
Voz: José Paes de Lira, Lirinha
Sintetizadores, Baixo, Teclados, Vocoder e Percussão eletrônica: Dizin
Bateria e efeitos eletrônicos: Luchas Arie
…
MÊIKE RÁS FÂN
Produção musical: José Paes de Lira, Lirinha
Mixagem: Ricardo Bolognini
Masterização: Scott Hull
Designer Gráfico: Rodrigo Sommer

08 Antes De Você Dormir

No fim do mundo

Há quinze anos,
quando você me amava
e quando eu amava você,
não pensávamos no fim do mundo
e nem se o futuro seria uma teoria.
Quando acordamos aquele dia,
sobre os escombros das torres destruídas,
como o primeiro homem e a primeira mulher
expulsos de um paraíso já em cinzas,
nos demos conta da morte e da separação,
e de como nossas mãos jamais tornariam a se tocar outra vez.

                                                                   (Micheliny Verunschk)

NO FIM DO MUNDO:
Escrita por Micheliny Verunschk, "No fim do mundo" é a única letra do álbum MÊIKE RÁS FÂN que não é de minha autoria. Verunschk escreveu quando o atentado do World Trade Center, em Nova Iorque, completou 15 anos. Vejo como uma metáfora das profundas mudanças socioculturais do nosso mundo. A data marcante, também, coincide com a revolução tecnológica da popularização da internet, no surgimento das redes sociais globais, e da reelaboração do discurso e debates sobre as diversidades. O arranjo instrumental é estruturado no belíssimo coral de Sofia Freire, sobre as texturas sintetizadas de Paulo Kishimoto, coautor da música junto comigo, e os metais operísticos do maestro Parrô Melo.

A escolha de um texto de Micheliny Verunschk para o disco acontece por sua obra exercer um forte impacto na história das minhas composições. Crescemos juntos em Arcoverde-PE, e o contato com a  sua poesia redirecionou minha rota de construção literária.

No fim do mundo
(Micheliny Verunschk, Lirinha e Paulo Kishimoto)

Ficha técnica da gravação:

Voz: José Paes de Lira, Lirinha
Coral: Sofia Freire
Piano, Teclado e Sintetizador: Paulo Kishimoto
Arranjo metais: Maestro Parrô Melo
Sopros: Pedro Castilho, Flávio Rodrigues, Alan Ameson
…
MÊIKE RÁS FÂN
Produção musical: José Paes de Lira, Lirinha
Mixagem: Ricardo Bolognini
Masterização: Scott Hull
Designer Gráfico: Rodrigo Sommer

07 No Fim Do Mundo

Amor Vinil

Alô!
Não lembro mais o meu nome.
Sou do meio oeste.
Eu não tenho história.
A minha tradição foi reduzida a cacos.
Mas quando o amor chega, eu sinto seu toque.
Você me escuta?

Como uma agulha de disco,
nas ondulações do corpo,
na pele.
Transformando vibrações mecânicas em impulsos elétricos.
Eis que você chegou pra começar a música.

A última coisa que preciso é de paz.
Há lugares na minha pele que ainda não conheço.
Se perdi a habilidade de andar,
eu vou voando. 

O meu amor.  
Eu acho que você sabe o quero dizer.
É bem maior que o mar.
Essa coisa estranha.
É bem maior
que o mar do meu desejo.
Não teria medo
se soubesse como se chama.
É bem maior que o mar e o céu azul, azul, azul, azul.
Maior que a dimensão da minha vida. 
Eu conheço um jeito de descobrir.
Maior, maior.
Que lugar é esse?
Do que tudo que vejo.
Mora nas coisas ou dentro da gente?
E, assim, balança o amor.
Super querer.
Dança o amor. Voa, voa.
Voa. Volta pra casa.
Nosso olho não vê.
E, assim, balança o amor.
Balança, balança.
Dança o amor.
Qual ciência sabe a nossa dança?
Voa.
Diga a palavra certa.
Volta pra casa.
Você vem?

               (José Paes de Lira, Lirinha)

AMOR VINIL:
A dramática canção "Amor Vinil" fala do incansável e infinito movimento do amor entre as pessoas e de como as camadas diferentes de sons se envolvem na construção dessa comunicação. Ela começa sobre a textura sonora de um antigo disco de vinil. O cenário é uma ligação telefônica de um ouvinte solitário da Rádio Cósmica MÊIKE RÁS FÂN para a sua grande paixão, que é uma das vozes cancioneiras da programação. A participação vocal de Iara Rennó provoca um intenso e fantástico diálogo, entre o canto e a fala dos personagens. O arranjo instrumental foi gravado por Thomas Harres @thomas_harres, na bateria; João Leão, nos teclados; Dizin, no baixo sintetizador; e Juliano Holanda, na guitarra.

Amor vinil
(José Paes de Lira, Lirinha)

Ficha técnica da gravação:
Voz: Iara Rennó
Voz: José Paes de Lira, Lirinha
Bateria: Thomas Harres
Baixo sintetizador: Dizin
Teclados e Sintetizador: João Leão
Guitarra: Juliano Holanda
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MÊIKE RÁS FÂN
Produção musical: José Paes de Lira, Lirinha
Mixagem: Ricardo Bolognini
Masterização: Scott Hull
Designer Gráfico: Rodrigo Sommer

06 Amor Vinil

O campo é o corpo

Dizem que teus olhos têm sete mantos.
Então, cola no quanta dos campos.
Passa a ponta dos dedos nas cercas elétricas,
na tinta dos muros,
na casca das árvores.
Lembra que tudo colhido vai ser dividido.

Obola, obola, obolalá!
Obola, obola, obolalá!
Vai ligeira, 
vem maneira, 
vai por mim.
Onde balança a esperança,
eterna dança.
Jogo sem fim.
O campo é o corpo.

O campo de asfalto.
O campo do mato.
O campo sem dono.
O campo cercado.
O campo negro.
Campo caboclo.
O corpo que joga. 
O corpo feroz.

O campo de barro.
O campo capim.
O campo de areia da beira do mar.
O campo come.
O campo clareia.
O corpo de pedra.
O corpo de lama.


Obola, obola, obolalá!
Obola, obola, obolalá!
Vai ligeira, 
vem maneira, 
vai por mim.
Onde balança a esperança,
eterna dança.
Jogo sem fim.
O campo é o corpo.

                  (José Paes de Lira, Lirinha)

O CAMPO É O CORPO:
Essa música foi composta, especialmente, para a inauguração do campo de futebol "Dr. Sócrates", na escola de formação do MST: "Florestan Fernandes", em Guararema - SP. Mas, também, carrega inspirações do filme "Campo de Jogo", de Eryk Rocha, da música "Oba lá lá, de João Gilberto, uma das raras composições de sua própria autoria e da poesia de Cora Coralina, presente na escola nacional do Movimento Sem-Terra. O campo é o corpo, retoma a parceria com Dan Maia, coautor da música "Ah se não fosse o amor", que abre o meu primeiro álbum solo: LIRA ( 2011 ). Das canções do disco MÊIKE RÁS FÂN, é a faixa que mais se aproxima da proposta de um ritmo e poesia particular e experimental. Foi instrumentalmente construída pelo próprio Dan Maia que gravou: baixo sintetizador, guitarra portuguesa, theremin, guitarra elétrica e o coral; e Thomas Harres, numa inventiva percussão e bateria. A letra reflete o pensamento de conexão entre o campo e o corpo. E a consciência de que as transformações de um reconfiguram o outro.

O campo é o corpo
(José Paes de Lira e Dan Maia)

Ficha técnica da gravação:

Voz: José Paes de Lira, Lirinha
Baixo sintetizador, Guitarra portuguesa, Theremin, Guitarra elétrica e Coral: Dan Maia
Bateria e Percussão: Thomas Harres

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MÊIKE RÁS FÂN
Produção musical: José Paes de Lira, Lirinha
Mixagem: Ricardo Bolognini
Masterização: Scott Hull
Designer Gráfico: Rodrigo Sommer

05 O Campo É O Corpo

Mesmo

A estrada branca.
O vestido preto.
O céu nublado.
O feriado inteiro.
A guitarra azul.
Os amigos de arco e flecha.
Você não sai do meu lado.

O coração voltando
à antiga forma.
John Frusciante,
na viagem longa.
A estrada de barro.
A poeira nos olhos.
A letra da nova música.
Porque atravessamos o país dos sonhos juntos,
não parava de rir, nem desligava.

O que faz tão fácil descrever
é o que faz difícil de esquecer.
Continuo no mesmo lugar.

Deveria estar
ao seu lado sempre.
Com roupas metálicas.
Contra um céu cinzento.
Mas, meu amor,
nem tudo que é, pode ser.
E nem tudo pode ser
do jeito que a gente quer.

O que faz tão fácil descrever
é o que faz difícil de esquecer.
Continuo no mesmo lugar.

Nos meus passos, vejo a sua mão.
Os melhores guardo pra você.
Continuo no mesmo lugar.

De olhos fechados.
O que falta na noite?
Agora, você está dormindo.
Cachoeiras saem do teu travesseiro.
Tocarei de leve no teu sonho.
Outra vez,
conversarei com ele.
Eu sei que foi melhor assim.

                          (José Paes de Lira e Martin Mendonça)

MESMO:
A voz de "Mesmo" canta sobre os sentimentos de um artista da música, durante suas viagens de trabalho pelo país dos sonhos. Única regravação do álbum MÊIKE RÁS FÂN, foi interpretada, pela primeira vez, no disco "Quando Um Não Quer", do guitarrista, compositor e grande amigo Martin Mendonça, lançado em 2015. Quando fui convidado para participar da composição, o desafio de Martin veio através do seguinte mote: "O que faz tão fácil descrever, é o que faz difícil de esquecer, continuo no mesmo lugar." Nessa época, ele estava em turnê com a cantora, compositora e também amiga, que admiro muito, Pitty,  num duo chamado "Agridoce". Desenvolvi a letra pensando neles, como representantes de todos os músicos que constroem e atravessam histórias por onde passam. Nessa nova interpretação do álbum MÊIKE RÁS FÂN, Paulo Kishimoto toca os violões, piano, teclados e sintetizador, e Lana Balisa canta o coral do refrão.

Mesmo
(Martin Mendonça e José Paes de Lira, Lirinha)

Ficha técnica da gravação:

Voz: José Paes de Lira, Lirinha
Coral: Lana Balisa
Violões, Piano, Teclado e Sintetizador: Paulo Kishimoto

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MÊIKE RÁS FÂN
Produção musical: José Paes de Lira, Lirinha
Mixagem: Ricardo Bolognini
Masterização: Scott Hull
Designer Gráfico: Rodrigo Sommer

04 Mesmo

Bebe

Por que, tão cedo, 
contar teu segredo?
Ah, se eu soubesse a palavra que cai dos teus olhos,
eu levaria teu nome por todas as águas.

Vê como fica vermelho o fim da tarde azul!
Se joga pedra na água, estremece a estrela.

O mar levou nossas horas,
e, agora, o relógio é você.
Meia-noite é você.
Madrugada é você.

Bebe a lembrança do porto, uma chuva no mar.
Um guindaste parado.
Meike Rás Fân, Mêike Rás Fân.
Rádio Cósmica,
na noite molhada.
Se você fecha os olhos, ninguém vê a lua.

Olha, eu vi tanta coisa, na mudança da luz,
lá na pedra do Ingá.
Será uma língua esquecida,
uma oração musicada?
Inclina o corpo, toca nos mapas,
vê que a Terra se perdeu.

O mar levou nossas horas,
e, agora, o relógio é você.
Meia-noite é você.
Madrugada é você.

Bebe a lembrança do porto, uma chuva no mar.
Um guindaste parado.
Vem de dentro, dentro da montanha,
mas também, desce do céu,
Mêike Rás Fân.
Se você fecha os olhos, ninguém vê a lua.

Olha, eu vi tanta coisa, na mudança da luz,
lá na pedra do Ingá.
A astrodinâmica,
a telepresença,
ciranda de magma.
Inclina o corpo, toca nos mapas.
Vê que a Terra se perdeu.

                             (José Paes de Lira, Lirinha)

BEBE:
Com a força expressiva do arranjo e da letra, essa canção procura a visualização através do som, de ondas, braços, guindastes, montanhas, mudança das cores do céu, entre a tarde e a noite, e a lua brilhando num cais molhado. Imagens que se revelam e se transformam constantemente. A faixa nasceu do desejo de escrever uma "poesia dos remadores". A música começa com um texto declamado por Nash Laila, num rádio intercomunicador, evocando a fictícia estação cósmica que dá nome ao album: MÊIKE RÁS FÂN. Também incorpora um surpreendente coral, construído por Dan Maia, que interpreta estivadores numa madrugada de um porto imaginário.

Bebe
(José Paes de Lira, Lirinha)

Ficha técnica da gravação:

Voz: José Paes de Lira, Lirinha
Voz poema abertura: Nash Laila
Coral: Isadora Melo e Gabi da Pele Preta
Coral estivadores, Arranjo de cordas e metais: Dan Maia
Bandolim: Rafael Marques
Bateria e Percussão: Thomas Harres
Baixo elétrico: Paulo Kishimoto
Teclados: André Lima
Sintetizador: Dizin

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MÊIKE RÁS FÂN
Produção musical: José Paes de Lira, Lirinha
Mixagem: Ricardo Bolognini
Masterização: Scott Hull
Designer Gráfico: Rodrigo Sommer

03 Bebe

Oyê

Eu te espero sorrindo, meu bem.
Eu te espero, cantando.
Meu amor, onde é que vai voar?
Onde é que vai?
A história não terminou.
Há palavras pra encontrar,
e te contar.

Oyê, bongar!
Mó correnteza.
Chuá, chuá,
na interleza.
Sim, você volta assim:
Sempre maior.
Fogueira doce.
Um mundo melhor.
Oyê!

Não importa que a vida esconda.
Mais forte o vento,
maior a onda,
pra te buscar.

Oyê, bongar!
Mó correnteza.
Chuá, chuá,
na interleza.
Sim, você volta assim:
Sempre maior.
Fogueira doce.
Um mundo melhor.
Oyê!

                               (José Paes de Lira, Lirinha)

OYÊ:
Essa canção é muito especial pra mim. Emocionante em todos os processos, desde a composição. Nasceu de uma grande paixão, no mesmo momento que perdia a presença física do meu pai. Fala sobre a busca por novas palavras, numa história que ainda não acabou, numa realidade aberta. O arranjo instrumental nasceu de um encontro inusitado com um importante instrumentista da minha cidade, Orlando Melo, representante da sofisticada tradição dos sanfoneiros do sertão nordestino brasileiro. Era noite de São João de 2021, estávamos no sítio Alcobaça, no vale do Catimbau, recolhidos por causa da pandemia e lamentando a impossibilidade de festejar essa data tão importante. Mas ficamos tocando entre nós, acendemos uma fogueira e, assim, apresentei os primeiros rascunhos da música. Depois de gravada a sanfona, em Arcoverde PE, Dan Maia fez um inesquecível arranjo percussivo vocal, em São Paulo, e Kishimoto gravou os demais instrumentos.

Oyê
( José Paes de Lira, Lirinha )

Ficha técnica da gravação:

Voz: José Paes de Lira, Lirinha
Coral e Percussão vocal: Dan Maia
Sanfona: Orlando Melo
Piano, Steel guitar e Contrabaixo acústico: Paulo Kishimoto
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MÊIKE RÁS FÂN
Produção musical: José Paes de Lira, Lirinha
Mixagem: Ricardo Bolognini
Masterização: Scott Hull
Designer Gráfico: Rodrigo Sommer

02 Oyê

Estrela negríssima

É difícil imaginar como era isso tudo.
Nenhum céu acima.
Nenhuma terra abaixo.
Um poço negro, vazio, cheio de eco.
Louco demais!
Os minerais inversos.
O espaço tempo.
Infinito lençol!
Guardado,
dobrado
sobre ele mesmo.

Mas você apareceu,
na fotografia.
Oh, buraco negro!
Onde se vê,
sei lá,
desestrelas.

Essa distância é pura viagem.

In, in, interior.
Do mais que luz.
Da submassa maior.
Do pós-calor.

Agora, canta.
Canta comigo essa história.

Estrela negríssima!
Maior do que tudo que brilha no céu!
Dá pra saber,
antes de te ver.


Estrela foríssima!
Além da poeira da queda do céu!
Danço pra ver
teu sonho crescer.

O que fazer,
quando tocar
a tua alma
fotografada?

                   (José Paes de Lira, Lirinha)

ESTRELA NEGRÍSSIMA:
A música de abertura do álbum apresenta o universo sensorial e imagético que conduz todo o projeto de intermídia MÊIKE RÁS FÂN. É uma canção de amor para a fotografia de um buraco negro. Imagem que só foi possível ser registrada e construída através das informações captadas por ondas de rádio. Concretizando, assim, para nós que vivemos envolvidos no infinito tecido do espaço-tempo, a visibilidade de um corpo impossível. A faixa, também, introduz o conceito definidor da interpretação vocal do disco, onde a poesia recitada estabelece um constante diálogo com o canto. As gravações de Estrela Negríssima contaram com participações que se tornaram importantes em quase todo o processo do disco. Destaco, especialmente, o coral de Gabi da Pele Preta, o arranjo de sopros do maestro Parrô Melo, e a bateria e percussão de Thomas Harres.

Estrela Negríssima
( José Paes de Lira, Lirinha )

Ficha técnica da gravação:

Voz: José Paes de Lira, Lirinha
Coral: Gabi da Pele Preta
Guitarra e sintetizador: Dizin
Percussão e Bateria: Thomas Harres
Teclados: João Leão
Arranjo metais: Maestro Parrô Melo
Sopros: Pedro Castilho, Flávio Rodrigues, Alan Ameson

…

MÊIKE RÁS FÂN
Produção musical: José Paes de Lira, Lirinha
Mixagem: Ricardo Bolognini
Masterização: Scott Hull
Designer Gráfico: Rodrigo Sommer

01 Estrela Negríssima

ANTES DE VOCÊ DORMIR dá início a divulgação do novo projeto musical de José Paes de Lira, Lirinha. É uma canção inédita, composta e produzida pelo próprio artista e que apresenta os principais pontos conceituais do seu novo álbum solo MÊIKE RÁS FÂN: emoções universais num cenário ficcional de comunicação interplanetária. 

Foi a última música composta e produzida para o álbum, e assim carrega na sua construção, todos os elementos que caracterizam a visão cósmica de multi horizontes presente no disco. 

A letra da música fala sobre o momento fantástico que precede o mergulho no sono. A zona intermediária entre o mundo acordado e o adormecido. O momento em que o corpo vivencia a ausência de gravidade e o desaparecimento das leis naturais da física. Entrando assim num infinito espacial, onde não somos mais nós mesmos e sim a composição total desse espaço. Sendo possível acessar todas as emoções.

A canção começa com uma voz sintetizada, narrando uma ficcional viagem espacial. Essa voz foi produzida por uma ferramenta de inteligência artificial que transforma texto em fala. O arranjo instrumental de estrutura eletrônica, representa a arte sonora da captação de eventos cósmicos. Informação compartilhada através do trabalho de super telescópios.

- Ficha técnica 

José Paes de Lira, Lirinha - Produção musical.
Ricardo Bolognini SP BR - Mixagem
Scott Hull NY EUA - Masterização

MÚSICOS:

José Paes de Lira, Lirinha -  Voz.
Dizin - Sintetizadores, baixo, teclados, vocoder e percussão eletrônica.
Luchas Arie - Bateria eletrônica e efeitos eletrônicos.

ARTE:

Rodrigo Sommer, Designer Gráfico - Capa
Thais Taverna - Fotos

Antes De Você Dormir

01 AH SE NAO FOSSE O AMOR

Letra e música: José Paes de Lira - Lirinha

02 SISTEMA LACRIMAL

Letra e música: José Paes de Lira - Lirinha
Participação: Lula Côrtes

03 ADEBAYOR

Letra e música: José Paes de Lira e Fabio Trummer

04 ELA VAI DANCAR

Letra e música: José Paes de Lira- Lirinha e Jorge Du Peixe
Participação: Fernando Catatau

06 SIDARTA

Letra e Música: José Paes de Lira - Lirinha e Fabio Trummer

07 MEMORIA

Letra: José Paes de Lira - Lirinha
Música: José Paes de Lira - Lirinha e Bactéria

08 DUCONTRA

Letra e música: José Paes de Lira - Lirinha
Participação: Angela Ro Ro e OTTO

09 VALETE

Letra: José Paes de Lira - Lirinha
Música: Lirinha, Pupillo, Bactéria e Neilton Carvalho


10 NADA A FAZER



O músico e compositor Lira lança seu segundo disco solo: O labirinto e o

desmantelo. Construída nos últimos dois anos, a obra nos entrega duas

palavras que são símbolos de Lira e sua música: a casa labiríntica de

múltiplos centros e caminhos, e o fantástico sonho do desmantelo, o

desconcerto das muralhas.

As 11 faixas que compõem o disco aprofundam o psicodelismo elétrico,

construído no disco de estréia solo LIRA (2011), e experimentam

instrumentos da música clássica, numa estrutura rítmica comandada por um

standup drums desenvolvido por Pupillo, que também assina a produção

musical.

Dentre as participações especiais a cantora Céu, na faixa “Filtre-me”, como

compositora e intérprete, numa parceria inédita com Lira.

As letras das canções são narradas em primeira pessoa, trazendo a

revelação das transformações e experiências da vida do artista, num cenário

que se desmonta entre altas torres e subterrâneos de além-profundezas.

O labirinto e o desmantelo reforça o compromisso de Lira com uma arte

inventiva, com a difícil classificação de sua música, e a originalidade das suas composições.

O labirinto e o desmantelo
Produção musical: Pupillo
Mixagem e masterização: Carlos Trilha
Produção Executiva: Eletrônica Viva


10 - Odin

09 - Vasto

08 - Quem Sabe É Pra Sempre

07 - O Mergulho

06 - Filtre - Me

05 - O Labirinto E O Desmantelo

04 - Nuvem

03 - Ser

02 - Pra Fora Da Terra

01 - Desamar

José Paes de Lira, Lirinha é um inventivo artista brasileiro que atua na zona de fronteira entre a música, as artes cênicas e a literatura. Começou sua carreira artística ainda criança como declamador de poesias na sua cidade natal, Arcoverde, sertão de Pernambuco e hoje representa uma geração de criadores que rompe paradigmas na produção musical e investigação sonora. Refletindo na sua original obra, uma intensa experiência sensorial e emocional na mixagem entre a poesia e a música.

José Paes de Lira, Lirinha

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