"Distância"
[Almachio Bandeira Braule Pinto Filho/Juliano Berko]

Estou triste, não sei por quê?
Sei que a saudade perdura no meu coração
Como se fosse uma espada em tempos de guerra
A atingir-me o peito, ferindo-me

Estou triste, não sei por quê?
Sei que à minha frente
Uma escuridão se aproxima
Como se do céu fosse cair forte temporal

Estou triste, não sei por quê?
Sei que a distância que me separa dos amigos
Se projeta para o espaço
Em direção ao infinito do universo

Estou triste, não sei por quê?
Sei que estou rodeado de novas pessoas,
Novos seres humanos,
Meus desconhecidos

Estou triste, não sei por quê?
Sei que estes desconhecidos,
Como eu, têm sentimentos: dor, saudade, amor
Sentem a necessidade de fazer amor

Estou triste, não sei por quê?
Sei que estou aqui
Entre vocês por força do destino
E hei de vencer essa tristeza!

Rima & Aliteração

Distância

Guitarras, bateria, baixo, vozes, letra e música: Juliano Berko, 2015. 

"I Don’t Want To Die Today"

Life is a river – death is a sea
As dry as the winter – desert grows inside me
It was a nature’s force that made me chase so fierce

I was dying of thirst – soon I will have my feast
My veins are flooding of blood my extremities
I drained all the flux untightening my lust 

I don’t want to die today
Or live a life under shades of gray
But I know I may die tomorrow
If I love being affected by sorrow
I don’t want to live forever
I can’t pretend that there ain’t no fever 
My heart my head will have to follow
Aware that there is no happiness to borrow

Once upon a time I was laid on the floor
Captive of a beast hided in the fog
Now, my vanity is a dog that sleeps outside my door

Oh, lovely mirror which hangs on my wall
Who is the most joyful man of them all? 
Or it’s my self-esteem  tied to a deliberated pride? 

Never hide yourself the pain
You’ll have to dive on it
Don’t let yourself drown, otherwise
You may not see another sunrise
You must grab in hands your fate
You’ll have to love all of it 
You might face your wound again
And work on the great disdain


I Dont Want To Die Today

Letra e música, guitarras, vozes, bateria e sawtooth: Juliano Berko, jan. 2016. 

"Tudo Aquilo Que Se Chama Amor"
(Juliano Berko)

Que é a paixão senão a disposição para sofrer?
O que já quase me matou foi satisfazer o instinto
O fastio leva ao torpor e me anestesia os sentidos
Arrastado por cães selvagens – ainda ouço os latidos

Tudo aquilo que se chama amor
A solidão há de ensinar
Tudo aquilo a que se chama sonho
Que é senão luz a nos guiar?
Como a terra anseia pelo sol
Pleno de calor estival
Tudo aquilo que se faz por amor
Está para além do bem e do mal

Seria eu um pavão envergonhado das minhas cores
Ofendido pelo olhar daquele que não sabe vê-las
Recolhendo minha cauda – chamaria a isso de orgulho?
E desfilando minhas vaidades ainda desço ao Hades...

A: Lo que usted dibuja en la playa sucumbe al mar y al tiempo
B: Entonce me voy a dibujar te en mi sueños
A: Yo supongo...

Tudo Aquilo Que Se Chama Amor

Canção do álbum "Futuro, Adeus!" (2012), revisitada em janeiro de 2019. Letra, música, vozes, guitarras, baixo, teclados e bateria: Juliano Berko. 

"Sapo Barbudo"
[J. B.]


Sapo Barbudo, Sapo Barbudo
Você diz não saber nada, mas, sabe de tudo!

Sapo Barbudo, no milagre da abertura
Você surgiu, valente, enfrentando a ditadura

Sapo Barbudo, onde já se viu? 
Liderar greve suspensa a liberdade civil!
Sapo Barbudo, o bruxo Golbery te elegia
Pra desidratar os votos de quem a ditadura temia!

Sapo Barbudo, Sapo Barbudo
Você diz não saber nada, mas, sabe de tudo!

Sapo Barbudo, lembra com quantas esperanças
O povo te elegeu para realizar mudanças? 

Sapo Barbudo, saiba que tudo tem limite: 
Não bastou só no discurso desagradar a elite!
Sapo Barbudo, é você mesmo quem diz: 
Os bancos nunca lucraram tanto antes na história desse país! 

Sapo Barbudo, Sapo Barbudo
Você diz não saber nada, mas, é Doutor Honoris Causa 

Sapo Barbudo, seu legado é uma contradição
Será a história indulgente com sua contribuição? 

Sapo Barbudo, a quem você ainda engana?
O PMDB botava as cartas na mesa
Enquanto o PT pensava ter cartas na manga! 

Sapo Barbudo, da carceragem federal
Ainda insistiu nessa estratégia eleitoral
De isolar seus aliados e chantagear o eleitorado
Pra escolher o inimigo contra o “mal menor” petista
Não contava que o golpismo manipulando o antipetismo
Elegeria um fascista

Futuro, Adeus!

Sapo Barbudo [Versão 19]

"The Tree On The Hill"
[Nietzche/J. B.]

My eye perceived a certain youth avoided me even when I was still
One evening while I was walking alone gathering thoughts over the hills
There I found him sitting leaning against a tree gazing the valley with wearied look
I reached the tree thereupon laid it hold beside the youth as I tell in my book: 
"If I wished to shake this tree with my hands, I should not be able to do so.
But the wind, which we see not, troubles and bends it as it tilts. 
We’re sorest bent and troubled by invisible hands."
He arose disconcerted and said to me: “I hear Zarathustra and was thinking of him!”
I answered: “Why are you frightened then? As with the tree it is the same to man
The more he seeks to rise into the height and light, 
The more his roots struggle into the deep and dark — into the evil…

“No, no, into the evil!”
Y: “How can it be you discovered my soul?”
Z: “Discover, invent, one may never know!” 
“No, no, into the evil!”
Y: “I don’t trust myself, nobody do so!
No one speaks to me, I am always alone!
“No, no, into the evil!”
Yesterday I was, today I am not! 
I tremble against the solitude frost! 
“Hey, hey, what do you seek on the height?” 
I often overleap steps when I clamber
Their vengeance over me I’ll always remember!
“Hey, hey, what do you seek on the height?” 
My contempt and my longing increase together!
The higher I clamber, more despise him who clambers!
“Hey, hey, what do you seek on the height?” 
How ashamed I am of my clambering and stumbling! 
How I mock at my flying, my violent panting!
Aim! Aim! How tired I am on the height!" 
But his wept was bitter…

Here he was silent. I contemplated the tree beside which we stood, and spoke thus:
"This tree stands lonely here on the hills; it has grown up high above mankind
And if it wanted to speak, it would have none who could understand it: so high has it grown. 
Now it waits on its own, too close to the clouds: for a lightning followed by a thunder so loud!"
But his wept was bitter…

Youth, youth, Zarathustra speak the truth! 
Y: “In the height, what was that I behold?
My own destruction: desire unfold! 
Youth, youth, Zarathustra speak the truth! 
Are you the one lightning for which I waited?
I envy you, now I am degraded!”
Youth, youth, Zarathustra speak the truth! 
But his wept was bitter…

I led him for a walk, he barely could talk after a while I barely could smile
It rended my heart, he was falling apart, his danger his eye spoke to me better than words
“You’re still no free, unslept you seek open height where you could drink the milk of stars
But also your wild dogs for freedom bark!”
Yes, I know your danger! 

Bars, bars, open the prison doors!
Who devises liberty for himself still
Is a prisoner against his own will
Bars, bars, open the prison doors!
How sharp becomes the prisoner soul!
But also deceitful, wicked and low
Fly high until purify your eye!
The liberated have to purify himself! 
The prison dusts are still in his shelf!
Fly high until purify your eye!

Yes, I know your danger!

For my love and hope I appeal to you: cast not your love and hope away!
Noble you feel yourself still, and noble the others still feel you also
The noble know that stand in the way of the good may be such a bad day!
The noble may have to collect evil looks: the one who creates also spooks! 
The noble aim to forge new virtues, loose his higher hopes is his misfortune: 
Shameless small pleasures, such a terrible thing! An arrogant mocker who broke his wings!
Beyond the day had hardly an aim, his bad instincts he failed to tame!
His spirit defiles where it gnaws, he gaze the sky from the abyss he falled! 
He once thought of becomes one hero. A sensualist now, that might look a terror! 
But by my love and hope I appeal to you: 
Cast not away the hero in your soul! 
Maintain holy your highest hope!

The Tree On The Hill

Canção do "Concreto Armado", a quase-banda-que-quase-montei com Tarcísio em 2006. Com poucas modificações, essa versão é bastante fiel ao que compus em 2007. Gravada na quarentena de 2020.

"Duvide do Ventre"
[J.B.]

Vossa senhora, mãe de deus,
Peço agora licença aos seus!
Duvido dentre os frutos do seu ventre
Que haja esperança nessa sua semelhança

Vossa senhora, mãe e mulher,
Estou pronto agora pro que der e vier!
Abandono o pranto, pois, nem era pra tanto
Recupero na vida a alegria banida

Vossa senhora, mãe do filho,
Peço agora respeito ao andarilho!
Que conheceu o mundo, que andou a esmo
Duvidando de tudo, acreditando em si mesmo!

Se não me acredita, faça como queira
Faça o que tem de ser feito
Crie sua pátria, empunhe sua bandeira
Persiga o que pensa perfeito
Na sua batalha, desembainhe sua espada
Faça você mesmo sua estrada
Faça o que queira fazer
Aquilo o que acredita querer...
Mas,
Duvide de tudo:
Acredite em si mesmo!

Duvide do Ventre

Cover de canção de Chico Buarque de Hollanda. 
Bateria (Piano Eletrônico 2.6), guitarras, baixo e voz: Juliano Berko, 2020. 

"Bom Conselho"
[Chico Buarque]

Cifras: J.B.

INTRO: G/F
G7+                           Em       G7/D                      C#°
Ouça um bom conselho, eu lhe dou de graça:
D#7+                        D7           Gm7  D7
Inútil dormir que a dor não passa
G7+              Em   G7/D                C#°
Espere sentado ou você se cansa
D#7+                                D7                  Gm7  G7
Está provado: quem espera nunca alcança
Cm7
Venha meu amigo, deixe esse regaço:
                                                                     G/F
Brinque com meu fogo, venha se queimar
Cm7
Faça como eu digo, faça como eu faço
Em7/5-      A7                Am7     D7
Aja duas vezes antes de pensar
G7+                     Em        G7/D                       C#°
Corro atrás do tempo, vim de não sei onde
D#7+           D7                     Gm7  D7
Devagar é que não se vai longe
G7+             Em     G7/D                  C#°
Eu semeio vento na minha cidade
D#7+                D7                       Gm7 Bb7
Vou pra rua e bebo a tempestade
D#7+                D7                       Gm7 Bb7
Vou pra rua e bebo a tempestade
D#7+                D7                       Gm7 C7 G
Vou pra rua e bebo a tempestade

Ecce Homo

Bom Conselho [Chico Buarque]

Um rock funkeado baseado em um riff básico, inspirado no hard rock e no grunge, criado pelo Tarcísio. Apenas acrescentei os acordes que cobrem 3ª estrofe e o arranjo de guitarras e a linha de baixo, que é uma das mais interessantes que já fiz. A letra original foi praticamente toda abandonada, reescrevi tudo agora em janeiro de 2020. Era pra se chamar "rock errou", achei uma sacada interessante minha e mostrei pro Tarcísio. Uns dias depois ele me diz que encontrou uma música do Lobão de mesmo nome, com o mesmo tema, e desanimei, deixei engavetada... Tarcísio, pra quem não sabe, foi meu amigo de ensino médio, revelou-se gay, não foi aceito nem pelo pai nem pela mãe, foi morar com um namorado, se desentendeu com o namorado e se matou em casa. Tudo segue como sempre foi na vida e nas casas das famílias de bem brasileiras. Tarcísio morreu, Lobão virou fascista, apoiou e desapoiou Bolsonaro, e cá estamos em plena quarentena neste profundamente distópico 2020. E o cantor de rock segue sendo um alienado autocentrado que vulgariza a estética da rebeldia num mundo fundamentalmente apolítico. 

"O Cantor de Rock"
[Juliano Berko/Tarcísio M. P. Pereira]

Como quem semeia vento, colhe tempestade...
Colhe sofrimento quem não doma sua vontade
Sua fragilidade é o que explora o mercado
Nada é de verdade nesse desejo empacotado

O rock errou!
Essa pedra já rolou
O rock errou!
O sonho já acabou
O rock errou!
O seu tempo já passou
O rock errou!
E o show já terminou
E o cantor desafinou
E o refrão já terminou
E o disco já terminou

O cantor de rock era esse viciado em crack
O diabo deu o toque, mas sofreu um grande baque
O tratamento de choque deixou de sequela um tique
E ele hoje faz baioque que canta com sotaque

A corda de aço talvez fira quem bota o dedo na ferida
Na antiguidade, ao som da lira era cantada a sua vida
Hoje seu instrumento estranha tanta teia de aranha
E a sua moral tacanha arranha a sua biografia 
A pose deliberada que de liberal tem nada
Na arte autocentrada do artista que delira

Concreto Armado III: 2004-2007

O Cantor de Rock

Minha canção favorita desse duo de cantores folk estadunidense, uma das minhas candidatas a mais perfeita canção escrita... O folk, a "música popular dos EUA" dos anos 1960, me cativou desde que a conheci. A perspectiva impressa nas canções de artistas como Bob Dylan, Paul Simon, Don Mclean é algo que, no Brasil, só se compara a Caetano, Gil, Raul, talvez, é o que temos de mais próximo daquela mistura norte-americana de judaísmo, cultura pop e militância afro-indígena. Logo, aqueles artistas que eram considerados "folk" se metamorfosearam tanto que passou a ser chamado o seu estilo de "world music", dada a universalidade de temas e variações de ritmos e estilos. Nesse cover faço uma versão "elétrica" desta canção, originalmente de sutil arranjo acústico. Faço as duas vozes, do Paul e do Artie, acrescentando notas ao final do refrão. Na original, as duas vozes se encontram fazendo as mesmas notas em "silently for me", no que eu modifiquei, mantendo a estrutura das notas "dobradas". É uma belíssima canção. 

"Homeward Bound"
[Paul Simon]

I'm sittin' in the railway station
Got a ticket to my destination
On a tour of one-night stands
My suitcase and guitar in hand
And every stop is neatly planned
For a poet and a one-man band
Homeward bound
I wish I was
Homeward bound
Home where my thought's escapin'
Home where my music's playin'
Home where my love lies waitin'
Silently for me
Every day's an endless stream
Of cigarettes and magazines
And each town looks the same to me
The movies and the factories
And every stranger's face I see
Reminds me that I long to be
Homeward bound
I wish I was
Homeward bound
Home where my thought's escapin'
Home where my music's playin'
Home where my love lies waitin'
Silently for me
Tonight I'll sing my songs again
I'll play the game and pretend
But all my words come back to me
In shades of mediocrity
Like emptiness in harmony
I need someone to comfort me
Homeward bound
I wish I was
Homeward bound
Home where my thought's escapin'
Home where my music's playin'
Home where my love lies waitin'
Silently for me

"De volta ao lar"

Estou sentado na estação ferroviária
Tenho um bilhete para o meu destino
Em uma excursão de uma só noite
Minha mala e violão na mão
E cada parada é meticulosamente planejada
Para um poeta e uma banda de um só homem
De volta ao lar
Eu queria estar
De volta ao lar
Lar onde meu pensamento escapa
Casa onde minha música toca
Lar onde meu amor espera
Silenciosamente por mim
Todo dia é um fluxo interminável
De cigarros e revistas
E cada cidade parece igual pra mim
Os filmes e as fábricas
E o rosto de todo estranho que eu vejo
Lembra-me que desejo estar
De volta ao lar
Eu queria estar
De volta ao lar
Lar onde meu pensamento escapa
Casa onde minha música toca
Lar onde meu amor espera
Silenciosamente por mim
Hoje à noite eu vou cantar minhas músicas novamente
Vou jogar o jogo e fingir
Mas todas as minhas palavras voltam para mim
Em tons de mediocridade
Como o vazio em harmonia
Eu preciso de alguém para me confortar
De volta ao lar
Eu queria estar
De volta ao lar
Lar onde meu pensamento escapa
Casa onde minha música toca
Lar onde meu amor espera
Silenciosamente por mim

Homeward Bound [Paul Simon]

"Brasil, Nunca Mais"
[J.B.]

Avise minha mãe,
Avise minha filha e toda minha família
Diga que eu não perdi a fé
E que apesar das circunstâncias
Eu morri de pé.

Avise a minha querida
Que a minha vida não foi em vão
Que valeu a pena
Avise minha pequena.

Avise aos jovens nas salas de aula
Que não tivemos escolha
Que não nos deixaram nada
Que pensar nos condenava

Por fim, eu peço
Que avisem aos nossos inimigos
Que nós continuamos vivos
Mais que nunca nas lutas

O meu pelos seus
Futuro, adeus...
Mas não se esqueçam de nós
Céu vermelho-anil
Brasil, nunca mais...
E vivam em paz.

Brasil, Nunca Mais

"A Nossa Bandeira (Jamais Será Vermelha)"
[J.B.]

A nossa bandeira jamais será vermelha!
Ela é uma flâmula desbotada de tão velha
Símbolo dos atos e gestos da gentalha
Máscara que encobre o caráter dos canalhas
A nossa bandeira jamais será vermelha!

A nossa bandeira jamais será vermelha!
Ela é um tapete em que se esconde a poeira
Brasão sobre o qual tamanha tensão paira
Revolta que neutraliza toda quarta-feira
A nossa bandeira jamais será vermelha!

A nossa bandeira jamais será vermelha!
Ela é um pavilhão inerte nos palácios
Que serve pra acenar pros homens de negócios
A entrega das riquezas de algum jeito mais fácil 
A nossa bandeira jamais será vermelha!

“Traidor da constituição é traidor da pátria. Conhecemos o caminho maldito: rasgar a constituição, trancar as portas do parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio e o cemitério. Quando, após tantos anos de lutas, promulgamos o estatuto do homem, da liberdade, da democracia, bradamos por imposição de sua honra. Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo!”

A nossa bandeira jamais será vermelha!
Ela é um lábaro lindo que eu sei
As nossas crianças não têm mais kit gay
Acabou o comunismo, tá ok? Tá ok?
A nossa bandeira jamais será vermelha!

A nossa bandeira jamais será vermelha!
Ela é um pendão que pende sobre o panteão
Verde de vergonha pelo capitão
Amarela de enjoo como o resto da nação
A nossa bandeira jamais será vermelha!

A nossa bandeira jamais será vermelha!
Nela lê-se um lema: ordem e progresso
Arbitrariamente, são atributos escassos
Mas que com ela expiam equívoco e fracasso
A nossa bandeira jamais será vermelha!

Sete Copas ou Espíritos Livres

A Nossa Bandeira (Jamais Será Vermelha)

Canções do fim do mundo. Quarentena de 2020. 
Guitarras, bateria, baixo, voz, letra e música: J. Berko. 

"Portador Assintomático de Vida"
[J. B.]

Eu vim para limpar a Terra
Pra uns sou uma ‘gripezinha’
Pra outros, o oxigênio encerra
Eu vim coagular o sangue
Em uns, destruo os pulmões
Em outros, eu causo derrame

Todas as cores expressam nos muros
As ondas que correm em silêncio no escuro

Se, afinal, ainda pude me acostumar com a vida da gente
Não é sinal de saúde se adaptar a um mundo doente

Eu vim para a grande colheita
Uns ceifo pra fora da vida
Outros, inicio na minha seita
Eu vim cumprir minha missão
Pra uns, trago gentil missiva
Outros, sem leito morrerão

Todas as dores que pulsam profundo
Os nervos de aço que constroem o mundo

Ruínas do Futuro

Portador Assintomático de Vida

Para Maíra e Aurora...

Te Amo (Como Posso)
(Juliano Berquo)

Estive perdido, cheio de medos
Procurava me encontrar,
Me diferenciar
De quem mais me pareço

Estive cheio, agora já estou farto
De viver no escuro,
De pular o muro
Pro lado errado da prisão

Estive correndo e achava que não
Mas corria em círculos
Estive cheio de vícios
E sem direção

Estive cego e quando olhei no espelho
Não me reconheci,
Não gostei do que vi
Por isso este apelo
...
Sem você, tudo perde a graça
Nada faz sentido
Os dias são iguais
E as noites não têm brilho
Desconfio da sua culpa
Pois, tudo em que você toca
Onde quer que você esteja
Deixa tudo mais bonito
Por isso, eu te peço
Reconheça os meus defeitos
Que eu te amo desse jeito
Te amo como posso

"Je te suis donné mon coeur
Pour qui je t'aime beacoup
tu es mon meilleur ami
e je ne vas te sortir jamais
le jour que je sairai parler 
toute les mots en français, 
je chante avec vous,
je promis!"

Letra e Música: Juliano Berquo.
Teclados (Cordas sintéticas, Lead), bateria, guitarras e voz: Juliano Berquo. 
Fala em francês: Maíra B. M. 

Te Amo (Como Posso)

Poeta e compositor, amante e filósofo. "Impetuoso". 

1989 - Nasce em Brasília, mas passa a juventude em Goiânia, crescendo entre viagens de família para Brasília e a Cidade de Goiás. 
2004 - Começa a tocar violão; experimenta as primeiras composições. Com colegas de colégio, realiza tentativas frustradas de fundar núcleos de grupos musicais. 
2007 - Muda-se para Brasília para cursar geografia na Universidade de Brasília. 
2009 - Participa do FINCA (Festival Interno da Universidade de Brasília) representando o centro acadêmico do curso de Geografia com as canções "Pra Ser Verdade" (do final de 2006) e "O Pôr do Sol, II". A banda, formada por colegas do curso, não tem consequência ao festival. 
2012 - Tem execução da canção "Brasil Nunca Mais" por rádio uruguaia. 
2013 - A sua canção "Cultura no Ônibus", em referência ao projeto do cobrador de ônibus Antônio, é executada pela Rádio Cultura de Brasília. 

Ao longo da década, produz uma discografia pessoal e reservada - registrada pelo autor em casa -, do qual o próprio destaca "Infinito Outubro" (2007), "Fuga" (2010), "Futuro, Adeus!" (2012), "O Mundo do Trabalho" e "Aeternum Phoenix" (2013) e "Além de Mim" (2014). É um compositor sem atuação profissional, atualmente operando como professor de geografia. 

Juliano Berko

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