EU VOU TIRAR VOCÊ

Eu vou tirar você da cara
Eu vou tirar você da cara
Eu não conheço ninguém igual a você, não
E já nem quero saber o que vão dizer
Ligava muito antes, mas agora não
Eu trouxe uma coisa boa pra te complementar
Eu sento
Acendo luz pra você
Eu faço, desfaço
Mas se não fazer
Vai ser normal de primeira
Tente outra vez
Você vai sentir o que eu sinto talvez
A não dar bandeira ensino a fazer
Eu vou te batizar, te exorcizar, eu vou querer tirar você...



Eu Vou Tirar Você

DIA DE FOLGA

Agora que caiu a ficha 
Dando vida à vitrola  
Eu vou me ligar
O mundo gira enquanto a gente se vira botando os fatos pra fora

Mesmo que eu deva aos homens 
Viro o disco e me divirto no meu dia de folga!
Mesmo que eu deva aos homens
Viro o disco, porque hoje é o meu dia de folga!

Eu dou duro todo dia 
Porém quando eu chego, já vou me deitar
Pior que no outro dia logo cedo eu tenho que voltar

Mas hoje eu deixo pra lá 
E viro o disco, porque hoje é o meu dia de folga!
Mas hoje eu deixo sangrar 
E me divirto porque hoje é o meu dia de folga!

E mesmo que amanhã eu possa até me acordar mais tarde
Eu sei que eu vacilo
Mas também quem nunca fez bobagem?

Mesmo que amanhã o meu patrão queira me dispensar
Mesmo que eu deva aos homens
Viro o disco, porque hoje é o meu dia de folga!
Mesmo que eu deva aos homens
Viro disco porque hoje é o meu dia de folga!

E mesmo que amanhã eu possa até me acordar mais tarde
Eu sei que eu vacilo
Mas também quem nunca fez bobagem?

Mesmo que amanhã o meu patrão queira me dispensar
Mesmo que eu deva aos homens
Viro o disco, porque hoje é meu dia de folga!
Mesmo que eu deva aos homens
Me endivido, hoje é meu dia de folga!


Dia de folga

NÃO FAÇA BICHO

Quantas sensações simuladas
Que não passam de uma trapaça
Que desarma um coração

Serás mal amada 
Ou serás qualquer coisa assim similar 
Inventada na canção

Que fazem pra nos entreter
E trazem pra ludibriar, embromar

Quantas situações inventadas
Entre assíduos na barra forçada
E eu me pego sem razão
Entrar nessa selva de piratas
Os sensíveis a contra risada
Os adeptos da canção

Que fazem pra nos entreter 
Trazem pra ludibriar, embromar

Não tô pra dizer que eu não tô nesse meio irreal
Não tô pra querer que você pense nisso, afinal, é carnaval   
Hoje não.

Não dê ouvidos ao que vão falar
Não faz sentido o que vão dizer
Não dê sorrisos ou queira agradar
Não dá motivos pra gente morrer

Não dê ouvidos ao que vão falar
Não faz sentido o que vão dizer
Não dê sorrisos ou queira agradar
Não há motivos pra gente morrer

Não faça bicho 
Foi só sem querer
Não faça bicho, não...


Não faça bicho

HORRORSHOW
Quando um sentimento exala
Uma espécie de odor
E o artista morde a isca
Presa na revista pornô 
Nenhum nexo ou complexo
Nem reflexo também
Tragam meu galeto completo
Deixo o resto pra quem vem

Vem do horrorshow
Traz o horrorshow...
Dentro de um recreio infinito
Sob o céu, colchão!
Vem do horrorshow
Traz o horrorshow...
Deus e o diabo no bolso
E alguém na mão

Sendo a cereja do bolo
Antes de apodrecer
Tirando a alma do molho
Deixa solto, escorrer
Morde beijos
Frutos do vinho
Me arranha todinho
Traz interações impensáveis
Aditivos selvagens

Vem do horrorshow
Traz o horrorshow...
Um delírio só para os quentes
Entre a mente e o pó!
Vem do horrorshow
Traz o horrorshow...
Onde há temores paternos 
Onde aperta o nó!


Horroshow

CICLISTA 
Baby, eu morri
Baby, eu morri
De bicicleta
Baby, eu morri
Baby, eu não vi o caminhão

É que eu vinha descendo tão ligeiro, distraído
Só não tinha percebido que o freio não pegava
Desviei de um buraco, de repente um caminhão
E eu não vi nada, não!

Baby, eu morri
Baby, eu morri
De bicicleta
Baby, eu morri
Baby, eu não vi o caminhão

Meu sangue pelas peças, corpo todo desmontado
Traumatismo craniano, me levaram até o sapato
Povão desocupado se juntando pra me ver
E eu nem quis saber!

E quem é que vai ficar com os meus discos de rock'n roll?
E quem é que vai cuidar do meu bem?
Eu só gostaria que botassem minha bike junto aos restos mortais
No caixão!
No caixão...

Ciclista

EXORCISMADO 

Exorcismado eu me vejo 
De lado, por fora
Virado por dentro
Eu vou pro mato, eu me perco
De toda essa história
Não vim para sê-lo
Andam ciscando nas fossas
Em meio as nervosas estradas sujeitas
Irmão de santa tristeza
Descansa a cabeça que não tem pra onde ir

Exorcismado

PRO INTERIOR
Há entre o pé a e estrada
Sina 
Passo a passo
Vida
Dedo
Medo
Calo
É amor
Ai ai, por onde eu vou?

Eu vou pro interior  
Não tô perdendo nada 
Apesar de dando as caras aí

Ai ai, faz tempo que é assim
Ah, fazendo questão
Ah, botando os pés pelas mãos

Há entre o pé a e estrada
Sina 
Passo a passo
Vida
Dedo
Medo
Calo
É amor
Ai ai, pra onde eu vou?

Eu vou pro interior  
Não tô perdendo nada 
Apesar de dando as caras aqui

A cidade mudou
Eu não quis mudar não
Ah, botando os pés pelas mãos

Na hora do vamo ver
Ninguém vê nada
Ajeito antenas sobre mim
Um prato feito
De um jeito mata
 
Fome
Preto
Nome 
Me lembrei que eu moro longe daqui
Ai ai, pra onde sair?


Vou pro interior

MENDIGO
Antes de tudo
É preciso ser maluco
Pra que valha a pena
Pra seguir 

Solto na sua
Solto na cidade nua
Que faz você navegar

Só mais um pouco
É preciso ser só louco
Pra que valha a pena
Pra correr 

Solto na rua
Solto na cidade lua
Que arde em seu calcanhar

Pés descalços em falso
Geme, treme, bobeia
Ergue o que pesa
O que lhe interessa

Uma caixa pensante, pesada, inchada
Pele e o osso suspendem farrapos

Nem um trocado no bolso furado
Fome que come o homem
Longe vai te levar

O anonimato que farto o consome
Por completo, olho aberto
Corpo fechado
Ou complexos, olho aberto
Corpo fechado

Vaga no mundo mais um vagabundo 
Apesar de tudo, é preciso ser maluco


Mendigo

COM VOCÊ NA MINHA BOCA
Eu ando com você na minha boca
Guardo teu cheirinho em minha roupa 
E o teu retrato 3x4 na minha carteira
Eu, louca, na cidade prossigo
E na velocidade em que eu vivo
Tiro tanto grilo da cabeça quando estou contigo

Não sou mais finalmente aquilo
Que costumava ser antes de ti
Eu era tão perdido entre os meus abismos
Aflito e destrutivo
Aqui me vejo leve 
Vem que a vida é breve
Pra nos amar

Eu ando com você na minha boca
Trago teu cheirinho na roupa 
E o teu retrato 3x4 na minha carteira
Eu, louco, na cidade prossigo
E na velocidade em que eu vivo
Tiro tanto grilo da cabeça quando estou contigo

Por sangue confusão perigo
Suspiro ar de alívio, respiro amor
Eu era indiferente ao sentimento alheio
Dissimulado e frio
Ai que supérflua fase
Vem que não é tarde
Pra nos amar
Vamos amar


Com você na minha boca

KARMA NO LIXO
O sol que me derrete os miolos
Fritando meus olhos
Me levam além
Das filas grandes de consultórios
De caixas, cartórios, bancos também
Eu sinto pode ser qualquer hora 
Que a minha caixola possa virar pó
Perdendo a conta de tanta conta
Ganhando em veneno pagando pior

E brinco de viver que nem ligo
Eu minto, faço isso tão bem
Eu posso tá de Karma no lixo 
Que vou te dizer: 
“Como vai?” “Tudo bem!”

O sol que me derrete os miolos
Fritando meus olhos
Me levam além
Das filas grandes de consultórios
De caixas, cartórios, bancos também
A água se evapora nos canos 
Levando os meus planos a não se limpar
A barra lá em casa e no trampo, na praça
No entanto, pra mim já não dá

E brinco de viver que nem ligo
Eu minto, faço isso tão bem
Eu posso tá de Karma no lixo 
Que vou te dizer: 
“Como vai?” “Tudo bem!”

De noite deita o drama doce mente na cama
Lembrando que o cartão tá virando
Uma sensação das coisas se afunilando


Karma no lixo

BODEADO

Acordar tão cedo assim
Me deixa tão fraco à noite
Trabalhar tão duro assim
Me deixa tão fraco à noite também

Eu quero dançar até o sol raiar
Quero acompanhar amigos de copo
Eu quero dançar ao som do rock'n roll
Sem me preocupar com todo esse sono...
  
Dia a dia a correr
O que é que eu fiz pra merecer
Correria pra valer 
Fazendo meu corpo frágil padecer

Eu quero dançar até o sol raiar
Quero acompanhar amigos de copo
Eu quero dançar ao som do rock'n roll
Sem me preocupar com todo esse sono...

Eu passo o dia todo bodeando  
E sempre no bus me pego pescando
Durante a leitura eu sigo sonhando com noites de agito...       
E acordo babando
Mas dormir é bom!
Eu quero dançar até o sol raiar
Eu quero dançar ao som do rock'n roll

Bodeado

Pomba gira violeta
(JuveNil Silva)

Tu és a festa, eu só o lugar
Lança tua flecha
Prometo não desviar
Das tuas missões pós-carnaval 
Devolva os grilos ao seu habitat natural
Já era hora desse encontro 
Atrasado quase uma geração
Mas tudo bem 
It's all right! 
Mas 20 anos de distância, nunca mais!

(Refrão)
Pomba-gira violeta 
O que faz tua cabeça é uma dose de amor
Com o mais alto teor 
Numa misturação tropical
Pomba-gira vire a mesa 
Olha o salto no escuro 
E antes que tu me esqueça
Eu te faço um resumo 
Te fundo em meu rock rural

Sou só uma brasa em atuação 
Nesse teu coração de férias
Por conduções, ou condições
Hoje ela minha e eu sou dela

Com tuas asas recém-nascidas 
Tua visão tão divertida
Com tua história de estimação 
Vens de Vitória de Santo Antão

(Refrão)


03 Pomba Gira Violeta

Meu Freewheelin do Bob Dylan
(JuveNil Silva)


Você sabe tudo ou metade 
Que o meu coração parou naquele dia
Foi um baque 
Um tal de um ataque 
Que deu na cabeça de minha titia

Titia pirou e quebrou o meu Freewheelin do Bob Dylan
Não é nada disco meu amor
Ela nunca me enganou
Ela nunca poderia

Daí eu fiquei destruído 
Chorei escondido por entre os ouvidos
Daí ninguém pode entender 
O que entre sorrisos, me pus a dizer

Eu vou botar você debaixo da minha língua
Eu vou contar até três
Depois eu vou despesar...
Eu vou botar você debaixo da minha língua
Eu vou contar até três 
Depois eu vou despesar...

Então, pra que razão?
Razão é coisa divina 
Tu vai passar dessa vez, titia
Depois eu vou te matar

07 Meu Freewheelin do Bob Dylan

Se ela nunca... 
(JuveNil Silva)

Ahh... Se ela nunca soubesse 
Num quadro sincero não cabe
Ahh... Eu faria de novo 
Num lado escuro da vida
Ahh... Se ela nunca me visse 
Plantava minha culpa nos olhos
Ahh... Eu não tenho justiça  
Mas mesmo esquecido eu vou
(intro)
Ahh... Se ela fosse caseira  
Eu largava tudo pra tê-la
Ahh... Eu anseio a idéia  
De cair fora daqui
Ahh... Se ela fosse uma flor  
Uma dança da chuva pra ela
Ahh... Eu perdi no pecado  
Mas mesmo encrencado eu vou
Eu vim 
Eu venho
Eu vou!


09 Se ela nunca...

De volta para o futuro em Recife
(Poema de José Juva sobre improvisações de Dmingus/JuveNil/Leo/Gil)

Eu tomo um gole de ácido
tenho a gula de asas
ainda ando descalço
apesar das ruínas das casas
Milhões de carros
atropelam minha alma
não tenho calma
neste inferno cheio de prédios
Porcos e urubus
lotam os elevadores
a cidade arregala os dentes
e cospe em nossos amores
Chove merda
nos corações dos pedestres
e a polícia toca fogo
nos bilhetes das passagens extraterrestres
As pernas saem do chão
e pisam no teto
de concreto sobre o mangue
e sua monocultura de torres
Estou cego e vejo
as faíscas e lampejos
das caronas com os discos-voadores


10 De volta para o futuro em recife

Rock'n'roll music do Brasil
(Links dos discos)
- Super Qualquer no Meio de Lugar nenhum 2014
DOWNLOAD: http://www.mediafire.com/download/ab1fxbbdkv52kdy/JuveNil+Silva_Super+Qualquer+no+meio+de+lugar+nenhum+%282014%29.zip
- Desapego 2013 para DOWNLOAD: http://www.mediafire.com/?l1pn7d8dpa9ipsb

Juvenil Silva

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