Diário
Letra e música: Lídia Dallet

(Dallet, Dallet, Dallet, Dallet)
Estou cantando só pra dar voz à minha dor                        
Estou cantando pra não pensar que o amor acabou
 
A esperança se foi, se foi...
Mais um lamento, canto do pranto (ai ai ai)

É tanta dor, é tanto amor, tanto pavor, tanta cicatriz!
Meu Deus! Minha esperança está só por um triz
Será que já é tarde demais? Sentimentos demais, filosofias demais?
Falo, me calo ou sonho demais?  Preciso de paz. 
Solo firme, se acaso eu me desequilibre das nuvens 
De lá a queda é bem maior e o pior, que estar lá é minha fuga
É só lá que eu me sinto livre 
Das regras, metas, sequelas, miséria (a que não está favela)
Das celas, as que não estão no presídio mas nas telas 
E nos roteiros de novela

Do crime, da falta de pão, deuses da religião
Por que eu sempre estou na contramão?
Logo agora que tá tão na moda ser irmão 
Alguma coisa me faz ver que Deus não é cifrão
Ilusão. Nunca liguei pra moda mesmo não
Tá tudo bem, vitrines não me fazem bem
Prefiro ler a vida, sentir o cheiro da vida, tocar a vida 
Ouvir o som da vida, provar, gozar a vida.
Nem ser omisso. Homicidas, gatunos egoístas!





Até quando os servidores do povo vão agir como se fossem patronos?
Nossos chefes, nossos donos. Por que preciso ter um dono?
Se eu tenho um pai, seu nome é Adonai
Perdoe a falta de romance mas não falo em vão 
É difícil saber que é preciso uma classe sem chão pra equilibrar a inflação
Freud explica? Será que Sócrates sabia? A fé explica?
Não! Não esta fé irmão, que cultua o medo e a desinformação
"Viva a política da manipulação!"

Estou cantando só pra dar voz à minha dor
Estou cantando pra não pensar que o amor acabou

Mas quando escrevo a vida, meu coração de novo vigora
Quando canto a vida, é pra você que minha voz implora
Mude! Mude a vida. Ou tão somente, sua mente
Não estrague um inocente. Se possível mantenha-se consciente
Não diga que sofre com o preconceito 
Enquanto agir do mesmo jeito isso é tão frequente, hã, vira gente!

Creia que ainda existe lar e pais presentes. Casais contentes 
Abraços, sorrisos, amigos pra sempre
Ainda existe alguém que sente! 
Que sabe bem o que é viver. Que não tem medo de perder
Que sabe o amor compartilhar, não compra o que não vai usar
Os que tem fome e sede de justiça 
Que não amam só a própria vida, que amenizam a rotina
Ricos nobres, excluídos, pobres nobres: tão caros, tão raros

Estou cantando só pra dar voz à minha dor
Estou cantando pra não pensar que o amor acabou

Ainda existe gente que sente, gente do bem 
Ainda existe gente, gente que sente!


Diário

Lídia Dallet cantora, regente e rapper brasileira, embeleza o cenário Hip Hop com sua peculiaridade poética e sonora.


Lídia Dallet singer, conductor and Brazilian rapper, beautifies the Hip Hop scene with his poetic and sound peculiarity.




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