Parabéns pelo trabalho galera, curti muito.

Dia Verde

Ô Santa Maria, me põe nos teus braços que eu sou desse chão. 
Vem que já é dia e raia o sol em Maria do Grão. 
Todo pedaço um pouco de mato um pouco sou, 
Todo traçado do barco no rio esculpido eu vou, 
Todo barulho da chuva das três rega o meu chão. 
Cheiro das cores, sabores, confundem-se. 
Ver o Peso dessa preta dançando, pesou em mim. 
Penduro o meu curimbó no pescoço, sou filho do grão. 
Contos, causos e lendas nasceram com os mistérios daqui.
Vejo o boto negando seus traços mais fortes de tucuxi. 
Só pra dançar carimbó com a caboca apaixonada e sumir nas ondas de Janaína, Iara, Iemanjá, Rainha do Mar. 
Ê Maria ê ê, Ê Maria a a. 
Ê Maria me põe nos teus braços, 
Ê Maria, me põe nos teus braços e me faz canção,
Ê Maria me põe nos teus braços, 
Ê Maria, me põe nos teus braços e me faz canção, 
Maria do Grão!

Gravação, Mixagem e Masterização: Estúdio Livre
Engenheiro de Som: Rafael Ishak
Banjo: Luizinho Lins

Santa Maria - Lauvaite Penoso

Joguei como sorte o dado lá no chão
O desvario pintado de sensato
Eu era louco 
Eu era um trato
Um peão

Posei
Como rei em tábua de xadrez
Eu quis montar no teu cavalo pardo
Embolado no teu abraço
E caindo no chão

Eu era quase amador de tudo
Eu era quase amador de tu
Eu era quase amado
Eu era quase
Era...
Eu era quase amador de tudo 
Eu era quase amador de tu
Eu era quase amado
Eu era quase amador

Apostei todas as fichas até ficar cansado
Eu quase esqueço que só quase entendo
Teu cheiro penetra como eu não aguento
E no teu olhar 
Escrevi palavras pelo inverso
Me despindo como quem sabe tudo
Então de repente desprotegida
De tudo veio enraizar

Eu era quase amador de tudo 
Eu era quase amador de tu
Eu era quase amado
Eu era quase 
Era...
Quase eu era eu

Gravação, Mixagem e Masterização: Estúdio Livre
Engenheiro de Som: Rafael Ishak

Amador De Tu - Lauvaite Penoso

Ginga capoeira vem dançar
Brinca a noite inteira camará
Menino onde estás, por que vem chegando agora?
Tu saiu de manhã e me volta essa hora,
Porque vida de moleque, eita menino danado,
E eu te dei dinheiro e você diz que foi roubado
Cadê minha encomenda, que eu mandei buscar na feira,
Você me enganou, foi jogar capoeira camará.

O calado é vencedor, mas pra que juízo tem
Quem não pensa ser vingado, não joga praga em ninguém
O Amor é como a cobra, e tem sangue de peçonha
Deixa rico na miséria, deixa pobre sem vergonha
Vou dizer pra meu amigo, que hoje a parada é dura,
Quem mexe com amor dos outros, não tem a vida segura camará

7 anos ele tinha muita estória pra contar,
morava em palafita na beira do rio Guamá
moleque sangue bom, di rocha e capoeira,
trabalhava no sinal para ajudar na despesa
A casa é humilde, mas comida tá na mesa
Sempre na correria,nunca tava de bobeira 
Para sustentar a família, não é brincadeira
Mas um dia balançou de revolta e indignação
Quando viu sua família expulsa do barracão
Não foi difícil, sem resistência, 40 homens armados, 
também faz a diferença, pra fazer valer a lei e a vontade do mais forte
te tiram tudo e te jogam à própria sorte
Sem nenhuma escolha entre a cruz e a espada
Uma criança só e desamparada.

Yê maior é Deus pequeno sou
O que eu tenho foi Deus quem me deu
O que eu dou e o que eu tenho foi Deus quem me deu.

Letra: Ladainhas de Capoeira Angola de mestre Roberval e Waldemar da Paixão
Gravação, Mixagem e Masterização: Estúdio Livre
Engenheiro de Som: Rafael Ishak
BeatBox: Alonso Nugoli

Ginga De Moleque - Lauvaite Penoso

Vi o menino virar 
Caranguejo no mar
Vi o menino virar...

E não era caranguejo
Era o resto do desejo
O consumo da natureza em desprezo
Dejetos no mar
Impedindo no mangue de andar

E eu fui à lama pisar
Mangue não tinha lá
Eu fui à lama pisar
Mangue não tinha lá
Caranguejo corria as estradas buscando se acasalar
Se no mangue coloram asfalto
Caranguejo agora a fumaça vai respirar

Corre caranguejo
Se não vai pra panela do bar
Corre caranguejo
Das estradas para não se matar

Procura caranguejo
Outro mangue pra acasalar
Este é local de dejetos
E a placa na estrada dizia:
Caranguejo na pista!

Caranguejo corria as estradas buscando se acasalar
Se no mangue colocaram asfalto
Caranguejo agora a fumaça vai respirar
Caranguejo corria as estradas buscando se acasalar
Consumo da natureza em desprezo dejetos no mar
Consumo da natureza em desprezo dejetos no mar
Consumo da natureza em desprezo dejetos no mar
Impedido no mangue andar

Vi o menino virar
Caranguejo no mar
Eu vi o menino virar
Eu vi o menino virar
Vi o menino virar...
Então corre Caranguejo 
Corre Caranguejo
Corre caranguejo
Caranguejo na pista

Gravação, Mixagem e Masterização: Estúdio Livre
Engenheiro de Som: Rafael Ishak

Caranguejo Na Pista - Lauvaite Penoso

Guamá periferia, não sei porque, mas tão roubando todo dia
Como não sabe, mas olha só, muita miséria e injustiça ao nosso redor
Pega ladrão! de bicicleta, olha pra trás aponta a arma, mas o tiro não acerta, mas é certeira então a nossa rima, é sound system, aparelhagem vai pra cima, é alma livre, do mesmo lado, Ogum guerreiro, Oxalá tá declarado: 

MALUNGO! 
Vamos caminhar do mesmo lado
MALUNGO! 
Não vamos esquecer nosso passado
A poesia tá na rua mesmo assim você não vê
Mantenha a alma livre pra poder se defender

"Sou Pataxó
sou Xavante e Cariri
Ianonami, sou Tupi
Guarani, sou Carajá
Sou Pancaruru
Carijó, Tupinajé
Potiguar, sou Caeté
Ful-ni-o, Tupinambá
Depois que os mares dividiram os continentes
quis ver terras diferentes
Eu pensei:  vou procurar
um mundo novo
lá depois do horizonte
levo a rede balançante
pra no sol me espreguiçar
Eu atraquei
Num porto muito seguro
Céu azul, paz e ar puro
Botei as pernas pro ar
Logo sonhei
Que estava no paraíso
Onde nem era preciso
Dormir para se sonhar"

Trecho da música Chegança de Antonio Nobrega
Gravação, Mixagem e Masterização: Estúdio Livre
Engenheiro de Som: Rafael Ishak

Guamá Sound System - Lauvaite Penoso

Música: Menino Preto
Compositores: Jeff Moraes e Roberta Brandão

Informações: Música gravada no programa Canta Pará da Rádio Cultura.

Menino Preto

gravado na estúdios da Funtelpa - TV cultura do Pará ao vivo

01 - Primeiro - Vento - Grupo - De - Carimbó - De - Icoraci Ao vivo

gravado ao vivo no estúdios da Funtelpa TV Cultura do Pará

02 - Queimadas - Grupo - De - Carimbó - De - Icoraci

Foi bem- te- vi quem viu,
Foi bem-te-vi quem viu,
A terra arder
Foi bem- te- vi quem viu,
Foi bem-te-vi quem viu,
A mata queimar
Beija-flor me deu um beijo, antes de partir
Partiu contrariado de ver tantas queimadas
Nas florestas tropicais
As vidas se acabando
As fontes todas secando
Sem ter água pra beber
Mas um dia a terra gira para o lado do bem
Faz nascer novas sementes
Na cabeça dessa gente 
Que não pensa em ninguém
É aí que a coisa muda, toda muda terá vida
Toda vida terá sol
E faz girar o girasol
E faz girar
E faz girar o girasol

Letra: Mestre Lourival Igarapé
Técnico de estúdio, mixagem e edição: Paulo Rosa
Masterização: Homero Lotito/Referente Mastering Studio

01 Mestre Lourival Igarapé e Lauvaite Penoso - Queimadas

Les Rita Pavone
Single

Sentimento do mundo 

o sol sorriu e espantou
o mal-humor das nuvens negras
e o meu jardim coloriu a tristeza
como uma caleidoscópio
desvelando a primavera
hai-kai tão profundo
sentimento do mundo
desvairando-se em magnífica epopéia 

o som da nave-manhã
contagiou toda a cidade 
é carnaval
barafunda total 
sinfonias rasgam corações de pedra
nos becos nauseabundos
nos boulevares do centro
Quem resistirá à ciranda-quimera?

orgasmos de cor e luz e som
o sinal está aberto, amor!

------------------------------------------------------
FICHA TÉCNICA

Les Rita Pavone é:

Rafael Pavone
Gabriel Pavone 
Mateus Pavone

Violão nylon: Rafael Pavone
Voz: Rafael Pavone
Baixo: Mateus Pavone
Bateria e Piano: Patrick Carvalho 
Viola: Armando de Mendonça (Jesus)
Saxofone: Lurralle Amaral
Backing Vocals: Larissa Xavier e Larissa Leite
Coro Infantil: Beatriz Maués, Cecília Maués e Yasmin Florêncio
Projeto Gráfico: Renata Moreira
Produção musical e Arranjos: Les Rita Pavone, Patrick Carvalho 
Edição, mixagem, masterização e programações: Marcus Brito 
Gravado nos Estúdios Santônio Records e de Patrick Carvalho
Produção executiva: Les Rita Pavone

Les Rita Pavone - Sentimento do Mundo

A banda busca mostrar que a sabedoria popular e a poesia urbana são de grande valor e importância na Amazônia. Nascida em 2009, Lauvaite Penoso traz consigo uma musicalidade ampla que vem do Carimbó, à vivência musical de cada integrante e passeia por vários estilos como Rock, Hip-Hop, Baião e Techno. Criada no meio da cultura popular e conectada com os sons do mundo, a Banda Lauvaite Penoso encontra, no contexto social e cultural da cidade de Belém, a força e inspiração para suas composições.
O nome da banda “Lauvaite Penoso” vem de uma expressão muito conhecida nas brincadeiras de pipas e papagaios nas periferias da capital paraense. Quando um brincante corta a linha do outro ele grita: "LAUVAITE PENOSO!" para anunciar que tem uma pipa caindo sem dono.
No currículo, a banda traz importantes participações na cena cultural de Belém. Participou de algumas edições da Festa Black Soul Samba, que há anos movimenta o cenário festivo alternativo de Belém. Chegou a final das seletivas do CCAA Fest Belém 2013, no qual 15 bandas disputaram a premiação. Apresentou-se, em 2014, no SESC Boulevard, como banda convidada. Foi selecionada para participar da Primeira Virada Cultural Belém 2014, apresentando um show na Feira do Açaí, local histórico da cidade. Por meio de seleção pública, foi escolhida para se apresentar na 9ª Bienal de Cultura da UNE no Rio de Janeiro, em 2015, sendo a única Banda do Norte do país a ser selecionada.
Em julho de 2015, o Lauvaite Penoso esteve em São Luís, no Maranhão, para ministrar a oficina de Carimbó e Lundú “O Tambor e o Corpo Soam”. As oficinas aconteceram na sede do Bumba-meu-Boi de Pindaré e no Laborarte. Ao final das oficinas, a banda ainda realizou um show de encerramento da programação, na sede do referido Bumba-meu-Boi. Na ocasião, a banda também fez uma apresentação no Centro Cultural Mestre Amaral, localizado no Centro Histórico da capital maranhense. Nesse mesmo ano, em outubro, fez uma apresentação no Palco Cultural do IX Congresso Brasileiro de Agroecologia e, em dezembro, participou da Mostra Cultural da 3ª Conferência Nacional de Juventude, em Brasília, após aprovação em edital público.
No ano de 2016, três grandes acontecimentos marcaram o percurso da banda: a participação no 2º Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira, em Eldorado dos Carajás, com um histórico show na Curva do S, em resistência e lembrança aos 20 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás; o lançamento do 1º EP da banda, contendo cinco músicas autorais e a aprovação no Prêmio Produção e Difusão Artística - Seiva 2016, da Fundação Cultural do Pará (FCP), que resultou na gravação e lançamento físico e virtual do CD intitulado “A Bença”, com o registro de composições de três mestres de carimbó do distrito de Icoaraci-Pa. 
Em 2018 a Banda Lauvaite Penoso inicia o ano com uma novidade, o lançamento do Bloco Sarará Elétrico, mostrando versões da obra de Chico Science e Nação Zumbi aliados aos nossos tradicionais ritmos Carimbó e Lundú. Sarará Elétrico é o reflexo do intercâmbio Norte e Nordeste, diretamente influenciado pelo movimento Manguebeat e pelas batidas frenéticas dos nossos Curimbós.
Além dessas atuações, a banda faz parte da composição das rodas de carimbó realizadas, semanalmente, no Espaço Cultural Coisas de Negro, em Icoaraci. 

Integrantes:
Rodrigo Ethnos – Vocal 
Diogo Craveiro - Guitarra e Back Vocal
Vitor Gonçalves – Baixo e Back Vocal
Dayvid Campos- Percussão
Junior Dusik – Bateria e Samplers

Produção: Lorena Alves e Lorena Saavedra

Contatos: (91) 98350-0035
Email: lauvaitepenoso@gmail.com

01 Mestre Lourival Igarapé e Lauvaite Penoso - Queimadas

Lauvaite Penoso

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