Terezinha de Jesus
(Álex Sludge)

Terezinha de Jesus
De uma queda foi ao chão
Acudiram-na três cavaleiros
Todos três com armas nas mãos.

O primeiro foi aquele
Que fazendo o cadastro
Transformou nossa mocinha
Primeira dama do tráfico

O segundo o General
Pôr Tereza se encantou
E na rua principal
Mandou fumo ela gamou.

Safadinha essa Tereza
Com o terceiro se estrepou
Tinha cavalo de aço
Da elite o atirador.

E coitada dessa mina
Nessa vida de terror!
Tinha papel de heroína,
Que a facção roubou.

E rolou na mão de uns trinta
E virou lá na maré
Qualquer viciadinha
Dando bola prá quem quer.

E pulou feito bolinha...
Até seu corpo boiar
E aquela princezinha
Viu quinze anos rodar.

Da laranja 
Quero um gomo
Do limão 
Quero um pedaço
Da morena
Mais bonita
Quero um beijo
E um abraço

Terezinha de Jesus


Delta e o cavalo de aço
(Álex Sludge)
Ele mandava pro abraço
Quem com ele se metia
Não amava o fracasso
E pecava todo dia, todo dia!
Empinava o cavalo de aço
E começava a rodar. (3x)
Rodar...!
Sonha e gira a ignição
Acelera e faz o motor roncar
Arranca bem na direção
Da liberdade, tendo a pista pra encarar.

Se sente poderoso
Por que esta é a adrenalina!

Cuidado ele é perigoso
E vai passar pôr cima.
Ele é o leão raivoso
O que quer só o determina.

Delta e cavalo de aço!

Sua mãe não o impedia
Delta também não a ouviria
Saíra tal qual sua altivez
E era que era à euforia!
Implantou as suas leis
O que mais Delta queria?!
“Essa parada de vez”
Quando não tinha, não tinha!
Só não estava “se ligando”
Que mais e mais se envolvia
Era mais um viciado! Atirado!
Não temia! Não, temia, não!
Não temia!
A todo o momento
Quando, enquanto o convia.
Não rezava quando chovia.
Dava adeus quando partia.
Mas a Deus, não queria!
Empinava o cavalo de aço
E começava a rodar. (3x)
Rodar...!
Delta e o cavalo de aço! (bis)

Simplesmente o nosso homem
Lá da maré, como se via.
Nessa estrada tão errante
Prévia vida se perdia.
Delta lembra a vaidade
De quando o vento então batia
Em um choque, uma grande verdade.
Acorda e vê, sem covardia!
Delta sumiu da maré, das drogas, rebeldia.
Ela era a sua fé, maquina má, máquina fria!

Diz quem viu “tava mal”!
Diz quem viu, “manda a real”!
“Foi mal”!

Delta e o cavalo de aço!


Delta & O Cavalo de Aço

ANAMNÉSICO

(Álex Sludge)

Viva os seus planos
Medos e desenganos
Saiba reagir
Como se não houvesse
Mais pra onde ir.

Corra sem pensar
Muito em se fartar
Saiba gemer
Vê se implora ao certo
Pro certo interceder.

Vou me abrir agora
Pra me abrigar em você!
Posso! Tudo posso!
Aqui dentro de mim
Não tenho que temer!
Se me fortalece! Sim me fortalece!

Nem diante de ti
Ei de tremer!
Num surto psicótico que desperta
A memória, anamnésico e mais forte.
Vou vencer!
Os exércitos! Os exércitos do poder!


ANAMNÉSICO

No meu beco
(Álex Sludge)
Tenho futuro
Não é difícil
Quando pulo
Desse precipício?!

No meu beco eu conduzo
Meu sacrifício
Quero, corro e batalho.
Sem vícios.

Natural! É o meu ofício
Levo a vida muito doido
No grito!

Cai na real, me senta o pau,
Me discrimina!
Diz que sou 
O marginal de esquina. (2x)

Não tenho medo
Aqui dentro, eu acredito!
No meu beco pago caro
Pôr isso!

Tipo assim!
É um hospício
Não bebo, fumo.
Ou cheiro e corro
Os riscos.

Não sou careta, não!
Só quero ir pra casa
Derrepente estou na faixa
De gaza.

É tipo assim
Estou nesta vida
No meu peito
Brilha à bala perdida.

Não bate, não, não, não, não!
Tenho compromisso
Sou da paz
E hoje pago por isso. (2x)

Refrão.


No Meu Beco

Menor 
(Álex Sludge)
Ei... Já é hora de acordar...!
O corpo quente agitar
Pra poder, botar comida na mesa!
Menor! Toma banho de esperteza!
Menor! Que engraxa todo dia.
Menor! Que jogar bola já tardia.

Menor! Um café vou te servir.
Menor! Você tem de reagir.
Menor! Tem o mundo a colorir.
Menor! Pra poder progredir!

Menor! Só não vai me cheirar cola!
Menor! Rua não é sua escola.
Menor! Olha o fumo estraga os dentes
Menor! É! Encurta a briga da gente!

O que faz você desistir da cura
Da ferida que a fome deixou te torturar?!
A procura é eterna e não é segura
E a rua sem saída, é escura!

Menor! Não leva o calote
Menor! Não recebe esse dote

Que te leva à loucura
Dos trocados na banguela,
Rumo ao que estrangula.
Na janela desse jogo da vida
Isso não te fortalece! Isso não te fortalece!

Menor! Vê se não se atrapalha.
Menor! Aqui só vence quem batalha.
 
Menor! Vê se invade esse mundo.
Menor! Com o seu amor mais profundo.
Menor! E me ensina a perdoar.
Menor! Ensina-me a melhorar. Menor!

Refrão.


MENOR

Na Minha Caxanga
(Álex Sludge)
Na minha caxangá
Eu quero ver
Essa negra bonita
Aparecer!
Na minha caxangá
Eu quero ver
Essa negra bonita
Acontecer!

Ela foi pro baile funk
Me deixou de bobeira
Seu retrato na estante
É “Caó” é brincadeira!
Sujou tudo de “Henê”
Se queimou com o “Marcel”
Botou roupa colante
Cor de rosa
E as lentes cor de mel!

Refrão

Ela volta doidona
Eu doidão estou
Ela dorme eu acordo
Ela fica e eu vou!
E é no trabalho que eu me dano todo,
Prá dar luxo pra bonita!
E só tenho essa negra uma vez por mês
Quando ela me visita!

Refrão 

Ô que nega bonita
Tem dentes brancos
Sem querer
Tem um corpo que empolga
Qualquer um!
Puro suco de prazer!
Domina-me feito trouxa
Me faz estremecer
Vou prá “Lapa”
Esta noite procurar
Só por hoje
Não fazer!

Refrão 


Na Minha Caxanga

Conexão Maré
(Alex Sludge)
“Não formo o bonde de ninguém”.
É eu só pago pra ver.
O tráfico não me excita
Preciso me mexer.
Não cumpro táticas de guerra,
Tenho que me render?!
E nem no morro que eu moro
Posso sobreviver.
Sr. Jesus Cristo me libera
Prá poder defender.
Conexão maré
É tudo que eu sei fazer.

Não! Não estudo coisa alguma,
Não consigo aprender.
Se canto samba e danço reggae
Faço prá ninguém ver?!
Eu danço funk e canto rock
E não consigo entender!
Conexão maré
É tudo que eu sei fazer.

Faço rap; hip-hop;
Não consigo me ver?!
Alô censura! Vá sozinha...”!
Não consigo entender.
Nas vielas das favelas
Coro come prá que?!
Conexão maré
É tudo que eu sei fazer.

São brasileiros?!
Angolanos; Paraíba; michês.
Traficantes; preto; pobre; PM; PQD !
Os traçantes, à UZI, BOPE
Gente a tremer.
Prostitutas, travestis, crentes,
Padres, “craque”.
Conexão maré
É tudo que eu sei fazer!

Inibir mentes com pornô
É coisa que ninguém vê?!
Cuspo sangue e banalizo
Coisa que ninguém vê?!
Senhor Deputado “não me fode”
Que eu não sou só clichê. Conexão maré é tudo que eu sei fazer!


Conexão Maré

Capoeira e H-K
(Álex Sludge)
Mandou me chamar!
Mandou me chamar!
Capoeiras de rua vão brincar
Capoeira e H-K! Não combina!

Minha preta “Nagô”!
Os seus dred´s lavou
Sua roupa trocou
Pra me ver dançar !
Na capoeira H-K! Na capoeira H-K!
Não combina!

É essa ginga babou
Um rádio me formou
Na favela que eu vou
Com minha preta ficar!
Tem capoeira H-K! Capoeira!
Capoeira e H-K! Capoeira e H-K!
Não combina!

Se lombrou eu já corro
Quem não corre roda
Os amigos metralham, prá valer!
“Demorô” capoeira! Capoeira!
Capoeira e H-K! Capoeira e H-K!
Não combina!

É soldado tá mandado!
É guerra é disputa!
É o tiro á esmo.
Endereço não há! Na poeira!
Na poeira! Na poeira!
Capoeira!

Ó meu “Senhor” me salva!
Dessa linha de fogo
Hoje eu quero trocar
As preces do meu povo
Pela paz na favela.
A maré é meu lar! Capoeira!
Capoeira e H-K! Capoeira e H-K!
Não combina!



Capoeira e H-K

Bem Melhor
(Álex Sludge)
O que aconteceria
Se você pirasse
Um dia 
Nesse dia tão estranho
O que lhe pareceria.

Tudo e todos 
Os seus planos 
Trocariam de lugar
E você começaria
A mudar o seu dia á dia.

Como névoa que se forma
Feito nova engenharia
E seus novos desenganos
Lhe trouxessem novos anos
Que cuidassem de você
Bem melhor
Do que eu.

Bem melhor, bem melhor do que eu.
Bem melhor do que eu
Bem melhor do que eu. (bis)

Se então só causa dor
Por que é que sofre tanto
Não, não limpa o que sagrou.
Não, nem seca o que sobrou.

Como é que quem só causa prantos,
Pode querer bem estar?!
Não está, mas nos meus planos.
Correr para concertar,
Então vá... !

Refrão.

Vou passar como relâmpago
Pelos paralelepípedos
Que constroem esse caminho
E rasgar os pergaminhos
Que impedem-me de ver
Que amar é esquecer,
E viver... !

Refrão.


Lex In Box