ah cara é bem assim: eu pego o groove, boto na batida e bato minha cara no teclado no ritmo, depois enfio o baixo no cu, pulo pela janela e dou varios berros.

funky as fuck i should do standup (v2021) (como minha mente funciona n sei n da pra saber ainda)

Caralho, 4 anos depois que eu postei isso eu fui ouvir de novo, tava como privada mas acho que vou deixar pública. Essa é versão demo da minha música favorita do nosso primeiro EP como Jennifer the Leg, gravada com um celular mesmo, meu iphone 4 que eu tinha na época, cantada e tocada no violão pelo Bruninho e no baixo por mim. Acho que a gente tinha tocado pra mostrar pra laurinha como tava (ela que fala no final do áudio kkk). Amei voltar a esse áudio aqui, nostalgia do caralho, nessa versão a música tava mais rápida, com paradas mais curtas entre os versos e, como é de praxe, com uns errinhos na letra, mais especificamente na parte "não vai ser a minha favorita não importa o quanto eu continue dançando" que seria "não vai ser a minha favorita, mas eu continuo... dançando...". O erro muda tudo, mas também não muda nada. O sentimento que eu queria era uma mistura entre a inércia e a esperança.  (...)

Tem trilhões de coisas pra falar sobre essa música, que tem uma ideia muito simples, mas que pra mim tem um significado profundamente infinito. Quando a gente escreve coisas, algumas palavras que a gente vai repetindo começam a desenvolver um significado muito próprio dentro do nosso universo escrito, a palavra "dança" pra mim, é um exemplo muito claro disso e foi com ela que eu percebi esse movimento, que eu já tinha visto nas aulas de análises poéticas, mas nunca em minha própria arte. 

"Dança" pra mim, em vícios, significa simplesmente viver. Continuar vivo. Eu não sentia absolutamente nada nunca nunca nunca, vivia em um estado de completa apatia e muitas vezes de dissociação e isso me fazia ter um sentimento de negação da vida. Então, teve um rolê, na casa amarela, que era pra ser um rolê maravilhoso, mas que eu tava completamente apático e dissociando enquanto a galera tava muito animada. Esse contraste entre a animação das pessoas e minha apatia completa me fez sentir tão mal, cara, essa parte da depressão é uma das mais difíceis, a dor que é quando seus amigos estão animados, felizes, alegres e tentando te fazer sentir isso, enquanto você não tem nenhuma capacidade de sentir essas coisas, enquanto você só sente aflição tanto com o esforço inútil dos seus amigos quanto sua própria incapacidade de simplesmente EXISTIR SUAVE E FELIZ dilacera a alma e a cabeça, cara. Esse rolê na casa amarela foi isso o dia inteiro, mas uma hora a gente foi pra uma das inúmeras salas com DJ ao vivo e tava tocando tantas músicas maravilhosas, aquele hip hop antigo que mistura todos aqueles ritmos deliciosos e eu lembro de pensar que eu amava tanto esses sons, mas que eles tavam tão cinzas naquele dia, e porra "nem essa música que eu amo me faz sentir qualquer coisa, caralho, que fundo do poço que eu consegui atingir." Mas a galera começa a dançar, como deve ser, e eu olho em volta e vejo todo mundo dançando, aquela visão pincelada pelas substâncias que a gente tinha usado (e que também não fazem sentir nada) e aí eu me sinto aflito de estar parado, de estar eternamente parado, começo a me mexer, começo a mexer todas as partes do meu corpo, começo a pular, a dançar da forma mais intensa que esse corpo fraquejado conseguia, sinto o som não enquanto som, mas enquanto movimento e de repente nada mais importa, a apatia não importa, a dissociação não importa, a aflição não importa, a depressão não importa, a única coisa que importa é a dança, é o movimento do corpo, é o sorriso no rosto dos meus amigos de finalmente me ver "vivendo" é a batida intensa que só faz sentido quando passa pelo meu corpo, é a roda que se forma em volta da gente em que todo mundo começa a pilhar a pessoa que dança no meio, é a dança, parsa, a única coisa que importa. E foda-se se eu não tenho capacidade de gostar da música, foda-se todos os sentimentos horríveis, FODA-SE A CULPA DE NÃO SENTIR NADA, foda-se a dor no corpo (ela só me faz dançar mais intensamente), foda-se o silêncio ensurdecedor da mente, foda-se inclusive o som.

O que importa é a dança.

Não é minha favorita (demo)

Era uma vez um desktop daqueles que você comprava completinho, com as peças coladas com cola quente. Faleceu, queimou, ressuscitou. Apenas pra falecer de novo nos meus braços enquanto eu testava o funcionamento da DAW que eu tinha baixado, nesse som.

Da vez q eu enlouqueci no saudoso windows xp (se eu tivesse como modifica-lo esse som não existiria)

jam q eu fiz de um take só no dia q a xaninha foi dessa pra melhor. Imortal na minha arte.

doidera em fá pra Xana (imortal no meu groove)

Ex (?) baixista da Jennifer the Leg. Esse aqui vai ser o palco dos meus projetos solos, já ta mais do que na hora de destruir o mundo com minha arte, em todos os sentidos possíveis.

Lucas Suave

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