Faixa gravada ao vivo no Estúdio Cantilena, em junho de 2014.
Video: https://www.youtube.com/watch?v=Gzx-2YZxhnU

Gravada e mixada por Ian Medeiros
Música por Mahmed

Mantra Tensão (Cantilena Sessions)

"Sinto Muito" diz muito sobre o processo de composição de suas dez faixas, mas também sobre o movimento contrário ao comunitário pregado em seu primeiro disco. As vozes, muitas vezes esparsas na discografia da banda potiguar aparecem com mais força aqui. A vontade de dizer parece inversamente proporcional ao atual estado da palavra na sociedade brasileira: escolhe-se ouvir o que deseja, mas não necessariamente dialogar.

“Intro” nos coloca nesse turbilhão de mensagens: ouvimos expressões como “escravos do colarinho branco” e “uso de redes sociais pra se expressar” - logo, o sentido do título do disco, coloca-se adiante; “nós somos os filhos do meio da história, sem propósito, sem lugar”. O “sinto muito” torna-se a verdade crua, sentir tudo o suficiente para poder continuar vivo.

Pode-se esperar que a viagem também seja ocasionada sem palavra alguma, função quase social do Mahmed. Aqui ganha narrativas ainda mais emotivas e melancólicas em canções como a reticente “Cheio” ou na acústica “Enquantico Fino”. Ao mesmo tempo, os versos custam a desaparecer, felizmente. “Vazia”, “Bosque” e “Descobri” trazem conversas quando menos se espera - como se o silêncio não fosse mais possível.

O formato instrumental da banda acaba por assumir uma nova vocação: composição para outros artistas como Molly Hamilton (Widowspeak) na internacional “Leli” e Luisa Nascim (Luisa e Os Alquimistas) na latina e brasileiríssima “Lo Siento”. Santiago Mazzoli (Ombu) aparece tocando clarinete na letárgica e triste “Perdi”,

O disco também representa o último trabaho de Dimetrius Ferreira, um dos membros fundadores da banda. Rodolfo Almeida assume as guitarras em seu lugar. (por Gabriel Rolim)

Enquantico Fino

Otra Cancion

Perdi

Lo Siento

Leli

Descobri

Cheio

Bosque

Vazia

Intro

13 minutos medicinais de uma quase-banda. Forma itinerante, nômade, entre janeiro e abril de 2013, envolvendo muitos loucos numa espiral de criação, tateando outros valores em territórios desconhecidos. Sem muitos ensaios, idéias soltas servindo de base para a gravação de cordas, synths, trompetes bêbados e bateria. As batidas de Ian Medeiros, captadas por Gabriel Souto, nortearam boa parte dos arranjos registrados mais tarde na casa de Pedras Leão. Violoncelo ecoando na Vila de Ponta Negra, rompendo as horas, disputando decibéis com a rua. Linha por linha, ruído e silêncio, sob o domínio das águas e dos céus. 

Música é nossa medicina. 


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13 minutes of a quasi-band. In a itinerant way, nomadic, between january and april 2013, involving many crazy guys in a spiral of creation, groping other values ​​in unfamiliar territories. Without many rehearsals, loose ideas provided the basis for recording the strings, synths, drums and drunk trumpets. The beats of Ian Medeiros, picked up by Gabriel Souto, have guided much of the arrangements recorded later in the house of Leo Stones. Cello echoing in the village of Ponta Negra, breaking the hours, disputing with the street decibels. Line by line, noise and silence, under the dominion of the waters and the skies.

Music is our medicine. 

MAHMED is  Ian, Dimetrius, Leandro and Walter. 

Musicians: 
Dimetrius Ferreira - Guitar & Acoustic Guitar 
Leandro Menezes - Bass & Trumpet 
Walter Nazário - Guitar, Acoustic Guitar & Synths 
Ian Medeiros - Drums 
Pedras Leão - Cello in "Outros valores além do frenesi" 

Recording personnel: 
Mixed by: Walter Nazário, Ian Medeiros & Henrique Pacheco 
Mastered by: Henry Pacheco 

Art cover by Flávio Grao

Outros valores além do frenesi

“Sinto Muito” diz muito sobre o processo de composição de suas dez faixas, mas também sobre o movimento contrário ao comunitário pregado em seu primeiro disco. As vozes, muitas vezes esparsas na discografia da banda potiguar aparecem com mais força aqui. A vontade de dizer parece inversamente proporcional ao atual estado da palavra na sociedade brasileira: escolhe-se ouvir o que deseja, mas não necessariamente dialogar.

“Intro” nos coloca nesse turbilhão de mensagens: ouvimos expressões como “escravos do colarinho branco” e “uso de redes sociais pra se expressar” - logo, o sentido do título do disco, coloca-se adiante; “nós somos os filhos do meio da história, sem propósito, sem lugar”. O “sinto muito” torna-se a verdade crua, sentir tudo o suficiente para poder continuar vivo.

Pode-se esperar que a viagem também seja ocasionada sem palavra alguma, função quase social do Mahmed. Aqui ganha narrativas ainda mais emotivas e melancólicas em canções como a reticente “Cheio” ou na acústica “Enquantico Fino”. Ao mesmo tempo, os versos custam a desaparecer, felizmente. “Vazia”, “Bosque” e “Descobri” trazem conversas quando menos se espera - como se o silêncio não fosse mais possível.

O formato instrumental da banda acaba por assumir uma nova vocação: composição para outros artistas como Molly Hamilton (Widowspeak) na internacional “Leli” e Luisa Nascim (Luisa e Os Alquimistas) na latina e brasileiríssima “Lo Siento”. Santiago Mazzoli (Ombu) aparece tocando clarinete na letárgica e triste “Perdi”,

O disco também representa o último trabaho de Dimetrius Ferreira, um dos membros fundadores da banda. Rodolfo Almeida assume as guitarras em seu lugar. 

(por Gabriel Rolim)

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