No tempo do meu marido (domínio público)2'54"

No tempo do meu marido
Eu só comia galinha
Agora como eu não tenho
Eu almoço e janto sardinha
O meu marido
Ainda hoje chora
No tempo do meu marido
Eu só comia no chão
Agora como eu não tenho
Durmo em cama de quatro colchão

2. no tempo do meu marido

4. Baleia / Cassimicoco / Domínio Público / 2'05"

Eu sozinho amarrei uma baleia
No dia de "sábo" de aleluia
Eu esgotei o oceano com a cuia
Deixei o mar seco na areia
Eu vi Adão morrer sem calça
E Eva deitada na areia
Eu vi Jonas, Procópio e Mateus
Pescando peixe na areia.  

4. baleia

Onça Sussuarana / Canto de Trabalho / Domínio Público / 1'14"

Tava dormindo
Me acordei assustado
Tava de fuzil armado
Saí fora, fui olhar
Eu cheguei lá
Era um guará chupando cana
No tronco da cajarana
Eu atirei, foi pá!

Eu vi o mocotó virá
E o viado quando viu a bagaceira
Saiu doido na carreira
Não sabe pra onde deu
Papa me ocorreu
No meio da cajarana
E a onça sussuarana
Deu um berro e morreu.

6. onça sussuarana

Limo verde / Reisado / Domínio Público / 3'35"

Ô limo verde
Meu pé de maracujá
Roubaram meu amor
Deixe, deixar
Me "atrepei" na mangueira,
E tirei manga
Os cabelos de meu bem
Cheira óleo de mutamba
Cheira a óleo de mutamba
Tá danado pra cheirar

Bota óleo no cabelo
Vem pra rua namorar
E as "mulé" de hoje em dia
Querem namorar demais
Quando olha pro rapaz
Pensa logo em se casar
No outro dia
Vai na casa das "colega"
Não é "mulé"?
Vida boa é namorar.

7. limo verde

Ô de casa / Nau Catarineta / Domínio Público / 3'33"

Ô de casa, Ô de fora
Oi escutai o que eu direi
Oi escutai o que eu direi
Ô de lá, ô de cá, ô laiá laiá laiá...
Ô de lá, ô de cá, ô laiá, laiá, laiá...
Eu já tive sua presença
Agora sim, me alegrei
Agora sim, me alegrei
Senhora dona da casa
Mas olhos de prata redonda
Mas olhos de prata redonda
Daquela prata mais fina
Aonde o mar combate as ondas
Aonde o mar combate as ondas
Aqui estou em sua porta
Mas feito um feixinho de lenha
Esperando sua resposta
Mas que de vossa boca venha.





8. ô de casa / Nau Catarineta

No pé de cajueiro / Anastácia / 3'24"

Naquele pé de cajueiro
Eu guardo tanta saudade
Quando passo perto dele 
Me lembra de uma amizade
Ele foi pra não voltar, meu amor foi passageiro
Agora guardo saudade que ficou no cajueiro
Cajueiro me responda
Porque você foi embora
Se a gente se amava tanto
E eu tô sozinha agora.

9. no pé de cajueiro

São Gonçalo /  Domínio Público / 4'59"

Ô Jinuarê, Osquirimbambaê
Ô Jinuario, Jinuario
Scatimbalabandê
Ô Jinuarê, Osquirimbambaê
Ô vai vai, scatimbalabandê
Vosso Rei pediu uma dança
É de ponta de pé,
É de calcanhar
Nas horas de Deus amém
Padre filho espírito santo
Ora e viva e ora e viva
Essa é minha cantiga
Que pra São Gonçalo canto
Eu perdi a minha agulha
No caminho de Amarante
Quem dançar o São Gonçalo
Tem que ter o pé ligeiro
Oi pra terra de Congo vou ver Angola
Eu vou embora eu vou agora
Pra terra de Congo vou ver Angola
Chorei Maria já chorei não choro mais
A vida de solteiro já gozei
Não gozo mais
Já vem o carro cantando
Feito de cravo e de rosa
São Gonçalo vem no meio 
Escolhendo a mais formosa
 



11. são gonçalo

Fala Roseira / Coco / Domínio Público / 2'20"

Fala roseira
Ô menina
Fala roseira
Ô iaiá
Eu não sou cravo
Não sou aço
Não sou osso
Sou um brinquedo no porto
Que ninguém pode sair
O povo da barra diz
Que Bernardo é bom rapaz
Que se vem não volta mais
Pisa no chão baronil
Pisa no chão baronil
Que se vem não volta mais
O povo da barra diz
Que Bernardo é bom rapaz.

12. fala roseira

Xangô da Costa / Culto negro das Areias / Domínio Público / 3'23"

Ê ê Oiá, traz o odirê
O xangô da costa, Oiá
Ele é Ba ocê
Ô fala minha Oiá
Ô fala minha Oiá
Com aderêerêo
Oduro ô dô
Xangô chegou
O fala minha Oiá
Com Aderêerêo
Xangô pastor
Xangô da costa
O fala minha Oiá...
 Odurodô
Xangô Leui
Xangô Leé
Xangô Machado
Xangô de Ouro
O fala minha Oiá...
catetezaze
Dona Iansã
Dona Oiá
Dona Batalha
Xangô menino
Seu Rei dos Astros

13. xangô da costa/ Culto negro das Areias

15. história do dragão

Rio São Francisco / Mestre Pedrinho Mendonça /  3'23"

14. rio são francisco

História do dragão/  Contação de histórias / Aglaé Fontes / 4'15"

Nas histórias de princesas 
E castelos encantados
Tem dragão que cospe fogo
Tem dragão esverdeado
Que tem garras afiadas
Que só vive enfurecido
Com um mau humor danado
Para enfrentar o inimigo

O dragão de minha história
Tem o corpo avermelhado
Tem o olho todo azul
E o outro é dourado
Em lugar de fumacinha
Cospe bolhas de sabão
Pra alegrar a meninada 
E cantar essa canção.

10. história do dragão

O grupo de teatro de Bonecos Mamulengo de Cheiroso, com sede na cidade de Aracaju-SE, foi criado no ano de 1978, e vem atuando na área da pesquisa e do fomento à cultura, e especificamente o teatro de animação. Na sua trajetória participou de festivais, mostras, encontros, seminários, tendo recebido prêmios dentro e fora do estado, assim como em festivais internacionais representando a cultura do nordeste especificamente do Estado de Sergipe.
Atualmente, foi contemplado para o circuito nacional “Palco Giratório - 2013”, onde circulou por mais de 70 cidades do Brasil com o espetáculo “As Aventuras de uma Viúva Alucinada”, além de lançar o cd “Contos, Cantos e Cantigas” em comemoração aos 35 anos da companhia. 

Sob a direção musical de Mary Barreto, o álbum apresenta danças e folguedos da cultura popular de Sergipe como Reisado, Chegança, São Gonçalo, Cassimicoco, Mamulengo, Guerreiro e Samba de Coco, manifestações populares que estiveram presentes nas brincadeiras encenadas pelo grupo Mamulengo de Cheiroso ao longo de sua carreira.

Homenageando algumas dos mestres da cultura popular, o disco conta com as participações especiais de Dona Nadir, do Samba de Pareia e São Gonçalo da Mussuca, Dona Djalma, do Terreiro das Areias, da forrozeira Clemilda, da cantora Patrícia Polayne, da dramaturga Aglaé Fontes e do músico Pedrinho Mendonça.



Mamulengo de Cheiroso

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