Acho que nunca vou entender porquê 
Tinha que acontecer com você 
Outro amigo que se foi cedo demais 
Que até ontem estava bem 

Dizem que a vida é feita de opções 
E o destino não poupa ninguém 
Mas e quando o erro é de outro alguém 
Recorremos a quem? 

O tempo para de vez 
No momento final 
Queria poder, estar com você 
Pra te ajudar, te fortalecer 

Olhos turvos por chorar 
Pois passos errados 
De um ser arruinado, fizeram mal 
Se repensar pro amanhã não acabar 

Para o amanhã não acabar

Lápide

Caí do muro que eu mesmo construí 
Fundado em ideias falsas 
Verdades absolutas, que são irreais 
E no fundo eu já sabia 
Submissão como se pertencesse a alguém 

Órfã de escolhas, sonha em poder ser 
Mais do que obrigações 
Que afrontam a pretensão, de ousar viver 

Teve que esconder sua força 
Pois onde já se viu querer lutar 
Disseram, se ponha em seu lugar 
E o seu lugar é onde bem entender

Lilith

Quando as mãos não obedecem mais 
E o destino é a dor, obrigações vitais 
Se tornam um rolo compressor 

E o de praxe é mentir 
Fingir que superou 
Sei, não vou ser o único a sofrer 
Sei, não vou ser o último a morrer 

Quando os olhos deixam de focar 
E o vermelho é a lei 
Nervos sempre a flor da pele 
O controle acabou

Imperium

Parece, até, que eu não estava aqui 
Quanta coisa mudou, e eu não vi 
Ter meus defeitos como quadros na sua sala 
Parecia te dar prazer 

Por tantas vezes fui eu que te levantei 
Estendi a mão pra quem só queria me ver 
Cair e afundar, Se aproveitar enquanto havia 
O que de mim tirar, o quanto pudesse sugar 

Dei meu melhor, me arrisquei 
Vivendo em caixas no porão 
Ter nossos traumas espalhados pela casa 
Apodreceram o bem querer

Porão

Diferenças nos fazem 
Sentir que não estamos sós 
Seu medo do novo 
Te impede de caminhar 

Desperte e veja o que nunca percebeu 
E tudo que aceitou 
Não vai ser tão fácil 
Não me julgue mal 
Por não ser igual 

As lanças em suas mãos 
Apontam pro incerto 
Atravessam corações 
Que fugiram à tradição

Tradição

Molde a sorte 
Toda essa raiva pode ser usada em seu próprio bem 
Quem bate mais forte 
Os punhos ou a vida que você queria ter? 

Fugir não é uma opção 
Erga a guarda ou vai beijar o chão 
Viver a se esquivar, não te faz ganhar 

Concentração, paciência, transpiração 
E o sangue nos olhos, pra enfrentar

Indomável

E se eu deixar desabar 
Se decidir nem tentar 
Será que vai resistir 
Sem o esforço dos demais?

Não me deixe aqui, somos iguais 
Eu me pergunto se ainda sou capaz 

O custo é alto isso eu sei 
E o básico é sempre mais 
Será que é tão sábio assim 
Morder a mão que vai te alimentar 

Não me deixe aqui, somos iguais 
Eu me pergunto se ainda sou capaz 
Não quero implodir, só quero paz 
O peso do mundo é pra todos nós

Peso Do Mundo

Mais uma vida aos lobos 
Outra história mal escrita 
Mais do que amparar 
Seu dever era sempre estar lá 

Consequências virão 
Incontáveis, correndo, negligência e rancor 
Tentar esquecer o passado 

Marcas de não ter um porquê 
Carregar nas costas a dor 
De não perceber 
Que viver é mais do que existir 
Eu sou o que restou

O Menino Lobo

Prefiro não me escravizar 
A essas palavras que carregam vidas de aflição 
Meticulosamente vão condicionar 
O seu destino sob honorários sacros falsos pra embolsar 
Dez por cento do seu lar 

A recompensa é se acorrentar 
A uma promessa de eterna submissão 
A salvação em parcelas no cartão 
O céu e o inferno são aqui 

Os deuses vão me castigar 
Mas os seus dogmas não passam de encenação 
Minuciosamente feitos pra aumentar 
As posses dos messias que gritam mais alto pra embolsar 
Dez por cento do seu lar

Batismo

Mitral

Punk Rock / Grunge - 2013

Nando Melo - Vocal/Guitarra
Sidney Junior - Vocal/Guitarra
Fabio Capelo - Baixo
Cauê Menezes - Bateria

Manual

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