O rock and roll puro, sem firulas ou frescuras, está de volta. Vivo, pulsante e com fôlego para encarar estes tempos bicudos. Décadas de misturas, apropriações e pra-que-issos depois, o espírito sobreviveu. E o estilo revive de bem com a vida, com um empurrãozinho de caras como estes cinco que formam a Lady Murphy. Autoexplicativo, o disco da LM, forjado em madrugadas movidas a The Who, Cream e Led Zeppelin, é a cara e a careta do que se convencionou chamar rock and roll. 
As 13 canções - sim, canções, que se assoviam e grudam no córtex - de Instruções no verso são a prova de que não é preciso por um seqüenciador ou um tambor para ser contemporâneo. Porque nenhuma das músicas soa datada, apesar das influências claríssimas do que se fazia nas três primeiras décadas do rock. Para quem aprecia uma cerveja gelada ou até mesmo um bourbon ardido, é a trilha sonora perfeita.
Isto posto, recomendo a audição descompromissada desta bolachinha, fruto de sete anos de muito trabalho e de outros tantos anos de boa música nos pavilhões auriculares de Marcos Toledo (vocal), Ricardo Novelino e Leo Spinelli (guitarras), Sérgio Montenegro Filho (baixo) e Carioca (bateria). Descompromissada sim, pois quem quiser cabecismos, que vá procurar em outras plagas. Porque o negócio aqui é som direto, melódico, pesado, redondo, pronto para o consumo, embalado para presente. 
Mais: como é bom ouvir uma banda que tem o que dizer. Porque as letras não são apenas uma moldura qualquer para o som que emana dos falantes. Elas têm cancha, pegada, estofo. Soar direto e bem-humorado não é uma tarefa tão fácil como aparenta. Ainda bem que a Lady Murphy existe.O rock voltou.

--- Wilfred Gadêlha
jornalista e músico

Instrucoes no Verso

Lady Murphy

Ética, fraudes, busca por justiça. Poderíamos estar falando sobre o momento vivido pela sociedade de uma maneira geral, no entanto esses são temas abordados na farsa escrita no ano de 1.460, que já foi montada nos mais diversos palcos teatrais e que ganhou vida com o elenco de repórteres e radialistas do jornal Folha de Pernambuco e da Rádio Folha FM. “A Farsa do Advogado Pathelin” é de autor desconhecido. A trama traz, de maneira muito divertida, críticas aos costumes das duas mais fortes classes sociais da França daquela época: os comerciantes e os homens de leis.
No elenco o comunicador Jota Ferreira como Mestre Pathelin; a radialista Patrícia Breda faz o papel de Guilhermina, esposa do advogado espertalhão; os repórteres da Folha de Pernambuco Marcos Toledo como Guilherme, comerciante vítima do farsante; e Anderson Bandeira é Teobaldo um ingênuo pastor; fazendo sua estreia como radioator, o radialista Celso Júnior interpreta o juiz.

A Farsa do Advogado Pathelin

“A Última Cartada” foi escrita pelo dramaturgo carioca Valdemir Matos. A trama narra, de maneira cômica, a tentativa de um casal arruinado pelas apostas em cavalos, em casar sua única filha com um caipira rico. Vendo nesse enlace matrimonial a saída para todos os problemas vividos pela família, o “noivo rico” será recebido com todas as honras e paparicos, garantia para uma rápida celebração de casamento. Só que algumas surpresas podem por tudo a perder.

No elenco radialistas da Rádio Folha FM e o reforço de jornalistas do jornal Folha de Pernambuco. A gerente da Rádio Folha, Marise Rodrigues é a dona de casa Ana; a radialista Patrícia Breda é Josefa, a empregada da família; a repórter da Rádio Folha Jacielma Cristina é a noiva prometida; os repórteres da Folha de Pernambuco, Marcos Toledo como Pedro, o chefe da família, e Anderson Bandeira como Juca, “o noivo rico”; o radialista Celso Jr. dá vida ao malandro Guedes. A edição e sonoplastia é de Anderson Ricardo.

A Última Cartada

Um dos mais queridos livros da literatura brasileira, "Dom Casmurro", escrito por Machado de Assis e publicado em 1900, foi ao ar em formato de radioteatro na Rádio Folha FM.

A obra tem adaptação e direção do dramaturgo Moisés Monteiro de Melo Neto (que já dirigiu várias peças neste projeto da Rádio Folha, ao lado da atriz e jornalista Patrícia Breda). 

Com enredo calcado no ciúme, o texto descortina um mundo em que o poder patriarcal é absoluto e destrutivo. O pequeno grupo familiar (parentes e dependentes) que a escrita de Machado engendra capta e representa aspectos da realidade social e humana: o homem egoísta e descompromissado atuando no palco da vida social. O enigma de Capitu equivale ao nosso sorriso da Mona Lisa: traiu ou não o marido com o melhor amigo dele? 

No elenco estão Patrícia Breda (Capitu), Moisés Neto (jovem Bentinho), Anderson Bandeira (Ezequiel), Marcos Toledo (Escobar), Jacielma Cristina (Sancha). Marise Rodrigues (Prima Justina), Jota Ferreira (José Dias) e Douglas Duan (Narrador, Bento, o velho Casmurro). Na edição, Anderson Ricardo.

Dom Casmurro

Inspirada em histórias que ouvia na infância, a comunicadora Patrícia Breda fala sobre milagres que acontecem na véspera de Natal em uma noite de chuvas fortes e trovoadas. O drama do Mestre Raimundo, pescador que sofre com o dilema de ter que tirar a vida de outro ser para sobreviver; a visita de um misterioso casal e seu filho pequenino; e as bênçãos para uma pobre família que enfrenta dificuldades são dramas narrados no episódio que traz em sua trilha sonora clássicos de Dorival Caymmi.

“Um Milagre de Natal” traz no elenco profissionais da Rádio Folha FM e do jornal Folha de Pernambuco com o reforço de Kêyla Vila-Nova, da Central de Atendimento, que deu vida à Joana, esposa de pescador; Anderson Bandeira, da Folha de Pernambuco, é Pedro, casado com Joana; o comunicador Jota Ferreira é Raimundo, velho pescador; a repórter da Folha FM, Jacielma Cristina interpreta Rebeca, uma jovem que nutre um amor por Mestre Raimundo; o jornalista Marcos Toledo, da Folha de Pernambuco, é Jacó, dono de barcos e do Bar do Tubarão; a gerente da Folha FM, Marise Rodrigues, é Lia, cirandeira e curandeira da aldeia; o produtor da Folha FM Fernando Alvarenga é o misterioso José; e a âncora da rádio, Patrícia Breda, é a misteriosa Maria. Patrícia também assina o texto e dirige o elenco.

“O Bem do Mar”, “É Doce Morrer no Mar”, “O Mar”, clássicos de Dorival Caymmi, bem como “Mestre Raimundo” de Geraldo Azevedo - que inspirou a criação do personagem que vive o dilema de ser pescador - e a ciranda de Lia de Itamaracá fazem parte da trilha sonora da trama que tem edição de Anderson Ricardo.

Um Milagre de Natal

Marcos Toledo é um contador de histórias.

Marcos Toledo

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