Nas cores da bandeira da Irlanda, o branco do meio simboliza a paz. Questão sempre actual em toda a ilha desde os tempos em que a vontade dos homens reclamam territórios. É o caso do Ulster, representado na bandeira pela cor laranja. Mas esse é um território que não pertence à Irlanda. As divisões e os acordos, as reivindicações e as disputas, levam há muito a que o território seja lugar de confrontos entre os que defendem uma ilha unida e os que preferem ser súbditos da Rainha de Inglaterra. Em 1998, os governos irlandês e britânico celebraram um acordo: o Acordo de Belfast, mais conhecido por Acordo da Sexta-feira Santa. Ali ficou escrito que haveria uma trégua entre governos e políticos da ilha. Grande reportagem de Mário Galego com sonorização de António Correia
Antena1, 26 Junho 1998

Verde, Branco e Laranja

Putos de Rua

Nos primeiros 10 anos em que o rio Douro se tornou navegável, aumentou o turismo, cresceu o investimento nas margens, desde a cidade do Porto até Barca D'Alva. O rio acabava de atingir os 250 mil turistas fluviais, mas a maior parte sobe apenas até à Régua. O Eng. Mário Fernandes do Instituto de Navegabilidade do Douro conta os primeiros 10 anos e as perspetivas de futuro. Os antigos pescadores que se tornaram mestres da navegação turística contam a vida sobre o rio. O poeta Eugénio de Andrade mostra a «magnificência» do Douro. Reportagem de Mário Galego, montagem e sonorização de José Carvalho.

Douro Navegável

A construção da barragem de Alqueva, no Alentejo, obriga a população da aldeia da Luz a mudar-se para uma nova localização, não muito longe mas, uma aldeia que não foi moldada à vida dos moradores. A velha aldeia ficará debaixo de água, quando o Guadiana subir. A nova aldeia, feita para EDIA- Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, não é do agrado de muito dos fregueses. Aqui se ouvem razões de queixa e razões de uma vida nova. Grande reportagem de Mário Galego e Nuno Rebocho, com sonoplastia de Paulo Miguel.
Antena1, 1 Outubro 2001

A Nova Luz Velha

Na celebração dos 80 anos da rádio pública portuguesa, a rádio foi ao encontro de uma das cantoras que marcaram a sua história. Nini Remartinez tem 96 anos. Começou a brincar às cantigas e acabou por ser uma das vozes da rádio. Maria Carolina Remartinez – mais conhecida por Nini – formou com a irmã o Duo Remartinez, que alcançou grande sucesso nos anos em que as vozes da rádio eram estrelas nacionais. Iniciou-se na Rádio Peninsular em 1941 ao lado da irmã e pouco mais tarde passou para a Emissora Nacional, fazendo carreira como cantora. As irmãs Remartinez cantaram nas emissões para os soldados portugueses e em todos os programas de destaque da rádio, como os Serões para Trabalhadores. A irmã morreu prematuramente e Nini acabaria a carreira na Emissora Nacional como funcionária da discoteca da rádio. Nini Remartinez tem uma memória de luxo e uma lucidez que impressiona, conforme se pode ouvir nesta entrevista à Antena 1. Entrevista de Mário Galego e Sandra Henriques.
Antena1, 19 Junho 2015

Nini Remartinez

A poucos quilómetros de Coimbra e no alto dos 1200 metros, há uma Serra que atrai gente que gosta de viver em silêncio ou que precisa de isolamento, gente que procura no ar limpo uma cura que a cidade não permite. A aparência de alguns dos habitantes leva a que muitos portugueses chamem «Serra dos Hippies» à Serra da Lousã. Vale a pena subir a pé ou de jipe até às aldeias de casas de xisto que embelezam a Serra. Grande reportagem de Mário Galego

A Serra dos Hippies

Há um plano para salvar as minas abandonadas em Portugal. Outrora fonte de emprego para muitos, hoje são lagos a céu aberto ou túneis onde se depositam detritos. Há contaminação que ainda afecta muitos mineiros e degrada a flora. Recuperar custa muito dinheiro: 10 milhões de contos. Primeira parte da grande reportagem de Mário Galego e Nuno Rebocho. Sonorização de António Correia.

Terra Abandonada I

Há um plano para salvar as minas abandonadas em Portugal. Outrora fonte de emprego para muitos, hoje são lagos a céu aberto ou túneis onde se depositam detritos. Há contaminação que ainda afecta muitos mineiros e degrada a flora. Recuperar custa muito dinheiro: 10 milhões de contos. Segunda parte da grande reportagem de Mário Galego e Nuno Rebocho. Sonorização de António Correia.

Terra Abandonada II

A cidade de Lisboa prepara-se para ter um casino [em 2002]. Ainda sem a decisão final, a Estoril-Sol preparou-se para avançar com o espaço no Parque Mayer. Terá a mesma tipologia que o Casino Estoril. Mas se Lisboa pode ter um casino, porque não outros concelhos?, perguntam autarcas. E as outras concecionárias? não poderão ter mais casinos? E como funcionam os sete casinos que já existem em território nacional? Reportagem que atravessa salas de jogo e de espectáculos, galerias de arte,...de Mário galego, com sonorização de Paulo Miguel.

Casino à Portuguesa

A exploração de pedra na aldeia de Moleano, no concelho de Alcobaça, é um negócio que fez muitas famílias vender as casas ou os terrenos. Mas também é uma zona de interesse económico e comercial. Um conflito permanente entre os exploradores e proprietários de terras. Acresce a isto, o facto das pedreiras estarem localizadas no Parque das Serras de Aire e Candeeiros e os «tiros» nas pedreiras afectarem ambiente e população vizinha. Grande reportagem de Mário Galego e Nuno Rebocho

A Aldeia dos Buracos

Desde há 35 anos [celebrados em 2003] que a comunidade muçulmana a viver em Portugal está organizada. Foi um grupo de estudantes universitários muçulmanos que em 1968 formaram a Comunidade Islâmica de Lisboa. Desde aí, as famílias foram adaptando-se à vida portuguesa. Nunca pondo de lado a religião e os hábitos. Já antes, alguns muçulmanos, vindos das ex-colónias portuguesas, formaram família e ainda hoje residem e trabalham em Portugal. Uma dessas famílias, vive e trabalha no Cacém: Maomed e Shamin. O empresário e a mulher têm duas filhas. E criaram laços de amizades com muito portugueses que maioritariamente são católicos. Até nas escolas, as filhas do casal, estão perfeitamente integradas. Não há diferenças, há seres humanos. Reportagem de Mário Galego

Uma Família Muçulmana

Restam poucos descendentes dos avieiros no rio Tejo [em 2004]. Quem por lá pesca, ou são jovens à procura de algum sustento ou reformados que não largaram o vício do rio. Hoje, quem vive nas aldeias avieiras queixa-se do abandono da pesca, embora as palhotas de madeira tenham melhor sustentação. Viver do rio ou da campo é uma tradição que se perdeu, mas a história dos pescadores que em tempo de Inverno e fome escolheram o Tejo para pescar está contada no livro «Avieiros» de Alves Redol. Romance de 1942 que deixou um marca na literatura neo-realista portuguesa.  Grande reportagem de Mário Galego

Álbum desconhecido (11/08/2020 19:23:37)

Os Nómadas do Rio

O «tigre celta» está vivo. A economia irlandesa aumentou o poder de compra [em 2005], o emprego aumentou em todo o país, os gigantes do negócio a retalho têm aberto cada vez mais lojas nas principais cidades do país. Os jovens têm saídas profissionais, os artistas têm beneficiado, os economistas esfregam as mãos com o crescimento económico. Mas esta mudança recente da Irlanda, não é acompanhada pela deficiente rede viária, nem pelos transportes públicos obsoletos, a saúde está doente. Retrato de um fenómeno de crescimento recente que levou o mundo a chamar à Irlanda, o «tigre celta». Grande reportagem de Mário Galego

Álbum desconhecido (11/08/2020 19:50:37)

O regresso do Tigre Celta

Limpar o rio, não é só para proteger o ambiente. É também para garantir um sustento. O projecto Guardiãs do Mar, da organização Ocean Alive, é constituído por mulheres da comunidade piscatória do estuário do Sado. Contribuem para a proteção das pradarias marinhas e têm uma função de transformar comportamentos para que o lixo da marsicagem deixe de ser uma ameaça ambiental e assim, beneficiar os habitats do peixe. Grande reportagem de Mário Galego com sonorização de Paulo Cavaco

Mulher Que Limpas O Rio

Em dia de aniversário, escrevi uma Carta a Zeca Afonso. Para lhe dar conta do que ainda se ouve, dos que ainda o ouvem e sobretudo, de quem ainda hoje o canta. Há novas vozes na música portuguesa que são influenciadas por José Afonso e pela música que deixou. São cantores que têm no músico já desaparecido uma referência, uma identificação musical e de resistência. Filipa Pais, Dulce Pontes, João Afonso ou o grupo Erva de Cheiro, continuam a cantar o legado de Zeca. Também escutei Alípio de Freitas, o presidente da Associação José Afonso, a dizer as muitas saudades que tem dele. Sonoplastia de António Antunes

Carta a Zeca

Pela primeira vez, o Quartel do Carmo, em Lisboa, abre ao público as zonas mais restritas. O lugar onde eclodiu a Revolução dos Cravos que depôs o governo fascista de Marcelo Caetano já pode ser visto pelo público. A histórica do edifício - que remonta ao séc. XVI - está contada ao longo das várias salas, sendo possível também ver a Cisterna, o túnel que desagua no reservatório do poço, há veículos motorizados no pátio, o salão nobre de onde, na varanda, Salgueiro Maia falou à população que aguardava o desfecho no dia 25 de Abril de 1974. Visita guiada com o Major Nuno Andrade da GNR.

O quartel do 25 de Abril

O Sobreiro é a árvore nacional mas, está esquecida, dizem proprietários de áreas agrícolas de montado, sobretudo no sul do país. A par das queixas dos agricultores e proprietários, há também a preocupação dos especialistas que estudam o sobreiro e que relatam a doença que está a matar a árvore que desde 2001 é protegida. Grande reportagem de Mário Galego.
Antena1 e RDP Internacional
3 Novembro 2012

Sobreiro doente e esquecido

40 anos depois de “Grândola, Vila Morena” a senha de Abril, cantada por José Afonso, tem servido de protesto contra as medidas de austeridade que nesta altura [2013] estão a pôr o país à beira da pobreza. Será a cantiga, ainda uma arma do povo? Respondem os novos cantores de língua portuguesa e que intervêm socialmente através da música: Capicua, Chullage e Miguel Calhaz. Do canto popular ao rap, o cantor Francisco Fanhais, uma das vozes de Abril de 74, comenta o que se canta hoje, assim como Henrique Amaro, divulgador e radialista que aborda as realidades de onde cresceram as novas contestações.
Reportagem de Mário Galego com sonorização de Carlos Felgueiras

As Novas Senhas de Abril

As chamadas para linhas eróticas de valor acrescentado, os famosos número 648 terminaram no final do séc. 20, mas durou pouco tempo até que surgissem novas linhas em que do outro lado havia sempre alguém para falar de prazer. Só que o troco era sempre uma avultada conta de telemóvel. Seria uma artimanha fácil: depois da primeira chamada era sugerido que se marcasse um número fixo, onde estaria uma «senhora à espera e disponível». Elas diziam em anúncios que queriam satisfazer fantasias de quem procura. Homem ou mulher. Propunham-se encontros, visitas, amizades. Mas ao fim de vinte minutos de chamada telefónica a ligação caía. E sem se dar por isso, a conta de telefone ia aumentando.

O Alterne dos Telefones

O montado está a desaparecer da paisagem. É o que os dados da Universidade de Évora que a Antena 1 revela, apontando para uma lenta diminuição do montado - o sistema agrícola onde vive o sobreiro e azinheira - uma das grandes riquezas para a economia nacional.

O lento declinio do montado

O barranquenho é uma espécie de dialecto que junta o português e o castelhano. É património municipal mas, a autarquia [em 2008] quer que o dialecto de Barrancos seja uma língua em Portugal e que se leve o ensino para as aulas do mais pequenos. Para que não se perca no tempo, para que os vocábulos do barranquenhos não fiquem apenas nos livros. Escutamos quem fala e quem defende o que se diz em Barrancos.

O que se diz em Barrancos

O dia acorda muito cedo para quem trabalha a terra. E acaba cedo, mal o sol se põe. Passar um dia na típica aldeia, encravada na Serra da Gralheira, é descer ao mundo rural, onde o relógio de corda serve de despertador e os cães madrugadores reclamam o sossego da aldeia com mais de meia dúzia de habitantes. Aldeia da Pena é uma aldeia da freguesia de Covas do Rio, concelho de São Pedro do Sul, no distrito de Viseu. É uma das aldeias típicas feitas em xisto. Reportagem de Mário Galego

24 horas na vida da Aldeia da Pena

As corridas com toiros de morte em Barrancos são legais desde 2002. Nos anos antes, a polémica instalou-se entre população barranquenha, opinião pública portuguesa e o parlamento. Criou-se uma ambiente de crispação que deu visibilidade a umas festas tradicionais em que a morte do touro, na arena improvisada de Barrancos, é o ponto alto. Mas no Alentejo, não se mata o touro apenas naquela vila da raia. Santo Aleixo da Restauração, Aldeia da Granja, Aldeia da Luz, Mourão, Monsaraz, Perolivas, Amial ou São Mansos, fazem parte de uma faixa do território alentejano em que houve ou ainda há o ritual da morte do animal. Morte do bravo, comida p'ró povo, assim se diz desde sempre. Grande reportagem de Nuno Rebocho e Mário Galego.

Bravos do Alentejo

Com a morte do escritor Mário Dionísio (17 Nov 1993), fechou-se um capítulo da história da literatura portuguesa: o neo-realismo. O movimento que colocou o povo no centro da escrita perdeu o seu último executante e defensor, tal como o foram Manuel da Fonseca, João José Cochofel, Joaquim Namorado, José Gomes Ferreira, Soeiro Pereira Gomes, Alves Redol, Carlos de Oliveira ou Alexandre Pinheiro Torres. Com gravações históricas do Arquivo da RDP, faz-se a história do neo-realismo, ouvindo-se os seus principais interpretes. Programa de Nuno Rebocho e Mário Galego (com Ana Monteiro, Carla Nascimento, Piedade Coelho, leituras por Rui Pedro e Mário Viegas, música de Adriano Correia de Oliveira, José Afonso e Fernando Lopes-Graça, sonoplastia de Serra Morais com apoio técnico de Carlos Fitas). Antena1, programa Nem Mais, Nem Menos 31 Novembro 1993

A morte do neo-realismo em Portugal

Que diferenças encontram os que começaram a trabalhar antes do 25 de Abril e que ainda hoje estão no ativo? O que mudou? O que trazem os novos tempos às leis do trabalho? Que desafios a vida de trabalho impõe? Retrato de um taxista assalariado que agora chefia a empresa e de um trabalhador traçador/marcador que ao fim de quatro décadas ainda luta por melhor salário.

Vida de trabalho, vida de luta

No início da década da erradicação da pobreza, decretada pelas Nações Unidas, Portugal ainda conta com 2 milhões e meio de pobres. É o país europeu com maior proporção de pobres entre a população. Empresas familiares que foram à falência, toxicodependência, endividamento aos bancos, são algumas das razões que empobreceram a sociedade portuguesa desde meados dos anos 90. O rendimento mínimo garantido é uma boia de salvação. Lisboa, Alvalade do Sado, Safara, Minas do Lousal, Proença-a-Nova, são algumas da terras que servem de exemplos para a grande reportagem de Mário Galego com sonorização de Paulo Miguel.

Portugal Pobre

Um despedimento nunca é fácil para quem já não é jovem. Na década de 1990, em Portugal, um dos despedimento colectivos de maior impacto, aconteceu na fábrica da Renault, em Setúbal. Muitos dos que lá trabalhavam não conseguiram voltar a trabalhar, acabando por se resignar a uma vida de pré-reforma. E isto, apesar de ter ainda capacidades físicas e mentais para continuar a trabalhar. Grande reportagem de Mário Galego

Um dia na vida de um resignado

Do sobreiro até à garrafa de vinho, a vida de uma rolha demora vários anos. Mas não é só à mesa que a cortiça serve, no espaço sideral também há cortiça portuguesa, levada num revestimento das naves espaciais. Desde a «tiradia» até ao uso final da cortiça há um percurso que demora. E mesmo quando é retirada do sobreiro, é levada para «cozer», é escolhida, limpa, cortada, …e em todas as fazes é a mão humana que a trata. Reportagem em Coruche a ver os passos da vida da cortiça.

Da tiradia ao espaço sideral

A viagem de autocarro de Serpa até Paris. Um grupo de cante viaja unido dentro de uma camioneta. Leva pão e vinho p'ró caminho e uma vontade de subir ao palco da Unesco para se fazer ouvir no mundo. Após a decisão, o sonho realizou-se e em 2 minutos e meio as gargantas afinadas deram a conhecer ao mundo o cante alentejano. «O Cante da Humanidade» grande reportagem de Mário Galego.
*Prémio Gazeta de Jornalismo - Rádio, 2014

O Cante da Humanidade

No primeiro aniversário do Dia Mundial da Rádio (13 Fevereiro 2012) decidido pela UNESCO, celebramos a rádio dos ouvintes ou a rádio dos que a fazem. A rádio do passado, a rádio criativa, a rádio companheira, a rádio que rasga as censuras ou telefonia de colecção, a rádio que está na rede e que ajuda ao futuro. Viagem ao mundo de quem está de ouvido colado ao transistor. Programa de Mário Galego (com Sandra Henriques, Andreia Brito, Carolina Ferreira, João Ramalhinho, Sandy Gageiro, Inês Forjaz, Ricardo Alexandre, Rita Colaço, Moisés Évora, Joaquim Reis, João Vasco, Virgílio Cavaco, Pedro Ribeiro e Frederico Moreno)
Antena1, RDP Internacional 16 Fevereiro 2013

Mário Galego

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