Edits (FREE DOWNLOAD)

Suprimida deste edit, eis a letra de Chico Buarque para "Nego Maluco", tema de Edu Lobo,  lançado no álbum "Corrupião", de 1993:

"Eu tava jogando vinte e um
Um nego maluco apareceu
Vinha com um baita de um rádio no colo
Tocando um samba a mil
E dizia prô povo que o samba era meu

Pintou saia justa no salão
Por culpa daquele fariseu
Dando, batendo no mesmo bordão
Toma aqui, toma aqui
Toma que o samba é teu

Sou da banda do jazz
Ganzá jamais me apeteceu
Não conheço o rapaz
Tenho família e esse samba não é meu"

Tais versos desenham, pouco a pouco, dois personagens e um conflito. Uma saia justa no salão, por conta de um samba e um "nego maluco fariseu". Quem conta a história se diz alguém de família que prefere o jazz ao "ganzá", termo quimbanda que remonta à Angola e ao Congo. Segundo Dicionário Houaiss, ganzá é instrumento e dança: espécie de chocalho metálico com sementes, ou "dança amazonense acompanhada por ganzá ('tambor')". 

Ironicamente, a execução instrumental de Edu Lobo contraria a letra que ele mesmo canta, já que "Nego Maluco", em sua estrutura musical, não faz banda entre jazz e samba, e é pura mistura. 

Só que não. Mistura não é pura. 

De olho nesse jogo de contradições, este edit torna instrumental a versão original, sem o lirismo malandro de Buarque e o vocal de Lobo. Pensando para pistas, o edit contém pontos de mixagem na introdução ("intro") e na saída ("outro") da música.

Arte visual por Nat Rozendo @nat_roz

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Nego Maluco (Micheletti Instrumental Edit)

CORRENTEZA é uma composição de Antonio Carlos Jobim e Luiz Bonfá, lançada originalmente em "Urubu", álbum de 1976.

A versão que serve de base para este edit tornou-se bem conhecida nos anos 90 no Brasil. Na voz de Djavan, CORRENTEZA foi tema de novela ("O Rei do Gado") e faixa de encerramento do álbum "Malásia", de 1996.

Pensado para escuta contemplativa, este edit pouco se presta à dança, mas acentua o clima onírico da canção, através de loops, cortes e repetições, oscilações entre a espera e o desejo.

A fala é de José Mindlin, lendo o trecho derradeiro de "Grande Sertão: Veredas".

Arte visual por Nat Rozendo @nat_roz

Correnteza (Micheletti Edit)

TIM DOM DOM é uma canção de Codó e João Mello. Tema marcante dos anos 60, mereceu interpretação de grandes artistas como João Donato e Jorge Ben na célebre gravação de  "Samba Esquema Novo". 

A versão que editei é de João Donato, lançada em 1965 no álbum "Sambou, Sambou". Estendi a duração da faixa, rearranjando a ordem de suas partes e segmentos através de loops, cortes e sobreposições, tendo em vista uma  dança contínua e cadenciada, apropriada para pistas. No final do edit, uso um trechinho da versão de Sérgio Mendes, gravada em 1966. 

As falas são de João Donato.

Arte visual por Nat Rozendo @nat_roz

Tim Dom Dom (Micheletti Edit)

TRAVESSIA é uma composição de Milton Nascimento, letra de Fernando Brant. Conquistou segundo lugar no Festival Internacional da Canção, em 1967. Faixa lado A nos primeiros LPs de Milton, consta que foi a primeira composição de Bituca. 

Canção de renome internacional, foi interpretada por diversos artistas, pra citar só alguns: Astrud Gilberto, Björk, Elis Regina, Sarah Vaughan, Sergio Mendes,Tony Bennett.

A versão que serve de base para este edit está no álbum "Courage", de 1969. Arranjos e regência de Eumir Deodato, agora com letra em inglês, a canção é rebatizada ("Bridges"), mas em algumas edições o nome original continua como subtítulo, entre parênteses.

Ponte entre universos distintos, este edit conecta sons e temas, travessia entre toada mineira e techno, entre escuta recreativa e reflexão crítica sobre grandes tabus.

Extraí a fala de Maria Lucia Homem de um vídeo sobre sexualidade em seu canal no YouTube. Sua argumentação parte do seguinte questionamento: "Por que se instaurou o universo do prazer e do corpo como universo do mal e do pecado?"

Link do vídeo: www.youtube.com/watch?v=fhkKtornkzU

Arte visual por Nat Rozendo @nat_roz

Travessia (Micheletti Edit)

"Oh! mulher infiel" é uma cançoneta gravada em voz e violão pelos Secos & Molhados, em 1974. Autoria de João Ricardo, voz de Ney, violão de Jorge Omar.

As batidas e ruídos são da faixa "Smoke Circle", do duo de música eletrônica Akkord.

Samples adicionais: 
"Só Quero Um Xodó" - Os Mulheres Negras
"Seu Grito" - Aurinha do Coco

Arte visual por Nat Rozendo @nat_roz

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Em memória de MARIELLE FRANCO (1979-2018), por ser "infiel" ao sistema

Mulher Infiel (Micheletti Mashup)

Edit da canção "Bamba Querê", originalmente escrita e produzida por Iara Rennó e gravada em parceria com Buguinha Dub.

A canção faz parte do álbum "Macunaíma: Ópera Tupi", com composições de Iara Rennó e letras extraídas do livro "Macunaíma", de Mário de Andrade.

Segue um dos trechos de "Macunaíma" que inspirou "Bamba Querê":

"Entre golinhos de abrideira, uns de joelhos outros de quatro, todas essas gentes seminuas rezavam em torno da feiticeira pedindo a aparição dum santo. [...] A mãe-de-santo puxou a comilança com respeito e três pelossinais de atravessado. Toda a gente vendedores bibliófilos pés-rapados acadêmicos banqueiros, todas essas gentes dançando em volta da mesa cantavam:

Bamba querê 
Sai Aruê 
Mongi gongo 
Sai Orobô
Êh!..."

Samples adicionais:
Homem de Neanderthal - Ney Matogrosso
Gravações de campo (Botucatu-SP, Chácara Recreio Vista Alegre, 2011)

Arte visual por Nat Rozendo @nat_roz

Bamba Querê (Micheletti Edit)

O meu sangue ferve por você.

Versão da versão, este edit foi preparado para divulgar a festa XAMEGO - uma realização do coletivo TOCAYA, na cidade de Araraquara (SP), em 11 de agosto de 2018. A festa é anual e tem como tema "forró e ritmos regionais", A segunda edição da festa ocorreu em 06 de julho de 2019. 

Link dos eventos: 
facebook.com/events/1876629099312839
facebook.com/events/681246018966613

Gravada por Black do Acordeon, a versão que serve de base para este edit foi retirada do YouTube. O edit consiste basicamente em manter as partes instrumentais da canção, cortando fora as partes cantadas, com ajustes no cadenciamento ('rewarp') para facilitar a transição para outras tracks. 

Arte visual por Nat Rozendo (@nat_roz).

DJ Micheletti EDIT

Lambada Xamego (Micheletti Edit)

"O grupo dos sem-terra vai à luta, oi seu Maia
Querendo um terreninho pra acampá, oi seu Maia
Vai homem, vai mulher e vai menino, oi seu Maia
Sabendo que é difícil de encontrá, oi seu Maia"

"A noite antes do galo cantá, oi seu Maia
A gente ligeiro se levantá, oi seu Maia
Em busca de plantá e de colhê, oi sei Maia
Na fé de que um dia há de chovê, oi seu Maia"

"Um chefe fazendeiro e companheiro, oi seu Maia
Que ceda um cantinho pra nós morá, oi seu Maia
Depende da produção deste ano, oi seu Maia
A gente pode até negociá, oi seu Maia"

"Seu Maia" é faixa de abertura do álbum de estreia do grupo Coco Raízes de Arcoverde. Autoria de Lula e Irã Calixto, a canção tornou-se um clássico do samba de coco e já mereceu alguns remixes que circulam pela internet.

Este edit se propõe a contar uma história de luta e resistência. Reordenei as estrofes da canção, antecipando os versos que falam do "grupo dos sem-terra" que "vai à luta", "querendo terreninho pra acampá". Essa busca por "um cantinho" no mundo reflete a situação do Coco Raízes de Arcoverde, que encontra severas dificuldades para manter sua sede, no sertão pernambucano.

Saiba mais: 
~ www.youtube.com/watch?v=mCJwCCy3FFw&t=339s
~ www.facebook.com/cocoraizes/posts/1810573799018155

Arte de capa por Nat Rozendo (@nat_roz)

Free Download

Seu Maia (Micheletti MST Edit)

Por quem os sinos dobram?

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Arte visual por Nat Rozendo (@nat_roz)

Anunciação (Micheletti Edit)

PELO TELEFONE

Registrado há mais de 100 anos, "Pelo Telefone" é considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil. Composição de Ernesto dos Santos, mais conhecido como Donga, e do jornalista Mauro de Almeida. Segundo Wikipedia, [a canção] "Foi concebida em um famoso terreiro de candomblé daqueles tempos, a casa da Tia Ciata, frequentada por grandes músicos da época. Por ter sido um grande sucesso e devido ao fato de ter nascido em uma roda de samba, de improvisações e criações conjuntas, vários foram os músicos que reivindicaram a autoria da composição."

 A letra original era:
 
"O chefe da folia / Pelo telefone / Mandou me avisar / Que com alegria  / Não se questione / Para se brincar..."  

E ficou sendo:

"O chefe de polícia / Pelo telefone/ Mandou me avisar/ Que lá na Carioca / Tem uma roleta/ Pra se jogar..."

Segundo depoimento de Donga para o Museu da Imagem e do Som (MIS), “O Chefe da Polícia… foi uma paródia feita pelos jornalistas de A Noite”. Repórteres do jornal tinham, em 1913, posto uma roleta no Largo da Carioca, para demonstrar a tolerância da polícia com o jogo”  (fonte: Wikipedia)

A versão que serve de base para este edit foi gravada por JOYCE (Joyce Moreno) em 1975, na Itália, e faz parte do álbum "Passarinho Urbano". Segundo a própria cantora, a canção "ganhou um tom conspiratório que era a cara daqueles anos 70".

Os versos de encerramento fazem parte da canção "Pede Passagem", de Sidney Miller:

"Chegou a hora da escola de samba sair
Deixa morrendo no asfalto uma dor que não quis
Quem não soube o que é ter alegria na vida
Tem toda a avenida pra ser muito feliz..."

A fala no início ("Salvem aqueles e aquelas...") é de Alcides Trancoso de Almeida e foi retirada do álbum "Tum Tum Tum", de Déa Trancoso.

Arte visual por Nat Rozendo (@nat_roz)

Joyce Pelo Telefone (Micheletti Edit)

3 faixas misturadas e remontadas. Three tracks mashed up in one. 

"Respirar o amor, aspirando liberdade".

Montagem visual por Nat Rozendo (@nat_roz)

DJ Micheletti Mashup

The Great Batuque Vagabundo (Micheletti Mashup)

Clássico lado B da MPB, "Badauê" foi gravada por Caetano Veloso no álbum "Cinema Transcendental", de 1979. Autoria de MOA DO KATENDÊ (1954-2018), a canção celebra a tradição dos afoxés em Salvador (BA) e, sobretudo, o famoso bloco carnavalesco que motiva a composição. 

A voz de Joyce anuncia um crime ("tá lá o corpo estendido no chão") e a fala de Arnaldo Antunes contextualiza o cenário e o tempo. 

Em 8 de outubro de 2018, o compositor soteropolitano foi assassinado com  facadas nas costas. Segundo testemunhas e investigação policial, o ataque foi motivado por discussões políticas, em um bar. O agressor teria discutido com o capoeirista e deixado a cena, voltando logo em seguida com um facão com o qual teria desfilado ao menos 12 facadas na vítima.

Arte de capa por Nat Rozendo (@nat_roz)

Badauê (Micheletti Edit) - Homenagem a Moa do Katendê

Nascida em Salvador (BA), SARAJANE iniciou sua carreia como artista solo em 1986. Uma das pioneiras da "axé music", seu primeiro grande sucesso, "A Roda", gravado em 1987, lhe rendeu uma série de participações em programas de televisão e rádio, além de disco de platina duplo por mais de 600 mil cópias vendidas.  (fonte: Wikipedia)

Segundo Rodrigo Faour, "O pré-axé dos anos 80 já dava um pouco a senha do que iria acontecer na música carnavalesca baiana dos anos 90. Luiz Caldas, Banda Beijo e Sarajane já gostavam de umas músicas animadas cheias de duplo sentido. Esta 'A Roda' é uma das que mais marcaram essa época." 

Arte de capa por Nat Rozendo (@nat_roz)

Saiba mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sarajane

A Roda (Micheletti Edit)

"Não sou eu quem me navega /
Quem me navega é o mar /
É ele quem me carrega / 
Como nem fosse levar"

Composição de Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho, TIMONEIRO é um clássico do samba. Este edit propõe uma releitura da canção, a partir tão-somente de sua introdução e estrofe inicial, produzindo um balanço hipnótico. 

O edit teve participação de amigos em jams de gravação. ROZE se juntou a mim na programação de alguns beats e CHINDUB gravou alguns pads em seu Korg X-50.

Arte de capa por Nat Rozendo

<a href='https://theartistunion.com/tracks/233aa1'>Download for free on The Artist Union</a>

Timoneiro (Micheletti Edit)

Lavar As Mãos (Micheletti Edit)

Também conhecido como "Xiquexique", "Cego com cego" é um tema de Tom Zé e Zé Miguel Wisnik, gravado para o espetáculo de dança "Parabelo", do Grupo Corpo, em 1997 - aqui, retrabalhado com batuques de maracatu, por Micheletti com colaboração de Lucio K (@luciok).

Arte de capa por Nat Rozendo (@roze_nat)


Ficha técnica da canção original:

 Cego com cego
(Tom Zé e Zé Miguel Wisnik)
Vozes: Gilvanete Rocha Silva, Nà Ozzetti, Luanda, Nilza Maria, Tom Zé, Zé Miguel Wisnik 
Viola e Rabeca: Siba 
Piano: Zé Miguel Wisnik
Fontes (cordas esfregadas, cincerros): Paulo Tatit, Alê Siqueira, Zé Miguel Wisniki

Letra:
eu vi o cego lendo a corda da viola
cego com cego no duelo do sertão
eu vi o cego dando nó cego na cobra
vi cego preso na gaiola da visão
pássaro preto voando pra muito longe
e a cabra cega enxergando a escuridão

eu vi o pai eu vi a mãe eu vi a filha
via novilha que é filha da novilhá
eu vi a réplica da réplica da bíblia
na invenção dum cantador de ciençá
vi o cordeiro de deus num ovo vazio
fiquei com frio te pedi pra me esquentá

[...]

eu vi a lua na cacunda do cometa
vi a zabumba e o fole a zabumbá
eu vi o raio quando o céu todo corisca
e o triângulo engulindo faiscá
[...]

Cego Com Cego (Micheletti Edit Ft. Lucio K)

"Não, não quero mais 
Brincar de sol e chuva 
Com você"

Composição de Alceu Valença.

Agradecimentos a Lucio K - pelas dicas e sugestões. E à Nat Rozendo - pela arte de capa.

DJ Micheletti Edit

Sol e Chuva (Micheletti Edit)

Mestre Suassuna e Dirceu - Maculele (Micheletti Edit)

Saiba mais:
http://grupocordaodeouro.com.br/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maculel%C3%AA

Maculele (Micheletti Edit)

Combinando samba de coco com ciranda, este edit traz uma nova camada de batidas para a composição "Homem com Homem, Mulher com Mulher", de Mestre Galo Preto e Wilson Freire. Uma ode ao amor, ao respeito e à convivência pacífica entre as diferenças. 
Pensado para o Carnaval 2020, o edit será tema do Bloco 3 é Amor que, em 24 de fevereiro, sai em cortejo pelo centro de Araraquara (SP), com discotecagem do Coletivo Tocaya.

Arte de capa por Nat Rozendo (@roze_nat)

Homem com homem
Não vira lobisomem
Mulher com mulher
Não vira jacaré
Seja Maria, seja José
Cada um ama como quer

Jacaré é bicho d'água
Lobisomem é assombração
Quando o bicho homem ama
Não é nada disso não 

Para que reprimir?
Para que descriminar?
Se eu amo, se tu amas
Deixa em paz quem quer amar

Não, não, não
Não vira lobisomem
Não, não, não
Não vira jacaré

Homem com Homem, Mulher com Mulher (Micheletti Edit)

"O Brazil não conhece o Brasil
O Brazil nunca foi ao Brasil
O Brazil não merece o Brasil
O Brazil tá matando o Brasil"

Quarteto em Cy - Querelas do Brasil (Micheletti Edit)
Composição de Maurício Tapajós e Aldir Blanc, 1978

Arte de capa: Nat Rozendo (@roze_nat)

Homenagem a Aldir Blanc, nascido em 1946, e que faleceu no dia de hoje, 04 de maio de 2020.

DJ Micheletti

Querelas do Brasil (Micheletti Edit)

Editor de som, DJ e produtor de eventos. Música brasileira e sons eletrônicos. 

LIVE STREAMING: twitch.tv/TocayaTV