Teaser Peça A Lição De Charcot   Teatro Histérico

Hilda e Freud
* Música originalmente composta para a peça “Hilda e Freud” da Cia Inconsciente em Cena (Antonio Quinet), com estréia em Londres (Outubro de 2012), conforme Projeto de Extensão “Música para o Teatro do Inconsciente.”
Setembro de 2014 
José Eduardo Costa Silva (Composição original, alaúde e monocórdio)
Marcus Neves (Desenho sonoro e produção – Sound Designer)
Ernesto Hartmann (Piano)
Daniel Tápia (Gravação)
Caio J. R. Maciel e Jailson M. Nascimento Jr (Monitores)


Hilda&Freud

Música contemporânea para guitarra barroca.

Miniatura para Guitarra Barroca I

Música contemporânea para guitarra barroca 

Miniatura 2 para Guitarra Barroca

Música contemporânea para guitarra barroca

Miniatura III para Guitarra Barroca

Música contemporânea para guitarra barroca. 

Miniatura IV para Guitarra Barroca

Miniatura V para Guitarra Barroca



Abram-se os Histéricos!
Cia Inconsciente em Cena



Projeto realizado pela Cia Inconsciente em Cena, em cooperação com o Mestrado em Psicanálise da Universidade Veiga de Almeida (RJ) e o Departamento de Teoria da Arte e da Música (DTAM) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES-ES). Música do espetáculo teatral “Abram-se os Histéricos”, adaptado do texto “A lição de Charcot” de Antonio Quinet, por Regina Miranda e Antonio Quinet.      

Sobre a peça. 

“Abram-se os Histéricos!” tem seu foco nas aulas públicas de Jean-Martin Charcot, no Hospital La Salpêtrière, no final do século XIX em Paris, nas quais ele hipnotizava os histéricos para mostrar que a histeria era uma verdadeira doença com suas próprias leis e não mera simulação. O jovem Sigmund Freud vislumbra que, por trás do espetáculo desses corpos em convulsão se encontra o inconsciente na explosão de sua sexualidade. E assim descobre que existe uma “Outra Cena” e cria a psicanálise. À noite, nos salões de Charcot, atrizes e cantoras  faziam suas cenas e eram chamadas de histéricas. A histeria encharcou Paris e se espalhou pelo mundo! A psicanálise e a arte reivindicam seu direito de cidadania pois a histeria coloca em cena o sujeito do desejo -  insatisfeito, dividido, sempre estimulando o desejo do outro - com suas coreografias, seduções, provocações em seus diferentes matizes: dissimulada, melancólica, teatral, saltitante, exuberante, deprimida, e avassaladora!  Dos sintomas da "histeria de hospital" até as encenações da "histeria de salão" todas as suas formas são cativantes, mesmo quando irritantes! Até chegarmos à histeria enxuta sem sintomas, sublimada, sublime como o teatro e a música operistérica!  A histeria é a maior descoberta artística do séc. XIX. Eis o que a música de José Eduardo revela de forma brilhante. Sua música da cena nos faz sentir o enigma dos sintomas de um corpo estranho ao próprio sujeito, o suspense das descobertas de um novo saber, o ritmo do desejo sempre em busca de satisfação. Escutamos o timbre do grito sem voz que sai pelos buracos do corpo, os graves dos baixos do frêmito e dos tremores. Visualizamos, com a música, o fogo de artifício do ataque histérico que se acende num instante e se apaga em fading. Alucinamos, com as histéricas, o tilintar da timidez, as campainhas do medo, a ária noturna da sedução e o êxtase da beleza convulsiva. Remixando as vozes de  árias de ópera clássicas italianas com sons atuais contemporâneos, José Eduardo as ressignifica através da histeria levando-nos à dimensão tragicômica paradoxal que constitui nossa existência, provocando uma mise-en-abîme que nos leva à outra cena da cena de uma outra cena...em suma à infinitização do desejo. 
Antonio Quinet

Sobre a encenação. 

Ao se manifestar ferozmente no corpo, a histeria resiste à palavra lógica e à qualquer desejo de narrativa fechada. Se ao encenar comportamentos convencionais o gesto é usado para reforçar e sublinhar o argumento textual, criando uma estética de fusão, a articulação entre gesto e palavra no corpo histérico não acontece como uma relação de integração e completude, mas forma relações de atravessamento, oposição e rupturas, apontando para a fragilidade das reuniões harmônicas. O legado iconográfico da Salpetrière, pleno dos movimentos extremados e dos padrões de movimento recorrentes da histeria, tal como o “arco em círculo”, as reverências, os tremores e as convulsões, falam de gestos que não se deixam narrar e corpos que escapam às normas do cotidiano. O texto "A lição de Charcot" de Quinet  me instigou a “abrir a histeria” para mergulhar em suas regiões de desconforto e, assim, explorar o modelo histérico como uma possível linguagem cênica, onde uma cena é recortada pela “outra cena’, onde o espaço social sempre tem o hospitalar como referência, onde a palavra precisa tanto da ordem quanto da desordem corporal para indicar a simultaneidade das diferentes camadas entre o dito e o não-dito do sujeito. Entendendo que uma criação cênica não funciona como uma comunicação de significado, mas como geradora de sentidos, criamos uma trama cênica complexa, que se esquiva das completudes desejadas para revelar relações ambíguas e indicar pluralidade de sentidos, tanto belos quanto convulsivos.
Regina Miranda

Sobre a música.

A música de “Abram-se os histéricos” é original e exclusiva, salvo o primeiro movimento da Sonata ao Luar de Beethoven. Acompanhando o sentido que está no texto e na encenação, ela busca reunir no instante o que é passado, presente e futuro, e assim transcender os cânones de uma época para estabelecer a tonalidade de outra, como as pesquisas de Charcot e Freud sobre a histeria. Portanto, a música de “Abram-se os histéricos” é antiga e contemporânea, trazendo à presença a poeira de futuro que estava contida nas formas e gêneros clássicos, sobretudo, o operístico. Música contemporânea porque utiliza a possibilidade expressiva de novos timbres, sonoridades e procedimentos técnicos permitidos pelo computador, tão sensivelmente tratados por Marcus Neves e Herbert Baioco. Assim, redimensionamos timbres tradicionais como os do piano e da voz. A música de “Abram-se os histéricos” quer estabelecer o contato imediato do público com tudo o que ele vê e entende fora e dentro de si - a forma pura de histeria, que apela mais aos sentidos do que à razão conformadora.
José Eduardo Costa Silva

 FICHA TÉCNICA:


Composição, direção musical e produção artística: José Eduardo Costa Silva 
Desenho de som e produção artística: Marcus Neves
Desenho de som e produção artística: Herbert Baioco 
Texto das faixas 6 e 9: Antonio Quinet
Enxertos nas faixas 4 e 10: “Sempre Libera e Addio del Passado” (La Traviata, Verdi) e “Sola, Perduta, Abandonada” (Manon Lescaud, Puccini), “A Grande Fuga” (Beethoven) e “Apollon Musagète” (Stravinsky). 


Músicos Convidados:
Ernesto Hartmann (Piano e revisão de partituras)
Márcia Lyra (Soprano)

Gravação e Mixagem:
Marcus Vinícius Marvilla Neves e Herbert Baioco. 

ESTÚDIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

VERÃO DE 2012


3- HISTERIA MASCULINA

Tema da personagem Coisalinda, da Peça Artorquarto, escrita e dirigida por Antonio Quinet, no Teatro dos Correios (2007-RJ). Composição: José Eduardo Costa Silva / Piano: Sérgio Aversa. 

1- TEMA DE COISALINDA

Música sobre o poema Cosmogonia - Cena da peça O Ato de Antonio Quinet. Composição: José Eduardo Costa Silva; Desenho de som: Marcus Neves. 

2- COSMOGONIA

Música da cena Bate Bola da peça O Ato de Antonio Quinet. Composição: José Eduardo Costa Silva. Desenho de som: Marcus Neves. 

3- BATE BOLA

Cena do vídeo "A Jovem Homossexual", inserido na peça O Ato de Antonio Quinet. Composição: José Eduardo Costa Silva. Desenho de som: Marcus Neves. 

4- A JOVEM HOMOSSEXUAL

Música Inconsciente, expressão que sintetiza o trabalho de composição musical  para teatro, articulado à pesquisa em psicanálise. Esse trabalho tem é feito na UFES, sendo dirigido e executado por Ernesto Hartmann, Herbert Baioco, José Eduardo Costa Silva, Marcus Neves. 

Música Inconsciente

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