Música composta em 2014. 
Gravação caseira que fará parte do registro Anagramas Anacrônicos.

Justaposição 

Esqueça o que eu gosto  
Pegue os meus anseios  
Ouça o que eu digo; 
Proteja-me dos meus desejos  
 
Imponha os teus braços 
Em tudo que eu abraço  
Ou me empurre logo  
Eu não sei mesmo o que faço  
 
Preste atenção no mundo que sentimos  
Não há escolhas 
Vamos para o mesmo caminho  
 
Não somos tão diferentes  
Você já deve ter percebido 
Aaah! Mas faça o que puder 
Eu me conformo com os teus indiferentes carinhos 
 
Preste atenção no mundo que sentimos 
Não há escolhas 
Vamos para o mesmo caminho 
 
Enquanto eu me arrependo 
Trate de morrer 
De amor eu sei que vale 
A pena pra você

anagramas anacrônicos

Justaposição

Música composta entre 2015 e 2018. Esta gravação caseira faria ou fará parte do registro Anagramas Anacrônicos.

Letra:
faço o mesmo caminho
às vezes sem saber o meu destino
entro e saio de lugares sem um objetivo
aparente 
na frente do Aquários
um velho canta uma moça
em qualquer horário
eu passo mexendo no bolso
tentando achar um vintém
prum quindim
e pra poesia dos dias que não vem

no dia a dia pouco reparo
na barbaridade dos prédios
na amargura do Museu do Doce
no dia a dia eu pouco reparo
e quem é que repara?
quem se lembra?
dos enforcamentos da Praça
quem se lembra?
no silenciamento da nossa história
ouço uma voz que ameaça
nossa existência e o que resta de bom
da nossa Princesa

(Oh, Princesa...o que fizesse de mim?)

e da noite nem quero falar
de seu som, de sua fúria
da tentação ou da violência
das ruas escuras
do código de conveniência
dessa pacificação espúria
do pacto da iniciativa privada
com a prefeitura

Mesmo assim
Não quero olhar a cidade 
Com os mesmos olhos 
Quero encontrar novidades 
Quero meu olhar sempre atento 
A todos detalhes 
Não quero que ela olhe pra mim 
Só porque eu olho pra ela 
Oh, princesa...

Não quero pisar no mesmo chão 
Quero sentir algo diferente sob mim 
Quero andar por outra direção 
Nem que seja ao meu redor 
Só Que não seja pior do que ficar parado 
Que tenha um fim 
Que não seja como essa estagnação 
Que há em mim

(Oh, Princesa...o que fizesse para mim?)

E da noite, nem quero falar
Dos poetas noturnos que querem te conquistar
Da noite, nem quero falar
Dos palhaços noturnos que querem te conquistar
Oh, princesa
Daquela noite não vou falar
Em que bebíamos cachaça na Praça
E a garrafa que ficou
em cima de um banco que dizia
há dias tu me adias
então ádios!

(Oh, Princesa...o que vai ser de nós?)

violência nas esquinas
tudo parece igual
poesia nas calçadas
tudo parece igual
militares no poder
tudo é igual

Devaneios Sobre A Princesa

Saber que há tudo. E mover-se em meio
a milhões e milhões de formas raras,
secretas, duras. Eis aí meu canto.

Chico Soares