Sentir dor virou meu tipo de prazer favorito
Na minha veia esgueira um sangue maldito, e é lindo o
Jeito que o tecido absorve
Alívio ao perceber que tudo com o tempo aqui morre

Em plena primavera podre, desabrochando carcaças
Eu me estendo noite adentro me entretendo com umas facas
Capa, casca, um arquétipo, tudo é primitivo
Repudio o parto pois eu parto do princípio
De que nada faz sentido tendo em vista o grande esquema
Contemplo a face do abismo e sobrevivo a profundeza
Invado o seu construto, busco sangue sem plaqueta
Favor a si mesmo, faça depois disso se agradeça

São milhões de gerações
São camadas de mentiras
Dimensões com opções de sofrimento
Pra passar um tempo dentro vendo...
O hediondo fim se aproximando

Carcaças Desabrochando

Extinção em massa a raça aguarda com anseio
Sabe que onde tem fumaça a minha carcaça tá no meio
Na taça bebendo e vendo tudo acontecendo
No entretenimento tosco o tempo todo mais do mesmo

Só o diabo existe tô inclusive lhe invocando
O plano é coletar as de cem sem ter que levantar do banco
Enquanto você tá estudando, pra arrumar emprego
Tô criando formas de multiplicar dinheiro

Com o olho vermelho tipo o líquido que bebo, lento
Libido nem tenho, creio que tu sente o mesmo
O tempo inteiro dentro desse mundo feio...
Eu me odeio porém sou tudo o que tenho, então

Quando olho pra cima posso ver a guilhotina, linda
Quando olho pra baixo eu acho que não há saída
Dessa vida que entedia, todo dia dissocia mais

Ninguém liga mais
Muitos funerais, incapaz de tomar a luz do dia
Oculto igual magia, jaz na cripta tão fria
Entropia a gente cria e organiza
Organismo - autonomia da manada, da matilha
Eu tô por cima da cidade, eu voo, me movendo circular
Dentro da cabeça mora um demônio familiar

KVPIOdISSOLVI

Noite escura igual pintura do caixão
Só ponta de agulha que usa pra aguçar concentração
Presença nefasta que se alastra da incisão no chão
A Tulpa escura que flutua muda o vento em direção
Ao centro dos eventos se tecendo no momento
Dentro dum buraco negro, derretendo espaço/tempo

Luz ausente - tudo sente diferente
Sai pra dentro de si mesmo sob efeito desse devaneio
Coletivo, tipo um sonho n'outro sonho
Pesadelo multinível repetido ad infinitum
É por isso que é possível livre arbítrio desse tipo
Se algo fosse aqui proibido era impossível de poder fazer

Então vai se foder, tudo há de ser da lei
Faz o que tu queres lembre que eu também farei
Desprezo sem olhar a quem, bola a droga e tem
Mais pra nós fumar do lugar de onde essa vem

Não há luz no fim do túnel
Morrendo um milhão de vezes por segundo

Sai da confortável ilusão de estar seguro

Luz Ausente

Como ousa me acordar
Sou quem sai do coma agora implora pra voltar
Outra noite escura afora, novas covas pra cavar
Não há mais nada pra fazer além de ver minha hora chegar

Universo inteiro meu desejo no momento é que exploda
Verdadeiro inferno enxergo mesmo dentro dessa porra
Se revela irrelevante...
Se revela irrelevante tudo, todos, todo instante
No constante desprazer de ser
Lentamente você sente desaparecer
Entre na minha mente e tente não querer morrer também
Desvira a ampulheta, sarjeta não rejeita ninguém

Em mim o que impera nessa merda é só repulsa
Poda veia, artéria aberta na caverna mais reclusa
Corta a sua carne crua, sangue suja, a chuva cai lá fora
Morte súbita noturna, a minha pergunta agora

Sabe quem te encontra em meio à sombra?
Te persegue e nem consegue se dar conta
Na gadanha apanha até calar a boca, trouxa
Paga uma campanha na esperança que alguém ouça

De passagem pela terra, nessa náusea eterna
Arcada amarela e ela nunca se revela
Exceto quando se flagela
Ou quando tá pingando vela pela aréola da donzela que tu preza mais que tudo
Máximo absurdo, bem por isso continuo
Apático pro mundo, ser mendigo é meu futuro

Sou meio esquizo, você sabe disso
E quer se parecer comigo mesmo assim
Afim de dígitos na tela, nada disso me interessa
Reza pra essa terra terminar, 12 no maxilar
Comer vidro e vomitar

Estar vivo sinto tipo comer vidro e vomitar
Comer vidro e vomitar

NáuseÆterna

TÆdIVMVITÆ (Intro)

Quero que se foda esse lugar
Em necrópoles me encontre totalmente decomposto
Enquanto dezenas de vermes querem devorar meu rosto
Vejo tudo que era branco transformando-se em vermelho
Dissociando enquanto vejo-me no espelho
Permaneço alheio a todo o jogo
Quero ver o globo todo envolto em fogo, esse é meu sonho
Mais um pouco do composto posto em pétala de rosa morta, eu tomo
Sou o anjo dropado, nunca mais vai me dar sono
Vejo o lento suicídio coletivo acontecendo
Crucifixo invertido no recinto quando eu chego
Meu desejo no momento é só o silêncio na cabeça
Incandesça a vela, espera que ela tenha efeito
Meu ego em retalhos, afogados na fumaça densa
Tanto faz desde que seja do meu jeito

Anjo Dropado

lápides polidas pela chuva
sou a parte mais escura de uma lua
carne crua e sem sutura se recusa a apodrecer
nessa penumbra obscura se destrua até morrer

mas pra quê? se nada mais me importa agora
com a carcaça numa cova rasa em área tão remota
que a luz do sol não toca
tudo se desbota em volta um mar de gente morta
mais fumaça sai da tocha

berros abafados o que eu ouço ao fundo
no sangue coagulado refletido eu vejo
como num espelho imundo tudo que eu desprezo
rezo pra algo etéreo por um termino a esse desespero

no desdobramento eterno desse labirinto imerso
no meu próprio pensamento não sei o que eu tô fazendo
e pra ser bem sincero, de vocês o que eu quero
só distância
vocês me dão ânsia

lápides polidas pela chuva

Lápides

pálido e sem pulso
parecendo um vulto
tudo fica turvo
vendo escurecer

marcha fúnebre
começa a chover
quando amanhecer
volto a me deitar, na minha cripta

no frio da madrugada
com uma adaga empunhada
palavra magica entoada alta, causa a névoa

clareira na floresta
manifestando 6 demônios todos da goetia
venha velha alma funesta!

no lugar vai se erguer, cadáver
o sangue enegrecer e verter
presença satânica!

candelabro de cristal no altar
a fumaça preta que envenena o ar
tem estrelas mortas coroando o céu
mais de 100 bilhões de novas covas pra cavar

Candelabro

vejo a fumaça no ar
clima hostil fazendo frio
na fraca luz do luar
dentro de um bosque sombrio

no vazio do silêncio eu entretendo um pensamento:
"nada faz sentido quando já morri por dentro"
tenho refletido sobre o conceito do tempo
o que tudo simboliza e qual a causa desse efeito

um monolito o martírio
traga o óbito a si mesmo
pode ser se dando um tiro
porém eu prefiro o modo lento

ja não é raiva o que sinto só completo desapego
quando examino seus motivos é que entendo
raiva já nem sinto só completo desapego
quando examino seus motivos é que entendo

o esplendor da decandencia
justifica essa existencia
sendo autodestrutivo
entre picos de uma intensa abstinencia (2x)

o céu é o teto desse eterno mausoléu
a pele pálida um pedaço de papel
a noite esconde o horizonte atrás de um véu

Mausoléu

sai da catacumba vai parar no calabouço
cai no poço da tortura afunda o rosto em fogo
desce pela escadaria derretida
pra uma câmara vazia onde fica a víscera de adorno

tomo o trono envolto em osso
tem demônios no meu corpo
já to morto desde o parto
no meu cálice cromado o gole amargo do seu plasma
sou como um fantasma

implementando a escuridão então você não vê o que nem quem te puxa pela mão
coração amortecido pois o ritmo cardíaco adquire outro padrão
eu que trago a podridão, ser humano é a maldição

mais ancestral que existe
tentar escapar é tolice
o céu ulcera num eclipse do sol blackout
enquanto plano num cadáver que decai por partes
é como se despedaçasse na velocidade

que desloco levitando ando por cima solo
sou leviatã na noite de pan, capricórnio
nunca me vê sóbrio, capa negra a vestimenta
em cima da mesa acesa a vela preta quando a besta se apresenta

cheirando enxofre e carne podre com necrose
uma entidade que te causa ansiedade 
eu to mais longe então me encontre após a morte

Fantasma

vem do chão então no céu se abre
vossa alteza, anjo em asas negras
numa aurora morta que corta a cidade
e o turquesa vira brasa acesa
decomposta em nossa fossa a humanidade
e a presença na fumaça densa
tudo em volta torna-se uma orla escarlate

vem do chão então no céu se abre
vossa alteza, anjo em asas negras
numa aurora morta que corta a cidade
e o turquesa vira brasa acesa
decomposta em nossa fossa a humanidade
e a presença na fumaça densa
tudo em volta torna-se uma orla escarlate

mundo um caixão, tampa se fecha então
tá tudo escuro num lugar sem ar
rei salomão com uma adaga na mão
segue obliterando tudo que tocar

nada importa, nessa crosta
nada muda e nessa altura não tem volta
nada importa, nessa crosta

Orla Escarlate

E͘͝C͝O͟S̸͠ ̢̛̛͢͠N̨͘͢͟͏U̶̴̧̕L̵̢͡O̢҉̛Ś̢͝͡͡ ͏͞͞N̨Ó́ ̸̵̢̕҉V̴́͠Ą̴͘͢Z̢̛Į͞͠O̷͡͠͞

Carcaças Desabrochando

OCULTO

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