sigo solitário na caverna
preso no calvário, sepultura
rasgo a noite com uma vela no meu lábio
lugar nada iluminado, sangramento controlado
e essa fissura me assola dentro da fossa abissal
a figura que se mostra é o ser do chifre em espiral
arcanjo caído o demônio original
inimigo mais antigo que foi trazido do umbral

silhueta negra sem aresta que se move
na fumaça densa que condensa e vira um golem
algo que rasteja na cabeça que distorce
sei que cumulo da sorte é ter a morte acelerada
acumulo corte e psicose, sem samsara
corpos empilhados até onde o olho alcança
vai além do ozônio e bem no topo o cancro avança
chego na tua casa com uma faca e não desperto

sonhando com um eco de uma vida que deu certo
talvez esse simulacro tenha sido projetado pra fazer sofrer
(2x)

a navalha entalha a artéria aberta
sai da forma humana limitante
perambulo pelo bosque escuro
presença macabra na camada congelante

a navalha entalha a artéria aberta
sai da forma humana limitante
tudo se revela irrelevante a todo instante
tudo se revela irrelevante a todo instante

tudo se revela irrelevante a todo instante
tudo se revela irrelevante a todo instante

Simulacro

sou o delírio niilista
sou aquilo que conspira contra a vida
sou misantropia compulsiva
uma alma acorrentada a carne que age igual a um parasita

sangue quente passa igual serpentes na calçada
noite escura, céu sem lua, numa rua esfumaçada
quando a gente passa na calada com uma adaga a luz se apaga
e não dá mais pra fazer nada

uma aura mórbida se forma em volta da órbita da terra
toma a curvatura e muda a sua a atmosfera
dentro desse húmus fétido algo podre se aglomera
hiperventilando enquanto o olho seco seca
toda essa paisagem de cidade decadente
trago morte incandescente em baixa taxa de amostragem
foda-se o que sente vai ser assim daqui pra frente
pois se a gente ta presente em tanta merda é de passagem

correm do meu lado cães de dimensões abaixo
um ser nefasto summonado num penhasco se agiganta
to voando baixo no lugar mal assombrado
de neblina to cercado e na sombra de um pentagrama

vozes do desconhecido vibram na caverna
na penumbra do crepúsculo o defunto hiberna
sou o espectro vagante na selva de pedra
aquela presença constante de alguém que te observa

curve-se perante a grande obra arquitetada

Delírio Niilista

tô na intenção do nefasto
nos movemos de bmw
tô bem disposto nem um pouco eu durmo
me encontro no escuro e disfarço

bolso é um carro forte
o nosso corre é duplicar
chego de surpresa
eu sou quem pode levitar
por cima da estrada
na borracha
se mascara na fumaça
a placa já tá procurada

eu tô bem louco e mais um pouco eu fumo
levo pra cabeça e fico burro
em câmera lenta eu tô no prumo
pago em cripto meu plug fala turco

no modo noturno
mano vejo infravermelho
quando chego sabe eu deixo
o meu dinheiro vir falar por mim

sumo igual noturno
vejo meu olho vermelho
no reflexo do espelho
e lembro que isso nunca vai ter fim

então só vão ver o cromado
brilhando de longe na presa
eu sou que nem nosferatu
voando enquanto eu tô caçando
vocês são tudo rato
fumando enquanto tô vagando
e o coração congelado

nada importa entao
fodo a sua visão
eu sou minha própria empresa
prenso droga irmão
nunca toco no chão
você tenta fazer igual
nosso vício é visceral
líquido paranormal

bem loucão
nunca são
tu me vê
sou uma aparição
com um beckão
pra acende

com um latão na mão
cortando a madrugada
com avareza to na ação
com a faca preparada
pode ver na entonação
que não ligo pra nada

além do cifrão já não ligo pra nada

quero que foda toda porra que tu fala
quero que foda toda a cena não embaça
nao me encosta agora nessa bosta
nós que porta as droga
gelo em mim tem notas
cédula mais nova
manobra o corolla

Modo Noturno

ataca tudo que se move
faço isso não pratico esporte
a tua mob só faz view com bot
ultrapassando um porsche de escort

quando luz que ilumina tá fraca de novo
eu tô na neblina e fumo um pegajoso
misantropia eu odeio
todo mundo do mesmo jeito

to sentindo o ponteiro no peito
tenta fazer chamada eu rejeito
tô com o pulso e gelado será que tô morto?
já faz tanto tempo que não deito o corpo na cama

não tem descanso
voo com o vento do jeito que avanço
a noite me chama eu entro no manto
com o vidro fechado no carro e fumando

to tossindo e preciso xarope
dentro dum copo duplo com gelo
eu tô dentro do templo da morte
mas fico tranquilo com um fino entre os dedos

meu haxixe que vem do marrocos
eu furo uma blitz num blink de focus
no ziploc tem neve nos flocos 
eu faço hocus pocus sumindo dos porcos

eu tô chapado mais alto que a Tam
eu tô no carro fumando um Gudang
eu tô chapado em Tupanciretã

Gudang

Espectros

Prod/Mix/Master: OCULTO

Velório:

a firma avança dinheiro e vingança
tem lama no copo desloco nao cansa
tenho narcotico do opio a planta
vermelho nos olho nao sobrio trazendo um velorio
sabe que eu sou o proximo acima
levando a obito quem sem aproxima
fazendo o lógico eu torro esses pila
meu mano eu sou gotico novo prototipo nova missao
droga colocada em circulação
arcanjos dropando uma medicaçao

demonio assombrando a cidade
sociedade secreta ocultista
faz magia se encosta no mic
perde a vida quem rouba minha brisa
demonio assombrando a cidade
sociedade secreta ocultista
faz magia se encosta no mic
perde a vida quem rouba minha brisa

Sentinela:

no submundo do estudio a caverna 
no sangue impuro o produto trafega
sigo obscuro se eu fumo é só vela
varias cartela nao eh drauzio varella
ta no meu bolso pra ja que esfarela
meu beck ta novo ta igual a uma cancela
a firma avançada dinheiro e moeda
vamo direto pro que me interessa
se nao tem lucro no assunto nao escuto
se nao tem lucro nem se manifesta
meu bolso gordo igual o dono da mega
sai da sarjeta pras casa moderna
onde artista e traficante rico se hospeda
liga pra eles que tem pronta entrega
anjos no esgoto onde a escoria congrega
tem lodo no copo e lagartas na tela
sou vagabundo noturno e nao mudo
tem noites que nao durmo igual sentinela

igual sentinela igual sentinela

Velório / Sentinela

Fu Manchu (FL7)

Sentir dor virou meu tipo de prazer favorito
Na minha veia esgueira um sangue maldito, e é lindo o
Jeito que o tecido absorve
Alívio ao perceber que tudo com o tempo aqui morre

Em plena primavera podre, desabrochando carcaças
Eu me estendo noite adentro me entretendo com umas facas
Capa, casca, um arquétipo, tudo é primitivo
Repudio o parto pois eu parto do princípio
De que nada faz sentido tendo em vista o grande esquema
Contemplo a face do abismo e sobrevivo a profundeza
Invado o seu construto, busco sangue sem plaqueta
Favor a si mesmo, faça depois disso se agradeça

São milhões de gerações
São camadas de mentiras
Dimensões com opções de sofrimento
Pra passar um tempo dentro vendo...
O hediondo fim se aproximando

Carcaças Desabrochando

Como ousa me acordar
Sou quem sai do coma agora implora pra voltar
Outra noite escura afora, novas covas pra cavar
Não há mais nada pra fazer além de ver minha hora chegar

Universo inteiro meu desejo no momento é que exploda
Verdadeiro inferno enxergo mesmo dentro dessa porra
Se revela irrelevante...
Se revela irrelevante tudo, todos, todo instante
No constante desprazer de ser
Lentamente você sente desaparecer
Entre na minha mente e tente não querer morrer também
Desvira a ampulheta, sarjeta não rejeita ninguém

Em mim o que impera nessa merda é só repulsa
Poda veia, artéria aberta na caverna mais reclusa
Corta a sua carne crua, sangue suja, a chuva cai lá fora
Morte súbita noturna, a minha pergunta agora

Sabe quem te encontra em meio à sombra?
Te persegue e nem consegue se dar conta
Na gadanha apanha até calar a boca, trouxa
Paga uma campanha na esperança que alguém ouça

De passagem pela terra, nessa náusea eterna
Arcada amarela e ela nunca se revela
Exceto quando se flagela
Ou quando tá pingando vela pela aréola da donzela que tu preza mais que tudo
Máximo absurdo, bem por isso continuo
Apático pro mundo, ser mendigo é meu futuro

Sou meio esquizo, você sabe disso
E quer se parecer comigo mesmo assim
Afim de dígitos na tela, nada disso me interessa
Reza pra essa terra terminar, 12 no maxilar
Comer vidro e vomitar

Estar vivo sinto tipo comer vidro e vomitar
Comer vidro e vomitar

NáuseÆterna

vem do chão então no céu se abre
vossa alteza, anjo em asas negras
numa aurora morta que corta a cidade
e o turquesa vira brasa acesa
decomposta em nossa fossa a humanidade
e a presença na fumaça densa
tudo em volta torna-se uma orla escarlate

vem do chão então no céu se abre
vossa alteza, anjo em asas negras
numa aurora morta que corta a cidade
e o turquesa vira brasa acesa
decomposta em nossa fossa a humanidade
e a presença na fumaça densa
tudo em volta torna-se uma orla escarlate

mundo um caixão, tampa se fecha então
tá tudo escuro num lugar sem ar
rei salomão com uma adaga na mão
segue obliterando tudo que tocar

nada importa, nessa crosta
nada muda e nessa altura não tem volta
nada importa, nessa crosta

Orla Escarlate

sigo no consumo
foda-se não durmo
venho do futuro
um ser de hábito noturno

sigo no consumo
foda-se não durmo
venho do futuro
um ser de hábito noturno

tudo que eu desejo
cada movimento sai perfeito
ando na calada camuflado
e de fato não me acho um bom sujeito

parte da umidade da cidade vem do esgoto
sente o cheiro forte pode saber qual é o gosto
parte da umidade da cidade vem do esgoto
sente o cheiro forte pode saber qual é o gosto

eu me encontro to sozinho de novo
por cima das colina igual um corvo
viver nao não é um jogo, são varios
o ouro que escoa pro bolso de otários
cartões são clonados
dados roubados perdões são comprados não faço chantagem
conta vantagem quem usa o dinheiro
é um buquê de baga e bituca o cinzeiro

no meu carro painel digital
não consigo mais nem digitar
no ouvido explodindo um metal
manda pro sangue a dose letal
se eu morrer pode ser intencional
armamento do mais medieval
vocês são iniciante eu sou profissional
que se foda

já não ligo mais pra essa porra

Corvo

E͘͝C͝O͟S̸͠ ̢̛̛͢͠N̨͘͢͟͏U̶̴̧̕L̵̢͡O̢҉̛Ś̢͝͡͡ ͏͞͞N̨Ó́ ̸̵̢̕҉V̴́͠Ą̴͘͢Z̢̛Į͞͠O̷͡͠͞

Gudang

OCULTO

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