13 de Maio (Fábio Mullik/Adamassè)

A luz que nossos antepassados ergueram permanece acesa no horizonte. Firmeza, amorosidade e gratidão no olhar e nas ações para romper com o jugo dos vícios e mazelas que clamam por libertação em nós. 

Cada vez que trabalhamos sobre nossos corações libertamos a nós e o outro que veio, que está e que virá.

Toda escravidão que se manifesta no plano histórico, físico ou que se somatiza e se revela no corpo é um convite para olharmos para a escravidão da Alma. 

Libertemos a alma, libertemos a mente, libertemos o corpo e libertaremos a história. 

Libertemos a história, libertemos o corpo, libertemos a mente e libertaremos a alma.

Todos os planos estão ligados e devemos trabalhar conscientemente sobre cada um deles de dentro pra fora e de fora pra dentro sem negligenciar qualquer instância! 

Na medida em que compreendemos a importância fundamental de cuidar de nossos corações encontraremos infinitas formas e meios de alcançar a libertação da escravidão. 

A nossa cultura lida com a liberdade a partir do discurso e pensa o discurso como recurso quase exclusivo de conscientização e trasformação do indivíduo. Contudo, o discurso, embora importante, possui alcance limitado. 

Há aspectos de nosso ser e de nossa mente que não são alcançados pelo discurso, pelas ideologias e militâncias. 
Há aspectos de nosso ser que somente são acessados através de ferramentas não cognitivas. Há um espaço de liberdade em nós que é luminoso e que a concreta palavra não toca, mas que a dança-movimento-respiração que infunde a palavra pode tocar. E é alí, naquele espaço de liberdade, que toda forma de preconceito e de escravidão se desvanece. 

Lutemos atentos às formas de fundamentalismo que existem em nós e que percorrem nosso sangue, nosso discurso e ações por mais nobres e libertárias que estas pretendam ser. 

A obtusidade é realidade dissolvível, mas não pode ser tratada como algo definitivamente superado por simplesmente supormos que estamos do lado lúcido da batalha ou do lado oposto ao dos opressores. Todos os lados são humanos e suscetíveis ao impulso do fundamentalismo que vem de dentro. Reconheçamos o opressor que há em nós e avançaremos em realização profunda!

Eu conclamo vossas vozes a bradarem gritos de libertação e gritos de luz que reconhecem em nossos corações o solo fecundo de onde brotam formas condicionadas e não-condicionadas de realidade. 

Eu conclamo vossas vozes a bradarem gritos e cânticos que reconhecem na chama trêmula da vida a mais sagrada realidade. 

Eu conclamo vossos corpos a sucumbirem à dança que nos liberta do jugo do ciclo repetido da ação concreta de vida e morte.

Deixemos de lado a crença de que a transformação definitiva é fruto da submissão do intelecto ao discurso. Assumamos o discurso como um dos recursos possíveis e trabalhemos no despertar das faculdades e meios outros que abrem caminhos para além das fronteiras da cognição. 

Salve Deus!Salve Nossos Antepassados!Salve a Liberdade!



13 de Maio

Vozes Proféticas dos Trópicos (Fábio Mullik/Adamassè)

Ergamos vozes proféticas
Vozes de redenção, libertação e consagração
Vozes que enaltecem tudo aquilo que divinamente nos faz brasileiros

Desintegremos pela luz as vozes de medo
Que declaram derrota, separação
E temor à ode obscura que pretende nos subjugar

Cuidemos de nossa luz como o que há de mais precioso
Cuidemos de tudo que nos rege e a nós foi legado pelos seres de luz que vieram antes de nós

Das matas amazônicas, do cerrado, pampas e caatingas
Sinto o aroma de amor e comunhão com a Terra
Terra que é Mãe!

Sob o flanco de luz da Cruz de Caravaca
E do cruzeiro de Coimbra
A devoção e singela irmandade
Que nos envolveu

Por vales e quilombos
Pelas feiras encharcadas
Com o suor etéreo de nossos
Irmãos e pais africanos
Saudemos a luz que veio de África
África liberta e que perdura
Sob a égide de nossos Orixás

Orixás que nos acariciam a cabeça
E que nos abençoam
Emanações da luz excelsa de Deus

Libertemos agora nossas vozes
Por tanto tempo sufocadas
E vivamos o canto, a dança e a ginga
Que nos transformam e nos iluminam

Eu-Sou é a força que ecoa
Pelos quatro cantos do Brasil

Vozes e palmas flamencas ritmadas
Declaram a verdade de que somos um

Não rejeitemos a ninguém
E aqueles que vierem cambaleantes
Que venham em paz
E tomem parte no ritmo desta dança

Dança que nos liberta e que nos plasma
Dança que carrega nobre sangue, pele e bílis.

Superemos o medo que impingimos ao outro
Pois Eu-Sou é o Sol que nos governa!

Ergamos o nosso orgulho
Orgulho que não traz em punho
Ferro, revolver ou faca
Orgulho que não discrimina classe, gênero e cor
Ergamos o orgulho de que somos um

Brademos ao vento vozes de libertação
E que sejam carregadas pelos pássaros da Boa Nova
Até o Palácio do Planalto e Praça dos Três Poderes

Acolhamos nossos irmãos
Que ainda não se retificaram de vossos erros e lástimas
Assumamos a responsabilidade que nos cabe
Na construção dessa realidade de dor, opressão e sofrimento

Cada teia tecida de realidade contém o fio
De contribuição nossa para o bem e para o mal

Eu-Sou é a luz que somos
E que precisamos revelar.

Carreguemos nossa cruz,
Nossa rosa, nossa espada e ferros de Nkisi
Reunamos todas as nossas armas e delicadezas
Depositemo-las no altar do fogo do autoconhecimento
Libertemo-nos do jugo-mentalidade
Que apregoa a derrota da América Latina
América Latina que é o calor do mundo

Ao som dos atabaques de nossos terreiros
Façamos nossas oferendas e mandingas
E que não sejam mais veículos de nossos desejos pueris
Mas que sejam oferendadas nossas algemas quebradas
E derretidas no fogo do amor incondicional

Sejamos fortes e valentes
E profetizemos para os nossos filhos
Ações de bênçãos
Ações da força que vem da Terra

Que nossos filhos se ergam como luzeiros do futuro
E que se libertem do ciclo de nascimentos e mortes
E que libertem a nós, seus antepassados

A nossa luz tem um tempero, Morena!
Tem a cor de África e de Europa misturadas
Ao vermelho chão batido pelos pés indígenas em rodas dançantes

Acendamos nosso cachimbo com as ervas sagradas
E deixemos que sua fumaça livre de fixações
Nos conduza até as margens do Rio do Não-Nascido.

Salve Deus! Salve Deus! Salve Deus!

Vozes Proféticas Dos Trópicos

Estudo de composição da canção-hino Passarin de minha autoria com o lindo violão de Marcelo Trancoso.

Passarin

Bhur (Fábio Silva)
 
 
Por muito tempo aprendi que a libertação me pedia um afastamento da vida. Afastamento da Terra. Afastamento das forças que vem da Terra. Inconscientemente a Terra era para mim símbolo de minha prisão, pois minha estrutura de apegos estava ligada demais às coisas da Terra; às formas; aos sentidos; aos instintos; estava por demais ligada ao medo de me entregar e aprender com a dança da dualidade.
 
Alcei um voo alto e belo, mas uma corda estava presa aos meus pés e me debati em meu voo e desprezei e reneguei tudo o que vi lá embaixo. Tomei o meu olhar condicionado e adoecido sobre as coisas da Terra como se fosse a própria realidade das coisas que via e com as quais me relacionava.
Sofri por ser ar sem ser terra!
 
Vi os meus irmãos como projeções de meus apegos e senti que o paraíso era algo fora de mim; de meu chão e sem perceber tomei a libertação como um choro tormentoso diante do inalcançável. Deus se revelava para mim apenas no espaço longínquo ou nos símbolos específicos de minha crença. Mas uma semente germinava dentro de mim e sua verdade me convidava a reintegrar a força da terra por mim esquecida. Convidava-me a reintegrar a Terra como esposa de Deus.
 
Após o sopro de vento forte que derruba os alicerces envelhecidos para revelar o espaço amplo a nossa volta, reencontro agora o chão, o sangue, a terra, os antepassados, as forças que me governam e começo a perceber que minha libertação depende da Terra, das florestas, dos encantados, das pedras e seixos que rolam rio abaixo; das corredeiras que me lavam, me limpam e me revigoram por dentro e por fora. Reconheço o poder do instinto e da irmandade oculta que me auxilia no processo de ser tudo para assim ser liberto e ser amante de Deus.
 
Aceito por fim que não posso me libertar sozinho, mas que posso me libertar com tudo e com todos na medida em que sinto a Terra como mãe dadivosa que me desata os nós de dentro e de fora e que me ensina de uma vez por todas a ser vida.
 
Retomo em mim a jornada com os pés descalços e aprendo que para ser grande é preciso ter firmeza e amorosidade; calma e sagacidade para viver, bem como SIMPLICIDADE para seguir em frente sem se perder.

Bhur

Ori (Poema de Fábio Silva e Violão de Marcelo Troncoso)

Sou filho das matas virgens 
E rastejo com aquela que serpenteia canal acima
De meu peito jorra um verde sumo de intensa luz 
Capaz de curar os vícios do mundo.

Minha coroa tem os signos 
Da Caça, Cascatas e Cachoeiras 
De meu Pai e de minha Mãe

Um rio deságua em mim 
Abrindo passagem 
Para quem quiser chegar com respeito e liberdade
Fluindo, fluindo
Limpando, limpando, 
Lapidando pedras e seixos pelo caminho.

Sou mistério das florestas 
E águas brutas e ninguém pode me deter!

Em alto galope meu cavalo solta fogo de seus cascos 
E consome o mal que esfria o chão.

Chamo meus irmãos 
Para guerrear a guerra santa e vencer a soberba.

Meu alarido estremece a carne do medo 
E evoca a luz que doce e forte entrona os céus.

Ori (Fábio Silva)

Bhagavatam Healing Mantra

Om Gate & Yeshua Hamashia

Cântico aos Ancestrais

Jai Matarani é um mantra especial em louvor a Vaishnodevi, a deusa Durga como uma grande devota de Vishnu (A Raiz da Existência). 

Ela é Mãe Rainha
Verdade que sustenta a  vida
Senhora, Mãe Dourada do Mundo
Caminho de toda Virtude
Saudamos-Te tu que és grande devota de Vishnu
Que nos concede Devoção (Bhakti)
Que nos liberta do sofrimento.

Essa linda gravação é um registro caloroso e cheio de devoção da Noite Luminosa que aconteceu no dia 6 de Abril na Fundação Espírita Servos de Maria em Teresina-PI.

Jai Matarani ao vivo

Benke

Podcast Dia de São Sebastião (Umbanda)

Krishna & A Estação do Outono em Vrindavan

Vrindavan & A Flauta de Krishna

A rendition of mine to Lord Mahesvara as one who dethrones ahamkara

When My Heart Cries Out (Quando Meu Coração Clama)

Podcast de introdução e transmissão de ensinamentos da grande tradição do Mantra Yoga.

Podcast Mantra Yoga Intro

Eu nasci no dia do Sol, na cidade do Rio de Janeiro, e me criei sob os auspícios da terra da Bahia de São Salvador. Converso com o vento, falo a língua dos pássaros; recebo mensagem das pedras, aprendo com as lesmas e me deito sobre o colo generoso de meus ancestrais.

Paresha

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