O que significa a palavra heresia? Como a cultura digital tem feito surgir novas formas de ruptura da comunhão de fé? O teólogo jesuíta Alfredo Sampaio Costa, citando o teólogo espanhol González Faus, associa a etimologia da palavra heresia a uma diversidade de opiniões parciais. Segundo o teólogo, tanto a parcialidade quanto a diversidade são boas. O risco está em absolutizar a parte que compreendemos melhor ou da qual gostamos mais, eliminando, assim, a possibilidade de outras compreensões complementares.

Tempos de heresia digital

"Caminhar em direção à luz será sempre o rumo certo. Quem voltar as costas à luz seguirá sempre a sua própria sombra, rumo à maior das escuridões. Mas que luz é esta que devemos buscar? Aquela que nos permite ver melhor o que são as pessoas e as coisas para além da sua aparência. (...) Entre ti e a luz haverá sempre obstáculos que, roubando-te a luz, derramarão sobre ti a sua sombra. Não desanimes, porque uma grande sombra é um sinal claro de uma grande luz". O Passo a Pensar de hoje traz um trecho da crônica “Andas à procura do rumo certo?”, do filósofo e escritor português José Luís Nunes Martins.

Quem tem medo da luz

Você já rezou suas próprias experiências de dor e sofrimento, de doenças e debilidades? Você já rezou junto com um doente num momento de dor e sofrimento?  A doença é uma experiência constante na vida do ser humano, e rezar os momentos de sofrimento e doenças, os próprios e os dos outros, pode ser salvífico. O Passo a Pensar traz uma reflexão a partir de um trecho do texto “Rezar as experiências de sofrimento”, do professor e filósofo jesuíta Elton Vitoriano Ribeiro.

Deixar-se tocar pela dor

Num mundo inundado de informação, o “saber algo” tornou-se facilmente acessível. (...) A verdadeira magia acontece quando começamos a aplicar, questionar e refletir sobre o que sabemos. É aqui que entra a sabedoria. A sabedoria não é apenas a posse de conhecimento, mas a capacidade de usá-lo de forma perspicaz e eficaz. Ouça a reflexão a partir de um trecho do texto “Saber → Sábio”, do professor e cronista português Miguel Oliveira Panão.

Passar do saber à sabedoria

Qual a origem do mundo? A vida tem alguma finalidade? O que é o tempo? A felicidade é alcançável? Perguntas como essas ressoam em todas as épocas e lugares. Espanta, contudo, que ninguém, nem o mais profundo filósofo, pode abrigar a pretensão de respondê-las, pois toda resposta acaba por recolocar a questão em uma outra perspectiva ainda não examinada, a suscitar menos certezas e mais dúvidas. Talvez essas perguntas tenham sentido porque não podem ser respondidas. Se o fossem, elas cessariam e o ser humano perderia a sua condição peregrinante e mergulharia na mudez das pedras. Ouça um trecho do texto “Um Eu enlouquecido?”, do professor e filósofo Carlos Roberto Drawin.

A importância das perguntas irrespondíveis

Diante do horror das guerras, há alguma esperança possível? É razoável pensar em algum engajamento pela paz? O Passo a Pensar  propõe um trecho do texto “Que nos deixem em Paz”, da cronista portuguesa Marta Arrais, no qual ela diz que, num mundo armado de ódio, somos chamados a ser os primeiros a construir a paz. "Não podemos nada contra a guerra entre Israel e a Palestina, entre a Rússia e a Ucrânia, (...) mas podemos fazer a paz entre os que convivem conosco. Podemos escolher fazer o Bem quando os outros escolhem enganar-nos e ferir-nos. Podemos escolher a gentileza em vez do espezinhar. A esperança em vez do pessimismo. Somos chamados todos os dias a fazer melhor e a ser melhor para os outros".

Uma paz ao nosso alcance

Como compreender nossa humanidade a partir de sua dimensão erótica? O que nos revela esta faceta de nosso ser relacional? O Passo a Pensar de hoje quer nos ajudar a refletir sobre isso, a partir de um trecho do texto “Filosofia, Eros e Sociedade”, do professor e filósofo jesuíta Elton Vitoriano Ribeiro. Segundo ele, é no "erótico" que vivemos, somos e agimos. É nele que podemos nos humanizar ou desumanizar. É nesta intriga, feita de sonhos e desejos, alegrias e tristezas, esperas e realizações, que nos encontramos e somos convocados pelo outro a viver responsavelmente nossa existência humana no mundo.

Somos seres eróticos

Como lidamos com a experiência da morte? O que esta realidade humana incontornável tem a nos ensinar? A contemporaneidade fez da morte o seu tabu, o mais temido e ocultado, e deixa-nos completamente impreparados para enfrentar a naturalidade com que a vida a abraça. Para nos ajudar a refletir sobre isso, o Passo a Pensar de hoje propõe um trecho do texto “Aprender a morrer”, do poeta e cardeal português José Tolentino Mendonça.

A morte também é mestra

Como lidar com a melancolia? Freud relacionou a melancolia à perda de um objeto, podendo este ser uma pessoa que morreu, uma separação amorosa, uma posição social, uma crença, um objetivo, um ideal. Com a perda sofrida, dizia Freud, o Eu mergulha em si mesmo, se afasta dos outros objetos e atividades para se entregar à elaboração do luto. O Passo a Pensar de hoje quer nos ajudar a refletir sobre isso, a partir de um trecho do texto “Política e Melancolia?”, do professor e filósofo Carlos Roberto Drawin.

Acolher e Superar a melancolia

E se…. A vida está repleta de SESSSSSSS. Eu tenho muitos! Mas reconheço que a maioria das decisões que tomamos são cartas fechadas. Ora porque éramos muito novos. Ora porque não sabíamos o que sabemos agora. Ora porque não ouvimos quem nos aconselhou. Enfim…! E como viver com esses SESSSSSS? (...) Como viver com a nostalgia das decisões passadas?
O Passo a pensar traz um trecho do texto “Acomodei-me e agora?”, da cronista portuguesa Raquel Rodrigues.

A dúvida sobre escolhas já feitas

O que nos é permitido esperar, de modo razoável? Qual é a qualidade de nossa esperança? Para nos ajudar a refletir sobre isso, o Passo a Pensar de hoje propõe um trecho do texto “A substância das coisas esperadas”, do biblista e cardeal português José Tolentino Mendonça. "Agora que a contagem decrescente para o Natal começou, e voltamos a procurar nas caixas da dispensa os símbolos natalícios que ornamentam as nossas casas, é importante perguntarmo-nos o que nos é permitido esperar".

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