Toda vez que eu passo aí
A galera some,
O seu pau se esconde,
A câmera flagra
Dentro da fumaça
Eu gritando desgraça
E a felicidade.

Dizem que eu vim lhe perdoar, rapaz,
É mentira.

Liberdade cai,
Dignidade vai mal e nos vigia.

É que do direito do bandido
Eu me valho também.

É que do direito do bandido
Eu me valho também.

HEHEHE

É que do direito do bandido
...

Legislo num quadro da TV Bahia,
Graças a Deus!

____
Letra: Pedro Marighella
Voz e violão: C-AFROBRASIL

DIREITOS DO BANDIDO (interpretado por C-AFROBRASIL)

Sabiá-da-praia

Vamos tirar do armário
A coca e o viado...
Filho de Bolsonaro
Venha criar meu filho. 

Apaga a luz e toma (toma) 
O pai dessa criança 
Porque o quadrado é dança 
Mas não é meu perfil. 

Com a rola no escuro:
Não diga que não deu duro, 
Que eu te dou um murro, 
Seu burro, infeliz. 

(coro)

São Cristóvão, ao contrário, 
Me verá feliz. 
Se sou louca, doida, 
É o povo quem diz...

São Cristóvão, ao contrário, 
Me verá feliz. 
Se sou louca, doida, 
É o povo quem diz…

Democraticamente.

DEMOCRATICAMENTE

Desculpem o som alto.
No alto do coqueiro 
Tá tremelicando suave
A palha no sombreiro.

Pra lei do município,
Grave, paredão, que explode 
Nos torna um bandido, 
lembramos foi de Gime Roque
Puto no Facebook, 
Bruto num porto tão belo...
Roska de mangaba,
Fruta manchada de amarelo.

Desculpem o som alto.
No alto do coqueiro 
Tá (tu-dun-dun-dun) tremelicando suave,
A palha no sombreiro.

O Rio Jacuípe e eu:
Só eu, o som e Deus vamos lá 
Pro outro lado do rio.

O Rio Jacuípe e eu:
Só eu, o som e Deus vamos lá 
Pro outro lado.

… 

Desculpem o som alto.
Na palha, no sombreiro.

DESCULPEM O SOM ALTO

GRAVE BATEU, VOCÊ TÁ NO CHÃO.
QUE FOGO QUE CONSUMIU? 
GRAVE BATEU, VOCÊ TÁ NO CHÃO.
PRA DESTRUIR, RESTITUIR… 

VOCÊ TÁ COM FOGO… 
VOCÊ TÁ COM FOGO NO CU 
VOCÊ TÁ COM FOGO… 
PRA ABENÇOAR! 

GRAVE BATEU, VOCÊ TÁ NO CHÃO.
QUE FOGO QUE CONSUMIU? 
GRAVE BATEU, VOCÊ TÁ NO CHÃO.
PRA DESTRUIR, RESTITUIR… 

VOCÊ TÁ COM FOGO… 
VOCÊ TÁ COM FOGO NO CU 
VOCÊ TÁ COM FOGO… 
ABENÇOADO!

Fogo Santo

Pensa no farol para ilustrar
que no fim da tarde se acende, 
de dia se apaga.

Nem mesmo a polícia pode me parar
Toda a natureza se agita, vem me impelir...
E não importa que haja rastro pra legar,
Vagamos, 
carregando o pó dessa existência.
Venha me seguir.

Essa luz que pisca, luzinha
é a sua vida, Lucinha

Essa luz que pisca sozinha
é a sua vida, luzinha 

Não apaga mais, contamina...

Luzinha,
Lucinha… hehehe
Luzinha,
luzinha...... tão linda!

_______
Guitarra: Chibatinha

Vagalume (Luzinha) feat. Chibatinha

Que milagre você por aqui!
Ninguém sabe
O oiti deitado sem uma razão…
Ninguém sabe
Volta o plástico fino no ar
Por hora só eu só no Porto, coração.

O estalo da bacurinha e a sorte
Ninguém sabe
Quem incomoda com esse som, ninguém sabe dizer
Ninguém sabe

A balaustrada antiga, o farol
Ninguém respira mais essa ar…

Roda pela Barra à noite, só a câmera pra testemunhar
Eu sarrando o barrote

Tem dó de mim, linda
Que medo de sonhar…
Ninguém saberia escutar esse pagode!

Como é que sabe onde eu moro,
Ninguém vai
Como é que sabe onde abre, ninguém sabe onde é
Vem me mostrar na tela sem cor
Se tem alguém do lado de lá
Eu duvido!

Ninguém Saberia Escutar Esse Pagode

Vem, bota a base!
Vou descansar.
Bate e bota a base, parceiro!
Vou descansar.

Vem a noite…
Pro corpo deitar.

Vem pra praia, traz o bonde,
Deixa o lençol de ondas te cobrir.
Dorme bem.

Bota a Base

William, irmão,
Onde se meteu?
Com essa camisa não:
Roupa de ladrão,
Cabelo de viado.

Por favor, William!
Saia pra luz,
Em nome de Jesus...
Eu te vi na vara.

Cara, 
Eu te vi na vara.
William, não!

Eu vi seu corpo 
Antes de ser um morto muito louco.
Entramos pra soma dos muito doidos!

WILLIAM (A Soma Dos Muito Doidos II)

Tomei um doce, fui de montaria
Antes que a luz do dia fosse vindo. 
Escuro e tudo nessa rave tinha.
Silenciosa, Binha,
A natureza vinha lhe seguindo..

Que viola doida, tlan-lã-lã…!
Violência 

Que viola doida, tlan-lã-lã…. 
Violino. 

Que viola doida, tlan-lã-lã…!
Violenta

Que viola doida, tlan-lã-lã-lã-lã-lã-lã…?
Violão.

Rave Silenciosa

Templo

Pedro Marighella, é um dos primeiros artistas a adotar como assinatura a relação da música baiana com gêneros eletrônicos. Entre artes visuais e música, se interessa pelo potencial crítico da diversão, onde formula analogias obscuras que pensam os produtos da indústria do entretenimento. Deste modo, atua como produtor, cantor, compositor, DJ e pesquisador, circulando em diversas coletâneas, festas e festivais, como Novas Frequências (RJ), e coletivo B_T_PGDÃO, muitas vezes assumindo o codinome Som Peba.

Atualmente, Pedro apresenta composições recentes em colaboração de outros artistas, fazendo um exercício de imaginação sobre o Brasil do Século XXI, a partir de uma perspectiva sublime, quase sempre reverente à dança e música dos gêneros mais populares da Bahia, o Pagodão e o Arrocha.

Pedro Marighella

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